AS PROMESSAS ALAGADAS DO DESENVOLVIMENTO: A VELHA JACUNDÁ E O PROJETO HIDRELÉTRICO TUCURUÍ
Amazônia. Desenvolvimentismo. Colonialidade. Economia de mercado. Resistência.
A presente dissertação é uma releitura crítica sobre o processo de deslocamento da população da cidade Velha Jacundá, a partir da memória de seus habitantes, pela implantação do Projeto Hidrelétrico Tucuruí. Se propõe um exercício analítico sobre a governamentalidade estatal no sentido que Michel Foucault atribui a ela, e as formas em que, as ações do regime militar reforçaram práticas coloniais de controle populacional e de aproveitamento dos recursos naturais da região Amazônica. Demostra-se que os avanços do discurso desenvolvimentista geraram muitas expectativas de progresso na população, porém não foram consideradas as condições nas quais seria implementado esse desenvolvimento pela expansão da economia de mercado. Isso aprofundou os impactos sociais e econômicos na vida e possibilidades de reprodução da população. A resposta a esse governamento estatal foi a emergência de um poder correspondente: o poder da resistência da população atingida pelo projeto hidrelétrico.