KÔKÔI TÔ AMJIKIN: a Festa do Macaco, memórias do povo Gavião Kyikatêjê
Kyikatêjê. Memória. História Oral. Festa do Macaco
Destaca-se na cultura do povo Gavião Kyikatêjê a festa do macaco, um ritual esquecido que representa a realização do casamento. Tem como referência o macaco prego, dada a alegria e agitação da celebração ligada ao jogo, à brincadeira e ao estado de espírito da atividade lúdica com função significante. Define-se o estudo com base em Huizinga (2014), uma vez que o ritual tem como elemento lúdico o ato sagrado de celebrar a formação da família. O objetivo desta pesquisa é identificar a partir da narrativa oral a existência da ludicidade presente memória da festa do macaco que deixou registro no passado. O estudo é pautado na pesquisa qualitativa, tipo etnográfica, cuja abordagem metodológica pauta-se na história oral utilizada para coletar as narrativas do macaco, visto que envolve festa, casamento, nomeação, estabelecendo um elo entre o passado lembrado e o passado a ser reexaminado, cujas reminiscências ancestrais estão na ordem da experiência com os mais velhos do grupo, os quais foram submetidos à análise de conteúdo, emergindo duas categorias: a) o jogo como significante da cultura; b) Relações que envolvem a memória dos indígenas da aldeia. A primeira mostra a preocupação em demonstrar como a cultura lúdica, está diretamente ligada ao jogo que caracteriza as atividades relacionadas a festa do macaco. A segunda revela os modos de ser, de viver, aprender e brincar na aldeia Kyikatêjê com sentido coletivo. Como procedimentos metodológicos foram realizadas pesquisa bibliográfica e de campo, a coleta de dados foi realizada por meio de registros em diários de campo e entrevistas. Portanto, o significado da festa do macaco como fato histórico é constituinte de uma realidade do povo Gavião Kyikatêjê que deve ser evocada sua memória, pois representa o modo de resistência e preservação humana dos Kyikatêjê.