O PODER DA PALAVRA: MULHERES QUE NARRAM HISTÓRIAS
Narradora Urbana; Estética da Performance, Lúdico; Contadoras de Histórias.
A arte de narrar histórias, nas culturas orais, é performatividade dos mais velhos, compartilham-se as experiências de geração a geração e ao longo dos tempos é a memória cultural das narradoras mulheres que interessa nessa pesquisa. Esse estudo tem como objetivo compreender a performance das narradoras de histórias contemporâneas e o seu significado no cenário urbano da cidade de Marabá. Tem como protagonistas das narrativas orais as contadoras de histórias e/ou narradoras que atuam na cidade. Ressaltase o caráter utilitário das narrativas do cotidiano na sociedade, fonte de saber e reduto de experiências femininas. A investigação estar organizada a partir de uma pesquisa qualitativa envolvendo entrevistas semiestruturada e por meio da história oral com base em Alberti (2005), busca-se o registro das memórias de mulheres contadoras de histórias, sistematizando o estudo sob os pontos de vistas dessas protagonistas sociais. O corpus é composto pelas narradoras de histórias que fazem parte do Programa Marabá Leitora e da Companhia Historiar-te, na faixa etária de 30-60 anos, bem como, registros fotográficos e audiovisuais, assim como acompanhamento dos encontros de formações, das reuniões e os ensaios para preparação das performances. Algumas categorias são explicitadas como: performance com base em Zumthor (2010); lúdico e jogo com Huizinga (2005); com Dewey (2010) a experiência estética; com Loureiro (2015) dar-se uma ênfase à estética amazônica; e com Maffesolli (2010) a estética no âmbito social. Aponta-se a constituição de um diálogo entre o conhecimento construído com esta pesquisa e os pensadores, educadores e artistas contemporâneos para estabelecer uma sintonia aos fatores que envolvem o mito, a lenda e a atitude do contador, mediando o encantamento dos encontros, as partilha de histórias, as práticas artísticas e performáticas em ambientes públicos e privados, por fim, os desdobramentos do ofício das contadoras de histórias na atualidade, inserido em tempos de cultura escrita, no advento de novas mídias e instrumentos de comunicação.