QUEM CONTA, SEUS MALES ESPANTA: NARRATIVAS ORAIS MARAVILHOSAS E A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR
Ensino. Leitura. Literatura. Narrativas orais maravilhosas
Este trabalho propõe reflexões acerca de práticas de leitura, principalmente ensino de leitura do texto literário, tendo a literatura oral como fonte de prazer. Assim, por meio de estratégias de leitura, esta proposta de intervenção tem como alvo a formação do sujeito leitor. Dessa forma, considerando o poder e conteúdo rico e interessante da literatura oral, as narrativas orais maravilhosas ganham tamanho espaço nesta proposta, por apresentarem o elemento sobrenatural como destaque, sobrenaturalizando a realidade que se constitui, também, do que é incomum, pois quem as conta, tem crença nas situações e nos seres presentes nelas. O maravilhoso, portanto, não se apresenta, aqui, como o que é belo e/ou, também, deslumbrante. Maravilhoso, dentro da literatura que trata do sobrenatural, há de se dizer, é visto como o que ultrapassa os limites da realidade e se torna parte dela – no caso das narrativas orais maravilhosas. A maravilha, dessa forma, surge como uma aliada na leitura do texto literário, funcionando como base para o aperfeiçoamento das habilidades de leitura dos alunos, rumo ao uso social dessa prática. Para isso, têm-se, como base, os apontamentos de Soares (1999; 2003), Kleiman (1999; 2004), sobre leitura e letramento; Solé (1998), Souza & Girotto (2011), para as estratégias de leituras; Cosson (2012), Zilberman (1989), Zappone (2008), Campos (1999), sobre letramento literário e ensino de leitura; Candido (1995), Cascudo (1984), a respeito de ensino de literatura e literatura oral; Zumthor (2000; 2010), para a oralidade, junto aos estudos de Ong (1998) e Pires (2003), sobre, também, oralidade, memória e cultura; Carpentier (1987), Todorov (2003) e Rodari (1982), para o estudo do maravilhoso, entre outros que alimentam as discussões presentes aqui.