PADRES E POSSEIROS DE SÃO GERALDO DO ARAGUAIA: O CASO DO CAJUEIRO
Amazônia Oriental. Igreja Católica. Posseiros. Conflitos de terra. Conflito do Castanhal Cajueiro.
Essa dissertação tem como objetivo analisar a atuação da Igreja Católica nos conflitos de terra em São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará, tomando como caso o conflito do Castanhal Cajueiro ocorrido em 1981. Para tanto, são analisadas as principais características dos conflitos por terra, bem como as transformações sociais ocorridas na Amazônia oriental a partir da expansão do capital através da implantação dos grandes projetos no sul e sudeste paraense. São analisadas também a reação violenta do latifúndio e do Estado contra os posseiros, bem como a luta e resistência dos trabalhadores. São analisadas ainda os papeis desempenhados pela Igreja Católica, por meio da Paróquia de São Geraldo do Araguaia e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na defesa da luta dos posseiros por seus direitos. No Baixo Araguaia, o Grupo Executivo de Terras do Araguaia e Tocantins (Getat), a Polícia Federal, a Polícia Militar e o Exército ao mesmo tempo que defendiam os grandes proprietários de terra, agiam de maneira violenta contra os posseiros que demandavam a terra para o sustento de suas famílias. O conflito do Cajueiro pode ser entendido como símbolo de resistência e de luta pela abertura democrática do Brasil, demarcando os entreveros entre o Estado e a Igreja Católica com relação à questão agrária. Para construção desse trabalho foram fundamentais as informações propiciadas por meio de fontes bibliografias, orais, documentais e imagens, sobretudo propiciadas pelos arquivos pessoal e da CPT.