Discursos, Subjetividades e Práticas de Governamentalidade na Educação de Pessoas
Surdas no Sudeste Paraense
Governamentalidade; Experiências; Contracondutas; Pessoas surdas;
A problematização dos processos de subjetivação da surdez na Educação Básica constitui-se o principal interesse desta pesquisa. É partindo desse interesse de pesquisa que o trabalho tem como objetivo analisar em narrativas de sujeitos surdos como estes subjetivam suas experiências de formação, e, como nelas, se manifestam efeitos de governamentalidade e de biopolítica, assim como práticas subjetivas de resistências. Outrossim, adotamos uma abordagem discursiva, com foco nos estudos foucaultianos, sobretudo considerando o método arqueológico que toma o enunciado como um conceito central em oposição a frase, proposição e atos de fala. Além disso, soma-se ao arcabouço teórico as concepções socioantropológicas da surdez, delimitada no âmbito dos Estudos Surdos (SKLIAR, 1998; LOPES, 2006; PERLIN & STROBEL, 2006; QUADROS & CAMPELLO, 2010). Assim, analisará narrativas de quatro ex-alunos surdos da educação básica, oriundos da cidade de Marabá, aplicando um questionário composto por questões abertas acerca das vivências, memórias e narrativas sobre suas trajetórias na educação básica. Nessa perspectiva, as narrativas desses sujeitos serão analisadas como parte de uma rede de sentidos já formulados sobre sujeitos surdos, sentidos sempre atualizados a depender de posições nas quais os sujeitos se inscrevem ao dizer o que dizem sobre a pessoa surda ou sobre suas próprias experiências como sujeitos surdos. Desta forma, examina-se os efeitos de governamentalidade evidenciados na educação básica, orientando práticas de normalização, de comportamentos e modos de agir do sujeito surdo, atuando como um dispositivo de poder que se relaciona a discursos historicamente situados;