IMPRENSA E VIOLÊNCIA NO CAMPO: representações e os impactos da repercussão histórica do Massacre de Eldorado do Carajás em 1996
Imprensa; Massacre de Eldorado dos Carajás, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra |
Este estudo discute as representações da mídia impressa pelo jornal Correio do Tocantins, especialmente no que se refere ao massacre de Eldorado do Carajás, que ocorreu no dia 17 de abril de 1996. Buscamos compreender de que forma esse veículo de comunicação ajudou a moldar a opinião pública e a justiça penal, além de qual é o nível de responsabilidade ética e social que deve ser assumida com relação à cobertura de um crime. A utilização da imprensa como fonte de investigação decorre do interesse pela relevância da mídia enquanto meio de comunicação em massa, assim como por sua história e as influências que exercem nos contextos históricos, como exemplifica o caso do massacre de Eldorado do Carajás. As matérias a serem confirmadas se restringirão ao ano do massacre. Datadas de 1996, essas matérias apresentam diversas falas que mostram que tal incidente mobilizou vários atores sociais a se manifestarem sobre o tema, o que foi identificado em um expressivo número de publicações nas reportagens do jornal Correio do Tocantins. Com base nessas reportagens, busca-se evidenciar como o discurso se manifesta no conteúdo escrito dos jornais, com a intenção de ilustrar a influência da formação discursiva e ideológica na constituição de significados no contexto jornalístico. A cobertura do massacre pelo Correio do Tocantins é uma análise de caso detalhada que visa compreender o papel da mídia na elaboração e na alteração do discurso público sobre questões sociais graves. A maneira como o jornal tratou o massacre não apenas moldou a percepção da sociedade em relação aos conflitos no campo, mas também destacou a responsabilidade da imprensa em reportar com ética, sensibilidade e compromisso social. A reflexão crítica sobre essa cobertura nos leva a considerar de que maneira a mídia pode, e deve atuar como um agente de mudança, promovendo diálogos que incentivem a justiça social e a defesa dos direitos humanos.