Este trabalho apresenta um estado do conhecimento sobre as pesquisas acadêmicas produzidas na Região Norte do país no campo da Formação de professores que ensinam Matemática (PEM), e elege como objeto de investigação temáticas relacionadas aos aspectos da Formação do PEM. Para tanto, tentou-se responder o seguinte problema de pesquisa: Qual o atual cenário das pesquisas sobre Formação de Professores que ensinam Matemática da Região Norte do Brasil no âmbito dos programas de Pós-Graduação stricto sensu nas áreas de Educação e Ensino no período compreendido entre os anos de 2012 a 2022?Trata-se de um estudo de natureza bibliográfica que tem por objetivo elaborar um estado do conhecimento, analisando os eixos temáticos, as tendências teóricas, as metodologias, entre outros aspectos utilizados em tais produções no período de 2012-2022. Utilizamos como fonte de dados da pesquisa os repositórios dos Programas de Pós-Graduação da Região Norte onde as pesquisas foram publicadas. Os referenciais teóricos estão fundamentados nas obras de Fiorentini (1994; 2002; 2016), que trata da Educação Matemática e da Formação de professores que ensinam Matemática; Gonçalves; Silva (2016), que abordam temas relacionados a Formação do PEM na Região Norte do país; André (2002; 2009; 2010), que estuda e identifica a Formação de professores como campo de estudos; Nacarato (2016); Passos et al. (2006), que fazem apontamentos sobre algum aspecto da Formação de professores no Brasil e da Formação do PEM, entre outros autores e, nas dissertações e teses encontradas pela pesquisa. O referencial metodológico utilizado foi uma pesquisa do tipo Estado do Conhecimento e a técnica de análise dos dados empregada foi a Análise de Conteúdo de Bardin. Foram analisados um total de 94 produções. Os resultados apontam que em todos os anos do período de estudo houveram pelo menos 2 pesquisas publicadas que se encaixavam nos critérios exigidos pela investigação aqui descrita. Além disso, o estado da região que mais produziu pesquisas foi o estado do Pará. Com relação a metodologia, a maior parte dos trabalhos se caracterizam como qualitativos e quanto ao tipo de pesquisa, a maioria utilizou o Estudo de caso como abordagem, o que significa neste contexto, que as pesquisas procuraram em sua maioria estudar casos isolados de aspectos que envolvem a Formação do PEM. Com relação a natureza, a maior parte dos estudos utilizou-se da Empírica ou de campo. As investigações indicam ainda, que das 94 pesquisas, a maior parte são dissertações de mestrado e foram produzidas em sua maioria no âmbito acadêmico. Para mais, os estudos foram encontrados nos repositórios de diferentes Programas de Pós-Graduação e a área que mais produziu pesquisas sobre a Formação do PEM foi a área de conhecimento de Ensino de Ciências e Matemática. No que diz respeito as tendências temáticas, os autores da região procuraram estudar mais a Formação Inicial. Entretanto, temas relacionados a:  a) Educação Matemática; b) jogos de linguagem matemática; c) Currículo e políticas públicas da Educação; d) Saberes necessários à prática docente; e) desenvolvimento profissional do professor que ensina Matemática; f) formação dos formadores de professores que ensinam Matemática; g) Autoformação; h) Competências, concepções e conhecimentos do PEM; e i) História da Formação de professores que ensinam Matemática, também apareceram como eixos temáticos das pesquisas. Além disso, a pesquisa aqui descrita se configura como sendo o primeiro estado do conhecimento realizado nos últimos dez anos sobre a Formação de professores que ensinam Matemática no cenário da Região Norte do país, o que pode configurá-lo como uma grande contribuição neste campo de pesquisa.

Esta pesquisa está sendo desenvolvida a partir de observações feitas das vivencias de uma comunidade ribeirinha pertencente à cidade de Maracanã/Pa. Tem por objetivo investigar os processos de identificação de objetivos de ensino orientadores para formulação de situações desencadeadoras de aprendizagem por professores de uma escola de uma comunidade ribeirinha. Para tanto, objetivamos conhecer a realidade de uma comunidade, observar quais conteúdos da Matemática estão inseridos em suas vivências e, além disso, poder contribuir de forma ativa para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das práticas pedagógicas. Tendo como referência a Teoria Histórico-Cultural e a Modelagem, será utilizado como metodologia a abordagem Participante, que consiste na arte da prática educativa de indagar a realidade de um contexto e propiciar a elaboração de conhecimentos. Nesse sentido, este trabalho está estruturado em cinco capítulos: Primeiro, uma seção introdutória que contará as motivações que levaram a construção desta pesquisa, em seguida o segundo capítulo ao referencial teórico da pesquisa, que abordará a respeito das tendências que deram suporte à pesquisa, como a Modelagem Matemática e a Teoria da Atividade. Serão detalhadas seu contexto histórico e as contribuições ao ensino de Matemática, constituindo o terceiro capítulo. O quarto capítulo tratará dos fundamentos metodológicos da pesquisa. O quinto capítulo tratará do desenvolvimento, análise das ações, dados   e exposição do resultado da pesquisa.  Em seguida virá o capítulo das considerações e por fim as referências.

O presente estudo traz como objetivo de investigação compreender as perspectivas
epistemológica e pedagógicas da formação docente dos formadores de professores do curso de
Licenciatura em Matemática. Os participantes da pesquisa foram professores do curso de
Licenciatura em Matemática, de uma IES, no município de Marabá/PA. A questão de pesquisa
é: Quais concepções epistemológica e pedagógica são assumidas pelos formadores de
professores do curso de Licenciatura em Matemática? Trata-se de uma reflexão do modo de ser
e estar dentro da docência, o que conhece o professor sobre a sua área e como manifesta esse
conhecimento. O procedimento metodológico da pesquisa adotou-se a abordagem qualitativa e
de caráter descritivo com um levantamento bibliográfico do estado do conhecimento sobre o
tema, levantamento de dados empíricos por meio de questionários quantitativos, entrevistas
semiestruturadas com questões qualitativas, além de análise nos documentos como: currículo
lattes dos professores. Tendo os dados analisados a partir da análise de conteúdo proposta por
Bardin (1994). A pesquisa fundamenta-se nos aportes teóricos de Japiassu (1978), Dutra (2010)
e Oliveira (2016) para a discussão sobre Epistemologia; Fernando Becker (2012), Freire (2000),
referenciais sobre a epistemologia do professor; nas ideias de Fiorentini (1994), Nóvoa (1995)
para formação de professor; Curado Silva (2018) práxis docentes, Tardif (2002, 2014), Gauthier
(1998) e Pimenta (1999, 2005), sobre saberes docentes, Luke (2009) dimensões pedagógicas.
Observou-se, segundo dados obtidos da pesquisa empírica, que há predominância ou a presença
das seguintes concepções epistemológicas, os formadores mobilizam concepções
epistemológicas e pedagógicas construtivista, em alguns momentos mobilizam concepções
racionalistas e empiristas. Compreende-se que as concepções constituem-se das experiências e
vivências no percurso formativo, a concepção epistemológicas do professor conduzem a sua
ação docente e para ensinar é imprescindível o conjunto de saberes para impulsionar a sua
prática, seja através das experiências pessoais, da formação inicial ou das experiências com
outros professores.

A pesquisa em questão traz como temática a formação de professores de matemática para atuação em sala de aula inclusiva para com alunos surdos. Os partícipes serão professores que atuam em salas de aula que possuem alunos surdos na Educação Básica. Objetiva-se com esta pesquisa analisar a práxis de professores de matemática no contexto escolar e verificar quais lacunas foram proporcionadas pelo processo de formação docente para a prática na inclusão de estudantes surdos. Para o alcance de tal objetivo, a pesquisa seguirá um caminho metodológico com abordagem qualitativa, que dará à mesma um caráter exploratório-descritivo, realizando-se um estudo de caso. No intuito de coletar os dados que direcionarão aos resultados, utilizaremos a entrevista semi-estruturada e observação sistemática como métodos de recolha, que serão aplicados com os sujeitos da pesquisa em uma Escola Estadual que atende o Ensino Fundamental e Médio, localizada na cidade de Belém, Estado do Pará. O critério de seleção desse espaço para realização da pesquisa se deu devido tal escola ter se mostrado como referência no atendimento inclusivo de pessoas surdas na cidade de Belém. A pesquisa se fundamenta em autores que apresentam produções especificas na área da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, como Mazzotta (1996); Stainback & Stainback (1999); Goldefeld (2002); Jannuzzi (2012), entre outros, além de estudiosos do campo da formação de professores de matemática e identidade docente, como D’ Ambrósio (1997); Honora (2008); Oliveira (2005); Tardif (2010), entre outros.

A biotecnologia é uma ciência antiga, e se desenvolveu juntamente com os primórdios da humanidade e civilizações, estando no último século imbricada nos diversos setores da indústria, saúde, agricultura, pecuária entre outros. Conceitualmente, ela pode ser compreendida como o conjunto de técnicas que lança
mão de seres vivos, ou parte destes para o desenvolvimento de processos e produtos que tenham fins econômicos ou sociais. Neste sentido, é importante que a população conheça os produtos advindos da biotecnologia e compreenda como ocorrem os processos biotecnológicos, evitando assim a desinformação e falácias sem fundamentação científica ou teórica sobre estes, principalmente no cenário de pandemia do Covid-19, onde o negacionismo científico ganhou força a partir da desinformação e disseminação de fake news. Diante disso, o ensino de biotecnologia desenvolvido de forma a promover uma alfabetização científica é essencial para formar um cidadão crítico, que reflita acerca da biotecnologia, seus processos e conexões entre a ciência e sociedade, tornando-se consciente de sua função social, e que saiba reconhecer os avanços proporcionadas por essa ciência, tanto na saúde, no agronegócio e na indústria. Neste sentido o objetivo desta pesquisa foi “conhecer as concepções epistemológicas sobre biotecnologia entre os alunos de graduação, e analisar suas reflexões científicas e/ou pseudocientíficas acerca da História da biotecnologia, seus conceitos e importância para a sociedade”. A metodologia utilizada neste trabalho foi qualitativa, e a análise dos dados feita a partir da Análise de Conteúdo, por meio do exame dos discursos produzidos pelos
universitários, que se voluntariaram a participar da pesquisa, devidamente matriculados na Disciplina de Biotecnologia, ministrada para o curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das Águas e Bacharelado em Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Oeste do Pará.

Esta pesquisa versa sobre a problematização das pinturas corporais realizadas pelos Tembé-Tenetehara da Terra Indígena (T.I.) Maracaxi, traçando relações com a sua história e cultura e o ensino e a aprendizagem de Matemática na Educação Básica, em uma perspectiva Etnomatemática, com ênfase no ensino de Geometria Plana em uma escola não indígena. Objetiva-se relacionar a pintura corporal dos Tembé de Maracaxi e os conhecimentos geométricos, por um viés intercultural, no sentido de promover a inserção da cultura indígena na escola não indígena. Para tanto problematizamos: em que termos os elementos geométricos presentes na pintura corporal dos Tembé-Tenetehara de Maracaxi podem contribuir para a inserção da cultura indígena na escola não indígena? Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, de caráter exploratório, com a utilização de diário de campo e realização de observação participante. Para a produção dos dados, foram realizados diálogos com os indígenas e registros referentes à extração e fabricação da tinta do jenipapo, utilizado por eles para a realização da pintura corporal, além de realizar uma atividade pedagógica na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Cajueiro, localizada na zona rural de Aurora do Pará. Tal ação, contou com a presença de indígenas na referida escola, na qual foi realizada uma atividade de História e Cultura Indígena e a prática de pinturas corporais, no sentido de relacionar os conhecimentos de indígenas fazedores de pinturas corporais da TI Maracaxi e os conhecimentos de Geometria Plana na escola não indígena. Espera-se que esta pesquisa contribua para que a história e cultura indígena seja mais valorizada e estudada, para que os indígenas não sejam silenciados em regiões próximas a eles, especialmente, no contexto escolar, que as escolas explorem mais o que há próximo a ela, não querendo distanciar a teoria da prática. Desta forma, consideramos que o ensino e aprendizagem de matemática deve ser intercultural, valorizando outras formas de ensinar e aprender o conteúdo escolar.

As vacinas são seguras e eficazes. O binômio vacinas e vacinação é responsável pela prevenção, controle, eliminação e erradicação de inúmeras doenças e, por conseguinte, salvam milhões de vidas todos os anos. Apesar disso, a cobertura vacinal global vem apresentando declínio devido a fatores sociais, culturais, políticos, ideológicos, dentre outros. De certo, pesquisadores e autoridades da temática alertam que é necessário o envolvimento de toda sociedade para reversão dessa problemática. Nessa perspectiva, esta pesquisa objetivou investigar as representações sociais de alunos do ensino fundamental II de uma escola pública do município de Itupiranga, Pará sobre o binômio vacinas e vacinação. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualiquantitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici e na abordagem estrutural de Jean Claude Abric. Os participantes foram 197 alunos dos anos finais do ensino fundamental II. Os instrumentos de constituição de dados foram um questionário constituído por perguntas abertas, fechadas e a técnica de associação livre de palavras. As variáveis quantitativas foram analisadas descritivamente, utilizando-se o Programa Microsoft Excel versão 2010, e apresentadas por meio de gráficos e tabelas. As palavras evocadas pelos alunos foram processadas pelo Programa openEvoc versão 0.92 e analisadas segundo a Teoria do Núcleo Central. Os resultados apontaram um núcleo central formado por quatro elementos (proteção, vou me vacinar, saúde e prevenção) consensuais e homogêneos fortemente ancorados em conhecimentos e orientações divulgadas pela comunidade científica. Já os demais elementos evocados que constituíram o sistema periférico foram heterogêneos e não estão relacionados especificamente aos conhecimentos advindos do meio científico (reificado), mas expressam as crenças e experiências pessoais dos alunos. Em relação à confiança nas vacinas, 11,6 % alunos descreveram que não confiam nelas, e justificaram que isso ocorre porque sentem medo de ficarem doentes ou até mesmo morrer em decorrência da vacinação.

Esta pesquisa visa compreender a atividade interpretativa dos alunos dos anos finais do ensino fundamental acerca de problemas algébricos em algumas escolas públicas do município de Canaã dos Carajás no Estado do Pará. Ela procura responder à pergunta: como os alunos do Ensino Fundamental explicam a interpretação de problemas algébricos? Para isso, foi realizado um estudo de campo, com abordagem qualitativa e de natureza exploratória e descritiva por meio de questionário e entrevistas semiestruturadas com um total de dezesseis alunos, que são uma amostra envolvendo quatro escolas do município. A base teórica versa sobre a filosofia da linguagem de Ludwig Wittgenstein, focando na sua segunda linha de pensamento retratada na obra Investigações Filosóficas. A análise dos dados está direcionada para três categorias: 1) Como os alunos explicam sua compreensão geral acerca do problema; 2) Como os alunos explicam o sentido da palavra do contexto do problema e 3) Como os alunos leem e explicam o sentido das palavras, símbolos e representações comuns à matemática. Por fim, a observação realizada quanto à explicação dos alunos no processo de compreensão do problema demonstrou que, grande parte, responderam no nível I, considerado superficial, enquanto uma pequena parte explica em nível II - básico e nível III - adequado. Para o sentido dado às palavras e representações matemáticas, percebemos que grande parte utiliza uma explicação contextual, atribuindo sinônimos e exemplos. Na leitura e explicação das palavras, símbolos e representações matemáticas percebemos que uma pequena parte lê e explica, a maioria lê completamente sem explicar e parte considerável lê parcialmente e outros não conseguem ler.

Avaliações de Larga Escala no Brasil são importantes instrumentos para se conhecer o contexto educacional nacional, estadual ou municipal. Por meio destas avaliações é possível compreender informações importantes que compõem os sistemas de ensino, como níveis de aprendizagem, evasão, infraestrutura das escolas e repetência. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) como um conjunto de avaliações em larga escala possibilita a partir dos seus resultados a obtenção de indicadores educacionais que fornecem subsídios para a instauração de políticas públicas com vistas a melhoria da aprendizagem e do ensino nas escolas. De maneira específica, buscou-se conhecer o desempenho em Matemática, na avaliação do Saeb 2021, dos alunos residentes nas cidades paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu nas turmas do 9° ano do Ensino Fundamental. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, com procedimento bibliográfico, sendo uma pesquisa exploratória. Utilizou-se para as análises os relatórios de resultados do Saeb, gráficos de desempenho e informações importantes do Saeb 2021, além do uso de teorias que permeia as avaliações de larga escala e que ajudam na compreensão dos testes aplicados, como a Taxonomia de Bloom. Os resultados evidenciaram uma complexidade crescente da escala de proficiência a partir da Taxonomia de Bloom e que a maioria dos alunos da região do Xingu se encontram nos níveis mais elementares da Escala de proficiência Saeb e que detém habilidades mais básicas e possuem desempenhos inadequados em matemática.

Esse trabalho aborda questões pertencentes à cultura no ensino e aprendizagem de matemáticos na qual os alunos resistem em aprender por acreditarem que este campo de conhecimento está muito distante de suas capacidades cognitivas. Desta forma, a presente pesquisa aporta-se em estudos e pesquisas do campo da Educação Matemática, como: Formação de Professores e Psicologia da Educação Matemática, para tratar, mais especificamente, das crenças de autoeficácia em relação ao Pensamento Algébrico de professores de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental. A pesquisa teve como questão de pesquisa: de que maneiras as concepções algébricas de professores de matemática dos anos finais do Ensino Fundamental, se relacionam às crenças de autoeficácia, nos processos formativos docentes, em relação ao conhecimento específico do conteúdo, para o ensino que visa o desenvolvimento do pensamento algébrico? E teve como objetivo geral, analisar como as concepções algébricas de professores de matemática, dos anos finais do Ensino Fundamental, da rede municipal de educação de Marabá-Pará, se apresentam em relação às suas crenças de autoeficácia para o ensino que visa o desenvolvimento do pensamento algébrico, e como isso afeta (ou não) o seu saber docente, possibilitando estabelecer relações entre aspectos cognitivos e afetivos. Foi desenvolvida a partir de uma abordagem de pesquisa mista, envolvendo métodos qualitativos e quantitativos, sendo que os instrumentos utilizados foram, questionários de caracterização dos participantes e uma escala do tipo likert sobre as crenças de autoeficácia do desenvolvimento do pensamento algébrico, desenvolvida por Pinheiro (2018) em relação aos conhecimentos dos professores e a segurança para o ensino dos conceitos algébricos na dimensão da formação continuada. Os sujeitos foram Professores dos anos finais do Ensino Fundamental do município de Marabá-Pará, os dados foram produzidos por meio de uma página de internet, em função da pandemia da COVID. A investigação, aponta, a partir das concepções dos professores, da necessidade de melhorias no currículo de Matemática do Município de Marabá, que a formação continuada tem um certo nível de rejeição por parte dos professores, devendo serem mais atrativas, buscando identificar as reais necessidades de aprimoramento profissional dos professores de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental, a fim de constituírem um conhecimento matemático mais consistente, que lhes permita desenvolver melhorias nas suas crenças de autoeficácia relativas a sua prática no ensino de matemática. Dessa forma, podem aprimorar o desempenho dos alunos no desenvolvimento do pensamento algébrico e nas avaliações de larga escala, com vistas à permanência e completude dos estudos em etapas posteriores da Educação Básica.

Este estudo, aqui apresentado, objetivou investigar a dinâmica dos processos cognitivos geradores de conhecimentos etnomatemáticos, presente na tradição da prática de pescadores artesanais, residentes na Vila dos Pescadores, no município de Bragança – Pará/Brasil, a partir das perspectivas de diferentes gerações. Metodologicamente, a pesquisa foi realizada com uma abordagem qualitativa de inspiração etnográfica, baseada na etnografia crítica a partir dos pensamentos de Thomas (1993) e Trueba (1999). Foram realizadas visitas à comunidade entre os meses de outubro de 2022 e janeiro de 2023, onde foram realizadas entrevistas e observações da prática da pesca com seis pescadores artesanais, para produção de dados. A fundamentação teórica foi abordada a partir da Etnomatemática, conforme D’Ambrosio (2008, 2009, 2013) e Vergani (2007), tendenciando um viés decolonial como opção de resistência à opressão por parte do conhecimento científico moderno e hegemônico na esteira de Quijano (1992), Santos (2013), Grosfoguel (2013), Walsh (2019) e Maldonado-Torres (2020) e contra colonial a partir de Bispo (2015) e Rufino (2019). O movimento selecionado para a interpretação dos dados foi a Análise Textual Discursiva (ATD), segundo os estudos de Moraes e Galliazi (2011), e por meio da abordagem fenomenológica hermenêutica, foi obtido parte da compreensão dos fatos que se mostraram e de como ocorrem os processos de geração, organização e difusão dos saberes e fazeres tradicionais da pesca e como são percebidos por diferentes gerações. Como resultado da análise, foi possível identificar que a geração dos saberes etnomatemáticos ocorre a partir das observações dos acontecimentos do presente, com base em conhecimentos já estabelecidos e da adaptação aos novos saberes e tecnologias que interagem com o modo tradicional de vida na comunidade, a organização intelectual e social dos saberes se dá a partir da necessidade de sistematizar os conhecimentos de sobrevivência e transcendência conforme as transformações naturais e sociais que ocorrem na região e por fim, a difusão de saberes ocorre a partir das relações familiares na pesca, a principal forma de aprendizagem é a observação exaustiva da prática pesqueira no núcleo familiar, há indícios de que a escassez do pescado, causada pela ampla atuação da pesca industrial, pode contribuir para a não transmissão dos conhecimentos próprios da cultura para as novas gerações daquela comunidade.

Este estudo constitui-se como uma pesquisa do tipo etnográfica exploratória na Escola Estadual Indígena Pẽptykre Parkatêjê, localizada na Aldeia Indígena Parkatêjê, no município de Bom Jesus do Tocantins – PA, tendo como objetivo investigar como os saberes da extração de corantes naturais de Urucum e Jenipapo, utilizados e produzidos na aldeia Gavião Parkatêjê, podem promover a alfabetização científica na Educação Escolar Indígena. Tivemos como colaboradores da pesquisa professores e estudantes indígenas e não indígenas da Escola Pẽptykre Parkatêjê. Para a realização de ações formativas, com vistas à Alfabetização Científica, criamos o Laboratório Indígena de Alfabetização Científica Parkatêjê (LABIN-ALCIPA), onde os participantes, munidos de diários de bordo para registros, puderam narrar suas experiências culturais indígenas de extração dos corantes naturais do Jenipapo e do Urucum. Ainda, tiveram a oportunidade de escrever textos apoiados em bibliografias e nas discussões que foram realizadas no LABIN-ALCIPA. Além disso, nosso percurso teórico metodológico foi construído a partir da perspectiva do método dialético, através do qual procuramos compreender as técnicas de pigmentação e extração dos corantes naturais usados para a pintura corporal dos Parkatêjê. Os dados coletados foram tratados sob à luz das proposições da Análise Textual Discursiva. Consideramos relevante, portanto, discorrer sobre alguns princípios e fundamentos que orientam este tipo de pesquisa, apresentando a autonomia dos Parkatêjê, da adoção de uma educação escolar diferenciada, com metodologias e um currículo escolar próprio, que inclua na sua construção a apropriação de saberes primevos presentes na Aldeia. Assim, buscamos promover a relação entre a cultura indígena e as ciências, por meio da preparação dos corantes naturais extraídos do jenipapo e do urucum, no ensino das disciplinas de Ciência da Natureza, favorecendo a Alfabetização Científica Parkatêjê e propiciando um ensino das Ciências contextualizado, bem como, favorecendo o processo de aquisição e assimilação do conhecimento, e proporcionando uma aprendizagem relevante e duradoura ao povo Parkatêjê, a Educação Escolar Indígena.

Esta pesquisa trata do Ensino de Ciências, História, Filosofia e Sociologia da Ciência e a questão
de gênero no mundo científico. Com esses três pilares defende-se que ensino de ciências
contextualizado à discussão de um acontecimento histórico, no qual uma mulher teve papel central,
pode auxiliar no engajamento de mulheres na área. A mulher que aqui se destacou foi Henrietta
Leavitt (1868 – 1921), uma calculadora no Observatório de Harvard, que nesta função chegou à
Relação Período-Luminosidade, ferramenta que mais tarde seria essencial para o desenvolvimento
de métodos de estimativa de grandes distâncias no espaço. Uma das pessoas que deu continuidade
aos estudos sobre a relação foi Harlow Shapley (1885 – 1972), um astrônomo estadunidense que,
devido a suas pesquisas, foi muito mais citado pelos pares do que ela. Henrietta Leavitt estava
entre as primeiras mulheres contratadas no Observatório, portanto seu contexto social era de
pioneirismo fora da esfera doméstica na virada do século XIX para o século XX. Considerando
que existiram relações de gênero ao longo de sua vida e, principalmente, no que diz respeito ao
estabelecimento da Relação Período-Luminosidade, buscou-se entender como Leavitt era vista na
construção científica desse conceito. A metodologia de pesquisa utilizada foi análise documental,
utilizando principalmente recortes de jornais do período, artigos científicos da área, trocas de
correspondências e trechos de diários pessoais dos sujeitos envolvidas com ela ou com Harlow
Shapley. O trabalho tem como base de análise das relações sociais e de gênero a Teoria Ator-Rede
de Bruno Latour e a Epistemologia feminista de Londa Schienbinger. Assim, notou-se que,
possivelmente, para além da pesquisa aprofundada, Harlow Shapley, ganhou mais destaque entre
os astrônomos da época por sua influência acadêmica e que o protagonismo de Henrietta Leavitt
vem crescendo a passos lentos atualmente, devido a estudos da história em que ela se inseria. Este
trabalho buscou evidenciar que tratar de História e Gênero no ensino de Ciências pode motivar
mais meninas no engajamento do fazer científico e como um inesperado mas feliz desdobramento
se desenvolveram duas atividades didáticas que abordam esse episódio histórico.

Esta dissertação volta-se para a compreensão da materacia (SKOVSMOSE, 2001) como instrumento de promoção do Discurso Matemático Escolar (DME) numa perspectiva comognitiva (SFARD, 2008).  Tem como objetivo geral compreender a materacia, em sua relação com a literacia, de estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Organizada em formato multipaper, cada um de seus 4 artigos discutem os seguintes objetivos específicos:

●    o primeiro artigo, intitulado “Sobre os símbolos, as letras e a pesquisa multpaper: um relato memorialístico da minha descoberta como pesquisadora”, é um relato memorialístico que tem como objetivo refletir sobre como estou constituindo-me pesquisadora na área de processos linguísticos em Educação Matemática;

●    o segundo artigo, intitulado “Mapeamento das pesquisas com foco em materacia”, tem como objetivo identificar e analisar teses e dissertações produzidas no Brasil, Portugal e Estados Unidos com foco na materacia;

●    o terceiro artigo, intitulado “Comognição à materacia: Enlaces teóricos para promoção do Discurso Matemático Escolar”, tem como objetivo examinar os usos do termo materacia no contexto das discussões teóricas propostas por Ubiratan D’Ambrosio e Ole Skovsmose e aproximações com perspectiva comognitiva de Anna Sfard sobre o discurso matemático;

●    por fim, o quarto artigo, intitulado “Materacia e literacia: uma análise da correlação entre as habilidades de ler e resolver problemas e exercícios do Discurso Matemático Escolar”, analisa a (co)rrelação entre as habilidades de literacia e de materacia de alunos dos anos finais do Ensino Fundamental em rotinas do DME.  

Neste estudo analisa-se implicações de um processo de formação continuada com professores de matemática baseada no desenho universal para aprendizagem (DUA) para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas em turmas de Ensino Médio. A formação de professores em serviço pode favorecer uma articulação teórica e prática que qualifique o trabalho pedagógico promovendo a aprendizagem de todos os alunos, incluindo os que têm deficiência. A pesquisa se fundamenta na abordagem qualitativa desenvolvendo-se com base nos princípios da pesquisa colaborativa com professores que ensinam matemática em turmas de Ensino Médio de uma Escola Pública de Marabá. No processo investigativo, foram realizadas sessões formativas com professores de Matemática nas quais o desenho universal para aprendizagem (DUA) é um eixo temático transversal, abordado como estratégia basilar para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas. Os resultados parciais evidenciam que a promoção de um espaço de formação continuada baseado no DUA apresenta contribuições para o desenvolvimento de uma escolarização qualificada de alunos público-alvo da educação especial. Espera-se avançar nas análises sobre o potencial contributivo do desenho universal para aprendizagem (DUA) em processos formativos e na melhoria de práticas pedagógicas inclusivas no ensino de Matemática  

Atualmente muito se tem discutido sobre a importância de práticas educativas para o
Ensino de Ciências para melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Nesse
contexto, as metodologias ativas surgem com a proposta de colocar o aluno como o
principal agente de seu aprendizado, além de contribuir para a formação de um
cidadão capaz de intervir na sociedade. Dessa forma, entende-se que as
metodologias ativas possam auxiliar no processo de desenvolvimento das
competências e habilidades sugeridas para o trabalho com Ciências nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, e, nesse sentido, é essencial que o professor seja formado
para utilizá-las. Assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar os níveis de
aprendizagem alcançados em metodologias ativas, a partir da realização de um curso
de formação continuada para Pedagogas que ensinam Ciências nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, a fim de incentivar professores a utilizar metodologias ativas em
suas aulas. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se entrevistas
semiestruturadas pré e pós curso de formação, que posteriormente foram transcritas
com auxílio de um aplicativo para facilitar a análise das mesmas. Para a análise dos
dados foi utilizada a taxonomia SOLO (BIGGS e COLLIS, 1982) que apresenta a
possibilidade de identificar níveis hierárquicos de complexidade do entendimento
sobre conteúdos de diferentes domínios, a partir de instrumentos desenvolvidos para
esse objetivo. Os resultados mostram que a pesquisa contribuiu para a discussão de
elementos importantes no ensino de Ciências, uma vez que as participantes
demonstraram a reflexão sobre a própria prática e a realização do curso pode
contribuir para subsidiar teoricamente a práxis e provocar mudanças significativas no
ensino de Ciências.

Inúmeras variáveis influenciam na aprendizagem dos indivíduos, desde fatores cognitivos a afetivos e sociais. Em se tratando de matemática, ainda é comum a crença de que é um componente curricular de difícil compreensão destinada a poucos, esta crença pode influenciar no modo que os professores ensinam e impactar diretamente na aprendizagem dos alunos. A presente pesquisa partiu da seguinte pergunta: quais as relações entre as atitudes e as crenças de autoeficácia de professores do 1º e 2º ano do ensino fundamental em seu conhecimento específico para ensinar o sistema de numeração decimal? E objetivou de forma geral investigar se existe relação entre as atitudes em relação à matemática e as crenças de autoeficácia em seu conhecimento específico e conhecimento para ensinar o Sistema de Numeração Decimal de professores que atuam no 1º e 2º ano do Ensino Fundamental na cidade de Marabá-Pará. Os participantes da pesquisa foram 70 professores da cidade de Marabá-Pará que atuam com turmas de 1º e 2º ano da rede pública de ensino. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva Gil (2002), com metodologia mista quanti-qualitativa conforme a abordagem de Creswell e Park (2013). Está fundamentada em estudos do campo da Psicologia da Educação Matemática a partir de Brito (1996) com os estudos sobre as atitudes relacionadas à matemática e Bandura (1986) com a Teoria Social Cognitiva, mais especificamente os estudos que versam sobre a autoeficácia relacionada à matemática. Além de teóricos da educação que produzem pesquisas relacionadas ao Sistema de Numeração Decimal e saberes dos professores que ensinam matemática. Para a produção dos dados foram utilizados questionário de caracterização dos participantes, escala de atitudes traduzidas e validadas por Brito (1996), questionário de crenças de autoeficácia acerca do conhecimento específico dos professores e conhecimento para ensinar o Sistema de Numeração Decimal (SND) disponibilizados por meio digital e também em formulários impressos. Os resultados revelaram que os professores possuem atitudes e crenças de autoeficácia positivas, no entanto carregam marcas de um ensino tradicional, apresentam lacunas em seus conhecimentos específicos acerca do SND. Concluímos que é necessário que a formação continuada de professores possa tematizar e trazer as experiências dos professores como ponto de partida para a formação de modo a favorecer a reflexão sobre a prática e o rompimento de concepções inadequadas relacionadas ao ensino e a aprendizagem do SND.

Este estudo tem como objetivo analisar os saberes matemáticos de produtores e atravessadores e o uso de instrumento de medidas não oficiais (lata, saca e basqueta) nas práticas laborais do açaí na vila Nova Aliança-PA. A vila Nova Aliança fica localizada no Km 117, BR- 230, na Rodovia Transamazônica, no município de Novo Repartimento-PA. O estudo é uma abordagem qualitativa, com base teórica na Etnomatemática que considera os saberes matemáticos de diferentes grupos socioculturais. Buscamos apoio nas reflexões teóricas de diversos autores, em especial nas discussões de D’Ambrosio (1996, 2005, 2011,2013), Knijnik (2006, 2012, 1996), Freitas (2018) e Chassot (2003) entre outros autores que trazem importantes contribuições a respeito da valorização dos saberes em diversos contextos culturais. O material empírico constituiu-se em entrevistas realizadas com dois produtores e dois atravessadores de açaí da comunidade pesquisada e para coleta de dados foram usados questionário, entrevistas, observações, fotografias e gravação em áudio. Como método de análise dos dados, utilizamos a Análise Textual Discursiva (ATD), por meio da proposta de Moraes e Galiazzi (2011), originando nesse processo as categorias emergentes ou metatexto denominados: “Saberes da prática laboral do açaí e as percepções sobre os saberes matemáticos” e “Instrumentos de medidas não oficiais: lata, saca e basqueta e a comercialização do açaí”. A pesquisa apresenta um mapeamento bibliográfico de trabalhos em etnomatemática e narra um panorama histórico a respeito da implantação do sistema métrico decimal francês no Brasil, destaca a Revolta do Quebra Quilos na década de 70 do Século 19. Os resultados alcançados mostram que os saberes matemáticos dos produtores e atravessadores nas práticas laborais do açaí da vila Nova Aliança, contribuem de maneira significativa para a melhoria de suas vidas sociais e econômicas e também que esses sujeitos, embora citando exemplos simples, percebem a presença da matemática no seu cotidiano. Por meio dos achados em campo, identificamos saberes matemáticos no uso dos instrumentos de medidas não oficiais: lata, saca e basqueta evidenciando saberes Etnomatemáticos e na comercialização do açaí, identificamos saberes que envolvem o uso de operações básica como as quatro operações, porcentagem e também o cálculo mental.

A presente pesquisa trata da compreensão de atitudes em relação à Matemática de estudantes da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). A fundamentação teórica da pesquisa contou com os autores Aiken (1961, 1973), Brito (1996), Molina (2011, 2012, 2014) e tantos outros que contribuíram para o desenvolvimento desse estudo, interligando as áreas da Psicologia da Educação Matemática e da Educação do Campo. Para tanto, buscou-se responder à seguinte questão problema: Em que medida as atitudes em relação à Matemática de estudantes da Licenciatura em Educação do Campo da Unifesspa implicam na escolha pela habilitação em Matemática? Visando problematizar esta questão, traçou-se como principal objetivo da pesquisa, identificar se as atitudes em relação à Matemática de estudantes da Licenciatura em Educação do Campo da Unifesspa, influenciam na escolha destes pela habilitação junto ao curso. O estudo foi realizado com a participação de 55 (cinquenta e cinco) estudantes do curso; os instrumentos de coleta de dados foram um questionário de caracterização, uma escala de Atitudes em relação à Matemática do tipo likert, adaptada e validada por Brito (1996) e entrevista semiestruturada com estudantes que apresentaram atitudes mais negativas e atitudes mais positivas. Na primeira etapa, aplicou-se o questionário de caracterização dos participantes; e na sequência, a Escala de Atitudes em relação à Matemática, do tipo likert. Após a compilação dos dados coletados na primeira etapa, a pesquisa seguiu com a realização da segunda etapa entrevistas semiestruturadas com 10 (dez) participantes selecionados da seguinte forma: 02 (dois) Sem área do conhecimento (SAC), 02 (dois) da área Matemática (MAT) , 02 (dois) da área Letras e Linguagem (LL), 02 (dois) da área Ciências Agrárias e da Natureza (CAN) e 02 (dois) da área Ciências Humanas e Sociais (CHS), todos foram selecionados a partir da pontuação na escala de atitudes em relação à Matemática, sendo um com a maior pontuação (atitudes mais positivas) e outro com a menor pontuação (atitudes mais negativas). Após a coleta e tratamento dos dados, o estudo completa-se com a análise e a compreensão deles, a partir da Análise Textual Discursiva (ATD). Conclui-se que as atitudes em relação à Matemática têm forte influência na escolha dos estudantes pela área do conhecimento/habilitação Matemática do curso.

A presente pesquisa está situada no campo da Formação de Professores de Matemática e traz como objeto de investigação o fenômeno da Representação Social da tríade ensino-pesquisa-extensão na formação inicial de futuros professores de matemática. Tem por objetivo investigar a Representação Social da tríade ensino-pesquisa-extensão dos estudantes do curso modular de Licenciatura em Matemática da UEPA e a repercussão dessa representação na formação inicial desses estudantes. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida sob abordagem qualitativa, dispondo de uma intervenção investigativa nos moldes da pesquisa-ação colaborativa, tendo como procedimento técnico a coleta de informações baseadas nos entendimentos de Ibiapina (2016) e Fiorentini (2019). A pesquisa-ação colaborativa foi desenvolvida com a colaboração de oito estudantes do curso de Licenciatura em Matemática da UEPA – Campus de Conceição do Araguaia, em parceria com Grupo Colaborativo de Educação Matemática e Educação Afro-Brasileira - GCEM/EAB da UEPA - Campus de Igarapé-Açu, em uma interface entre a Universidade e Escola, por meio de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão. As informações foram analisadas a partir dos princípios e orientações da Análise Textual Discursiva, descridos por Moraes (2003), à luz da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici.  A questão norteadora que levou a especificação dessa pesquisa foi: Em que termos as vivências e experiências da formação inicial do futuro professor de matemática repercutem em suas representações sociais sobre a tríade ensino-pesquisa-extensão?” A pesquisa foi fundamentada nos aportes teóricos de Charle e Verger (1996) e Rubião (2013) para uma retomada histórica da origem da Universidade e nos marcos que caracterizam a tríade ensino-pesquisa-extensão como caminhos para a construção de saberes, Zeichner (1993) e Fiorentini (1995, 2009) sobre a formação de professores com uma visão reflexiva e colaborativa, e  Moscovici (1978, 2015) sobre os processos de elaboração e as dimensões da representação social.  Os resultados revelam que o contexto social dos estudantes mobilizou elementos para a constituição de uma representação social da tríade ensino-pesquisa-extensão marcada pela primazia da função de Ensino, mas as vivências e experiências dos estudantes em interações permeadas por dinâmicas de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas no grupo colaborativo possibilitou-os uma transformação das primeiras representações sociais e um novo olhar sobre a formação do professor de matemática.

Esta pesquisa objetiva identificar relações existentes entre princípios da educação popular e princípios orientadores da educação escolar indígena e sua proposta para o ensino de ciências, ancorando-se na literatura que aborda a educação popular — Freire (1987); Gadotti (s/d); Brandão (2006) — e a educação escolar indígena, tratada por diversos pesquisadores, entre os quais Fernandes (2020) e Sousa (2020). Os principais documentos utilizados para a discussão dos eixos ensino de ciências e formação de professores foram, respectivamente, o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas - RCNEI e as Referências para a Formação de Professores Indígenas. A pesquisa almejou construir relações entre princípios norteadores da educação popular e as propostas para o ensino de ciências das escolas indígenas, buscando identificar nesta relação as possíveis contribuições para a formação de professores no contexto escolar indígena. Como pesquisa qualitativa de caráter exploratório, os dados para análise foram gerados a partir do RCNEI, de uma Roda de Conversa realizada com uma pesquisadora indígena que atua na área de currículo de escolas indígenas e entrevistas com professores que ensinam ciências em escolas indígenas da região. Tendo o RCNEI como documento central para a análise documental, foram incorporadas a esta fase: eixos de análise gerados a partir da Roda de Conversa e entrevistas com os sujeitos da pesquisa, do referencial teórico acerca da educação popular e referencial teórico da educação escolar indígena. As discussões e análises realizadas possibilitaram identificar relações entre princípios norteadores da educação popular e os princípios que norteiam o ensino de ciências na educação escolar indígena a partir do RCNEI. Foi possível identificar interrelações que perpassam por elementos como: ensino, currículo, seleção de conteúdos, relação entre saber indígena e não indígena, educação para a autonomia, ensino para a criticidade, valorização dos saberes da comunidade, educação como ferramenta de resistência e transformações sociais.

Esta dissertação de mestrado abre alas para as histórias que – as vezes – a história não conta. Busca apresentar as narrativas de professoras de matemática, autodeclaradas negras, dando ênfase as suas trajetórias de vida e profissional relacionadas a questão de raça, gênero e formação em educação matemática. O objetivo é verificar como professoras negras de matemática atuantes na rede básica de ensino, no município de Marabá/PA, percebem os assuntos de raça e gênero em sua trajetória pessoal e profissional. E, especificamente, descrever como são suas experiências com os assuntos de raça e gênero no campo da educação matemática; identificar as possíveis fragilidades de professores negras de matemática sobre os temas relacionados à raça e o gênero; delinear a concepção das professoras negras de matemática acerca do seu entendimento frente ao preconceito; visando a assunção destes objetivos se faz – exclusivamente – para responder ao questionamento: como professoras negras de matemática percebem o preconceito, através da ótica das relações de raça e gênero? Como caminho metodológico se configurou com uma pesquisa qualitativa, utilizando a Fenomenologia Social como enfoque, a entrevista narrativa para análise estrutural de reunião de dados e o método documentário para interpretação. Em síntese, a obtenção dos resultados busca evidenciar – se existe ou não – a fragilidade na percepção das professoras negras sobre o preconceito no campo da educação matemática. Portanto, com a efetivação dessa investigação será possível a captura e o registro das falas das professoras investigadas e, compreender como vem sendo construído os debates sobre raça, gênero e educação matemática no campo acadêmico. A pesquisa possibilitará evidenciar assuntos considerados “marginais” na produção acadêmica, em especial na formação de professores de matemática, como a raça e o gênero, possibilitando que a história das personagens desta pesquisa, seja de conhecimento público, e também sirva de microfone para que tenham voz e façam barulho, ou seja, rompam com preconceitos.

O presente trabalho situa-se no campo de estudos da Educação Matemática, mais especificamente, nas discussões sobre currículo e ações afirmativas na formação de professores e professoras que ensinam Matemática. Tem como objetivo compreender de que modo a Educação Matemática, esta área, pode colaborar para a permanência e progresso acadêmico de estudantes indígenas que ingressam no curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Como suporte teórico, trabalha-se o conceito de interculturalidade crítica, estudos decoloniais/pós-coloniais e uma perspectiva teórica de Educação Matemática pautada na dimensão cultural na construção de saberes e fazeres, aproximando-a com os conceitos supracitados, como a Etnomatemática, concebendo esta como uma forma de opção decolonial dentro da Educação Matemática. Entende-se que tais conceitos são fundamentais para a permanência e progresso acadêmico dos estudantes indígenas no contexto universitário. Em se tratando dos aspectos teórico-metodológicos, a pesquisa tem como fio condutor a abordagem qualitativa, de natureza descritivo-exploratória. Também realizou-se uma pesquisa documental a partir dos seguintes documentos: edital de ingresso do Sistema de Seleção Unificada (SISU), edital do Processo Seletivo para Indígenas e Quilombolas (PSIQ), Projeto Pedagógico de Curso (PPC) do curso de Licenciatura em Matemática e Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), todos no contexto da Unifesspa. Tais documentos foram examinados à luz do referencial teórico adotado pela pesquisa, sobretudo pela perspectiva da interculturalidade crítica. Os resultados apontaram que apesar do esforço da Unifesspa em propor ações afirmativas para estudantes indígenas, sobretudo no que tange ao ingresso, há um baixo índice de conclusão por parte desses, ao passo que se tem um número preocupante de cancelamento de matrículas, o que mostra que a instituição ainda é um espaço marcado pelas linhas abissais. Não obstante, ações como a criação do Núcleo de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade, bem como programas institucionais, tais como o Paind e o Padi (este como uma possibilidade de engajamento da Educação Matemática) podem favorecer a permanência de tais atores sociais, desde que sejam concebidos a partir de diálogos e negociações com os atores sociais envolvidos. No que tange ao PPC de Matemática, destacase que este deve alinhar-se ao projeto institucional, de modo a possibilitar diálogos interculturais em seu currículo, a fim de favorecer e contemplar a história, culturas, saberes e fazeres e modos outros de ler o mundo, especialmente dos povos indígenas do sul e sudeste paraense. Há um caminho longo para a decolonização da universidade, mas nota-se que apesar de nova, a Unifesspa caminha neste sentido, de modo a sulear o fazer universitário, para que a universidade se transforme em pluriversidade, ou subversidade.

Diante das necessidades formativas para um ensino de ciências com abordagens diversificadas para a ação didática, apresento esta pesquisa de cunho qualitativo de modalidade narrativa, na qual busco compreender sentidos expressos por professores, em contexto de formação continuada, acerca de suas histórias de vida, da prática pedagógica e das inter-relações com saberes primevos da cultura da malva. A tessitura metodológica se deu em uma abordagem qualitativa narrativa da pesquisa, como método de pesquisa e como fenômeno a ser investigado, os procedimentos metodológicos adotados para atender ao objetivo proposto, pauta-se em um contexto de formação continuada de onde emergem os resultados descritos neste texto. Foram quatro professores envolvidos nesta investigação, como instrumentos investigativos e para a consecução de dados empíricos, lancei mão do uso dos diários de formação, escritas de cartas e entrevistas narrativas de onde emergem as narrativas subjetivas da experiência de vida e vivenciada. Todo material coletado no processo de formação (narrativas) fora analisado à luz das proposições da Análise Textual Discursiva, por meio da qual foi possível, desenvolver discussões em dois eixos analíticos: 1 - Estudar para não puxar carroça: recortes memorialísticos, histórias de vida ao convite para a docência, e 2 - Dos saberes às aprendizagens: saberes e sentidos da formação em narrativas de professores que ensinam ciências.O ato de realizar uma pesquisa formação continuada de professores contribui diretamente para a desconstrução de muitas ideias e (re)construção de novos olhares mais assertivos e maduros, e como foi satisfatório, contribuível, necessário e emergente para os professores, quando em seus termos relatam da importância de que sejam realizadas mais formações que contemplem, os novos paradigmas educacionais, as novas metodologias bem como de suas histórias de vida e profissão, esse é o espírito do pesquisador qualitativo narrativo, atribuir vozes aos atores e as narrativas que emergem nesse processo. Na literatura muitos autores apontam para a relevância da experiência, a necessidade de professores em formação para ampliação do olhar sobre a docência e, sobretudo, experienciar para práxis como elemento didático para a construção de saberes e de mediação pedagógica.

Essa pesquisa busca responder ao seguinte questionamento: Quais estratégias criativas são mobilizadas por alunos do Ensino Fundamental em situações de rotinas na elaboração de situações-problema do discurso matemático escolar? Assim, tem como objetivo compreender as estratégias e o que estas revelam sobre o potencial criativo dos alunos em atividades de formulação e solução de situação-problemas de matemática. A pesquisa está ancorado na teoria de Sfard (2008), a partir da qual discuto as principais rotinas (Exploração, Atos e Rituais) do discurso matemático escolar, bem como indícios de criatividade com um olhar baseado na perspectiva de sistema de Csikszentmihalyi (1998), para a qual a ação criativa não ocorre de forma isolada, mas da relação de três sistemas: indivíduo, domínio e campo, e como os alunos manifestam elementos da criatividade nas suas produções em relação a Flexibilidade e Originalidade definidos por Gontijo (2007). É de abordagem qualitativa com base no estudo de caso, desenvolvida com alunos de escola pública dos anos finais do Ensino Fundamental, da cidade de Canaã do Carajás/PA. Para a produção de dados foram aplicadas atividades que demandavam dos alunos a formulação de situações-problema matemáticos. Os resultados apontam para a ocorrência de manifestação criativa dos alunos em atividades de Formulação de situação-problemas, embora sejam identificadas dificuldades na organização das informações na construção de uma ideia. Disto resulta a compreensão da incipiência desse tipo de rotina nas aulas de matemática e que pode ser também fruto de poucas pesquisas com o foco em formulação de situação-problema.

A evolução de pesquisas acerca do ensino de Ciências, fundamentadas pela Filosofia e pela Sociologia da Ciência, colocaram em evidência a necessidade de desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC), que pode ser compreendida como a capacidade de utilização do conhecimento científico, para facilitar a resolução de problemas na vida cotidiana das pessoas em geral. Partindo da compreensão de que desenvolver a AC é uma das demandas da educação em Ciências, este trabalho apresenta resultados de uma análise desenvolvida na licenciatura em Química em uma universidade pública brasileira, com o objetivo de verificar potencialidades do curso para a formação de docentes como alfabetizadores científicos. Inicialmente, realizou-se uma análise do Projeto Pedagógico de Curso (PPC) da licenciatura em Química, utilizando a técnica de Análise de Conteúdo, com categorias elaboradas a partir de uma revisão de literatura, desenvolvida em trabalhos com foco na formação inicial de professores de Química e na AC. Em etapa posterior, analisou-se os níveis de AC dos futuros professores de Química, em anos finais da licenciatura, por meio do Test of Scientific Literacy Skills – TOSLS e de um questionário de percurso formativo em Ciências durante a Graduação. A partir da análise do conjunto dos dados, considera-se que o PPC possui potencialidades para o desenvolvimento de habilidades de AC dos licenciandos, uma vez que a maioria dos aspectos abordados pelas categorias de análise está presente em seus princípios basilares. Entretanto, os resultados do TOSLS indicaram que entre as nove habilidades de AC avaliadas, somente uma obteve resultado considerado satisfatório, enquanto as demais não foram completamente desenvolvidas pelos licenciandos. É possível interpretar, portanto, que, caso a licenciatura em Química tenha entre seus objetivos formar professores com melhores condições de atuarem como alfabetizadores científicos, existe a necessidade de uma maior atenção quanto aos aspectos relacionados com a AC.

O estudo aborda a temática da formação inicial de professores de Química considerando a transversalidade da educação especial na perspectiva da educação inclusiva nos currículos dos cursos de licenciatura em Química de duas universidades públicas no Pará e São Paulo. Objetivando analisar a formação inicial na Licenciatura em Química quanto às temáticas da educação especial na perspectiva da educação inclusiva, comparando as trajetórias formativas nas experiências de duas instituições de educação superior/IES: federal e estadual. A questão central orientadora do estudo, abordou: Como está sendo ofertada a formação inicial em Licenciatura em Química quanto às temáticas da educação especial na perspectiva da educação inclusiva em duas universidades públicas federal e estadual e que aspectos as trajetórias formativas dessas duas universidades públicas no curso de licenciatura em Química? Buscou-se identificar as atividades curriculares desenvolvidas pelas instituições de educação superior Unifesspa e Unesp que discutiam temáticas e conteúdos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva para compreender como os licenciandos do curso de Licenciatura em Química avaliam e apresentam suas expectativas de aprendizagens nas atividades curriculares ofertadas pelas universidades, refletindo sobre as atividades que as instituições oferecem nas diferentes etapas de formação e o perfil formativo decorrente. A pesquisa fundamenta-se na abordagem qualitativa, com estudo comparativo, entre instituições públicas. Os participantes colaboradores do estudo foram coordenadores dos Cursos de licenciatura em Química das IES, professores formadores que ministraram disciplinas na área de educação especial/inclusiva e licenciandos dos cursos de Licenciatura em Química. Os instrumentos utilizados para constituição dos dados da pesquisa foram questionários, roteiro de entrevista semiestruturado e técnica de grupo focal. Como resultados deste estudo, foi possível analisar que os documentos institucionais estão organizados fundamentados nas bases legais e diretivas, com vistas à promoção uma formação dos licenciandos em Química na perspectiva de uma prática educacional inclusiva, no entanto, percebeu-se que na organização e desenvolvimento do currículo, a oferta das disciplinas, o processo formativo não atingia de modo qualificado as expectativas de licenciandos e formadores, os quais expressam o sentimento de despreparo para uma atuação docente na perspectiva da inclusão escolar, o que demanda adequações na organização do currículo, com oferta de disciplinas da área da educação inclusiva, identificou-se ainda nas instituições a existência de atividades curriculares na área de Educação Especial na perspectiva inclusiva, nas quais temáticas e conteúdos são explorados com diferentes organizações institucionais aos licenciandos de Química, porém o estudo evidenciou um equívoco reiterativo quanto a compreensão que a disciplina de Libras por si só é suficiente para atender as demandas da área da educação especial na perspectiva inclusiva. Conclui-se que os projetos pedagógicos de cursos das IES analisados requerem uma revisão quanto ao quantitativo da oferta de disciplinas contemplando temáticas da educação inclusiva na matriz curricular e uma melhor qualidade nas estratégias de formação. Considera-se a necessidade em desenvolver uma política interna de formação continuada aos formadores, assim como ampliar a oferta aos licenciandos de: eventos, oficinas, ateliê pedagógico, minicursos com temáticas sobre educação especial/inclusiva com potenciais de aprimoramento da formação inicial na licenciatura em Química.

O presente trabalho objetiva investigar, para compreender, o PIBID enquanto programa de formação inicial de professores de matemática no contexto paraense. Nesse prisma, a pesquisa se desenvolveu sob uma abordagem qualitativa, dispondo do estudo de caso de caráter exploratório como estratégia metodológica, fazendo o uso da pesquisa bibliográfica, análise de documentos no site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes em editais, portarias e decretos de 2007 aos dias atuais, para compor o caso. Usufruindo dos entendimentos de Tardif (2002, 2007), Shulman (1986) e Fiorentini (2004), sobre a importância da formação docente para nos constituirmos professor. No decorrer das investigações, buscamos compreender o PIBID no âmbito de três dimensões constitutivas, a saber: Dimensão Normativa, Dimensão Formativa e Dimensão de Desenvolvimento Profissional. Nesse contexto, destacamos a relevância do PIBID para a formação inicial de professores, por ser um programa que fomenta os cursos de licenciatura, proporcionando aos discentes, ainda durante a graduação, experienciar metodologias e práticas pedagógicas, constituídas em ambiente de interface entre escola e universidade, possibilitando romper entraves que inviabilizam estarem aptos as adversidades impostas pela atividade docente.

O presente estudo versa sobre as demandas e processos formativos de professores que ensinam as Ciências da Natureza e neste contexto questiona-se “Quais as contribuições de uma proposta de formação continuada desenvolvida a partir de demandas de professores que ensinam ciências para práticas pedagógicas inclusivas com alunos público alvo da educação especial em escolas públicas de ensino médio”? Com esta pesquisa pretendeu-se analisar as contribuições de uma proposta de formação continuada de professores que ensinam ciências, estruturado com base nas demandas desses profissionais no desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas com alunos público-alvo da educação especial/PAEE. A pesquisa se desenvolveu pautada em uma abordagem qualitativa, do tipo colaborativa, com método de análise qualitativa de conteúdo. Participaram da pesquisa: a pesquisadora, nove professores de ciências de três escolas públicas do ensino médio no município de Marabá/Pará, duas bolsistas de iniciação científica PIBIC/CNPq; PIBIC/FAPESPA. Utilizou-se técnica de grupo focal; entrevista com o roteiro de questões disparadoras que dinamizaram diálogos e reflexões gravados e transcritos, que sistematizou um conjunto de necessidades formativas dos professores de ciências referente ao desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas; foi estruturado e desenvolvido um curso na modalidade semipresencial em ambiente virtual de aprendizagem/AVA em quatro módulos totalizando 180 horas e aplicação de questionário. Com base nos dados, originou-se duas categorias de análise: 1) Demandas formativas do professor no campo da educação especial e os desafios da prática pedagógica para o ensino inclusivo de ciências; 2) Estratégias de formação e indicadores de aprendizagens profissionais de professores que ensinam ciências. Os resultados apontaram que a formação continuada com proposta curricular pautada em demandas formativas do professor, incidiram em reflexões, repensar e reconstruir a própria prática, norteados em princípios e estratégias pedagógicas acessíveis para o ensino inclusivo de ciências, contribuindo assim com o desenvolvimento profissional. A pesquisa colaborativa, propiciou o desenvolvimento de uma experiência formativa na área de educação especial, que contribuíram em redimensionamentos na prática pedagógica dos professores participantes que ensinam ciências. O processo formativo, não pretendeu sanar a totalidade de lacunas e/ou demandas de formação, mas pretendeu desenvolver uma experiência na qual com acompanhamento sistemático e análises científicas identificassem as contribuições que pudessem fornecer subsídios à políticas de formação de professores nas Redes de ensino no que concerne a efetividade dos princípios da educação inclusiva, aplicando currículo e estratégias formativas desenvolvidas no formato semipresencial que mobilizou de modo satisfatório a participação, aprendizados coletivos e aprimoramentos profissionais dos professores que ensinam ciências no ensino médio.

A educação escolar indígena vem se configurando como uma modalidade de educação básica e recentemente ganhando destaque importante no cenário educacional. Atualmente percebe-se que há diversas discussões sobre experiências de educação escolar em áreas indígenas e os seus princípios básicos das conquistas nas políticas educacionais indígenas e indigenistas que têm sua expressão mais forte na Constituição Federativa do Brasil de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases – LDB, que assegura aos índios a formação básica comum e o respeito aos seus valores culturais e artísticos, assegurada, às comunidades indígenas, o direito à educação escolar, para fortalecer as práticas culturais e a língua materna, garantindo aos povos indígenas, grande autonomia no que se refere à criação, ao desenvolvimento e à avaliação dos conteúdos a serem incorporados em suas escolas, bem explicado no Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas - RCNEI, (1998). Em se tratando de educação escolar, fez-se necessário compreender sobre os conhecimentos, os saberes, as práticas e as experiências cotidianas dos docentes que atuam no ensino de Ciências. O presente estudo teve como objetivo investigar os saberes docentes dos professores no decurso de sua formação e de sua prática pedagógica no ensino de Ciências para atuar na Terra Indígena Mãe Maria (TIMM), que, para Tardif (2014), estes saberes, identificados como construção sociais obtidos na trajetória pessoal de cada sujeito, educador ou educando, no chão escolar. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, e do tipo estudo de caso. Para coleta de dados, utilizamos como técnicas procedimentais a observação participante, o que ocorreu antes do decreto estadual n° 609/2020 que dispõe sobre as medidas de enfrentamento (no âmbito do Estado do Pará) à pandemia da Covid-19, e o formulário online. A pesquisa foi realizada com professores das escolas indígenas da TIMM que atuam no ensino de Ciências. Para seu desenvolvimento se fez necessário discutir de forma analítica temas importantes como: a construção dos saberes docentes, a educação escolar indígena e a formação de professores. O resultado nos permitiu perceber que os saberes docentes construídos ao longo da trajetória e na prática pedagógica, são reelaborados para dar conta de articular com os conhecimentos tradicionais indígenas no ensino de ciências nas escolas indígenas da TIMM, além de evidenciar a importância da formação inicial e continuada do professor para o atendimento das especificidades e princípios da educação escolar indígena referente aos processos de ensino e aprendizado das ciências naturais.       

Modelos são importantes componentes na atividade científica, entretanto sua conceituação,
classificação e função são divergentes diante das diferentes vertentes epistemológicas que
tratam de modelos em ciências. Correntes como o realismo e antirrealismo da filosofia da
ciência discutem a importância dos modelos colocando-os em patamares distintos. Diante
disso, duas teorias elevam os modelos a patamares tão altos colocando-os como peça central
na ciência; é caso do Empirismo Construtivista, defendido por Bas van Fraassen, e a
Epistemologia Cognitivista de Ronald Giere. Dada essa importância, é necessário discutir o
papel dos modelos no ensino de ciências naturais, averiguando se tais estruturas recebem um
destaque tão elevado e significativo no ensino. Alguns estudos sobre prática científica já se
dedicam à exploração dos modelos mentais (formações abstratas e pessoais de um indivíduo);
em contrapartida, os chamados modelos materiais ou icônicos (objetos físicos que
representam fenômenos ou teorias) não recebem tanta atenção nos estudos sobre atividade
científica, e muitas vezes não tem sua importância notada nas ciências naturais. Diante de tal
cenário, o presente estudo teve o objetivo de compreender a aplicação e participação dos
modelos físicos/materiais no ensino de ciência naturais. Para tal, foi realizada a revisão
integrativa da literatura adaptada para área de ensino, utilizando todas as suas etapas:
definição de problema; critérios de busca; análise do conteúdo encontrado; categorização de
resultados; apresentação de resultados. Os resultados mostraram pesquisas sobre a produção
de modelos físicos no ensino de ciências em diferentes enfoques, sendo aqui categorizados em
quatro segmentos: Recursos Tecnológicos, Métodos Alternativos, Acessibilidade e
Representação.

Esta pesquisa tem como objetivo central investigar conhecimentos etnomatemáticos Parkatêjê, fazendo a contextualização desses saberes para esta comunidade indígena, e como ocorre os processos de transmissão e renovação desses saberes, destacando a importância da Etnomatemática para o ensino na escola indígena, relacionando com a prática escolar indígena e as possibilidades deste estudo contribuir para a educação matemática desenvolvidas nas escolas indígenas. O estudo foi realizado a partir da perspectiva da Etnomatemática, uma vez que essa abordagem considera os diferentes modos de se produzir matemática em distintos grupos culturais. Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizou-se da pesquisa qualitativa com procedimentos inspirados na etnografia para análise dos saberes matemáticos produzidos e/ou praticados pelo povo indígena Parkatêjê (também conhecidos, juntamente com os Akrãtikatêjê e os Kỳikatêjê por Gavião do Pará) em suas atividades diárias. O estudo também traz a importância dos saberes matemáticos desenvolvidos nesses contextos e sua articulação com os conhecimentos matemáticos aprendidos no âmbito acadêmico, confirmando a ideia de que não há apenas uma forma de matematizar. A abordagem Etnomatemática proporcionou observar, a partir de seus conceitos, que o povo Parkatêjê possui um saber matemático utilizado em suas ações diárias, em função de sua sobrevivência, favorecendo também as relações/diálogos com as sociedades que se relacionam com a comunidade indígena Parkatêjê, o estudo também pode contribuir para a educação matemática, haja vista que toda a sociedade desenvolve sua maneira particular de matematizar situações problemas que envolve seu cotidiano o estudo pode ainda auxiliar professores em formação referente aos conhecimentos em Etnomatemática indígena.