DESMATAMENTO NO ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO EM MARABÁ: EM
BUSCA DE ALTERNATIVAS AGROECOLÓGICAS ALIADAS A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Meio Ambiente. Agricultura Familiar. Tecnologia Social.
Esta dissertação analisa a trajetória do desmatamento no Projeto de Assentamento 26 de Março, localizado no sudeste do Pará, buscando caracterizar a evolução do desmatamento no período de 1999 a 2014, afim de evidenciar suas causas, consequências e reflexos na dinâmica socioambiental dos agricultores e no seu território, além de identificar como a Agroecologia e a Educação Ambiental são entendidas pelos mesmos. Neste sentido, uma contextualização sobre o agrário na Amazônia e região Sudeste do Pará trouxe um panorama dos impactos do Capital Internacional e Nacional sobre os ecossistemas amazônicos e os movimentos de resistência no sudeste do Pará gerados por este processo, trazendo a relação do desmatamento com a criação dos assentamentos e as alternativas criadas a partir da agroecologia e educação ambiental para os mesmos. Os procedimentos metodológicos envolveram a utização de imagens de satélite baseadas no projeto Terraclass do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e coletas de dados em campo, onde foram realizadas entrevistas e observações com os agricultores. Evidenciou-se que o assentamento foi criado na área da antiga Fazenda Castanhal Cabaceiras e de acordo com as imagens de satélite de uso e cobertura da terra a maior parte do desmatamento na área aconteceu antes do processo de ocupação e instalação do assentamento, no entanto o desmatamento ainda permanece, mas agora não sob a lógica da produção em larga escala do agronegócio. As causas do desmatamento estão principalmente alicerçadas em frágeis práticas de manejo, assistência técnica e políticas de crédito tendenciosas, que tem como consequência o avanço do desmatamento, a degradação dos solos, a dificuldade de diversificação da produção e a perda de renda familiar, prejudicando o processo de (re)produção social, cultural e econômica dos agricultores. A Agroecologia e a Educação Ambiental são alternativas ainda pouco conhecidas e difundidas entre os agricultores no processo de redução dos passivos ambientais, mas que já encontram-se presentes nas práticas e nos saberes locais.