O DISCURSO DOS MISSIONÁRIOS DOMINICANOS SOBRE OS INDÍGENAS DO ARAGUAIA NA REVISTA CAYAPÓS E CARAJÁS
Revista Cayapós e Carajás. Missionários Dominicanos. Discurso. Araguaia Paraense.
A presente dissertação propõe analisar o discurso dos missionários dominicanos sobre os indígenas do Araguaia na primeira metade do século XX. Dedica-se ao estudo da fonte primária que é a Revista Cayapós e Carajás, um periódico produzido pelos dominicanos que atuavam na Catequese de Conceição do Araguaia entre 1922-1933. Além disso, recorre a outras produções dominicanas (ensaios, biografias, memórias) como fontes secundárias complementais, possuindo, ainda, como recurso de estudo, a literatura produzida por viajantes e exploradores. Neste trabalho objetiva-se analisar os sentidos constitutivos do discurso dos missionários dominicanos sobre os indígenas da margem do Araguaia. Outrossim, narrar o contexto histórico das relações entre missionários, indígenas e sertanejos em situação de fronteira, na primeira metade do século passado. Além de estudar a prática missionária religiosa e discursiva no momento da ação evangelizadora “educativa” dos dominicanos. A dissertação discorre em suas quatro seções sobre as relações interétnicas oriundas do jogo de interesse, portanto, evidencia o conflito e a alteridade, assim como as enunciações que demarcam classificação, rotulação e representação do “outro” como práticas divisoras de controle e de manutenção do poder. O estudo se fundamenta na teoria linguística e filosófica de Mikhail Bakhtin e de outros estudiosos da análise do discurso. Como este trabalho é de fundamento interdisciplinar, buscou-se apoio em estudos de linguística, antropologia e história.