A BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS NO TERRITÓRIO INDÍGENA SORORÓ COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO SOCIOAMBIENTAL
Queimadas. Brigada indígena. Aikewara-Sororó
Na Amazônia os maiores remanescentes florestais nativos e preservados são os Territórios Indígenas. O povo Sororó da etnia Aikewara, sofrem impactos significativos decorrentes dos incêndios florestais, seja por diminuição da fauna essencial para alimentação, como também, através das espécies florestais considerada na contemporaneidade a principal fonte de renda para a comunidade. Com o intuito de diminuir a pressão sobre o meio ambiente o Estado implantou no Território Indígena (TI) Sororó uma brigada formada prioritariamente por indígenas, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Nesse sentido o trabalho tem como objetivo analisar os efeitos da implantação do Prevfogo enfocando as mudanças nas dinâmicas socioambientais e econômicas desse território. A metodologia aplicada foi quantitativa e qualitativa, a partir da disponibilidade dos dados de focos no programa BD (Banco de Dados) queimadas, analisados no período de 2016 a 2019, bem como, questionários semi-estruturados e observação indireta com os diversos atores locais envolvidos no Prevfogo, ao todo realizou-se 17 entrevistas, o Coordenador do Prevfogo no estado do Pará, o Cacique da aldeia Sororó e os 15 brigadistas. Identificou-se como fator negativo a ausência de transporte para a facilitação da logística, atrasos na entrega dos Equipamentos de Proteção individual (E.P.I.) e ferramentas, bem como, a inferioridade desses materiais, reafirmado pelos cálculos aplicados, no qual, apresentou déficit de 252 pontos em recurso de pessoal, assim como, déficit de 165 pontos para equipamentos operacionais. Apresentou alto índice na quantidade de risco de fogo, bem como, na classe de grau de risco, prioritariamente no entorno do Território Sororó com Buffer de 5 km. Apesar das limitações apresetadas, os aspectos positivos contribuem para ações de prevenção que auxiliam na redução dos incêndios provenientes das queimadas dentro do Território, como também, a redução dos incêndios oriundo da circunvizinhança, através de ações de prevenção e palestras de educação ambiental, fortalecendo suas tradições e sua identidade étnica. Outro fator positivo é a produção de mudas para revitalização das áreas queimadas além de favorecer de forma satisfatória a questão econômica tanto dos brigadistas como da comunidade como um todo.