AS PERFORMANCES DA CAPOEIRA COMO PRÁTICAS DE SI: SUBJETIVAÇÃO E RESISTÊNCIA NA RODA COM CAPOEIRISTAS DE TUCURUÍ-PA
Capoeira. Roda. Performances. Subjetivação
Este trabalho apresenta a cidade de Tucuruí como sendo a própria roda na vida de seus sujeitos capoeiristas, simbolizando portanto não apenas o território da capoeira, mas o lugar de onde se fala e o sujeito que fala, pessoas que vão se construindo, encontrando, readaptando-se e resistindo como capoeiristas, pois um dos principais fatos que marcam a história da cidade, que é a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, de alguma forma é determinante também nas suas histórias de vida e estas por sua vez, vão colaborar para constituir um recorte significativo na representação cultural da cidade. Constitui-se como um dos desafios desta pesquisa trazer uma abordagem da capoeira referenciada principalmente em Michel Foucault, autor que elabora a compreensão de práticas de si como práticas racionais e espontâneas, através das quais as pessoas elaboram para si regras de conduta e buscam por meio delas se transformar e orientar suas vidas, se identificando assim com o que os capoeiristas costumam nomear como filosofia de vida, para se referir ao papel da capoeira em suas vidas. Como forma de construir um enfoque para compreender a realidade de Tucuruí que destacasse menos o empreendimento da usina hidrelétrica e seus impactos ambientais e mais o ser humano, optou-se pela realização da pesquisa etnográfica e nela inserida a história oral, onde as entrevistas possibilitaram as narrativas dos capoeiristas contando suas histórias de vida e interpretações sobre a cidade, para isto a pesquisas foi dividida em três seções, onde a primeira descreve a cidade de Tucuruí à partir de seus sujeitos capoeiristas; a segunda seção firma a participação da autora como capoeirista integrante da roda e a terceira descreve as performances da capoeira e como se relacionam ao conceito de práticas de si.