O Ensino de História dos Traumas Coletivos: práticas docentes face aos negacionismos da Shoah
Ensino de História; Negacionismos; Shoah; Traumas Coletivos
A presente dissertação parte de duas questões colocadas em sala de aula: um discente afirmava que o nazismo foi promovido por demônios e não homens; um outro aluno teria lido, no Metapedia, que havia exageros em torno da Shoah, ou seja, reificando uma espécie de revisionismo negacionista. Diante do exposto, discute-se os desafios e caminhos para expor, em uma sala de aula no Pará, temáticas que abordam os traumas coletivos e que, permeadas por memórias de tempos tão próximos, acarretam diferentes interpretações; considera-se como o ensino de História do Tempo presente está envolto em um duplo desafio: de um lado, a colocação no passado do presente e, do outro, a colocação no presente do passado. Defende-se que temas que envolvam eventos traumáticos devam ser abordados à luz das experiências locais dos alunos, através de exemplos aproximativos que possam ajudar no entendimento de questões caras a todos os indivíduos, como os Direitos Humanos. Se lança mão de fontes históricas como: filmes, poemas, relatos de sobreviventes e diários infantis para refletir sobre a temática. Por fim, se propõe um audiolivro que, cantado por vozes infantis, represente os registros que foram deixados por crianças que, no seu cotidiano, sofreram as agruras do regime Nazista.