Rock no Rio Tocantins: Reflexões estéticas sobre as bandas de rock marabaenses
Arte. Estética. Capitalismo. Resistência.
O presente trabalho analisa a problemática das consequências socioculturais da inserção do grande capital na Amazônia. Tal processo é marcado pelo esfacelamento das culturas locais e sua substituição por formações culturais típicas do modo de produção capitalista, sobretudo na transformação dos objetos artísticos em bem de consumo, a exemplo do que ocorre com a música. A música estandardizada e fetichizada, característica do mundo administrado, busca eliminar tanto o potencial crítico quanto criativo dos sujeitos, transformando o espectador em consumidor. Elimina-se a tensão entre a obra de arte e o todo social, mediante as mercadorias culturais, que, no caso da música, promovem nos indivíduos a regressão da audição. Elegemos como objeto de estudo a produção estética do rock da cidade de Marabá-PA, com o objetivo de examinar o seu processo de produção musical em suas relações de crítica à transformação dos produtos artísticos em elementos de entretenimento e consumo, a fim de identificar aspectos de resistência aos elementos culturais provenientes da presença do capitalismo no território amazônico, sobretudo na região sul e sudeste do estado do Pará.