ACUMULAÇÃO POR DESAPOSSAMENTO: O CASO DO POLÍGONO DOS CASTANHAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Acumulação por desapossamento; Castanhais; Amazônia.
A dissertação interpreta mudanças na organização social e espacial no Polígono dos Castanhais, durante o século XX, mediante a articulação dialética entre dinâmicas gerais, inerentes ao modo de produção capitalista, e dinâmicas particulares que ensejaram formas de incorporação desta área amazônica a dinâmicas mercantis para o que foi determinante a atuação do Estado e de seu aporte burocrático que, face as suas definições de legalidade, produziram diversos instrumentos legais que mediaram e viabilizaram um processo de acumulação por desapossamento materializado pela transferência de terras públicas para entes privados. Propõem-se, ainda, a demonstrar a fragilidade jurídica de tais transferências, demonstrando que os procedimentos adotados pelo Instituto de Terras do Pará (ITERPA) por meio dos quais ter-se-ia regularizado várias áreas de foreiros no Polígono, quando do resgate do aforamento, sem o atendimento das finalidades originais e cláusulas contratuais, permitiram essa apropriação e, por isso, passíveis de revisão, em tese, com as possíveis consequências jurídicas aplicáveis à espécie.