EDUCAÇÃO, MULTILETRAMENTOS E ENSINO DE TEXTO E LEITURA NUMA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA
Letramento; Gênero e Ensino
A intenção deste trabalho é analisar os resultados de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória realizada em uma escola pública de Marabá- PA, cujos sujeitos são estudantes do 6º ano do ensino fundamental. O método usado no desenvolvimento da pesquisa foi inspirado na ideia do gênero textual enquanto objeto de ensino, para submeter os alunos a produção de textos contendo artigo de opinião, em que se utiliza os procedimentos da sequência didática criada pelo Grupo de Genebra, a fim de colaborar para uma melhora na produção escrita e na leitura dos discentes. Assim, se pretende ainda jogar luz sobre a forma como se faz educação básica em nosso país, confrontando o atual paradigma, que é majoritariamente pautado na ideia de alfabetização com as concepções de letramento que surgem a partir da década de 1980 colaborando para repensar o cenário dos primeiros anos dos aprendizes na escola. No percurso teórico, se discutirá as novas abordagens de ensino, que apontam para o conceito de gêneros textuais (discursivos), juntamente com o ensino de Língua Materna baseado, não mais em frases isoladas, mas em textos, como base para um novo e mais efetivo modo de aprendizado. A pesquisa também realizará uma intervenção pedagógica em sala de aula de uma turma de 6º ano do ensino fundamental, a fim de observar os resultados de um trabalho com gêneros textuais em sequência didática. O fio condutor de todo o debate seguirá à luz da análise teórica nas áreas dos novos letramentos na perspectiva do Interacionismo Sociodiscursivo de Bronckart. Isso sem perder de vista o desafio que representam os novos aprendizes (nativos digitais) detentores de múltiplas competências trazidas da esfera social e também pela exposição cotidiana às novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Destaca-se ainda no trabalho, que o aluno do século XXI, nascido sob o signo do hipertexto e que aprende de maneira não segmentada, tem sido frequentemente jogado de encontro a um currículo escolar linear e segmentado, o que em parte poderia ajudar a explicar o fracasso escolar.