CIDADE, MEMÓRIA E PRÁTICAS DE ESPAÇO EM BRASIL NOVO - PA
Dispositivo colonial; Transamazônica; Brasil Novo; Colonização.
O presente trabalho trata da colonização da Amazônia brasileira com um recorte no tempo e no espaço geográfico particulares. O trabalho aborda o processo de colonização da Amazônia brasileira, especialmente na década de 1970, tomando como referência o caso da agrópolis de Brasil Novo - PA, município lindeiro à Transamazônica, para discutir as manifestações e imposições do dispositivo colonial, especialmente a partir das memórias e práticas de espaços dos colonos. O processo de colonização da Amazônia é um tema amplo e complexo que configura um lugar de disputas de narrativas. No capítulo 1 é realizada a investigação sobre a colonização da Amazônia durante o governo militar (1964-1985), especificamente da região da Transamazônica, a partir da análise de materiais documentais e imagéticos dos instrumentos mobilizados pelo governo para colonização da região entendidos como manifestações do dispositivo colonial. A discussão sobre o dispositivo colonial parte de contribuições de Foucault (1979; 2008), Agambem (2005) e Lisbôa (2019; 2021; 2022). Dentre esses instrumentos destacam-se o Programa de Integração Nacional (PIN), as materialidades midiáticas vinculadas na revista Manchete e por órgãos oficiais do governo militar e ao modelo de Urbanismo Rural adotado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no projeto de colonização dirigida no trecho da Transamazônica entre Marabá e Itaituba no estado do Pará. Esse trabalho se utiliza da História oral enquanto metodologia de pesquisa apoiado sobretudo em Portelli (1997; 2006) e Guimarães Neto (1986). O capítulo 2 se encarrega da descrição da trajetória da pesquisa com a História oral e dá sustentação as reflexões do capítulo seguinte. No capítulo 3 são empreendidas reflexões sobre as subjetividades produzidas nos sujeitos diante das imposições do dispositivo colonial a partir de relatos orais de pessoas que participaram do projeto de colonização dirigida pelo governo militar enquanto migrantes trabalhadores oriundos, em sua maioria, do Nordeste. O capítulo de número 4, assim como as considerações finais do trabalho, terão sua construção na fase posterior a banca de qualificação.