DISCURSOS DE SUBJETIVAÇÃO DO PROFESSOR: TÉCNICAS DE BIOPOLÍTICAS
Discurso; Subjetividades; Biopolítica; Professores
O trabalho tem como objetivo analisar como o discurso da mídia sobre o professor se insere num jogo de poder em que a identidade desse profissional é configurada e reconfigurada de acordo com regras históricas que oferecem a “chave” para a produção de subjetividades. O corpus da pesquisa é composto de propagandas do Ministério da Educação (MEC) e é complementado com publicidades de editoras também voltadas para a figura do professor, em forte diálogo com as propagandas do MEC, evidenciando como Estado e Mercado se unem na governamentalidade dos indivíduos, tal como discutiremos ao longo do trabalho. As propagandas e publicidades foram veiculadas na revista Nova Escola, no período de setembro de 1998 a julho de 2017. Trata-se de uma pesquisa que, ancorada em uma abordagem teórico-metodológica da Análise de Discurso de vertente francesa, fundamentada, particularmente, nos estudos foucaultianos, concebe as identidades produzidas na sociedade contemporânea a partir de “regimes de verdades” orientados por uma política de governamentalidade. Em nossas análises buscamos delinear de que modo o Estado (MEC) produz discursos sobre os professores, a partir de uma lógica voltada para a homogeneização de identidades docentes, tendo sempre em vista a classificação, hierarquização e padronização de um tipo de professor. As análises evidenciam os seguintes funcionamentos discursivos acerca da subjetividade do professor: i) O professor anunciado como livre para fazer escolhas; ii) O professor conduzido por modelos estabelecidos; iii) O professor de resultados; iv) O professor polivalente; v) Estado e Mercado: duas faces do biopoder atuando na subjetivação do professor