SUBALTERNIDADES AMAZÔNICAS NA FIGURA DO RIBEIRINHO PRESENTE NA CRÔNICA OUÇAM OS RUÍDOS DOS JACUMÃS DE ENEIDA DE MORAES;
Eneida; Crônicas; Lugar de fala; Literatura amazônica; Subalternidade;
O presente trabalho visa uma análise da crônica “Ouçam os ruídos dos jacumãs” da autora paraense Eneida de Moraes,na Obra Cão da Madrugada (1954). Mostrando o ponto de vista da autora, de forma muito representativa, por ser estaum ser amazônida. Trata acerca das condições de vida do caboclo e faz um apelo aos representantes da sociedade, para que “ouçam” aos anseios desses povos. É uma pesquisa bibliográfica com enfoque nas condições de vida dos ribeirinhos diante dos problemas relacionados às enchentes. A base teórica será a partir das ideias de Hugo Achugar (2006), que focaliza os principais debates da contemporaneidade como a diversidade cultural, a relação entre local e universal, subalterno e mandatário, identidade e tradição com uma visão política, filosófica, econômica e cultural.Também de Gayatri Spivak (2010), que nos propõe que a tarefa do intelectual do pós colonialisimo deve ser a de trazer aos sujeitos subalternizados uma tomada de posição para que estes possam dialogar diante da sociedade e expressar suas falas e vozes para que estas sejam ouvidas e legitimadas. Outra fonte é Djamila Ribeiro (2017), estudada a partir da obra O que é Lugar de Fala? , nela, temos um olhar genuíno acerca das vozes que foram historicamente paralisadas. Daí, surge o questionamento sobre quem consegue “ter voz” na sociedade e assim, levar em consideração o olhar humanístico dessa autora em relação às minorias. Objetiva-se colocar em discussão o “lugar de fala” do caboclo ribeirinho retratado na crônica, uma obra que retrata o contexto da periferia amazônica, especialmente no período de cheias dos rios.