Práticas de Leitura e Produção de Microcontos como Instrumentos de Empoderamento Social
leitura; escrita; microconto; empoderamento social; identidade social.
Este trabalho tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre práticas de leitura e de produção de microcontos para com o empoderamento social dos indivíduos em ambiente escolar. Nessa perspectiva, consideramos o ato de empoderamento não somente ligado ao crescimento do intelecto e afetivo do sujeito, mas como as possibilidades de este engajar-se em suas práticas sociais, de ser e ter sua diversidade permeada por vínculos de pertencimento como, por exemplo, culturais, étnico-raciais, identidades afetivo-sexuais, gênero, crenças, dentre outros. Por meio das atividades desenvolvidas, buscamos desvelar, consolidar e legitimar a multiplicidade de identidades sociais dos discentes, pois o empoderamento é o cerne de nossa pesquisa. Destarte, o processo de legitimação daqueles que, de alguma forma, são oprimidos, que são moldados como secundários, envolve a necessidade de estabelecer atividades que nos permitam dar voz, oferecendo possibilidades de deslocamentos de percepções de si e do outro. Nesse contexto, as atividades de leitura e de escrita tiveram como objetivo incentivar o processo interacional entre alunos e microcontos, considerando-se a diversidade de espaços, de deslocamentos, de vozes e de entrelugares e, por conseguinte, oportunizando interações e a consolidação de espaços sociais. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados as premissas de Street (2014), Kleiman (2013), Rojo (2009), Marcuschi (2008), Cafiero (2010), Solé (1998),Todorov (2014); Cosson (2018), dentre outros. No que diz respeito ao ambiente escolar e aos processos de construção de identidades, observamos que determinados traços identitários são, significativamente, envolvidos em processos de instauração de estereótipos, de agressão verbal e física, mais precisamente o bullying. Esse processo germina em todo o ambiente escolar e, de certo modo, é um elemento exponenciador de sofrimento, de desvalorização e de silenciamento de identidades. Assim, a pesquisa desenvolvida buscou trabalhar o empoderamento não apenas em esfera individual, mas, sobretudo, coletiva. As identidades silenciadas carecem de dinâmicas que favoreçam o empoderamento da multiplicidade inerente à constituição do indivíduo na e pela linguagem. As práticas de leitura e de produção de microcontos permitiram aos alunos, ao longo desta pesquisa, exteriorizar suas vivências por meio de processos interacionais em sala de aula, percebendo que suas histórias são importantes e não devem ser invisibilizadas.