UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E TURISMO NA AMAZÔNIA: A IMPLEMENTAÇÃO DO “TURISMO ECOLÓGICO” NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS, PA
Turismo Ecológico; Unidades de Conservação; Mineração; Conflitos Socioambientais; Desenvolvimento.
No processo de reprodução do capitalismo, a natureza é apropriada como uma mercadoria, sendo ele o responsável pelos conflitos socioambientais da modernidade. As Unidades de Conservação (UCs), representam a tentativa de proteção da biodiversidade e manutenção de um ambiente equilibrado em meio a sociedade industrial, mas também reforçam o controle desses territórios pelo Estado, que imerso em uma relação de colonialidade, reproduz uma visão antropocêntrica de dominação e exploração da natureza. No sudeste do Pará, as UCs se dividem entre seus objetivos de conservação e a exploração mineral, voltada para o mercado internacional. O trabalho tem como objetivo refletir sobre a implementação do turismo ecológico na Floresta Nacional de Carajás (Flona Carajás) que surge como alternativa de prática sustentável na natureza, em contraponto a mineração, ao mesmo tempo que se aproxima dela ao se apropriar e comercializar a natureza. O trabalho parte de uma abordagem qualitativa, a fim de refletir o contexto socioambiental de formação da Flona Carajás e de sua recente relação com turismo. Como referencial, foram levantadas categorias como: turismo ecológico, unidades de conservação, desenvolvimento, conflitos socioambientais e colonialidade do poder. Para coleta de dados foram analisados documentos técnicos, visitas in loco entre os anos de 2018 e 2021, além da participação de reuniões remotas do Programa de Uso Público da Flona Carajás, realizadas entre os anos de 2021 e 2022. Conclui-se que o turismo ecológico, mesmo surgindo como contraponto a atividade mineral, vem sendo construído sobre a mesma visão capitalista, podendo esconder conflitos socioambientais já existentes.