SODOMITAS DO GRÃO-PARÁ NOS CÁRCERES DA INQUISIÇÃO PORTUGUESA: UM OLHAR SOBRE OS PROCESSOS DE FREI LUCAS DE SOUSA E SEUS AMANTES NA BELÉM DO SÉCULO XVII
Inquisição; Sodomia; Mercedário; Amazônia; Maranhão e Grão-Pará;
A presente dissertação discute acerca do delito de sodomia a partir dos
processos de Frei Lucas de Sousa, um religioso do Convento de Nossa Senhora das
Mercês de Belém, e de Salvador Rodrigues, barbeiro na mesma cidade. O espaço
analisado concentra-se no Estado do Maranhão e Grão-Pará, local em que a maior parte
das experiências sexuais do mercedário ocorreram; para além, também é o espaço em
que o sumário de culpas foi preparado com as acusações de sodomia contra o religioso.
As análises acerca dos casos de sodomia praticados por Frei Lucas de Sousa
concentrou-se desde a primeira citação ao nome do religioso, ainda em Portugal, no ano
de 1658; até o último processo que o fora envolvido, o de Salvador Rodrigues em 1662.
Portanto, os processos que abrangem o religioso são da segunda metade do século XVII.
O estudo acerca da perseguição aos sodomitas abrangeu documentos da época, desde
Ordenações do Reino até Regimentos Inquisitoriais que buscaram delinear as formas de
proceder contra aqueles que efetuassem o “nefando pecado de sodomia” nos domínios
portugueses. A fim de contemplar o espaço amazônica foi debatido a Amazônia
Colonial a partir da historiografia pertinente, demonstrando como o século XVII foi
fundamental no processo de conquista, ocupação e evangelização; e como a presença de
religiosos, como Frei Lucas de Sousa, foram determinantes para um arranjo social
amazônico. Nesse sentido, a dissertação buscou demonstrar como a Inquisição atuou no
casos de sodomia na Amazônia do século XVII, analisando casos de sodomia presente
nos processos de Frei Lucas de Sousa e Salvador Rodrigues.