Banca de QUALIFICAÇÃO: PATRICIA CAPANEMA ALVARES FERNANDES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PATRICIA CAPANEMA ALVARES FERNANDES
DATA: 24/05/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de aula do IEDAR
TÍTULO:

As relações cidade-natureza na Amazônia: narrativas de Marabá a partir dos rios Tocantins e Itacaiúnas.

PALAVRAS-CHAVES:

Cidades amazônicas, periurbano, natureza, planejamento urbano

PÁGINAS: 30
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Planejamento Urbano e Regional
RESUMO:

No último quartel do século XX, o mundo começava a se despertar para a necessidade de mudanças no modelo de desenvolvimento vigente, em busca de soluções para a preservação da natureza. Enquanto isso, no Brasil, grandes projetos em escala nacional eram traçados, rumo à irreparáveis danos ao meio ambiente e drásticas transformações na Amazônia. Em prol do desenvolvimento e da integração, rodovias cortaram a floresta, trazendo desmatamento, grilagem, garimpos e destruição de modos de vida, enquanto hidrelétricas transformaram a vida dos rios e de seus povos (LOUREIRO, 2022). Na análise de Corrêa (1987), o novo padrão de ocupação, de terra-firme e caráter rural substituiu aquele preexistente na Amazônia, caracterizado por um conjunto articulado de localidades ribeirinhas, que floresceu como resultado da exploração e circulação dos produtos da floresta, na colonização portuguesa. Marabá, com localização privilegiada no entroncamento dos rios Tocantins e Itacaiúnas apresenta uma complexa superposição dessas duas lógicas de ocupação a partir do momento em que foi cortada pela Transamazônica (1970). Desde então, continua recebendo um grande fluxo de imigrantes atraídos por diversas ondas de investimentos na região. Ao longo das décadas, novos projetos de ocupação, de intervenção na orla e inserção de novas práticas de consumo e lazer (shoppings, condomínios) alteraram a vida cotidiana na cidade e sua identidade. Inspirada na tétrade sociedade-cidade-floresta-rio proposta por Cardoso (2023) e também da trama verde e azul do planejamento francês (OLIVEIRA & COSTA, 2018), a pesquisa propõe um estudo da cidade de Marabá e seu espaço periurbano, que parta da superação da dicotomia rural-urbano ao considerar sua urbanodiversidade (TRINDADE JR, 2022), destacando especialmente o papel da natureza - das várias nuances de verdes e azuis - na formação da cidade e de seus povos, historicamente e na atualidade. Pesquisa bibliográfica histórica e a análise espacial serão complementadas por um mosaico de cartografias, entrevistas e imagens que terão como ponto de partida a compreensão das relações da cidade e da sociedade com o rio e os espaços verdes. A pesquisa busca contribuir para a construção de ferramentas e métodos de planejamento que considerem também os espaços verdes e azuis e a trama de seus povos como objeto de estudo, em busca de outros modos de conviver e habitar o espaço que não levem à destruição das águas e da floresta amazônicas.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 319.295.322-53 - ANA CLAUDIA DUARTE CARDOSO - UFPA
Interno - 1354495 - FERNANDO MICHELOTTI
Externo à Instituição - RITA VELOSO