Dissertações/Teses

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2024
Descrição
  • THAIS ALVES RABELO VALENTE
  • TRAJETÓRIAS DE VIDA E POLÍTICA DAS LUTAS DE MULHERES DO SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE RONDON DO PARÁ

  • Data: 28/02/2024
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  • O objetivo geral da proposta é abordar as trajetórias de vida, visando a compreensão da política das lutas das mulheres do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Rondon, nos últimos 20 anos. Análises de diversos pesquisadores que buscam entender as formas de atuação das mulheres no meio rural exaltam de que as mesmas realizam tarefas no campo social e político, indispensáveis na reprodução e alternativas diante da opressão e expropriação, mas, no entanto, essas tarefas não são reconhecidas. Para elaboração do trabalho foi desenvolvida metodologia de natureza qualitativa, que possibilita diálogos e conversas orais contínuas e organicamente construídas, como uma das fontes principais de produção de informação na pesquisa, além da leitura de documentos institucionais do sindicato, como atas e relatórios de trabalho. O tempo das mulheres como protagonistas no STTR de Rondon do Pará, consolidou a conquista de 15 assentamentos rurais de reforma agrária e três acampamentos; diversos direitos de acesso a créditos agrícolas e demais benefícios decorrentes. A terra e todas as conquistas subsequentes alteraram significativamente as condições de vida de famílias migrantes empobrecidas e com vidas precarizadas. A pesquisa demonstrou evidencias que a trajetória das mulheres do meio rural vinculadas ao STTR de Rondon do Pará faz parte de um processo de construção de uma rede política de alianças que possibilitou o desenvolvimento de lutas pelos comuns. Às ações desenvolvidas no STTR, como formação, protagonismo das mulheres na direção e na gestão; mobilizações sociais, ocupações de latifúndios, até a idealização produtiva de espaços agrobiodiversos, como os quintais produtivos, são indícios de que a política das lutas priorizou a conquista de espaços comuns, por meio das ocupações de terra, criação dos assentamentos e o fortalecimento do fazer-comum na luta coletiva e colaborativa das mulheres e nas práticas do trabalho familiar.

2023
Descrição
  • MARCEL AFFONSO DE ARAÚJO SILVA
  • A produção imobiliária de mercado em Marabá-PA: o caso do bairro planejado Cidade Jardim

  • Orientador : EUDES ANDRE LEOPOLDO DE SOUZA
  • Data: 29/09/2023
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  • A década de 2010 representou um marco para a produção imobiliária de mercado  no Brasil. As previsões positivas para o setor habitacional após o lançamento do programa Minha Casa Minha Vida, estratégia adotada pelo governo Lula para superar a crise de 2008, favoreceram o fomento de investimentos no setor. Na cidade de Marabá, conhecida por conflitos sangrentos agrários, havia expectativa de chegada dos grandes projetos, como a ALPA, e pretensa divisão do estado do Pará, cenário este que a estampou na capa da revista VEJA como “tigre  de amazônia”, em uma alusão às potências contemporâneas asiáticas, e despertou o interesse do capital privado em um nicho pouco explorado: os loteamentos. Essa tendência surge referenciada como um padrão de moradia moderno, em áreas rurais da Nova Marabá que se integram ao tecido urbano devido ao estilhaçamento das centralidades e onde se dispõe de segurança, saneamento e bem-viver. Neste diapasão, a antiga fazenda Perseverança é adquirida, reempossada, mediante ação de reintegração de posse, e incorporada para efetivação do bairro planejado Cidade Jardim, cuja existência representa emblematicamente a exploração da permissividade estatal para atendimento à premissa do lucro, em detrimento das demandas sociais. Esta incorporação é produzida a partir da execução de um negócio entre a maior detentora do comércio local, fazendo seu primeiro investimento no ramo imobiliária, a Leolar, e a urbanizadora-rede Buriti Empreendimentos, que iniciou suas atividades em 2003 e naquele ano fazia o seu maior lançamento, bem como contando com o apoio do governo municipal, que figura como mantenedora da infraestrutura. A urbanizadora-rede viveu anos de glória no sudeste paraense, levando o modelo a diversas cidades até ganhar notoriedade nacional. O espraiamento da cidade, entretanto, trouxe consigo prejuízos à população marabaense e problemas pendentes de solução que geram debates de responsabilidade, enquanto sucumbem os efeitos da estratégia de marketing adotados nos stands de venda. O parcelamento do solo urbano, que o empresariado consultado nesta dissertação entende como crescimento ordenado do município, funciona como  propulsor de segregação e hierarquização dos espaços.

  • KAROLINE SOUZA PIMENTEL
  • UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA AMAZÔNIA: INTERESSES, CONFLITOS E ESPERANÇAS NA ÁREA DO MOSAICO DE CARAJÁS-PA

  • Data: 30/08/2023
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  • A região da Serra dos Carajás é constituída por um Mosaico de Unidades de Conservação de diferentes categorias de manejo: a Floresta Nacional do Tapirapé-Aquirí, a Reserva Biológica de Tapirapé, a Área de Proteção Ambiental do Igarapé Gelado, a Floresta Nacional de Itacaiúnas, a Floresta Nacional de Carajás, e mais recentemente o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos. O mosaico está inserido na Província Mineral de Carajás, região sudeste do Estado do Pará, ou seja, aos interesses de exploração econômica, com extração de ferro, manganês, níquel, cobre, ouro, bauxita, etc. a Região também é marcada por uma frente de expansão agropecuária. Em contrapartida, há também, o interesse ecológico e ambiental, o qual, ressalta a importância da paisagem do ponto de vista físico natural, e para conservação da biodiversidade. Nesse sentido, há uma série de interesses, porque existe uma diversidade de sujeitos sociais/políticos que historicamente possuem distintos interesses por essa área, sejam aqueles que desejam a apropriação, por vezes ilegal da terra para a expansão capitalista da agropecuária e da mineração, os povos originários que desejam manter seus territórios, os povos do campo, que anseiam pela terra para sua reprodução social. Isso nos leva ao objetivo de analisar como o Mosaico de UCs Carajás se constitui numa expressão de territorialidade de diferentes interesses e sua importância para o desenvolvimento socioambiental. Para tanto, as bases metodológicas foram seguidas de levantamentos e análises bibliográficos, trabalhos de campo para realizar entrevistas abertas com sujeitos que possuem relação com a área, registros fotográficos, por fim, análises de dados, fazendo correlações com as bases metodológica da geoecologia da paisagem. Os resultados desse trabalho evidenciam sobretudo o interesse mineral e agrário, associados a uma série de conflitos socioambientais, tais como, a garimpagem ilegal, a exploração ilegal de madeira, a caça e a pesca predatória, o atropelamento e abatimento de animais e os incêndios florestais. O mosaico Carajás é território de esperanças, esperançar na conservação da natureza, garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral, esperançar na utilização sustentável, pensando na restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações. Esperançar no potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, para que elas possam gozar dessas unidades, tão singular e importante para processos ecológicos e de serviços ecossistêmicos.

  • CICERO TERESA DOS SANTOS
  • Cantores indígenas e as práticas culturais do povo Gavião da Terra Indígena  Mãe Maria

  • Orientador : THIARA VICHIATO BREDA
  • Data: 29/08/2023
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  • O trabalho que ora se apresenta é um estudo etnográfico sobre os cantores indígenas na Terra Indígena Mãe Maria. Como as práticas culturais dessas lideranças foram fundamentais no contexto pandêmico do Coronavírus para a revitalização da cultura de povo e formação de novos cantores na TIMM.  Assim, tem por objetivo ressaltar a importância desse sujeito dentro das práticas culturais entre os indígenas a partir da logicidade de entender quem é e como se torna cantor. Que sentido o cantor indígena tem para o povo Gavião? E, a partir daí, aproximar um diálogo entre o cantor e as práticas culturais para entendermos a sua posição dentro da organização social neste território. Observa-se que esse grupo ao realizar suas manifestações culturais, trazem em seus cânticos elementos que estão sempre ligados a natureza. O cantor indígena interpreta nos cantos, crenças que envolvem espíritos da mata, da água e do ar, que regem a vida dos seres na terra. Esta, alimentando-os, abrigando-os. Fornecendo condições de construir seus símbolos e ferramentas que são usadas nas práticas culturais e também para o trabalho e defesa social do grupo. Assim sendo, para melhor entender e compreender essa conjuntura que circunda a estrutura social deste povo, buscou-se delimitar uma metodologia de pesquisa qualitativa, tendo como material empírico a técnica de entrevista com cantores indígenas e participantes de cantos para entender os ritos que levam para formação desses cantores , também foram realizados ensaios fotográficos das práticas culturais envolvendo cantos e danças desse povo que envolve questões sociais tais quais crenças, educação, valores e hábitos.

  • HUGO JACINTO ROSA ALVES
  • A pecuária bovina em Unidade de Conservação: O caso da Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado – Parauapebas – Pará

  • Orientador : JOSE ANCHIETA DE ARAUJO
  • Data: 11/08/2023
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  • O objeto da pesquisa tem como tema a análise do contexto da Área de Proteção Ambiental do Gelado, seus sujeitos e como a pecuária se estabelece frente as restrições regidas pela legislação ambiental e o Plano de Manejo estabelecido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Dessa forma, o estudo tem como problema de pesquisa verificar através da percepção a identificação dos agricultores com o seu território e a relação com a produção da pecuária condicionada a legislação ambiental, a qual determina obrigatoriamente a produção com baixo insumos químicos, sem o uso do fogo e preservando as florestas. Também tem-se como premissa, analisar a relação e o sentimento que existe entre agricultores e à existência da Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado. No contexto apresentado na área de pesquisa, é evidente o surgimento de conflitos, entre os quais o choque entre a forma de produzir que os agricultores praticam, estão atrelados a sua bagagem histórica de origem e a nova realidade restritiva e condicionado do local atual. Deste modo, as atividades praticadas pelos produtores em seus estabelecimentos agrícolas da APA do Gelado, devem estar relacionadas à uma produção modelada agroecológica. Sendo assim, a pesquisa está sendo estruturada no sentido de levar à compreensão do processo histórico do local, das formas de produção mais significativa e o desenvolvimento de uma pecuária ambientalmente correta de forma a dar uma nova identidade a pecuária local.


  • FRANTZDY LUC
  • Análise da Dinâmica Territorial no Haiti no período 1998 a 2019:  o caso da Comuna de Tabarre.

  • Data: 10/08/2023
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  • Nesta pesquisa, analisamos a dinâmica territorial, no período de 1998 a 2019, na comuna de Tabarre, no Haiti. O processo de dinâmica territorial nesta comuna e as suas implicações para a transformação do espaço urbano têm sido amplamente debatidos por vários autores, incluindo as autoridades locais, particularmente desde a sua criação em 2002. Este trabalho tem como objetivo caracterizar a comuna de Tabarre do Haiti e apontar as principais mudanças do uso da terra que podem ter implicado em processos de desenvolvimento do período considerado. Objetivando especificamente analisar da ocupação do solo com base em dados cartográficos no período de 1998 a 2019; identificar os fatores que contribuíram para as mudanças territoriais das zonas agrícolas resultando no desenvolvimento urbano e em detrimento às zonas agrícolas. Para elaboração deste trabalho, usamos uma metodologia com abordagem qualitativa ao analisar documentos e revisão bibliográfica de trabalhos acadêmicos e realizamos um trabalho de produção de mapas no Centro Nacional de Informação Geo-espacial (CNIGS). Os resultados mostram que a dinâmica territorial das duas últimas décadas foi caracterizada por uma onda de migração da população das principais cidades da área metropolitana de Porto Príncipe, alimentada pelo êxodo rural da população de outras cidades da província, acompanhada pelo desenvolvimento urbano não planejado. Os resultados do trabalho de cartografia realizado no CNIGS mostram uma dinâmica urbana menos significativa para o período de 1998 a 2002, mas de 2002 a 2019 esse desenvolvimento passou por uma grande mudança no uso da terra, principalmente após o terremoto de 12 de janeiro de 2010. Finalmente, esses resultados tiveram repercussões mais negativas do que positivas, o que nos permite entender que o processo de desenvolvimento urbano não levou em conta a reorganização do solo em Tabarre. Como resultado, a dinâmica territorial deve fazer parte da política pública por meio do planejamento estratégico, a fim de fazer melhor uso do espaço na área estudada.

  • RAFAEL BARROS DE SOUZA
  • AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE AGROECOSSISTEMASo caso do Assentamento Bacabal Grande no Munícipio de Bom Jesus do Tocantins- PA

  • Data: 08/08/2023
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  • Novas formas e lógicas familiares de desenvolvimento rural em assentamentos de reforma
    agrária têm surgido na agricultura familiar, marcados por princípios agroecológicos e ocupados
    em promover a sustentabilidade multidimensional de agriculturas de base agroecológica. Esses
    novos fenômenos de agricultura precisam ser analisados e compreendidos, do ponto de vista
    mais amplo, ou seja, para além do mérito produtivo. Nesse sentido, a pesquisa tem como
    objetivo analisar o grau de sustentabilidade ambiental e socioeconômica dos agroecossistemas
    – AGS no Assentamento Bacabal Grande no Munícipio de Bom Jesus do Tocantins no Sudeste
    do Pará. Para tanto, apoia-se da metodologia de avaliação de indicadores de sustentabilidade
    para sistemas agroflorestais desenvolvida por Passos (2008), adaptando-a aos agroecossistemas
    do assentamento. Aplicar-se - á o método em dez agroessistemas, considerando-se cinco
    critérios: produtividade, estabilidade, equidade, resiliência e autonomia; e em três dimensões:
    ambiental, econômica e social. Assim que os indicadores de sustentabilidade que forem
    mensurados, apontarão, então, a existência de diferentes níveis de sustentabilidade entre os dez
    agroecossistemas pesquisados. A metodologia de avaliação de agroecossistemas utilizada foi
    adaptada às realidades considerando as suas diversas dimensões, apoiando assim o
    planejamento, acompanhamento e avaliação da sustentabilidade de unidades produtivas da
    região. Por fim, embora esses agroecossistemas tenham uma mesma origem e arranjos, a
    condução de práticas adotadas pelos agricultores são importantes determinantes para a
    perenidade com sucesso dos mesmos. Em suma, espera-se como resultado do presente
    identificar e apresentar propostas visando o fortalecimento de aspectos sociais, ambientais e
    econômicos, por exemplo, a incorporação de novas tecnologias ou a integração com políticas
    públicas e ações de desenvolvimento em curso no território, que deverão ser acordadas com os
    demais atores envolvidos.

  • VANALDA GOMES ARAÚJO
  • RELAÇÃO ENTRE TERRITÓRIO E DINÂMICA POPULACIONAL DO POVO POVO SURUÍ-AIKEWARA

  • Orientador : BERNARDO TOMCHINSKY
  • Data: 28/07/2023
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  • Desde os primeiros contatos com os não indígenas, os Aikewara tiveram sua existência colocada em risco, por meio de um processo civilizatório violento e integrativo, quando foram quase dizimados, mas lutaram a partir de suas estratégias próprias para defender seus territórios contra os Kamarás. Os eventos que trouxeram este contexto são abordados ao longo deste trabalho, como incidência de novas doenças, conflitos com outros povos, perda do território tradicional, abuso do Estado, influência negativa da população local, impactos de grandes empreendimentos e obras de infraestrutura, desmatamento, redução da caça, incêndios florestais, insegurança alimentar, entre outros.

    Observa-se que com a demarcação do território na década de 1980, passa a ocorrer um crescimento exponencial da população, que embora garanta certa estabilidade, traz novos desafios, como o sobre uso dos recursos naturais em um território limitado e impactado, o surgimento de novas aldeias e conflitos internos e externos. Os Aikewara têm buscado equilibrar a preservação de sua identidade cultural e a sustentabilidade de seus territórios com as demandas e pressões do mundo externo e mudanças ambientais. O que faz parte dessa dinâmica territorial também percebida nesta pesquisa, são as formas dos indígenas em compreender a importância de relacionar educação, saúde e alimentação como elementos essenciais para o bem viver do grupo. 

  • ANA CRISTYANNE FERNANDES BONFIM
  • Projetos de vida de Jovens rurais: Educação do/no e para o campo e Agroecologia em experiências de Curso Técnico em Agropecuária no Ceará e no Pará.





  • Data: 28/07/2023
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  • A seguinte pesquisa traz como tema principal a Educação do/no e para o Campo como Projeto de Vida de Jovens Rurais mobilizado pelas instituições Escola Família Agrícola Dom Fragoso em Independência, no Ceará, e Instituto Federal do Pará campus rural, em Marabá, no Pará, através da Pedagogia da Alternância e Agroecologia. Ambas tecem relações no processo de ensino aprendizagem teórico-prático para a formação profissional, social e humana no Curso Técnico em Agropecuária (CTA). Objetivamos analisar e comparar as trajetórias sociais, formativas e profissionais das/os jovens rurais cursistas e egressos, através dos objetivos específicos: analisar e comparar os documentos orientadores das práticas pedagógicas formativas das instituições de ensino em questão para as/os jovens rurais; analisar os perfis profissionais e humanos construídos pelas/os jovens rurais com base nos projetos identificados através das entrevistas, questionário e dos projetos de Conclusão de Curso; e analisar e comparar os processos de reprodução social e profissional das/os jovens rurais na agricultura familiar e suas relações com a Agroecologia a partir dos vínculos com as instituições pesquisadas. Nossa pesquisa possui cunho social e científico, com análise qualitativa e quantitativa, métodos comparativo, bibliográfico e documental. O campo ocorreu de forma híbrida, com atividades presenciais e virtuais, aplicação de 38 entrevistas por pautas e 84 questionários aos cursistas e egressos do CTA. Logo, a Educação do/no e para o Campo traz importantes contribuições aos projetos de vida das/os jovens rurais, mobiliza uma aprendizagem significativa, contextualizada e interdisciplinar teórico-prática. Reconhece e valoriza a cultura camponesa através da Agricultura Familiar Agroecológica para maior produtividade, participação, geração de emprego, renda integradas a conservação dos recursos naturais e contribui para o Desenvolvimento Rural Sustentável desses estabelecimentos. Esse é um processo complexo e dinâmico já que traz como sujeitos as/os Jovens Rurais, uma categoria analítica relacional e heterogênea que enfrenta diversos enquadramentos na sociedade. Esses anseiam por emancipação, autonomia e visibilidade para seus projetos de vida e reprodução socioprofissional, limites geracionais do acesso à terra às condições básicas de vida na sucessão familiar e nos espaços urbanos e rurais. A identidade e reprodução desses jovens se dá nas relações de acesso e uso da terra, com maior influência sobre os jovens que residem nos espaços rurais há muitos anos com laços afetivos superiores à acumulação capital, no entanto, a questão socioeconômica representa limites e estratégias para sua reprodução. Para além de “ficar” ou “sair” do campo há um universo de escolhas que refletem possibilidades e entraves à reprodução das/os jovens rurais, como a identidade, educação e trabalho, que podem direcionar suas idas e vindas nos espaços rurais e urbanos. Portanto, consideramos que a Educação do/no e para o Campo e a Agroecologia têm grandes implicações sobre a reprodução socioprofissional e humana das/os jovens rurais, com ponto forte no Desenvolvimento Rural Sustentável, e demanda políticas públicas efetivas e adaptadas para esse espaço e para as famílias e comunidades que residem no meio rural no Brasil.

  • ELANE PEREIRA BRITO
  • “COM AS TRANÇAS EU ME TORNO MAIS NEGRA”: Experiências estéticas e políticas de mulheres trançadeiras em Marabá.

  • Data: 27/07/2023
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  • Desde os tempos mais remotos em que as historiografias de registros dos cabelos sempre foram para os povos de origem africana um símbolo político de identidade e de manifestação de uma estética e de expressões corporais próprias. Neste contexto o trabalho de mulheres que cuidam e manipulam os cabelos e em especial as trançadeiras ou trancistas também remontam a vários séculos de história, sendo uma atividade eminentemente feminina. De maneira mais contemporânea em sociedades ocidentais em que os povos africanos foram fundamentais para a sua constituição tais como a norte americana, a jamaicana e a brasileira existiram e existem movimentos importantes em que os cabelos é um elemento fundamental dessa identidade negra ou afro, tais como o Movimento Black Rio ocorrido no Brasil entre as décadas de 1960 e 1970, os movimentos rastafáris da Jamaica. Nas últimas décadas com o fortalecimento de movimentos sociais, a institucionalização de políticas de ações afirmativas, as frequentes agendas públicas em que as questões raciais tem pautado o debate público, a circulação cada vez mais de informações por meios digitais, isso de certa maneira tem feito com que ideias e visões de mundo a partir de uma perspectiva negra ou afro circulem e cheguem a mais lugares e ambientes. Neste sentido o presente trabalho tem por objetivo de pesquisar as práticas profissionais e experiências estéticas e políticas de mulheres trançadeiras no município de Marabá estado do Pará. O trabalho dessas mulheres é de fundamental importância para a reprodução, difusão e afirmação de valores político, estéticos e identitários negros ou afros da comunidade local. Esta dissertação foi construída sobre a perspectiva de uma abordagem metodológica qualitativa utilizando-se de técnicas de pesquisa como a bibliográfica e a realização de entrevistas. De maneira mais especifica o trabalho discute questões teóricas como estética negra ou afro, expressões corporais negras, identidade negra, cabelos e penteados afros e mulheres trançadeiras. Em grande medida constatou-se que as mulheres que participaram da pesquisa se tornaram trançadeiras por não encontrarem no mercado predominante de estética produtos e profissionais especializados em cabelos afros. Além disso, as mulheres trançadeiras passaram a se profissionalizar neste oficio, transformando-as ideologicamente, esteticamente e politicamente para visões de mundo que valoriza e incorpora de maneira mais sistemática elementos culturais de origem e influência africana.

  • RAFAEL SOUZA GUIMARÃES
  • TURISMO E DESENVOLVIMENTO NA AMAZÔNIA: REFLEXÕES A PARTIR DA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS

  • Orientador : EDMA DO SOCORRO SILVA MOREIRA
  • Data: 27/07/2023
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  • Esta dissertação tem como objetivo refletir sobre a construção do turismo ecológico na Floresta Nacional de Carajás (Flona Carajás), localizada no sudeste do estado do Pará, na região de Carajás, que surge como alternativa de prática sustentável na natureza em um território de interesses contraditórios e com intensos conflitos socioambientais, fruto das políticas de desenvolvimento implementadas pelo Estado na Amazônia a partir da década de 1960. No processo de reprodução do capitalismo, a natureza é apropriada como uma mercadoria, sendo ele o responsável pelos conflitos socioambientais da modernidade. As Unidades de Conservação (UCs), representam a tentativa de proteção da biodiversidade e manutenção de um ambiente equilibrado na sociedade industrial, mas também reforçam o controle desses territórios pelo Estado, que imerso em uma relação de colonialidade, reproduz uma visão antropocêntrica de dominação e de exploração da natureza. A Flona Carajás se divide em objetivos controversos entre a conservação, a exploração mineral e o uso sustentável da natureza por meio do turismo ecológico. O trabalho parte de uma abordagem qualitativa, a fim de refletir o contexto socioambiental de formação da Flona Carajás e de sua recente relação com turismo. Como referencial teórico, foram levantadas categorias como: turismo ecológico (PIRES, 2000), desenvolvimento (SANTOS at al., 2012), conflitos socioambientais (ACSELRAD, 2004) e colonialidade do poder (QUIJANO, 2005). Para coleta de dados foram analisados documentos técnicos, visitas in loco entre os anos de 2018 e 2021, participação de reuniões remotas do Programa de Uso Público da Flona Carajás, realizadas entre os anos de 2021 e 2022, além de entrevistas semiestruturadas com os atores sociais chaves neste processo de formação do turismo ecológico. Conclui-se que o turismo ecológico na Flona Carajás, pode contribuir para o maior acesso da população aos bens naturais, com a conservação da natureza e redução das desigualdades sociais. Porém, o discurso ecológico para atender os interesses mercadológicos, pregado por alguns atores sociais, pode ocultar conflitos socioambientais já existentes.

  • JOANA SIMONY DE SOUZA DE LIMA
  • O MOVIMENTO SINDICAL APÓS A REFORMA TRABALHISTA: o caso do Simetal – Marabá

  • Data: 25/07/2023
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  • A origem dos sindicatos remonta ao início na Revolução Industrial no século XVIII, ainda na fase de transição da manufatura para a maquinofatura, período este, marcado pela exploração da mão-de-obra trabalhista, a qual era recompensada com míseros salários somados a péssimas condições laborais. Ante tais circunstâncias, os trabalhadores se organizaram para lutar pelos seus direitos, dando origem a estas entidades predecessoras da organização e sistematização das leis trabalhistas. Os sindicatos como organizações umbilicalmente ligadas ao processo de resistência e luta na proteção do trabalhador continuam sendo de grande importância para o equilíbrio na vertical relação empregador/empregado, enquanto aquele
    detém os meios de produção e posse do capital, este apena dispõe da sua força de trabalho. No
    Brasil, o sindicalismo passou por diversos momentos desde sua origem e consolidação, estando atualmente em uma fase delicada, marcada pelo descrédito, sendo isto, resultado do avanço de políticas neoliberais, tem-se como exemplo deste processo a edição da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), cujas previsões legais afetaram profundamente os sindicatos, tal dispositivo pôs fim a obrigatoriedade do imposto sindical (principal fonte de custeio destas entidades) além de desobriga-las de atuarem junto aos trabalhadores nas
    negociações com o empregador, tais medidas são consideradas precursoras do esfacelamento destas instituições, as quais, para não ter seu fim decretado precisam dispor de maneiras que permitam a sua continuidade. Nessa perspectiva, o presente estudo levanta o seguinte questionamento: Como o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicasde Material Elétrico, Eletrônico e de Informática do Município de Marabá – Simetal, tem reexistido após a Reforma Trabalhista? Ressalta-se que tal entidade sindical é de grande relevância para a região pois atua em prol dos interesses da mais numerosa categoria de empregados do município de Marabá – PA, visto que o setor siderúrgico e metalúrgico compõe a principal atividade econômica deste município. O estudo traz um recorte acerca da real situação deste sindicato, apresentando reflexões quanto aos impactos da Reforma Trabalhista para as entidades sindicais e o trabalhador, demonstrando assim, sua relevância social. Objetivou-se, portanto, analisar tal processo de permanência pelo Simetal, descrevendo seu contexto de consolidação e atuação sindical além das ações e mecanismos utilizados atualmente para se manterem. Para obtenção dos resultados os procedimentos metodológicos adotados foram a pesquisa bibliográfica, documental e de campo, através da aplicação de questionários semiestruturados aplicados aos dirigentes do sindicato e aos trabalhadores sindicalizados. Os resultados indicam que a percepção dos trabalhadores sindicalizados é de que a atuação do Simetal-Marabá é precária e regular desde antes da reforma trabalhista. Além disso, verificou-se que na prática o Simetal-Marabá é pouco atuante, de forma que após a reforma a entidade enfraqueceu-se diante da ausência de recursos e lideranças sindicais mais proativas.

  • RAMON JOSE PINHEIRO SOUZA
  • OS DESLOCAMENTOS INDÍGENAS: Os Warao em Parauapebas

  • Data: 25/07/2023
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  • Esta dissertação de mestrado aborda os indígenas Warao no que diz respeito aos deslocamentos que empreendem dos seus territórios originários na Venezuela até o Brasil, com destaque para aqueles que se direcionaram para o município de Parauapebas, localizado no sudeste do estado do Pará. Para tanto, foi necessário revisitar os debates teóricos sobre conceitos e categorias teóricas geralmente acionadas para explicar suas expedições e que teimam em identificá-los como migrantes ou refugiados. Em seguida, passamos a abordar os conflitos socioambientais vividos ainda em seus territórios originários que foram determinantes
    para que eles se lançassem em viagens que os levaria tanto para os centros urbanos da Venezuela quanto a outros países vizinhos dos quais o Brasil parece ser o mais procurado. Acompanhando esses deslocamentos, procuramos apresentar mais detalhadamente as dinâmicas desses deslocamentos, o papel dos diferentes
    membros da família, o protagonismo das mulheres e as atividades a que se dedicam nas novas terras onde chegam. Por fim, por meio de uma etnografia, trazemos ao final elementos importantes para pensar os sentidos de seus deslocamentos.

  • TAMIRES PEREIRA VIEIRA
  • JUVENTUDES E ESCOLA: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO MÉDIO NA AMAZÔNIA A PARTIR DOS JOVENS ESTUDANTES RURAIS DA VILA SÃO RAIMUNDO DO ARAGUAIA, PARÁ.

  • Data: 21/07/2023
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  • A construção da juventude enquanto uma categoria social analítica demonstra a sua construção social representada em determinado tempo histórico, sendo está uma categoria plural permeada de ideologias consequente de disputas. No bojo desse debate se constitui a categoria da juventude tendo sua relação intrínseca com a família camponesa a partir dos laços, reprodução e sucessão, assim como, na dinâmica com o trabalho enquanto elemento constituidor de sua identidade social. Neste sentido, engrossando esse caldo constituinte da juventude rural temos a escola como instituição do poder tal como a família responsável por ampliar, projetar ou reprimir os projetos desses respectivos sujeitos. Os jovens rurais estão na centralidade do debate quando se pensa a escola de ensino médio pois coincide com o seu ingresso nessa modalidade de ensino. A escola rural será palco das disputas acerca dos projetos que a conformam, os camponeses que historicamente protagonizaram a luta pela terra e pela escola, pela vida nos territórios versus o Estado com suas ações ou inações reproduzirá uma educação rural. Tais projetos conformam a Amazônia neste sentido o sudeste paraense tornando-se o foco de nosso estudo que tem por objetivo analisar a relação juventude e escola discutindo sobre o ensino médio na Amazônia a partir dos jovens rurais da Vila São Raimundo do Araguaia. Este trabalho partiu de uma abordagem qualitativa a partir de uma pesquisa exploratória e pesquisa explicativa que se destrinchou a partir de entrevistas e questionários. As entrevistas foram realizadas com jovens estudantes rurais do terceiro ano da Escola Estadual de Ensino Médio José Martins Ferreira localizada na Vila São Raimundo do Araguaia município de Brejo Grande do Araguaia estado do Pará. Analisar se os jovens rurais constituem projetos de vida
    mediatizados pela/com a escola assim como, se a escola poderá ser recriada por meio desses sujeitos remontam nossas reflexões.

  • LAÍS ALVES DOS SANTOS
  • MARIAS EM MOVIMENTOS:

    O corpo-território a partir da r-existência das mulheres acampadas em Canaã dos Carajás (PA)

  • Data: 19/07/2023
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  • Esta pesquisa é sobre mulheres em movimentos impactadas pela mineração no município de Canaã dos Carajás, especialmente, sobre a r-existência protagonizada por elas. Analisamos como o conflito territorial entre a grande mineração e as (os) acampadas (os) é parte constitutiva do corpo-território dessas mulheres. Adotamos uma abordagem de pesquisa qualitativa, tendo como metodologia a história oral (ALBERTI, 2019). Além disso, realizamos um levantamento e análise bibliográfica, seguidos de alguns trabalhos de campo, registros fotográficos, bem como, analisamos algumas narrativas retiradas de fontes secundárias. Neste trabalho, todas elas são chamadas de Maria, e mais um complemento escolhido por elas. Como referencial teórico, dialogamos com Malheiro (2019, 2020, 2021), que nos auxilia a compreender a mineração como um processo de territorialização, com Butler (2015, 2019) para discutir sobre o estado de vulnerabilidade e precarização que essas mulheres são colocadas a partir de múltiplas opressões, ressaltando a intersceccionalidade que cruza esses corpos (COLLINS, BILGE, 2021). Dialogamos com algumas autoras a partir da concepção de corpo-território (CHAVES, 2021; CABNAL, 2013; CRUZ et al., 2017 e SEABRA, 2021) e enfatizamos que o mundo “produzido pela mineração” não reconhece a reprodução do corpo-território das mulheres (FEDERICI, 2019). Contudo, como resultado deste trabalho, observamos que a luta contra a mineração é protagonizada pelas mulheres, que além de precisarem travar uma luta de classes, enfrentam as desigualdades de gênero até nos movimentos sociais. Apesar dessas contradições de origens patriarcais, afirmamos que no município de Canaã dos Carajás, a luta pela terra e em defesa do corpo-território se consolida a partir das políticas protagonizado pelas mulheres em movimentos. Marias, são mulheres que, no cotidiano de enfrentamentos, iniciam um projeto político despatriarcalizador em um território da mineração.

  • OSMAR CIDIL BATISTA VALVERDE
  • o conhecimento ecológico e a costura com o etnodesneovlvimento local: uma abordagem a apartir dos pescadores e pescadoras de são geraldo do araguaia - Pará

  • Data: 17/07/2023
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  • A questão central da pesquisa consiste em investigar de que maneira os conhecimentos ecológicos de pescadores e pescadoras do Baixo Araguaia sobre a pesca de pequena escala se articulam e potencializam um processo de etnodesenvolvimento local. Pretende-se dialogar com aspectos ligados à construção de uma sociedade harmônica para que não sobressaiam os conflitos vivenciados por essas unidades familiares de pescadores (ACOSTA, 2019).

    Nesse sentido, a ideia da pesquisa é investigar sobre os saberes ecológicos locais que são mobilizados na atividade da pesca. Pretende-se também colaborar com o registro dessas práticas e saberes, a fim de referenciar demais produções acadêmicas direcionadas à temática na Amazônia. Ainda, o trabalho tem a intenção de, a partir dos resultados, auxiliar os pescadores e pescadoras no direcionamento das tomadas de decisões para superar as dificuldades da produção pesqueira, chamando a atenção para a possibilidade de reforçar o etnodesenvolvimento local (STAVENHAGEN, 1984; LITTLE, 2002).

    Este trabalho tem com objetivo geral 

    Analisar a dinâmica dos saberes ecológicos e a dinâmica da pesca de pequena escala e esportiva no Baixo Araguaia compreendendo como tais saberes se amalgamam com os interesses e articulações com o desenvolvimento local. 

    Objetivos específicos 

    a) Apontar os conflitos históricos que estruturam as lógicas sociais de ocupação e significação do espaço na região sudeste do estado do Pará. 

    b) Evidenciar os saberes ecológicos mobilizados pelos ribeirinhos nas práticas de pesca

    c) Identificar o processo de territorialização ribeirinha a partir do delineamento das práticas pesqueiras e extrativismo em São Geraldo do Araguaia.


  • LUCIANA RODRIGUES CHAVES DA SILVA
  • O trabalho escravo contemporâneo e os efeitos da condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos: o caso da Fazenda Brasil Verde, Sul do Pará.

  • Data: 28/06/2023
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  • Não consta.

  • LARISSA GABRIELE DA COSTA TAVARES
  • INSTITUTO DA MELHOR POSSE: UMA ANÁLISE SOCIOJURIDICA DAS DECISÕES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ

  • Data: 16/06/2023
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  • A realização da pesquisa tem a finalidade de identificar como o Tribunal de Justiça do Estado do Pará interpreta a posse em conflito coletivo rural em áreas públicas a partir da análise de decisões judiciais emitidas pelo tribunal, após posicionamento emitido pelo Superior Tribunal de Justiça em 2016 que passou a permitir o exame da posse em ações dessa natureza, o procedimento metodológico utilizado é a pesquisa qualitativa, por permitir a análise dos dados associada a discussão teórica do tema a partir da revisão bibliográfica e análise documental, delimitando-se o estudo proposto para as ações judiciais em tramite no tribunal provenientes da Vara Agrária de Marabá, proferidas após a decisão do Tribunal Superior, com isso aborda-se, ao longo da dissertação, o histórico ocupacional da Amazônia, com foco na relação que se estabeleceu entre os atores sociais e a terra, o exercício da posse e o surgimento dos conflitos e violência no campo, perpassando pelo surgimento dos movimentos sociais, processos de luta e resistência e o protagonismo do judiciário ao ter que solucionar essas questões ante a ineficiente atuação estatal, o instituto da posse foi tratado ao longo da pesquisa, com fim de expor a evolução do conceito e as mais recentes interpretações que agregam elementos da Constituição Federal, dos direitos humanos e aspectos sociais, ao final, trata-se da judicialização dos conflitos, retratando a relação do Poder Judiciário com as demandas sociais, discutindo o papel do judiciário enquanto membro da estrutura estatal, sujeito a sofrer influência político- ideológica em sua atuação, a decisão do Tribunal Superior também foi trazida para este trabalho, expondo-se os pontos mais importantes da mudança de entendimento e critérios estabelecidos para o exame de casos semelhantes, todos esses elementos foram trabalhados e discutidos a fim de subsidiar a análise dos resultados, identificando-se que a interpretação da posse, pelo TJ/PA, ainda é prioritariamente vinculada a atividade meramente econômica e que o conteúdo das decisões expressa um posicionamento tradicionalista com fim de resguardar a propriedade privada.

  • GILBER PAOLO ZAMORA BRINGAS
  • PROJETOS DE INVESTIMENTO PÚBLICO EM RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA:  EXPERIÊNCIA DENTRO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL SUSTENTÁVEL, INCLUSIVO E COMPETITIVO NA AMAZÔNIA PERUANA

  • Data: 28/03/2023
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  • O presente trabalho consiste numa descrição básica dos principais acontecimentos na história do movimento agroecológico no Peru no período 1980 a 2015, através da pesquisa bibliográfica e documental baseada principalmente em artigos, livros e atos administrativos normativos. O objetivo é destacar os principais eventos da história deste movimento social, sua incidência política e a possível materialização desse esforço coletivo na inclusão da Agroecologia no cenário político peruano, com a recente criação da Direção Geral de Desenvolvimento Agrícola e Agroecologia (DGDAA) como parte da reestruturação do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru (MIDAGRI) em março de 2021. A consolidação do Conselho Nacional de Produtos Orgânicos (CONAPO) como ente assessor e consultivo do MIDAGRI, apesar do tempo que passou entre sua constituição (2001-2003) e a sua “operabilidade” (2012 em diante), significou a concretização do trabalho conjunto e articulado entre o Estado e os pequenos produtores ecológicos organizados para o planejamento de políticas públicas de fomento e promoção da produção orgânica ou ecológica no Peru. 

  • EDNALVA LIMA CARMO
  • A CIDADE NA FRONTEIRA DA AMAZÔNIA: MINERAÇÃO E PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM CANAÃ DOS CARAJÁS-PARÁ

  • Data: 13/01/2023
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  • O crescimento vertiginoso de Canaã dos Carajás a partir da mineração levanta inúmeras questões sobre a relação entre as políticas públicas e os royalties. Assim, a pesquisa tem por objetivo compreender a produção do espaço urbano na fronteira da Amazônia a partir das políticas públicas implementadas com recursos da mineração em Canaã dos Carajás-PA. A questão problema é como a gestão pública municipal apropria-se dos recursos provenientes dos royalties da mineração para efetivar políticas públicas que operam na produção do espaço urbano de Canaã dos Carajás? A exploração mineral das minas do Sossego (2004) e posteriormente S11-D (2016), mudaram a produção do espaço urbano de Canaã dos Carajás-PA, a cidade é fruto de um projeto de assentamento que tinha como base a agricultura familiar e o rural como principal foco de ocupação. A atividade mineradora alterou o processo de produção do espaço, trazendo o foco do rural para o urbano, passando de um assentamento isolado na Amazônia para conectar-se ao mundo e aos seus fluxos globais. O período a ser considerado para análise será entre 2000 e 2020 (vinte anos). Nesse período houve uma expressiva expansão do espaço urbano de Canaã dos Carajás. O foco desta pesquisa será em analisar como a gestão pública municipal vem se apropriando dos recursos provenientes da mineração para a efetivação de políticas públicas que operam na produção do espaço urbano de Canaã dos Carajás. Com este trabalho pretende-se trazer algumas contribuições teórico-metodológica para pensar a urbanização na fronteira e em cidades profundamente vinculadas à mineração, visto que precisamos fazer um resgate histórico de uso e ocupação deste território, para depois entendermos como a atividade mineradora, remodelou os espaços, dando-lhes novas funções.

2022
Descrição
  • ALINI OLIVEIRA DOS SANTOS
  • DINÂMICA DO DESFLORESTAMENTO, USO E COBERTURA DO SOLO NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS

  • Orientador : ANDREA HENTZ DE MELLO
  • Data: 14/10/2022
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  • As estratégias geopolíticas e projetos de desenvolvimento  da região sudeste paraense promoveram mudanças no modelo exploratório da região Amazônica. O município de Canaã dos Carajás, localizado na região sudeste paraense tem sido alvo de interesse nacional e internacional devido possuir uma das maiores produções de minério do mundo, tendo passado por intensas transformações econômicas, sociais e culturais ao longo dos últimos anos. A nova dinâmica local causou profundas mudanças nas relações socioeconômicas e desmatamento do município.  Partindo da premissa de que os impactos  socioambientais  que  vêm ocorrendo em Canaã dos Carajás são decorrentes em virtude das estrategias de ocupação e uso do solo para diferentes fins, e que a expansão das atividades extensivas de uso do solo desordenada acarretou em  uma grande perda de cobertura florestal e significativos impactos socioambientais no território, esta dissertação teve como objetivo realizar a análise temporal e espacial de uso e cobertura do solo no município de Canaã dos Carajás buscando entender o processo de desmatamento no municipio e analisar as dinâmicas socioambientais e econômicas ao longo do tempo. A análise temporal permitiu identificar o aumento do desmatamento na área de floresta, observando  alterações na paisagem nos anos seguintes à emancipação do município e posterior a incorporação da atividade de mineração na sua  economia. A mudança dos  sistemas produtivos foram acompanhados das modificações territoriais ao longo do tempo no município e estão  provocando danos ambientais irreversiveis bem como  impactos socioecônomicos e sociais aos que detem menor poder de produção.

  • SIMONE ALVES MARTINS
  • AgronegÓcio no SudeSte Paraense: o caso da Fazenda Santa Tereza

  • Orientador : EDMA DO SOCORRO SILVA MOREIRA
  • Data: 30/09/2022
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  • O agronegócio se reproduz por meio de uma economia de mercado imbricada com uma política territorial, nacional e internacional, regulada pelo Estado, obedecendo a uma demanda externa de produtos e atividades. Neste sentido, para este projeto de economia e de sociedade se reproduzir e se expandir a terra continua sendo primordial, inclusive terras públicas, como no caso da Fazenda Santa Tereza, no Sudeste do estado paraense. Essa fazenda fazia parte do “Polígono dos Castanhais” que foi apropriado por famílias que exerciam influência econômica e política no sudeste paraense, as Elites Rurais. Este trabalho objetiva analisar a disputa da Fazenda Santa Tereza como uma expressão do agronegócio no Sudeste paraense, que para se territorializar e exercer poder constrói uma rede sociopolítica complexa na região, envolvendo o Estado e o sistema judiciário agrário. Para desenvolver essa análise tomaremos como caminho metodológico o estudo de caso tendo como instrumento de investigação a pesquisa documental, sobretudo o processo: “Resgate de aforamento - ITERPA Fazenda Santa Tereza (Marabá)”, nº 2011/76613, que suscita a disputa da terra por Rafael Saldanha. Utilizaremos ainda as análises e reflexões de autores como Marília Emmi (1987), Jean Hebette (2004), Guilherme Delgado (2013), Gerson Teixeira (2013), Regina Bruno (2010) e Aníbal Quijano (2005). A pesquisa documental, bem como o referencial teórico nos conduziu para a reflexão de que o Estado atua de maneira a permitir e facilitar a apropriação de terras públicas em uma relação em rede com os representantes do agronegócio, a exemplo das Elites Rurais. A Fazenda Santa Tereza, ainda em disputa, é exemplo de estratégia em rede do agronegócio que se legitima como modo de produção e de vida pela sua construção de hegemonia.

  • MONICA DE ALMEIDA VASCONCELO
  • ENTRE BRASAS, CHOQUES ELÉTRICOS, SIGILOS E FOME: REMINISCÊNCIAS DA GUERRILHA DO ARAGUAIA NO MUNICÍPIO DE BREJO GRANDE DO ARAGUAIA/PARÁ

  • Data: 22/09/2022
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  • O estudo pretende contribuir para a ampliação da consciência histórica sobre barbáries, a partir de lugares da memória de “vencidos” da Guerrilha do Araguaia: ex-guias, indígenas, pessoas torturadas e familiares de vítimas. Consciência histórica compreendida como processo que articula passado, presente e futuro, para fins de reinterpretação de experiências vivenciadas e orientação às expectativas do futuro. As motivações da pesquisa e o problema partem de vivências coletivas da pesquisadora com a temática em situações cotidianas e na atuação docente. Por que reminiscências de testemunhas da Guerrilha do Araguaia tornam-se “desmemória” no ensino de escolas públicas do município de Brejo Grande do Araguaia/Pará? Na fabricação de consensos ou de memória consensual coletiva, na manipulação de informações políticas e nas práticas da impunidade residem as políticas de esquecimento violento, no município. “Metodologicamente, serão realizadas revisões bibliográficas e entrevistas sob a orientação da História Oral. As informações alcançadas serão objeto de reflexão propositiva e diálogo com a Secretaria Municipal do município de Brejo Grande do Araguaia para a importância e a necessidade de se elaborar "políticas de memória", em processos pedagógicos, que se contraponham às "políticas de esquecimento". São urgentes à interlocução desejada: a abertura e melhor visibilidade de arquivos (vivos ou documentais) da época; criação de estratégias de reparação moral e material às vítimas e o fomento para a institucionalização das memórias das vítimas.

  • RODRIGO BRUNO DE SOUSA
  • REDE SOCIAL, RELIGIÃO DIGITAL E “NEGACIONISMO”: REFLEXÕES SOBRE O MOVIMENTO PENTECOSTAL EM PARAUAPEBAS EM CONTEXTO DE PANDEMIA

  • Data: 12/09/2022
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  • A Dissertação tem como objetivo analisar as múltiplas interpretações elaboradas em 3 perfis da rede social Facebook da igreja evangélica da Assembleia de Deus – Missão no contexto da pandemia de covid-19 na cidade de Parauapebas. A partir da questão: Qual (is) sentido (s) construído (s) sobre a pandemia do novo corona vírus no perfil da rede social da igreja evangélica Assembleia de Deus? A pesquisa adota a metodologia o instrumento da pesquisa etnográfica, mais detidamente chamada Netnografia que em um básico entendimento consiste em realizar pesquisa através rede social escolhida, incursões antropológicas coletando e analisando interações virtuais. Buscou-se demonstrar que o município de “Parauapebas é uma cidade do senhor Jesus”, com dados, informações e situações (publicações, matérias, manifestações, entre outras) ocorridas neste imaginário socio-religioso que se faz presente, tendo em vista o alinhamento intencional ou não, entre parcela significativa deste eleitorado evangélico com grupos econômicos interessados na ocupação e exploração de territórios. Diante de um vírus externo, invisível acompanhei a pressão deste imaginário desenvolvimentista e ao mesmo tempo fundamentalista se impondo às pessoas no cotidiano da cidade. As mortes e leitos lotados foram minimizados e mesmo quando o poder público aderiu às normas de distanciamento e protocolos científicos parte significativa da população resistiu ao uso de máscara e aos bandeiramentos determinados pelo governo estadual.

  • RAISSA LADISLAU LEITE
  • BRECHAS & ARTESANIAS:

    Dinâmicas de resistência de mulheres negras artistas em Marabá, Pará

     

  • Data: 30/08/2022
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  • Atualmente o debate sobre as mulheres negras está em evidência em diferentes espaços e esferas da sociedade, seja nos debates políticos, sociais, ambientalistas ou culturais, ou ainda nas esferas acadêmicas. Este trabalho tem como tema, os processos de resistência de mulheres negras artistas em Marabá. Sendo assim, objetiva apresentar a potência de suas trajetórias, práticas e discursos de confrontação quando estas assumem posturas que questionam os padrões sociais – como os de raça e gênero – acionando a interseccionalidade como ferramenta para evidenciar como se posicionam no contexto de uma sociedade racista e patriarcal. Desse modo, entender como tais mulheres buscam modos de constituição de liberdades, os aspectos de como se percebem e se afirmam como mulheres negras, e como mulheres artistas é determinante. Sendo que, os aspectos narrados de suas produções artísticas foram postos em evidência, e essas práticas sugerem que estas se configuram como práticas artísticas de resistência. A metodologia adotada foi a história oral, com a técnica de entrevista de história de vida, e com a seleção de trechos significativos para a análise. O aporte teórico dos processos de subjetivação como resistência, feminismo negro, práticas artísticas se fundamentam em RIBEIRO, 2017; KILOMBA, 2019; hooks, 2020; e para pensar a doloridade e interseccionalidade dialogamos com PIEDADE, 2017; LORDE, 2019; AKOTIRENE, 2019; COLLINS, 2016; CARNEIRO, 2011. Como resultados observou-se nos contextos das narrativas das histórias de vida, os sentidos dos processos de descoberta, identificação e reafirmação como mulheres negras artistas. Nesse sentido é importante mencionar que este trabalho aborda narrativas orais de Vanda Melo, Gracinha Donato e Elena Borges, mulheres negras artistas em Marabá. Percepção que num primeiro momento aponta como cada uma das narradoras anuncia representações de si, e de como vão se elaborando no relato sobre a importância das relações sociais estabelecidas em suas vivências e que por meio das relações, começam a se perceber como negras. Consideramos também as percepções e significados atribuídos ao fazer artístico em suas trajetórias, no caso de Vanda nos seus percursos formativos e autoformativos com os movimentos sociais, na construção de coletivos de cultura, e as aproximações com as discussões e identificação como sujeita do debate étnico-racial e de gênero. E que em Gracinha observamos na atuação artística com a militância cultural ao longo de sua trajetória e atuação nos movimentos sociais da luta pela terra e contra a mineração. E em Elena na experiência que desdobrou-se em práticas artesanais com base muitas vezes no que pode ser encontrado em sua casa e quintal,  isto é, matéria prima natural que não cause impacto ambiental, imprimindo assim sentidos de um artesanato artístico de coexistência entre ela e o planeta. Além de perceber como as experiências dessas artistas vão elaborando suas leituras de mundo, e indicando os significados  que a arte tem para cada uma delas, sendo eles: a arte que corta apontada por Vandinha, a arte que transforma indicada por Gracinha a arte política sinalizada por Elena, evidenciando deste modo a complexidade de suas relações com as práticas artísticas de resistência.

  • ADELAIDE SEVERINO DO NASCIMENTO
  • A festa do milho na aldeia Gavião Kyikatêjê: reflexões e diálogos no processo intercultural

  • Data: 30/08/2022
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  • Este estudo tem como foco a interculturalidade no contexto escolar indígena, e tem como objetivo central apresentar a importância e o significado da festa do milho, como proposta de reflexão e diálogos no processo de educação intercultural da aldeia indígena Gavião Kyikatêjê, tomando como centro da investigação a festa do milho realizada no ano de 2020, abordando a inserção de conteúdos que utilizem as vivências indígenas dos moradores da aldeia Gavião Kyikatêjê no processo de escolarização de estudantes dessaa aldeia. Para tanto, utilizamos, na constituição de dados, métodos qualitativos com enfoque na observação participante, rodas de conversa e entrevistas. Para analisar os dados buscamos apoio na técnica de Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin (1977), descrita como um método empírico, dependente do tipo de fala a que se dedica e do tipo de interpretação que se pretende como objetivo. Os resultados mostraram-nos a possibilidade de inserção dos conteúdos culturais da tradição Gavião Kyikatêjê, em especial da festa do milho, como conteúdo escolar interdisciplinar, propiciando o alinhamento do currículo escolar com a legislação pertinente à educação escolar indígena. Com base nos resultados, concluímos que é possível a adoção da interculturalidade como proposta pedagógica na escola indígena Tatakti Kyikatêjê, em uma educação escolar que respeite o modo de ser e viver do povo Gavião Kyikatêjê.

  • ANTONIETA SOUZA RAMOS
  • DISCURSOS  SOBRE/DA LOUCURA EM MULHERES  COM SOFRIMENTO MENTAL

  • Data: 29/08/2022
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  • Este estudo tem por objetivo analisar, nas narrativas de mulheres com sofrimento mental atendidas pelo CAPS II Marabá, as relações entre a produção de verdade sobre loucura e gênero e a produção de uma biopolítica, organizando-se em torno da seguinte questão: como se relacionam nas narrativas de mulheres com sofrimento mental, os saberes produzidos sobre loucura e gênero e a produção de uma biopolítica?.  Compreendendo que a história da mulher na humanidade foi construída a partir de práticas segregadoras e desiguais, dentro de uma sociedade patriarcal que perdura até os dias atuais, o estudo debate a produção de verdade sobre gênero e loucura na sociedade patriarcal, contextualiza as políticas de saúde mental no Brasil e por fim analisa, nas narrativas de mulheres que passaram por atendimento à saúde mental, marcas da biopolítica em que tais verdades são mobilizadas. Para tanto, se ampara nos estudos foucaultianos, considerando a produção de verdades sobre loucura e gênero, conforme a relação de saber/poder predominante na sociedade, o poder disciplinar que se organiza nessa relação e a produção de uma biopolítica que organiza a vida das mulheres com sofrimento mental. O corpus foi constituído por enunciados extraídos das narrativas de seis mulheres em atendimento ou já atendidas pelo CAPS II, obtidas através de entrevistas não-estruturadas. O material analisado permitiu a organização de seis categorias empíricas: a) as contradições entre as situações reais vividas pelas mulheres no que se refere a pertencimento familiar e as expectativas sociais de família internalizadas por elas; b)as contradições entre as próprias experiências corporais e as expectativas de corpo idealizado; c) o questionamento da validade das próprias percepções do real; d) as injunções externas que garantem a disciplina relativas ao poder/saber; e) evidências de tutela associadas à negação dos direitos básicos; f) as estratégias de sobrevivência e retomada/produção da própria existência, entendidas como práticas de si . Conclui-se que  as noções de loucura e de gênero se produzem de modo complementar, sendo que  relação tutelar da medicina para com a pessoa em sofrimento mental  é potencializada pela relação tutelar a que se submetem com relação ao homem. A política em vigor no Brasil, concentrada na reabilitação e reinserção social, enfrenta as elaborações arcaicas acerca da loucura, evidenciadas pela rejeição da sociedade às mulheres marcadas com a pecha de “loucas”. No campo da ética, aceitar o lugar de gênero que está estabelecido pelo patriarcado pode ser a condição para recuperar um lugar no mundo, porque pelo menos é um lugar, comparado à morte parcial a que as condena a situação de sofrimento mental. No entanto, são narrados também passos curtos e cuidadosos na direção de ganhar o próprio sustento, recuperar a guarda dos filhos, retomar os estudos, afastar-se de circunstâncias que podem torná-las mais doentes; tais passos podem produzir uma ética de si que produzam saúde para além dos limites do controle pela medicação, na direção da fruição da cultura, do lazer, da educação, do direito de estar plenamente vivas.

  • BRUNA RAFAELLA COVRE VIEIRA
  • TERRITÓRIOS DE MERCADO E TERRITÓRIOS DA EXCLUSÃO EM MARABÁ: TENDÊNCIA À LÓGICA SOCIOESPACIAL FRAGMENTÁRIA?

  • Data: 23/08/2022
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  • Este trabalho tem como objetivo geral compreender, a partir do conceito de território, como a dinâmica urbana recente de Marabá proporcionou a criação de territórios de mercado e territórios da exclusão, bem como cotejar pontos de ruptura entre estes territórios que levam à fragmentação socioespacial. Os Territórios de Mercado podem ser entendidos como áreas da cidade que têm um grande interesse mercadológico tanto para especulação imobiliária como para implantação de empreendimentos que atraiam um público de alto poder aquisitivo. Já os territórios de exclusão são espaços desprovidos de infraestrutura básica, com pouca oferta de serviços e comumente desprezados pelo Mercado Imobiliário. Esses diferentes territórios aumentam as formas de diferenciações na cidade, que culminam na segregação e na fragmentação socioespacial, que pode ser entendida como uma ruptura entre os diversos grupos sociais. A cidade de Marabá, localizada no sudeste do Pará, teve sua formação ligada aos ciclos econômicos e aos grandes projetos que contribuíram para a formação desses territórios, especialmente após o anúncio da chegada da ALPA, que juntamente com o PMCMV, impulsionaram o mercado imobiliário, que lançaram uma série de novos empreendimentos, em uma escala inédita na região, nos moldes de uma urbanização global, expandindo o tecido urbano e aumentando a segregação urbana. A partir do residencial Ipiranga e da Folha 35, áreas escolhidas para representar os territórios de mercado e os territórios da exclusão, respectivamente, analisamos se existe na cidade uma tendência à lógica espacial fragmentaria.

  • ANA CRISTINA SOUSA DOS SANTOS
  • TRAJETÓRIAS SOCIAIS DE DETENTOS COM ORIGEM CAMPONESA EM MARABÁ-PA

  • Data: 04/08/2022
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  • Neste estudo busca-se compreender as trajetórias sociais de encarcerados com origem camponesa e os pontos de convergência entre a luta pela terra, o trabalho camponês e determinados perfis de presidiários no sudeste paraense. Para tanto, entende-se que há necessidade de compreensão e análise das prisões no contexto da sociedade moderna capitalista como estratégia disciplinar e de dominação de classe, bem como os processos migratórios na região Sul e Sudeste do Pará, no contexto da implantação de grandes projetos econômicos, em especial os minerários. Tivemos por objetivo refletir sobre as trajetórias sociais de presos com origem rural do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA), na cidade de Marabá, sudeste paraense, por ter sido ao longo dos anos um dos principais presídios masculinos da mesorregião de Marabá. Atualmente, no CRAMA verificou-se uma mudança estrutural e organizacional, passando a chamar-se Cadeia Pública de Marabá (CPM). Destacamos estudos que apresentam componentes importantes para a compreensão da história das prisões e de outras instituições, como escolas, quarteis, hospitais, entendidos historicamente como espécies de laboratórios para formação do conceito e da propriamente dita sociedade disciplinar. Inserimos também a discussão sobre Estado, compreendendo a luta de classes, e nela a luta pela terra, como constituinte dessa trajetória que leva camadas de trabalhadores rurais a se tornem sujeitos encarcerados. O esforço deste estudo concentrou-se num olhar para a questão do encarceramento numa perspectiva que ultrapasse ideologias midiáticas, como por exemplo, as que abordam o tema das prisões a partir de rebeliões, fugas, mortes, dentre outros, remetendo ao senso comum de que os muros da prisão seriam unicamente consequências das ações individuais de sujeitos “maus” que devem ser apartados da sociedade.

  • OMAR ALEJANDRO GARCIA MENDOZA
  • ENFRENTAMENTO DEMOCRÁTICO, LIBERAL E CRISTÃO: Uma análise sobre o conservadorismo político na “Frente Conservadora de Marabá-PA”

  • Data: 05/07/2022
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  • Composto por pessoas de distintas orientações profissionais a “Frente Conservadora de Marabá” é um movimento de cunho político e moral que tem como objetivo a construção de uma “nova direita” alinhada em suas diretrizes com a preservação de “valores democráticos”, liberais e cristãos na cidade de Marabá, sudeste paraense. A pretensa coesão deste movimento que se expressa através de diferentes redes sociais como: reuniões, grupos de estudo e redes sociais digitais. Se manifesta, aparentemente, em duas direções: a primeira é o relato de um enfrentamento democrático à esquerda ou “marxismo cultural” e suas pautas, a segunda é o discurso em defesa do conservadorismo político e religioso e sua interpretação a partir da recepção de determinados autores estudados no grupo. Resultado de uma pesquisa de pós-graduação em andamento, a presente comunicação pretende refletir como A “Frente Conservadora de Marabá” constrói sua identidade enquanto movimento conservador a partir da oposição à “ideologia marxista”, e, por outro lado, em sentido afirmativo, de valoração de uma moralidade cristã supostamente ligada aos princípios de orientações da direita. A partir dos aportes metodológicos da pesquisa de campo antropológica e dos estudos de mídia e comunicação junto aos participantes ou lideranças do movimento, bem como das manifestações em blogs e redes sociais digitais, pretende-se analisar especificidades na constituição deste movimento e como pode impactar no cenário político na cidade de Marabá.

    Palavras chave: Conservadorismo; Frente Conservadora; Amazônia; Redes Socias.

  • TÂMARA KARIME LIMA DOS SANTOS
  • AS DINÂMICAS OCUPACIONAIS DOS JOVENS RURAIS EM ASSENTAMENTO DO SUDESTE PARAENSE: MIGRAÇÃO E SUCESSÃO.

  • Data: 15/06/2022
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  • As áreas rurais amazônidas estão experienciando processos de esvaziamento, envelhecimento
    e masculinização, em virtude das migrações de jovens rurais para centros urbanos e suas
    inserções em outros mercados de trabalho, dificultando a concretização dos processos de
    sucessão geracional na agricultura familiar. Desse modo, o presente estudo tem por objetivo
    compreender o que motiva os jovens rurais a migrarem no contexto do assentamento Carajás
    Tamboril, no município de Marabá, região Sudeste do Pará. Até o momento, o estudo
    concentrou-se em compreender as dinâmicas territoriais de produção do espaço rural de Marabá
    em sua relação com o processo de construção da categoria socioprofissional agricultura
    familiar. Isso é importante porque o contexto de inserção dos jovens rurais é o primeiro passo
    para compreensão de seus projetos de futuro diante da possibilidade de sucessão ou de
    migração. Assim, os resultados aqui apresentados são oriundos de dados coletados por meio de
    pesquisa bibliográfica. Ao remontar as dinâmicas territoriais que configuraram o Sudeste do
    Pará, percebe-se como as ações e inações do Estado, por meio de políticas públicas, foram
    determinantes para a emergência de uma grave questão agrária na região, a qual atravessa o
    processo de construção social da agricultura familiar, inclusive legitimando-a como uma
    categoria socioprofissional por meio das recentes políticas públicas de assentamentos rurais.
    De início, tais resultados evidenciam que, no contexto do Sudeste Paraense, a discussão sobre
    juventude rural e sucessão geracional na agricultura familiar não pode ser desvinculada da
    questão agrária e das políticas públicas. Essas conclusões são importantes para a redação dos
    próximos capítulos, focalizados na agricultura familiar de um assentamento rural e nos desafios
    experienciados pela juventude rural.

  • SÁVIO COELHO ALVES
  • FEIRAS DA AGRICULTURA FAMILIAR: estudo de caso sobre as estratégias de produção e comercialização das famílias do PDS Porto Seguro em Marabá-PA”

  • Data: 19/05/2022
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  • Nesse trabalho analiso aspectos do processo participativo que permeiam o
    interior desses espaços: identifiquei os níveis de compreensão sobre o conceito de
    participação envolvidos na construção das feiras; como são entendidos e em que níveis
    ocorreram os processos participativos que englobaram as tomadas de decisão e o
    fortalecimento do protagonismo das famílias nesses espaços, não apenas da participação
    nos dias de feira, mas no conjunto de decisões que levaram à sua materialização.
    Essa pesquisa pretende responder a seguinte pergunta: A pandemia afetou os
    sistemas de produção e de comercialização da agricultura familiar no do
    Assentamento PDS Porto Seguro? Quais as estratégias que foram utilizadas pelas
    famílias para adaptarem-se a essa situação?
    No município de Marabá (sudeste paraense), o Assentamento PDS Porto Seguro
    é o único assentamento de reforma agrária criado na modalidade Projeto de
    Desenvolvimento Sustentável (PDS). Percebe-se um esforço de várias instituições para
    consolidação dessa proposta. Entre elas destacam-se as ações realizadas pela Comissão
    Pastoral da Terra - CPT de Marabá, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará -
    UNIFESSPA, Universidade do Estado do Pará - UEPA e do Centro de Estudo, Pesquisa
    e Assessoria Sindical e Popular - CEPASP, que estão incentivando e proporcionando a
    criação de espaços populares de comercialização (feiras), onde as famílias do PDS estão
    inseridas juntamente com outros agricultores familiares da região.
    Neste sentido, justificamos a importância desse trabalho pela tentativa de
    somarmos esforços no aprimoramento dessas atividades, além de contribuir com a
    comunidade do assentamento na superação dos desafios impostos pela pandemia da
    covid-19, uma vez que os processos de produção e comercialização são um dos aspectos
    fundamentais para a garantia do sustento das famílias e consolidação dos assentamentos
    de reforma agrária.

  • DIEGO ARMANDO DOS SANTOS MOTA
  • DISCURSO E NEGRITUDE: HETEROTOPIAS E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES

  • Data: 31/03/2022
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  • A minha aproximação do tema deste trabalho – discursos sobre questões étnico-raciais - ocorreu com  a minha participação em grupos de estudos na universidade, antes do meu ingresso no mestrado, a partir de reflexões sempre marcadas de sentidos de minha experiência pessoal com a minha negritude. Neste trabalho, tenho como objetivo “analisar efeitos de sentido produzidos por práticas discursivas de vozes negras que se constituem numa relação heterotópica com espaços-outros na cidade de Marabá-PA, procurando captar nesses discursos como os sujeitos se representam e são representados, assim como transformam suas heterotopias em micro-resistências desestabilizadoras de forças hegemônicas. Para o alcance desse objetivo mais amplos, temos como objetivos específicos i) A partir das entrevistas, realizar uma cartografia dos sujeitos da pesquisa na sua relação com a organização e disposição dos espaços que eles ocupam e as heterotopias por eles representadas; identificar, nas entrevistas dos sujeitos da pesquisa, processos discursivos que inscrevem o negro em diferentes posições imaginárias na relação com já-ditos; ii) Apreender a relação interdiscursiva das heterotopias vividas e representadas (escola, terreiro, espaços artístico-culturais) com representações hegemônicas sobre esses espaços, mas subvertidos pela recriação dos sujeitos; iii) analisar como se inscrevem nos processos discursivos posições imaginárias do e sobre o negro, na relação com as condições históricas. Os objetivos definidos foram balizados pela seguinte pergunta de pesquisa: “Que práticas discursivas negras ocupam, transformam e recriam espaços heterotópicos hegemônicos em Marabá-PA?”, sob a hipótese de que a identificação e análise de práticas discursivas negras, da perspectiva do conceito de heterotopia, tal como formulado por Foucault,  pode nos oferecer possibilidades de compreender como diferentes representações de construção de subjetividades se  produzem em diferentes lugares sócio-culturais ocupados por vozes que se enfrentam, a começar pelo corpo, enquanto topia fundamental da vida, onde se cruzam espaços materiais e simbólicos, interdições, regras, disciplinas, rituais etc.  As bases teóricas revisitadas para o desenvolvimento da pesquisa estão assentadas no pensamento foucaultiano, sobretudo com conceitos de heterotopia e, racismo e biopoder, bem como no pensamento da decolonialidade problematizado por pensadores sociais latino-Americanos como Henrique Dussel, Aníbal Quijano e Walter Mignolo. Desta forma. As análises até então desenvolvidas nos permitiram sentidos heterotópicos ancorados em quatro eixos de análise: apreendemos nessas regularidades, sentidos organizados em quatro eixos: 1) A escola: heterotopia de múltiplos silenciamentos da negritude; 2) Heterotopias religiosas: efeitos da colonialidade; 3) A repulsa e o desejo do corpo utópico; 4) Resistências e processos de identificações heterotópicas.

  • MACILENE BORGES DA SILVA CARDOSO
  • A CULTURA DIGITAL NA ESCOLA PÚBLICA NO SUDESTE PARAENSE: protagonismo jovem na perspectiva da media literacy.

  • Data: 10/03/2022
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  • A cultura digitalpermeada por técnicas, práticas, atitudes, modos de pensar e valores,  interliga  grupos juvenis distintos  e possibilita  a ampliação da comunicação    entre a escola e as juventudes,  e a transformação de práticas de sociabilidades  em  conteúdos  significativos para as vivências em rede e em contextos locais. O objetivo dessa pesquisa é  estudar a cultura digital na escola pública EEEM  Macário Dantas, sendo a media literacy e a multimodalidade ênfases a partir dos eixos: tecnologia e sociedade, cidadania e letramento digital.  A  base teórica da pesquisa está alicerçada no conceito de inteligência coletiva de Pierre Lévy (2010), na teoria do poder da comunicação de Manuel Castells (2015), nos estudos  culturalistas do uso da mídia de Bauer (2011), incluindo outros estudiosos do assunto. O estudo é interdisciplinar, pois a abordagem do temaultrapassa os limites de uma única disciplina, apoiando-se no discurso da comunicação, da educação, da sociologia e da filosofia, para responder ao problema proposto.A pesquisa é qualitativa, tipo etnográfica, com abordagem metodológica de grupo focal com professores, pessoal do quadro técnico,  alunos do ensino médio e familiares de alunos.  O locus é a Escola Estadual de Ensino Médio Macário Dantas em São Geraldo do Araguaia-Pará. Espera-se com este estudo  a disposição  dos professores da  EEEM Macário Dantas em acompanharem as apropriações e (re) significações das vivências juvenis na  cibercultura assim como o   empoderamento dos alunos como protagonistas de conteúdos vinculados na internet,  promovendo  reflexão crítica, habilidades de acesso aos conteúdos do ciberespaço e participação criativa  na cibercultura. 

2021
Descrição
  • CONCITA GUAXIPIGUARA SOMPRÉ
  • PROJETOS DESENVOLVIMENTISTAS NO TERRITÓRIO MÃE MARIA: MEMÓRIAS DE UMA VIDA DE IMPACTOS NA PERSPECTIVA Kupẽ- INDÍGENA

  • Data: 29/12/2021
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  • A pesquisa aborda mudanças ocorridas ao longo dos anos na vida dos grupos autodenominados Kỳikatêjê, Akrãtikatêjê e Pàrkatêjê, desde o tempo em que fugiam do contato com o Kupẽ; sobre a necessidade de saírem do interior da mata em busca de ajuda para a cura de epidemias que quase os dizimaram e a relação que possuem com seu território, assim como a percepção desses grupos Gavião para projetos desenvolvimentistas impostos pelo Estado, frutos de um conjunto de grandes investimentos em infraestruturas na Amazônia, a partir de 1966, afetando significamente seus territórios. Todas as mudanças os levaram a buscar outros conhecimentos, como estratégias de luta pela defesa dos seus direitos e do seu território e à preocupação em deixar para gerações futuras um território que os possibilite ter uma ligação com o passado, o presente e o futuro, desejando encontrar caminhos outros que venham fortalecer sua identidade, sua cultura, seus rituais, sua língua indígena, sua história, e seus conhecimentos. Processo de resistência à dominação e à internalização de valores que tendem a desvalorizar os modos de vida, de pensar e de ser Gavião.

  • CLAUDIO ELIAS MARQUES
  • O PROJETO LOGOS II EM XINGUARA: HISTÓRIAS DE VIDA E

    IDENTIDADE REGIONAL NA PROFISSÃO DO MAGISTÉRIO

  • Data: 13/12/2021
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  • Essa pesquisa tem como objetivo analisar a identidade regional de professoras e professores a partir das histórias de vidas contidas na formação do magistério no Projeto Logos II, município de Xinguara, estado do Pará. O contexto dessa pesquisa é parte da dinâmica territorial e cultural no sul do Pará, no período da década de 1980, articulando os acontecimentos sociais, econômico e políticos da época, com as lutas populares pela escola pública e a formação e qualificação da profissão do magistério, articulados pelas professoras e professores leigos em Xinguara, Pará. Nesse contexto histórico, a pesquisa utiliza uma abordagem interdisciplinar entre Pedagogia, História e Sociologia. A principal base de análise é composta por doze entrevistas realizadas com nove professoras e três professores de Xinguara, que participaram da formação do Projeto Logos II, no período de 1984 a 1990. Na organização dessas entrevistas, tomou-se como referência a metodologia da História Oral. Buscou-se evidenciar a identidade regional nas histórias de vida dessas professoras e professores em suas trajetórias de imigrantes trabalhadores; os acontecimentos marcantes de Xinguara naquele contexto da década de 1980; as lutas populares pelas escolas públicas em Xinguara; os acontecimentos singulares e coletivos que marcaram o início da profissão do magistério; a metodologia e a didática do Projeto Logos II e os acontecimentos marcantes nesse processo de formação em magistério, em Xinguara. Na análise das entrevistas, destacaram-se os temas: da ditadura militar à transição democrática; a profissão do magistério nas escolas em meio ao contexto dos conflitos e violências; as lutas populares por escolas públicas; as jovens e os jovens profissionais do magistério leigos e o enfrentamento das adversidades; as lutas pela formação e qualificação profissional do magistério; o planejamento da didática para sala de aula e para a vida; a responsabilidade com a rotina de estudos e a formação; a continuidade da formação docente em nível superior; a convivência solidária, coletiva e alegre daquele grupo; a coordenação democrática, qualificada e exigente. Problematiza-se a identidade regional do magistério, no contexto das dinâmicas territoriais e socioculturais no sul do Pará na década de 1980, em duas situações: 1) a resistência e enfrentamento singular e coletivo às adversidades, precariedades e ausência do poder público na qualificação profissional do magistério e da educação escolar pública, com a democratização da prática de didática em sala de aula; 2) a constituição ideológica que silencia a prática do magistério e a didática de sala de aula, diante da dinâmica territorial do sul do Pará, suas causas e consequências, a partir do contexto da década de 1980.

  • MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO SILVA DE SOUSA
  • AS PERFORMANCES DA CAPOEIRA COMO PRÁTICAS DE SI: SUBJETIVAÇÃO E RESISTÊNCIA NA RODA COM CAPOEIRISTAS DE TUCURUÍ-PA

  • Data: 25/10/2021
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  • Esta dissertação aborda os processos de subjetivação de capoeiristas, através das performances da capoeira, como dinâmicas de adaptação e resistência, em Tucuruí-PA, uma cidade submetida a um modelo de desenvolvimento, indiferente em relação à cultura local. Com base em Michel Foucault, Nestor Capoeira, Muniz Sodré, Leda Martins e outros, questiona-se o que são e como se caracterizam as práticas de si nas performances da capoeira e como estas artes de viver, desenvolvem sujeitos contra a sujeição. Outrossim, como a capoeira ganha espaço e dá sentido à vida de seus praticantes, se tornando o que eles definem como filosofia de vida, influenciando na escolha de suas profissões, na formação de suas personalidades, suas histórias de vida, a forma de se verem e se relacionarem com o outro, consigo próprio e com o ambiente em que habitam. A cidade de Tucuruí se expandiu de forma acelerada, em função das obras de construção da usina hidrelétrica de Tucuruí, instalada no rio Tocantins. Após o período áureo de construção da primeira e segunda etapa da usina, a cidade vem passando por problemas constantes em relação ao desemprego. Como forma de construir um enfoque sobre a realidade de Tucuruí, que destacasse menos o empreendimento da usina hidrelétrica e seus impactos ambientais, e sobressaísse mais a perspectiva dos sujeitos da pesquisa, optou-se pela metodologia da história oral, apoiando-se na etnografia, onde as entrevistas possibilitaram as narrativas dos capoeiristas contando suas histórias de vida e interpretações sobre a cidade. O trabalho encontra-se dividido em quatro momentos, onde o primeiro descreve as fontes motivadoras que inspiraram a pesquisa e firmam a participação da autora, como capoeirista, elaborando um olhar de estranhamento e questionamentos, para se constituir pesquisadora. O segundo momento apresenta a cidade de Tucuruí a partir de seus sujeitos capoeiristas, com base nas entrevistas orais realizadas. O terceiro momento apresenta a compreensão conceitual de performance e como esta conceituação abrange a capoeira como um todo, delimitando-se nesta pesquisa alguns elementos como a história, o jogo, o ritmo, o canto, os fundamentos e rituais. No quarto momento as práticas de si serão detalhadas como práticas racionais e espontâneas, através das quais as pessoas elaboram para si regras de conduta e buscam por meio delas se transformar e orientar suas vidas, se identificando assim com o que os capoeiristas costumam nomear como filosofia de vida, para se referir ao papel da capoeira em suas vidas. Esta pesquisa não pretende elaborar conclusões ou resultados definitivos, sobre como a prática da capoeira deve ser compreendida, mas colaborar para que cada vez mais as manifestações de origem afro-brasileira, neste caso através da capoeira, sejam reconhecidas e valorizadas, além da cultura, também como fontes de formação e saberes.    

  • JULIO CÉSAR DE SOUZA
  • TERRITORIALIZAÇÃO E TERRITORIALIDADES DA AVICULTURA INDUSTRIAL: “O CASO DO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AVÍCOLA EM TOCANTINÓPOLIS E AGUIARNÓPOLIS – TO”

  • Data: 09/09/2021
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  • A modernização da agricultura e o consequente desenvolvimento do aparato tecnológico de produção permitiu uma grande aproximação entre agricultura e indústria, surgindo nesse contexto, a agroindústria, que consiste em articular empresas agroindustriais com as mais diversas categorias de sujeitos envolvidos nessa atividade. Dentre os principais ofícios desenvolvidos por meio desse sistema no Brasil, encontra-se a produção de carne de aves nas mais variadas ramificações da avicultura industrial. A territorialização das agroindústrias, as territorialidades produzidas entre integradoras e integrados, os sujeitos sociais envolvidos nessa relação de “parceria”, as estratégias utilizadas por esses sujeitos como uma forma de se desenvolverem, se reproduzirem e de permanecerem no campo, são os principais objetivos desse estudo. Para tanto, realizamos uma revisão bibliográfica sobre o tema e entrevistamos alguns dos diversos sujeitos que trabalham e vivem na prática o sistema de integração nos municípios de Tocantinópolis e Aguiarnópolis em Tocantins na Amazônia Oriental, a fim de analisar também seus pontos de vista, conflitos e resistências a respeito desta modalidade produtiva. Os resultados revelaram que existe de fato conflitos e resistências entre integrados e integradoras, ocasionando o surgimento de novas territorialidades e novos sujeitos, que utilizam de estratégias para permanecerem e se reproduzirem no território, provocando modificações relevantes nas relações de trabalho e produção.

  • ANASTACIA PAVAO OLIVEIRA
  • Nós somos as Maria da terra: a luta política feminina em simbiose com o processo de territorialização no Projeto de Desenvolvimento Sustentável Porto Seguro – sudeste paraense

  • Data: 30/08/2021
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  • A Amazônia  é percebida pelo Estado como um campo de possibilidades para a consolidação de propostas de desenvolvimento, principalmente a partir das décadas de 1960-1970. O Estado incentiva, nesta região, as dinâmicas socioterritoriais de desenvolvimento exógenas, para a implantação de projetos baseados no uso da natureza como fonte de recurso. Nesta dinâmica uma frente de migrantes é mobilizada e vem em busca das terras prometidas a partir do slogan “terra sem homens para homens sem-terra”. Como forma de acirrar a ocupação da região, os governos investem no monocultivo de capim para implantação de pastagens que irão subsidiar a pecuária bovina e esta passa a modificar a paisagem e a dinâmica local, ajustando-se a necessidade governamental de ocupação de área em larga escala. Essa dinâmica expressa-se na agricultura familiar da mesorregião sudeste do Pará e adoção de atividades que se pautem em diversificação de atividades apresenta-se como contraponto a lógica implantada. É neste contexto que o PDS Porto Seguro é criado, na cidade de Marabá/PA, com a proposta de trabalhar com atividades de baixo impacto. A dinâmica das famílias na comunidade passa a ter necessidade de desenvolver-se em sistemas de produção de base diversificada em um território que tem como predomínio a pecuária extensiva. Um fato importante chamou a nossa atenção, pois no assentamento a representatividade das lideranças femininas é potente desde as primeiras ocupações, passando pelas formas organizativas e se insinuando também nos estabelecimentos familiares agrícolas mesmo após a oficialização do assentamento. Apesar desse cenário, tem-se ainda um insuficiente registro do papel político das mulheres no que se refere às lutas que recobrem o sudeste paraense. Por isso, a pesquisa tem como objetivo compreender exatamente o protagonismo político feminino na conformação do território e dos processos de territorialização no PDS Porto Seguro, a partir da relação mulher, terra e família. A história oral foi utilizada como instrumento metodológico por permitir a aproximação com estas vozes historicamente ocultadas e/ou silenciadas. A análise é permeada de tensões com o Estado e internamente, pois as mulheres buscam romper com o papel social que lhes fora atribuído historicamente a partir dos vários espaços em que ocupam. São mulheres cujas memórias e biografias permeiam-se de processos migratórios, tendo em vista a manutenção dos núcleos familiares no campo.  A possibilidade que o campo se consolide como o lugar da reprodução social gera relações de simbiose da relação mulher-terra-família para manutenção da vida no território. Para isso, lançam mão de várias estratégias de re-existência: pelo silenciamento, contato físico e pelo trabalho. Significa dizer que as resistências ocorrem também no cotidiano e assumem diferentes aspectos, sendo muitos deles praticamente invisíveis.

  • MARÍLIA AMARO CORREIA
  • DIREITO À MORADIA EM DISPUTA: O RESIDENCIAL CRISTO VIVE COMO UM EXPOENTE DE DEMANDAS SOCIAIS COMPLEXAS

  • Data: 24/08/2021
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  • Em uma abordagem interdisciplinar de caráter jurídico-sociológica, essa dissertação teve como objetivo investigar a ocupação do Residencial Cristo Vive, que está baseado na luta pelo direito à moradia e ao território em Tucuruí (PA). Percorreu-se o histórico das políticas desenvolvimentistas na Amazônia, onde inclui-se a construção da Hidrelétrica de Tucuruí. Essas políticas, de traços colonialistas, provocaram na região diversas consequências de ordem social, ambiental e econômica, que culminaram em diversos conflitos. Entre eles, em 2015, milhares de famílias ocuparam um empreendimento habitacional do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) que estava abandonado. Na identificação dos atores e de suas estratégias, percebeu-se que os interesses em jogo eram diversificados e antagônicos, e que a efetivação do direito à moradia e ao território perpassa por lutas, disputas e resistência. Para analisar essa problemática, realizou-se uma pesquisa bibliográfica com enfoque crítico-dialético e documental, que teve como suporte jurídico-narrativo a Ação de Reintegração de Posse do imóvel ocupado, além de notícias dos meios de comunicação, fotografias e relatórios. Marcos jurídicos do direito à moradia e do PMCMV orientaram o contexto legal apresentado. As obras de Lefèbvre (2011), Bourdieu (2014), Carlos (2016) e Rolnik (2015) contribuíram para que se pudesse afirmar que a moradia, em uma sociedade capitalista, é entendida como mercadoria disponível a fomentar o lucro para o capital financeiro e econômico. A sentença homologatória, da Ação de Reintegração, revelou-se estrutural, em conformidade com o ativismo judicial, em que juízos passam a exercer atividades atípicas da jurisdição, em defesa da concretização dos direitos fundamentais. Como resultado do estudo, teve-se que o Cristo Vive é um expoente de demandas sociais complexas, dada a realização da ampla rede de interrelações sociais, políticas, administrativas e judiciais compreendidas; e considerou-se a possibilidade da decretação do estado de coisas inconstitucional, para a materialização do direito à moradia no Brasil, que devido à omissão do Estado, traz a vulneração massiva e generalizada de vários outros direitos inerentes à pessoa humana

  • KÁSSIA EVANGELISTA GONÇALVES
  • O CASO ARAGUAIA E A PUNIÇÃO DOS AGENTES DA REPRESSÃO: uma análise a partir das práticas e representações em torno da denúncia judicial contra o Major Curió

  • Data: 24/08/2021
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  • O presente trabalho pretende fazer uma análise sobre a busca pela punição dos agentes da repressão à Guerrilha do Araguaia, focalizando a denúncia judicial contra o Major Sebastião Rodrigues de Moura, o Curió. Pretende-se ampliar a reflexão sobre relações de poder, práticas de enfrentamento e disputas políticas e discursivas entre alguns dos sujeitos envolvidos na presente pesquisa que, de maneira específica, problematiza as práticas que circundam a discussão judicial no que diz respeito à denúncia contra o Major Curió e ao habeas corpus por ele impetrado. Tem-se como marco inicial de reflexão a condenação do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos (Caso Gomes Lund), passando pela análise das práticas e relações que construíram e representaram a luta pela justiça dos familiares dos mortos na guerrilha, e dos desaparecidos na Amazônia. Em seguida, o foco central da análise é dado aos conflitos em torno da denúncia e do habeas corpus movido, com a finalidade de obstar a análise dos documentos e das provas dos crimes cometidos durante a Guerrilha. Para tanto, é mobilizado um conjunto de documentos, como o relatório de análise e condenação da Corte, os relatórios das forças armadas sobre as operações militares de combate e extermínio à Guerrilha, o processo-crime movido pelo Ministério Público Federal contra o Major Curió e o processo de habeas corpus, além de entrevistas com os familiares e outros agentes As análises mostram que um conjunto variado de relações é mobilizado — em diferentes momentos, por distintos atores — para evitar que o extermínio físico dos guerrilheiros sequer seja discutido e que também se estenda ao campo simbólico, o que acaba por inocentar, por vias oblíquas, os representantes do Estado dos crimes cometidos.

  • SEBASTIANA ARAÚJO FILHA
  • DIVERSIDADE DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA

  • Data: 13/08/2021
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar, pela perspectiva de estudantes LGBTQIA+ da Escola
    Estadual de Ensino Médio Professora Elza Maria Corrêa Dantas - município de São Domingos
    do Araguaia - quais e como se (re)produzem as identificações de gênero. Pretende-se
    contextualizar os espaços de realização da pesquisa; realizar uma discussão teórica sobre
    diversidade de gênero, sexualidade e escola. Destacando que ações educativas são
    desenvolvidas pela escola que contribuem para a formação da identidade de gênero dos seus
    alunos(as)? Considerando que a escola não pode mais silenciar. A escola é fortemente
    atravessada por discursos defendidos por grupos se auto afirmando conservadores, procurando
    formas em manter o modelo heteronormativo já estabelecido, dificultando reflexões e debates,
    afetando o grupo que não se enquadra no modelo de gênero normatizado e tradicional . Como
    metodologia, trabalharemos sob um viés interdisciplinar, dando tratamento a Análise do
    Discurso como fundamento teórico-metodológico-analítico da matriz francesa. Também se
    convocou às ações metodológicas da História Oral e suas recomendações por ensaios dialógicos
    para analisar entrevistas , discentes da rede pública de ensino. Para tanto,foram realizada
    análises de entrevistas semi- estruturadas , destacando a importância e a necessidade da escola
    versar sobres essa temáticas. O corpus da pesquisa é composto pela transcrição de entrevistas.
    Como resultados, a análise das entrevistas indicou que os discursos são construídos a partir de
    diferentes formaçaões discursivas; sujeitos que se auto reconhece como uma orientação não
    heterossexual requer visibilidade para a superação do preconceito; evidenciou subversões
    significativas em relação a comportamentos heteromormativos apresentados.A pesquisa não
    objetiva trazer fórmulas prontas e acabadas para serem colocadas em práticas, mas sinaliza a
    possibilidade em pensar a temática sob outras lentes, com a finalidade de minimizar
    ‘’preconceitos’’, inserir e debater os temas sobre identidade de gênero e orientação sexual em
    seu planejamento. Essa necessidade foi evidenciado mediante as narrativas dos sujeitos. Os
    resultados alcançados serão compartilhados na escola pesquisada, podendo contribuir para o
    debate das diversidades e equidade de gênero.

  • ADELAIDE SEVERINO DO NASCIMENTO
  • A FESTA DO MILHO NA ALDEIA GAVIÃO KYIKATÊJÊ:

    Diálogo e reflexão acerca da diversidade cultural intercultural

  • Data: 06/08/2021
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  • A pesquisa aborda a interculturalidade no contexto escolar indígena. Objetiva apresentar uma perspectiva sobre educação intercultural evidenciando a interrelação entre a festa do milho e a educação escolar indígena da Escola Tatakti da aldeia Kyikkatêjê, localizada na Terra Indígena Mãe Maria no município de Bom Jesus do Tocantins, no estado do Pará. A interculturalidade é inerente à cultura praticada na aldeia e está inserida na discussão do ensino escolar indígena, toma-se a festa do milho como exemplo dessa aplicação. A metodologia da pesquisa é qualitativa com abordagem na observação participante; realização de entrevistas, conversas informais com indígenas pertencentes ao grupo Gavião. Debruça-se um olhar sobre a interculturalidade que envolve o estudo entre as áreas de conhecimentos que estão na escola Tataki, com base na investigação da educação e cultura que envolve a festa do milho, evento sazonal que faz parte da vida desse grupo indígena, constitui-se como parte das vivencias ainda existentes do povo Gavião, de seus antigos costumes. Fundamenta-se este estudo as teorias de Bhabha (2002) que em seu estudo sobre cultura vai além dos aspectos originais do que se compreende como cultura, Cool (2009) que explica através da interculturalidade que é possível compreender a representação da cultura, Perez (2002) que apresenta a festa como fenômeno decorrente da cultura e Huizinga (2014) que enfatiza as principais características sobre festas. Portanto, destaca-se a temática sobre o desrespeito aos saberes tradicionais, a cultura como proposta de ensino e a compreensão dos conhecimentos culturais e educacionais da aldeia Kyikatêjê.

  • PRISCILA DIAS PINTO
  • Levantar e derrubar o mastro: os impactos da construção da Hidrelétrica de Marabá nas festividades do Divino Espírito Santo, Vila Espírito Santo, município de Marabá

  • Data: 06/08/2021
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  • Este trabalho analisa os impactos da construção da Hidrelétrica de Marabá nas festividades do Divino Espírito Santo, da Vila Espírito Santo, município de Marabá, a partir das narrativas dos moradores dessa vila, procurando averiguar como o deslocamento da população dessa vila atingirá o processo que constitui as etapas do ritual das festividades de grande parte dos que ali vivem. Segundo estudos prévios da Eletronorte e da Camargo Corrêa, essa hidrelétrica, uma vez implantada, poderá produzir 2.160 mW. Mas os mesmos estudos preveem a inundação de uma área de 1.014 km2, podendo afetar cerca de 40.000 pessoas, o que acarreta em impactos sociais, econômicos e culturais à dinâmica de vida dos moradores que vivem às margens dos rios Tocantins e Araguaia. A Vila Espírito Santo, localizada às margens do rio Tocantins, possui cerca de 500 pessoas que vivem da pesca, do pequeno comércio, da produção familiar em pequenas chácaras e em ilhas do rio, de serviços temporários na construção civil e em fazendas da região. As festividades do Divino Espírito Santo fazem parte da dinâmica religiosa, cultural e social desses moradores. A hidrelétrica uma vez construída, destruirá totalmente a vila, impactando diretamente na vida desses moradores e, consequentemente, nos rituais que compõem essas festividades.

  • ANA LENIRA NUNES CYSNE DE SOUZA
  • VARIABILIDADE PLUVIOMÉTRICA E A PERCEPÇÃO CLIMÁTICA DE AGRICULTORES DO MUNICÍPIO DE MARABÁ-PA

  • Data: 30/07/2021
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  • O município de Marabá – PA se encontra em uma área marcada por problemáticas territoriais, dentre as quais se pode destacar o desmatamento, o avanço da fronteira agrícola, a instalação de Grandes Projetos e a disputa de terras por diferentes sujeitos e agentes sociais. Essas questões, juntamente com a naturalidade das variabilidades ambientais, vêm ocasionando mudanças no padrão natural o que faz necessária a realização de estudos que monitorem, acompanhem e busquem compreender possíveis alterações em suas características ambientais, sob diferentes perspectivas. O debate a respeito das questões climáticas no mundo e na Amazônia se intensificaram nos últimos anos, promovendo discussões em diferentes esferas da sociedade, tanto no âmbito acadêmico como nos ambientes experenciados. Entende-se que a variável climatológica mais importante das regiões tropicais é a pluviosidade, sendo primordial seu acompanhamento temporal. Assim, o objetivo desta dissertação foi realizar uma interlocução entre o estudo da variabilidade pluviométrica de Marabá - PA, do período de 1980 até 2020, com as memórias e percepções climáticas de agricultores acerca do comportamento das chuvas na região neste mesmo período, com intuito de responder de forma interdisciplinar esta questão. A fim de identificar a variabilidade pluvial, bem como classificar os anos mais úmidos e secos, foi utilizado o método do Índice de Anomalia de Chuvas (IAC), que permitiu que de maneira simples e eficiente compreender o padrão de chuvas de Marabá nos últimos 41 anos. No que se refere à percepção climática, foram entrevistados agricultores familiares idosos do Projeto de Assentamento Alegria e Projeto de Assentamento Grande Vitória, localizados em Marabá. A História Oral Temática foi utilizada como ferramenta metodológica que permitiu reconstruir, mediante a oralidade, as percepções sobre as variações nos padrões pluviométricos no referido período da pesquisa, assim como o impacto desta na vida de cada narrador. Como resultados do estudo, verificou-se que, na percepção dos agricultores entrevistados o padrão de chuvas no município de Marabá mudou especialmente nos últimos 20 anos. Para eles, as chuvas “diminuíram” e o maior deslocamento mensal pluviométrico ocorreu no mês de outubro que, antigamente, era considerado chuvoso, e, agora, não é mais. Os agricultores relataram ainda vivenciar situações difíceis quanto à produtividade e à definição do período de plantio. O Índice de Anomalia de Chuvas apontou que entre 1980-2020 ocorreu uma predominância de anos secos (60,9%), caracterizando-os com mais anomalias negativas. O ano mais seco da série histórica foi o ano de 1982 (824,3 mm/ano) e os mais úmidos foram 1985 (2706,5 mm/ano) e 1988 (2575,8 mm/ano). Tanto a percepção dos agricultores quanto os resultados do IAC indicaram que a frequência de anos secos se intensificou do final da década de 1990 até 2020.

  • KELIA LIMA DOS SANTOS ARAÚJO
  • A CONSTITUIÇÃO DO ARQUIVO MIDIÁTICO: DINÂMICAS SOCIODISCURSIVAS NO SUL E SUDESTE PARAENSE

     

  • Data: 25/06/2021
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  • O objetivo principal da pesquisa é analisar a constituição do arquivo midiático na região sul e sudeste do Pará, tomando como materialidade notícias publicadas por quatro blogs jornalísticos da região, com o interesse em apreender como, por meio de relações interdiscursivas entre esses blogs e a chamada grande mídia, certos temas da dinâmica sociodiscursiva da região são privilegiados na constituição do arquivo. Mobilizamos, neste estudo, fundamentos teóricos da Análise do Discurso de tendência francesa, destacando prioritariamente as contribuições de Michel Foucault, sobretudo os conceitos de arquivo, autoria e comentário, por ele formulados, sob a consideração de que tais conceitos possibilitam melhor apreensão da relação interdiscursiva dos blogs em análise com outras mídias, na constituição do arquivo. Tomando os referidos conceitos como ancoragem teórica e metodológica, procuramos apreender o trajeto dos temas das dinâmicas regionais que se apresentaram com maior regularidade pelos blogs analisados, no constante retorno ao sistema mais amplo de formação do arquivo midiático por meio de retomadas de notícias veiculadas por portais e jornais de abrangência estadual e nacional. O percurso inicial de análise nos levou à hipótese de que, apesar de deslocamentos operados pelos blogs locais na relação com outras mídias, estes deslocamentos se constituem discursivamente como o espaço de mediação entre temas conservados ou transformados pela mídia corporativa, funcionando como o lugar de reativação e manutenção do arquivo midiático. Aderindo à proposta metodológica de análise por meio de trajetos temáticos, verificamos que alguns temas se mantêm na relação entre blog e outras mídias através de retomadas, repetições ou adaptações a textos já publicadas por portais de notícias de maior circulação. Esse funcionamento não significa sempre nem a continuidade nem o gesto inaugural de uma nova formação discursiva, mas o regime de constituição e dispersão de um arquivo. Por outro lado, o modo de relação interdiscursiva dos blogs com outros meios revelam como a mídia opera enquanto dispositivo de poder na produção de imaginários sociais e na construção de “verdades”.

  • EGUINALDO DOS SANTOS GUIMARÃES
  • A AGRICULTURA FAMILIAR E SUAS RELAÇÕES COM OS MERCADOS: a comercialização agropecuária no Projeto de Assentamento 26 de Março, sudeste do Pará

  • Data: 04/06/2021
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  • Os estudos sobre acesso a mercados pela agricultura familiar no Brasil é objeto de atenção nos últimos anos, algo que não era tão difundido antes do início do século XXI. No sudeste do Pará, mais uma paisagem dentro da diversidade que é a Amazônia, a agricultura familiar se organiza em projetos de assentamentos que encontraram ao longo dos anos dificuldades e desafios para a condução dos sistemas produtivos e acesso aos mercados, uma lacuna gerada pela ausência do Estado que causou diversas teias de relações entre agricultores familiares e mercados que necessita ser entendida, visando a geração de bases e conhecimentos científicos para a implementação de políticas públicas, bem como subsidiar decisões e aspectos ligados ao acesso aos mercados pela agricultura familiar. No caso específico, esta pesquisa foca no projeto de assentamento 26 de Março, Marabá-PA e se baseia na seguinte pergunta: como se estruturam as relações de acesso aos mercados a partir das principais culturas cultivadas e comercializadas pela agricultura familiar no projeto de assentamento 26 de março? O objetivo com a pesquisa é o de compreender as dinâmicas e relações no acesso aos mercados pela agricultura familiar a partir dos principais produtos agropecuários comercializados no projeto de assentamento 26 de março. Os estudos na área se apoiam na pesquisa qualitativa e quantitativa, com aplicação de questionários para apreensão de dados mais gerais e entrevistas semiestruturadas e livres, com sujeitos chaves, além da utilização de caderno de campo para melhor entendimento das dinâmicas de acesso aos mercados. Espera-se que as relações econômicas no PA 26 de Março se articulam estrategicamente em diversos mercados da agricultura familiar, convencionais e/ou imersos, com múltiplos interesses, seja com vistas à comercialização e geração de renda ou visando o estabelecimento de relações sociais estratégicas às suas condições de agricultores, garantindo laços que possibilitem acessos aos diferentes mercados ao longo do ano, além do fortalecimento político.

  • ELIZABETH GARCIA MANTILLA
  • A CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE VIDA: A EXPERIÊNCIA COLETIVA DE “APRENDER A SER KỲIKATÊJÊ” DENTRO DOS CONFLITOS TERRITORIAIS DA AMAZÔNIA

  • Data: 29/01/2021
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  • A presente pesquisa está construída desde a coletividade e a interdisciplinaridade que requer o fato de pensar, em companhia das comunidades indígenas, os conflitos territoriais da Amazônia. Conflito que o povo Kỳikatêjê, da Terra Indígena Mãe Maria no Estado do Pará, vive através da delimitação de seu território pelos empreendimentos do Estado e das empresas privadas como ELETRONORTE e a VALE S.A, proibindo sua presença em determinadas áreas em que projetos de desenvolvimento estão em operação, assim como transformando suas dinâmicas econômicas e culturais através de acordos e contratos comerciais. Portanto, este trabalho é realizado com base nas preocupações, experiências e sonhos da aldeia Kỳikatêjê, localizada no quilômetro 25 da TIMM, para contestar, através de um Plano de Vida, o discurso desenvolvimentista que tem ocupado seu território há mais de três décadas. Assim, esta pesquisa tem como objetivo principal acompanhar o processo de construção do Plano de Vida dos Kỳikatêjê como uma forma da comunidade olhar para o seu futuro dentro do território. Para isso, a pesquisa divide-se em três momentos: i) Problematizar os sentidos de plano ambiental e plano de vida a partir da concepção de Sustentabilidade do território Gavião Kỳikatêjê, ii) Realizar uma leitura crítica sobre o diálogo intercultural estabelecido entre os atores que participam na etapa inicial do processo de construção e iii)Construir reflexividades transversais a partir da experiência de escuta realizada na pesquisa, a qual foi desenvolvida através de uma metodologia que mobiliza elementos etnográficos e de história oral.

2020
Descrição
  • TAYANA CORTEZ FERREIRA
  • O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ALDEIA AKRÃTIKATÊJÊ: memória e retomada aos Mãnkatêjê da Montanha:
    Akrãtikatêjê Ijõn Pê Mē Tanē

  • Data: 27/10/2020
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  • O presente estudo analisou como se constroem as memórias no processo de
    deslocamento territorial do povo indígena Gavião, localizado na região Sudeste do Estado do
    Pará, circunscrição municipal de Bom Jesus do Tocantins. Ali, o povo Akrãtikatêjê foi
    deslocado compulsoriamente do território da Montanha para a Aldeia Parkatêjê – localizada na
    Terra Indígena Mãe Maria – em decorrência de projetos econômicos sob a égide do Estado e
    da rapinagem econômica capitalista que viabilizou a instalação de uma Usina Hidrelétrica no
    município de Tucuruí, Pará, a partir da década de 1970, impondo, assim, territorializações e
    resultando em um violento processo de deslocamento desse povo. Partindo das narrativas de
    velhos e jovens indígenas da Aldeia Akrãtikatêjê e dos sentidos atribuídos às memórias de
    lugares – lagos, montanha e demais paisagens –, percebeu-se a conformação entre a
    rememoração ancestral do passado e a própria trajetória que mobilizou e foi mobilizada para
    dar sentido ao presente. Nesse ínterim, as linhas que se seguem tiveram seu percurso teórico
    marcado pela relação interdisciplinar entre a Antropologia e os estudos de memória, ancorandose metodologicamente na pesquisa bibliográfica e na pesquisa de campo antropológica, além
    das análises de ditames e documentos oficiais envolvendo os territórios indígenas. A pesquisa
    sinalizou que as memórias gestadas pelos narradores produzem sentidos de “terra” e “território”
    que potencializam uma reafirmação de suas identidades, ao passo que através das memórias de
    jovens e velhos, foi possível criar símbolos na Aldeia Akrãtikatêjê que remetem à história de
    resistência e luta desse povo.


  • SIMONE FELINTO FRANÇA
  • EXPANSÃO URBANA E DINÂMICAS DA VIOLÊNCIA: HOMICÍDIOS EM MARABÁ NO PERÍODO DE 2008 A 2018

  • Data: 03/09/2020
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  • O problema da criminalidade nos centros urbanos em diferentes cidades da região amazônica brasileira tem sido destaque nas estatísticas nacionais, principalmente no que se refere aos crimes violentos e dentre eles chancela-se o crime de homicídio, o qual consiste na violência levada ao extremo, revelando-se em um verdadeiro problema social com implicações e repercussões demasiadamente negativas para a imagem de uma cidade. Diante desse cenário, a dissertação de mestrado buscará analisar as dinâmicas dos crimes de homicídios no município de Marabá – PA, para tanto, se vislumbra a necessidade de analisar os dados atualmente disponíveis referentes a tais tipos penais no período de 2008 a 2018, os quais serão analisados através da estatística disponibilizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, confrontando-os com os números de boletins de ocorrências policiais lavrados no mesmo período alhures mencionados, os quais serão obtidos por meio do Sistema Integrado de Segurança Pública – SISP. Portanto, o objetivo deste trabalho consiste em analisar a dinâmica temporal e espacial dos homicídios em Marabá, realizando-se o mapeamento e relacionando áreas de incidência da violência urbana, serão utilizadas tecnologias de geoprocessamento, como o sensoriamento remoto para a observação da expansão e crescimento dos núcleos urbanos de Marabá. A concretização de evidências procedentes de estudos acadêmicos que esclareçam as tendências da ocorrência de determinado fato delituoso, semelhante ao presente trabalho, podem auxiliar sobremaneira para maior efetividade das ações do Estado e da sociedade, dentre elas na segurança pública, pois não se pode olvidar o fato da violência ser uma prática sócio-espacial, imprescindível, portanto, o estudo das dinâmicas territoriais e crescimento populacional da cidade de Marabá.

  • LARISSA DE SOUZA ORANDI
  • Memória e silenciamento na imprensa: o caso da chacina de Pau D’arco

  • Data: 06/07/2020
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar processos de silenciamento em reportagens publicadas no jornal Diário do Pará Online, Site de jornalismo G1 Pará e o jornal Correio de Carajás, cujo tema é a chacina ocorrida em maio de 2017, no município de Pau D’arco, Pará, em que foram assinados nove trabalhadores e uma trabalhadora rural. As análises se ancoram em fundamentos da Análise de Discurso de vertente francesa, recorrendo, sobretudo, aos conceitos de memória e silêncio. Dessa perspectiva teórica, o silêncio pode ser apreendido na linguagem como algo que também significa, como constitutivo, portanto, sempre atravessando o dizer, podendo ser compreendido, também, como um silêncio que se impõe do exterior, mobilizado por forças hegemônicas, como forma de colocar em evidência o modelo de racionalidade dos grupos dominantes.

  • PALOMA NOLETO DA SILVA
  • A CRIANÇA AMAZÔNIDA E SEUS MAPAS MENTAIS: expressão gráfica infantil em Marabá

  • Data: 02/06/2020
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    A pesquisa tem como objetivo central fazer uma análise das expressões gráficas dos mapas mentais da criança na Amazônia do sudeste paraense a partir de uma realidade na escola pública municipal em uma turma do Ensino Fundamental I da Educação Básica. Nas expressões gráficas das crianças estão mostrados o que é deixado ver de seus mapas mentais daquilo que se constituído da percepção estético ambiental delas é simbolizada sob o que idealiza/vivencia, do que experivivencia, deixando ser revelada sua lógica de Amazônia e do que é ser amazônida. É uma construção do no sentir em comum, no estar-junto, no identificar-se no grupo, é da relação entre os pares e os adultos. Para tal, reúnem-se os estudos de Maffesoli (1996) sobre estética, percepção, constituições do sentir em comum, das inter-relações, Pizarro (2012) sobre Amazônia, amazonidade, Bauman (2013) e Arendt (2007) sobre concepções de uma sociedade contemporânea e a condição social do ser. Percebendo a necessidade de uma abordagem decolonial, por oferecer uma análise tanto das relações culturais, quanto das desiguais relações de poder em que as sociedades são organizadas, principalmente no contexto amazônico, Quijano (2005), Freire (1987), Shohat e Stam (2012) foram alguns dos que compuseram as interligações teóricas da rede de ideias necessárias nesse estudo.  Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa, cuja construção do corpus é mediada por observações participantes, roda de conversa, coleta e seleção de grafismo infantil e entrevista narrativa para compor narrativas de vidas. Enfim, percebeu-se que o deixado ver dos mapas mentais, não é um método. São expressões do que se sente, pensa, constrói junto com o outro e consigo, é estética, são as relações com o ambiente e o outro, e aqui representam as vozes, o ver, ouvir e sentir da criança amazônida.

  • PALOMA NOLETO DA SILVA
  • A CRIANÇA AMAZÔNIDA E SEUS MAPAS MENTAIS: EXPRESSÃO GRÁFICA INFANTIL EM MARABÁ

  • Data: 30/05/2020
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    A pesquisa tem como objetivo central fazer uma análise das expressões gráficas dos mapas mentais da criança na Amazônia do sudeste paraense a partir de uma realidade na escola pública municipal em uma turma do Ensino Fundamental I da Educação Básica. Nas expressões gráficas das crianças estão mostrados o que é deixado ver de seus mapas mentais daquilo que se constituído da percepção estético ambiental delas é simbolizada sob o que idealiza/vivencia, do que experivivencia, deixando ser revelada sua lógica de Amazônia e do que é ser amazônida. É uma construção do no sentir em comum, no estar-junto, no identificar-se no grupo, é da relação entre os pares e os adultos. Para tal, reúnem-se os estudos de Maffesoli (1996) sobre estética, percepção, constituições do sentir em comum, das inter-relações, Pizarro (2012) sobre Amazônia, amazonidade, Bauman (2013) e Arendt (2007) sobre concepções de uma sociedade contemporânea e a condição social do ser. Percebendo a necessidade de uma abordagem decolonial, por oferecer uma análise tanto das relações culturais, quanto das desiguais relações de poder em que as sociedades são organizadas, principalmente no contexto amazônico, Quijano (2005), Freire (1987), Shohat e Stam (2012) foram alguns dos que compuseram as interligações teóricas da rede de ideias necessárias nesse estudo.  Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa, cuja construção do corpus é mediada por observações participantes, roda de conversa, coleta e seleção de grafismo infantil e entrevista narrativa para compor narrativas de vidas. Enfim, percebeu-se que o deixado ver dos mapas mentais, não é um método. São expressões do que se sente, pensa, constrói junto com o outro e consigo, é estética, são as relações com o ambiente e o outro, e aqui representam as vozes, o ver, ouvir e sentir da criança amazônida.

  • ALEX COSTA LIMA
  • PADRES E POSSEIROS DE SÃO GERALDO DO ARAGUAIA: O CASO DO CAJUEIRO

  • Data: 30/04/2020
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  • Essa dissertação tem como objetivo analisar a atuação da Igreja Católica nos conflitos de terra em São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Pará, tomando como caso o conflito do Castanhal Cajueiro ocorrido em 1981. Para tanto, são analisadas as principais características dos conflitos por terra, bem como as transformações sociais ocorridas na Amazônia oriental a partir da expansão do capital através da implantação dos grandes projetos no sul e sudeste paraense. São analisadas também a reação violenta do latifúndio e do Estado contra os posseiros, bem como a luta e resistência dos trabalhadores. São analisadas ainda os papeis desempenhados pela Igreja Católica, por meio da Paróquia de São Geraldo do Araguaia e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na defesa da luta dos posseiros por seus direitos. No Baixo Araguaia, o Grupo Executivo de Terras do Araguaia e Tocantins (Getat), a Polícia Federal, a Polícia Militar e o Exército ao mesmo tempo que defendiam os grandes proprietários de terra, agiam de maneira violenta contra os posseiros que demandavam a terra para o sustento de suas famílias. O conflito do Cajueiro pode ser entendido como símbolo de resistência e de luta pela abertura democrática do Brasil, demarcando os entreveros entre o Estado e a Igreja Católica com relação à questão agrária. Para construção desse trabalho foram fundamentais as informações propiciadas por meio de fontes bibliografias, orais, documentais e imagens, sobretudo propiciadas pelos arquivos pessoal e da CPT.

  • KEZIA VIEIRA DE SOUSA FARIAS
  • A RE-EXISTENCIA FEMINISTA DAS MULHERES DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA NO SUDESTE DO PARÁ

  • Data: 07/04/2020
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  • Este trabalho trata da temática da re-existência feminista das mulheres, dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no sudeste do Pará. A abordagem está centrada na dimensão político-pedagógica da práxis dessas mulheres, tendo como referência principal, para a descrição e análise, os estudos feministas descoloniais latino-americanos. A metodologia adotada foi a história oral, com a técnica de entrevista de história de vida, e pesquisa documental em cartilhas e cadernos de formação do MST. Na base teórica sustentam-se os conceitos de feminismo descolonial (LUGONES, 2008,2014; ESPINOSA, 2014; PAREDES, 2010; SEGATO, 2012) e práxis político-pedagógica de re-existência (WALSH, 2013, 2017; LUGONES 2014; FREIRE, 1987). Como resultados observou-se uma práxis que se realiza nos deslocamentos físicos e simbólicos, desde o contexto de suas histórias de vida na fronteira amazônica, entre regimes de violência e a resistência em coletividades de solidariedade e luta, e desde as lutas antissistêmicas às ações sistemáticas pela despatriarcalização dos seus espaços de vida e atuação infra e macro políticos. Também a análise tratou das práticas e discursos que estruturam o MST desde a contradição, latifúndio versos sem-terra, à incorporação, nas suas leituras, sobre as múltiplas opressões e a constituição e valorização da diversidade das subjetividades Sem Terra. Conclui-se que as mulheres, lideranças/dirigentes, têm sido capazes de criar instrumentos críticos e práticos, tanto para colocar na agenda do Movimento a intersecção da luta contra as múltiplas opressões, especialmente de gênero e classe, bem como com táticas e estratégias de politização dos múltiplos espaços e escalas das lutas de re-existência. Enfim, uma práxis feminista na construção de subjetividades ativas e descoloniais, desde processos permanentes e sistemáticos de deslocamentos entre ação/reflexão e aprendizagens/desaprendizagens.

  • YWRI CORTEZ FERREIRA
  • PARTICIPAÇÃO SOCIAL EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: O CONSELHO CONSULTIVO DA FLORESTA NACIONAL DE TAPIRAPÉ AQUIRI (FLONATA)

  • Data: 20/03/2020
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  • O objetivo desse trabalho é analisar a participação social na gestão compartilhada dos recursos naturais em uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável, a Floresta Nacional de Tapirapé Aquiri (FLONATA), criada em 1989 e localizada na Serra dos Carajás, maior província mineral do mundo. A FLONATA constitui o Mosaico UCs de Carajás, no Sudeste paraense. Os conselhos gestores de UC são instituídos pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) considerando que eles são instrumentos necessários à inclusão dos atores que tem relação com as UCs. O conselho da FLONATA, criado em 2005, é constituído por representantes do poder público e privado e por entidades da sociedade civil. O objetivo geral deste trabalho é analisar o conselho enquanto espaço estratégico no qual os atores atuam para terem seus direitos reconhecidos ou para controlarem os recursos naturais nele existentes. A presente análise recorre aos conceitos de Bourdieu de campos sociais enquanto espaços de conflitos e negociações entre os atores no acesso aos recursos materiais e simbólicos nele disponíveis. Partiu se também de uma aproximação entre os conceitos de participação e território, já que a FLONATA é uma configuração territorial específica, Unidade de Conservação de Uso sustentável, e por isso é constituída de disputas pelo uso dos seus recursos. Deste modo, entendemos o território como relações de poder e resultado de processos sociais e históricos. A metodologia de pesquisa realizou se por meio da análise de documentos oficiais deste conselho, participação nas reuniões e realização de entrevistas com os conselheiros e servidores do ICMbio. Como resultado, constata se que os conselhos são espaços importantes tanto para os atores instituírem as formas de uso e controle dos recursos naturais, quanto para os que nele encontram possibilidades de acesso aos serviços públicos e políticas públicas. Constatou se ainda que os agentes negociam as regras estipuladas no campo ambiental para ter acesso aos recursos disponíveis neste campo.

  • VALÉRIA LACERDA DE ALMEIDA
  • A BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS NO TERRITÓRIO INDÍGENA SORORÓ COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO SOCIOAMBIENTAL

  • Data: 17/03/2020
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  • Na Amazônia os maiores remanescentes florestais nativos e preservados são os Territórios Indígenas. O povo Sororó da etnia Aikewara, sofrem impactos significativos decorrentes dos incêndios florestais, seja por diminuição da fauna essencial para alimentação, como também, através das espécies florestais considerada na contemporaneidade a principal fonte de renda para a comunidade. Com o intuito de diminuir a pressão sobre o meio ambiente o Estado implantou no Território Indígena (TI) Sororó uma brigada formada prioritariamente por indígenas, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Nesse sentido o trabalho tem como objetivo analisar os efeitos da implantação do Prevfogo enfocando as mudanças nas dinâmicas socioambientais e econômicas desse território. A metodologia aplicada foi quantitativa e qualitativa, a partir da disponibilidade dos dados de focos no programa BD (Banco de Dados) queimadas, analisados no período de 2016 a 2019, bem como, questionários semi-estruturados e observação indireta com os diversos atores locais envolvidos no Prevfogo, ao todo realizou-se 17 entrevistas, o Coordenador do Prevfogo no estado do Pará, o Cacique da aldeia Sororó e os 15 brigadistas. Identificou-se como fator negativo a ausência de transporte para a facilitação da logística, atrasos na entrega dos Equipamentos de Proteção individual (E.P.I.) e ferramentas, bem como, a inferioridade desses materiais, reafirmado pelos cálculos aplicados, no qual, apresentou déficit de 252 pontos em recurso de pessoal, assim como, déficit de 165 pontos para equipamentos operacionais. Apresentou alto índice na quantidade de risco de fogo, bem como, na classe de grau de risco, prioritariamente no entorno do Território Sororó com Buffer de 5 km.   Apesar das limitações apresetadas, os aspectos positivos contribuem para ações de prevenção que auxiliam na redução dos incêndios provenientes das queimadas dentro do Território, como também, a redução dos incêndios oriundo da circunvizinhança, através de ações de prevenção e palestras de educação ambiental, fortalecendo suas tradições e sua identidade étnica. Outro fator positivo é a produção de mudas para revitalização das áreas queimadas além de favorecer de forma satisfatória a questão econômica tanto dos brigadistas como da comunidade como um todo.

  • ROZANI UCHOA SILVA
  • DIREITOS FUNDAMENTAIS EM COLISÃO NO PROCESSO DE OCUPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO DE MARABÁ: Moradia versus Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado

  • Data: 17/03/2020
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  • As intervenções do processo de urbanização operadas a nível mundial e seus impactos constituem a principal problemática socioambiental deste século. O processo de urbanização ocorrido no Brasil, a partir da tardia industrialização, cria um caótico quadro em função da explosão demográfica das cidades. Além disso, o histórico regime de ocupação da terra no estado do Pará, que desde os tempos de colônia se concentra nas mãos de poucos, vem acarretando déficit habitacional, que somado à falta de planejamento da urbanização, resulta na ocupação irregular e desordenada do território. Nesse campo de reflexão, o presente estudo objetiva discutir a atuação judiciária na “colisão” de direitos fundamentais, quando o meio ambiente ecologicamente equilibrado reclama atuação frente à moradia, nos conflitos por irregular ocupação em áreas de preservação ambiental, na cidade de Marabá, às margens do Rio Itacaiúnas. Para tanto, no contexto do despertar das ciências sociais enquanto paradigma emergente do conhecimento científico, seguindo as dimensões propostas pela teoria elaborada por Robert Alexy aplicada à pesquisa jurídica (analítico-dogmática, empírica e crítico-normativa), por meio de estudo teórico-qualitativo analisa-se os direitos ao meio ambiente e moradia à razão de sua fundamentalidade e recepção pela Constituição Federal de 1988. De um lado, avalia-se o “direito à moradia digna” como uma conquista paulatina advinda do Estado Social de Direito, e de outro, que o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” nasce da compreensão de que a vida humana está integrada aos demais fenômenos biológicos do planeta e deles dependem sua continuidade. Preservar o meio ambiente é promover vida sadia e com qualidade, promover vida com qualidade é garantir a dignidade humana, o que coloca em questão também o direito à moradia digna. Demonstrado que tanto o direito ao meio ambiente quanto o direito à moradia, são garantidos constitucionalmente, e que, portanto, não há hierarquia entre eles, busca-se resposta jurídica ao problema, verificando-se que embora ainda não uniforme, é dominante a jurisprudência superior em relação ao objeto, sobretudo no que se refere à aplicação da dogmática constitucional contemporânea, que por meio da ponderação busca à harmonização dos direitos conflitantes; ao que apresenta dissonância o TJE/PA e o MPPA quando da expedição das decisões judiciais e instrumentos extrajudiciais aplicados in concretu, e, que por pender de efetividade as soluções apresentadas por meio desses institutos, somada à ausência de políticas públicas de acesso à moradia e proteção ao meio ambiente, continuam negados à população ribeirinha do Itacaiúnas, ambos os direitos em “colisão”.

  • SÍLVIO VALDIVINO RODRIGUES
  • TRABALHO E LUTAS SOCIAIS NO CAMPO:  ACAMPAMENTOS NOVO PROGRESSO E ARAGUAIA NO MUNICÍPIO DE BREJO GRANDE DO ARAGUAIA – PA

  • Data: 16/03/2020
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  • Este trabalho tem por objetivo analisar como os acampados nas fazendas Consolação, onde se situa o acampamento Novo Progresso e na fazenda Três Poderes local do acampamento Araguaia, no município de Brejo Grande do Araguaia, localizado no sudeste paraense, se reproduzem como trabalhadores rurais e como tipificar a categoria trabalho nas condições em que vivem. As discussões relacionadas à luta pela terra no sudeste paraense por si só são bastante complexas por causa não só da forma desigual como ocorrem, mas também pelo modelo de desenvolvimento econômico que prioriza, a partir da atuação do Estado, as ações das grandes empresas e seus projetos na região. Aqui essa complexidade aumenta quando nos propomos a analisar essa questão a partir da categoria social trabalho. Para esse fim, optamos por fazer uma pesquisa de cunho qualitativo tendo o estudo de caso como método por nos proporcionar um estudo detalhado dos acampamentos em questão, com entrevistas semiestruturadas como principal instrumento de coletas de dados. Partimos das análises dos limites e potencialidades do trabalho rural, a partir da experiência da ocupação das fazendas, abordando a forma como produzem. Buscamos breve reflexão sobre as possibilidades de desenvolvimento que a agricultura familiar poderia trazer ao município de Brejo Grande. Os resultados das análises revelam que as famílias vivem sem acesso aos recursos mínimos para viverem com qualidade; são obrigadas a desempenharem formas de trabalho precárias em subempregos para complementar a renda familiar; vivem em constante estado de alerta por estarem em uma ocupação irregular sem qualquer decisão favorável, o que causa insegurança para produzir o suficiente para se manter; vivem sem nenhum tipo de auxílio, programas, projetos que lhes permitam uma vida melhor. Mesmo com as dificuldades, as famílias se empenham para sobreviver da melhor forma possível, plantam, criam animais, fazem artesanatos, enfim, se doam, se ajudam e continuam lutando em torno da nobre causa: O acesso à terra que lhes possibilite reproduzir seu modo de vida.

  • LUZICLAUDIA DE FRANÇA SILVA
  • JOGO POLÍTICO E FORMAS DE APROPRIAÇÃO DA TERRA: AS REDES E TESSITURAS DA TERRITORIALIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO NO SUDESTE DO PARÁ

  • Data: 28/02/2020
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  • O presente trabalho investiga a territorialização do agronegócio no Sudeste Paraense, a partir da redemocratização do Brasil, em 1985, quando em meio ao debate sobre o Plano Nacional de Reforma Agrária, estruturam-se as alianças sociopolíticas e econômicas que possibilitaram o desenvolvimento do agronegócio no país. A área estudada é a região Sudeste do Pará, considerada como região de fronteira econômica, onde a disputa pelo acesso aos recursos naturais se personifica nos conflitos por terra, tornando-a uma das mais violentas do Brasil. O aporte teórico-metodológico de Pierre Bourdieu (2011) com sua teoria dos campos, foi relevante para a reflexão do jogo político dos atores na defesa do agronegócio. Para compreender como o território se forma a partir das redes de sociabilidade sociopolítica e econômica recorremos ao aporte teórico de Santos (2008) e Raffestin (1993). Desvendar o caminho percorrido pela elite agrária regional para se estruturar, exigiu pesquisar os contextos sociopolíticos e econômicos que colaboraram para isso, como por exemplo, as relações de trabalho e o jogo político em torno da apropriação da terra da terra. O percurso metodológico, iniciou com o levantamento bibliográfico, que ajudou na delimitação do tema e na elucidação dos conceitos necessários à interpretação dos dados. A coleta de dados ocorreu através de publicações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de reportagens de jornais e revista de circulação nacional e regional e de publicações internas da Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará), disponibilizadas pela entidade.  Iniciamos com uma reflexão sobre a estruturação e consolidação de uma elite econômica na região, baseada na economia extrativista mercantil. Com o controle econômico e político da terra, essa elite expandiu seus empreendimentos e seu poder na região. A implementação dos projetos desenvolvimentistas do Estado, atraiu para a região a elite agroindustrial do Centro-Sul do país, a qual se articula, para compor o poder político e econômico regional, causando a impressão de declínio do poder da elite local. Contudo, ocorre a reconfiguração da atuação política dos atores locais, agora voltados ao agronegócio, que se associam à elite política nacional, para manter o monopólio da terra, fonte do seu poder político e econômico. A territorialização do agronegócio no Sudeste do Pará é resultado desse jogo político sobre a posse da terra, no qual os atores se organizam formando uma rede de sociabilidade, que integra atores internos e externos à região, ligados ou não ao agronegócio. Essa rede é formada por tessituras, amplas e complexas, por meio das quais o agronegócio coloca em prática as estratégias que possibilitam sua territorialização.

  • LETÍCIA COSTA SILVA
  • JUVENTUDE E MIGRAÇÃO: MIGRAÇÃO RURAL-URBANA DOS JOVENS EM SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA-PA

  • Data: 28/02/2020
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  • O presente trabalho propõe uma análise de como as dinâmicas socioeconômicas do cenário mundial e regional da organização e condições de trabalho  estão levando os jovens a deixar o espaço rural do município de São Domingos do Araguaia-PA. No  contexto das dinâmicas do modo de produção capitalista, muitos jovens são levados a entrar precocemente no mercado de trabalho, seja para conseguir independência, ajudar na renda familiar, ou mesmo pela própria sobrevivência e na maioria das vezes são considerados sem experiência e qualificação para conseguir uma colocação satisfatória no mercado de trabalho. Dentro dessa problemática da condição juvenil, temos o jovem do campo que apesar de exercer atividades agrícolas na terra, é muitas vezes tentado a abandoná-la. O Estado brasileiro pode ser considerado também responsável pelo impulsionamento das dinâmicas sociais e ambientais de desenvolvimento agrário que permitiram a invisibilização e marginalização da população rural e sua juventude, seus modos de vida principalmente na região amazônica que possui uma grande complexidade de diferentes povos e recursos naturais Como resultado da pesquisa, observa-se que os fatores que levam o jovem à saída do espaço rural do município se dão prioritariamente por conta das condições e trabalho e educação, consequência do atual modelo de desenvolvimento rural vigente. Os jovens do município se queixam da falta de assistência e políticas públicas que deem melhores suportes à direitos sociais básicos, como infraestrutura para energia elétrica, transporte, educação e favoráveis condições de trabalho. Assim, veem na ida ao espaço urbano uma melhor possibilidade de conseguir realizar seus projetos profissionais e pessoais. No entanto, o mercado de trabalho para os jovens mesmo na área urbana da cidade de São Domingos do Araguaia se encontra no setor de serviços, comercial ou mesmo informal. Muitos jovens optam até mesmo por sair do município em busca de estudos, de um ensino superior, visto que a cidade não oferece e isso se torna essencial para terem mais oportunidades de alcançar empregos que lhes satisfaçam. E os que permanecem, seja por falta de condições de sair para estudar ou por optarem por não fazerem ensino superior, ficam sem perspectivas de trabalhos satisfatórios, tornando-se reservas de força de trabalho barata para o setor comercial. Portanto, a migração dessa população jovem traz à tona aspectos problemáticos da estrutura da sociedade que influenciam nas várias dimensões no âmbito do rural. Principalmente na cidade de São Domingos do Araguaia, por se tratar de uma cidade-sede de um pequeno município.

  • NATHALIA KAROLINE FEITOSA DOS SANTOS
  • ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL DO USO E COBERTURA DO SOLO E DOS SISTEMAS PRODUTIVOS NO ASSENTAMENTO GRANDE VITÓRIA- MARABÁ- PA

  • Data: 18/02/2020
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  • A agricultura familiar na Amazônia é considerada uma categoria importante por representar parte economicamente significativa do setor agrário regional. O enfoque dominante a qualificava em décadas passadas,  como uma agricultura nômade, ineficiente e insustentável, sendo essa descrição baseada no modelo do ciclo da fronteira, em que a agricultura familiar é expulsa em detrimento de sistemas pecuários tradicionais praticados por grandes fazendeiros,  e no modelo de exploração clássico da floresta amazônica. Ao longo dos anos a agricultura familiar passou por grandes mudanças para adaptar-se ao novo sistema de equilíbrio entre atividade agrícola, necessidades econômicas, fatores sociais e problemas ambientais. Nesse cenário configura-se a complexidade em que se qualifica o debate sobre  desenvolvimento sustentável e diversidade produtiva. Partindo-se da hipótese de que a mudança nos sistemas produtivos no Assentamento Grande Vitória vem acompanhado das modificações territoriais ao longo do tempo na região Sudeste do Pará, esta dissertação teve como objetivo realizar a análise temporal e espacial de uso e cobertura do solo e identificar os sistemas produtivos do assentamento através da elaboração de mapas de uso e ocupação do solo, além de compreender a lógica produtiva e os impactos socioambientais no Assentamento Grande Vitória, Marabá-PA. A análise temporal permitiu identificar o aumento do desmatamento na área de floresta, sendo que comparando-se o uso praticado nos diferentes períodos de avaliação, foi possível observar alterações na paisagem nos anos seguintes à criação do PA Grande Vitória. Diante do avanço do desmatamento, a diversificação produtiva emerge como uma alternativa não só para a produção, mas garante a reprodução social do agricultor. Assim, foi possível observar que a lógica de produção dos agricultores familiares no PA Grande Vitória  é baseada na diversificação produtiva com a união das atividades dos subsistemas de criação e cultivo, de forma que, não ocorra a total dependência dos agricultores em nenhuma atividade específica, diminuindo assim  riscos e garantindo as estratégias de reprodução social e os mecanismos para se manter na terra.

  • KELLY CAROLYNE CIRQUEIRA ALVES
  • NARRAR A DOR PORQUE LUTAR É PRECISO: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA LITERATURA DE TESTEMUNHO EM POESIAS DE TRABALHADORES SEM-TERRA

  • Data: 17/02/2020
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar o acontecimento discursivo de poesias do MST (Movimento dos trabalhadores Sem-Terra) que circulam dentro do movimento como literatura de testemunho. As poesias analisadas são utilizadas pelo MST nas místicas do movimento como formas de resistência, para impulsionar os trabalhadores na luta; a poesia no movimento assim como outros gêneros artísticos possui não só esse viés de resistência e animação, mas também uma vertente pedagógica para que o trabalhador se eduque pela arte, a partir das experiências de violência às quais são constantemente submetidos. Para contextualizar a pesquisa, são discutidas a criação e territorialização do MST no estado do Pará, a partir de autores que discutem a história da região. Completam o contexto um debate sobre cultura e poesia no movimento e discussões sobre os conceitos chaves para a análise: literatura de testemunho, memória coletiva e memória traumática. Para o trabalho analítico foram escolhidas três poesias que circulam no MST, sendo a primeira um testemunho primário e as outras duas, testemunhos secundários. A partir das análises, observa-se a existência de uma linguagem que valoriza a experiência de luta, do trauma e da violência para impulsionar as formas de luta e resistência que ganham outra dimensão no campo da arte e da literatura, se constituindo enquanto um testemunho da violência em que os sujeitos estão submetidos. A arte poética se constitui, então, como um espaço de que esses sujeitos se apropriam, seja para criar um discurso pedagógico que assume um fazer político, como no primeiro poema intitulado “19 de impunidade” ou para a produção e circulação de um herói, como observamos no segundo poema intitulado “Oziel, o Zumbi do Pará”, no qual o poeta se esforça para criar uma produção discursiva de herói como referência aos trabalhadores do movimento a partir da memória de dois sujeitos que marcaram a história. Colocando-se também um espaço para a mobilização da memória de massacres, como o Massacre de Eldorado dos Carajás que, na poesia, ganha um sentido de instrumento de luta e resistência, como observado na análise do terceiro poema, intitulado “O sangue jorra”, no qual o poeta faz uso da memória dando um novo significado a partir do contexto de luta que o movimento vivencia. Acontecendo de novo, no campo poético, como produção discursiva, a experiência coletiva de violência ganha forma de testemunho e se reconfigura como experiência pedagógica de resistência.

  • ÉRIKA VIVIANNE NASCIMENTO ARAÚJO
  • Degradação socioambiental do rio Tocantins e os reflexos na saúde e qualidade de vida dos moradores da orla de Marabá-PA.

  • Data: 13/02/2020
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  • Os problemas socioambientais, em diferentes territórios da Amazônia brasileira, têm se acentuado em grande escala nos últimos anos, principalmente no que se refere à destruição das florestas e degradação dos recursos hídricos. Nesse contexto, este trabalho discutiu a degradação socioambiental do rio Tocantins no Município de Marabá – PA e os reflexos, tanto na qualidade da água do rio e dos meios econômicos de sobrevivência dos pescadores, quanto na saúde e na qualidade de vida dos moradores da orla de Marabá-PA. O estudo busca
    responder como o processo de ocupação urbana e a fragilidade de políticas ambientais podem contribuir para a degradação socioambiental do rio Tocantins na orla de Marabá-PA. Assim, foram analisados os aspectos socioeconômicos dos moradores da área da orla de Marabá-PA, os impactos socioambientais do rio Tocantins, partindo também dos impactos causados pela construção da hidrelétrica de Tucuruí e análises quanto à potabilidade da água consumida pela população e qualidade da água do rio Tocantins, relacionando-a com as
    doenças de veiculação hídrica à população. As hipóteses levantadas são que as políticas públicas desenvolvimentistas voltadas para promoverem a ocupação da Amazônia interferiram no uso dos recursos hídricos do rio Tocantins no município de Marabá-PA, bem como a degradação do rio Tocantins está afetando a qualidade de vida da população ribeirinha, especificamente na orla do rio Tocantins em Marabá-PA, culminando assim em doenças de veiculação hídrica e comprometendo a atividade econômica pesqueira com diminuição do volume de pescado na região. Foram realizadas pesquisas bibliográficas, entrevistas com moradores e pescadores, aplicação de questionário socioeconômico, pesquisa em bancos de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá- PA, da Cosanpa, e outras bases secundárias de órgãos públicos e instituições de pesquisa. Os dados coletados foram sistematizados através da análise estatística descritiva, análise de variáveis qualitativas e utilização de princípios introdutórios da oralidade. Pelas análises foi possível observar que a fragilidade das políticas públicas tanto nos aspectos sociais quanto para o meio ambiente, somados a outros fatores de natureza econômica, resultaram no baixo progresso social da população da região da orla de Marabá-PA e ampliação dos resultados negativos da degradação. No mesmo sentido, as políticas para implantação de grandes projetos econômicos na região amazônica deformaram o equilíbrio natural do rio Tocantins, e consequentemente afetaram, mais precisamente, aqueles que dependem da pesca e da água para viver.

2019
Descrição
  • KEYLLA LOPES DE ALMEIDA
  • CONSERVAÇÃO, LÓGICAS FAMILIARES E BOAS PRÁTICAS: PERSPECTIVAS AGROECOLÓGICAS NA APA ARAGUAIA – ASSENTAMENTO BOQUEIRÃO, SÃO GERALDO DO ARAGUAIA-PA.

  • Data: 23/08/2019
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    Dentre as principais fontes de renda em Projetos de Assentamento de Reforma Agrária (PAs) no Sudeste Paraense a pecuária tem apresentado uma posição de destaque. O predomínio desta atividade em áreas destinadas ao Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) é uma realidade contraditória, uma vez que um dos pilares do mesmo é a diversificação da produção com ênfase no cumprimento da função social e ambiental da terra. As iniciativas de produção de base ecológica e aproveitamento sustentável de produtos da floresta mostram-se como alternativas que possibilitam conciliar geração de renda e conservação dos recursos naturais. No entanto, estas técnicas de produção de baixo impacto, fundamentadas em princípios agroecológicos, ainda são práticas pouco empregadas no Sudeste do Pará, mesmo em Assentamentos Ambientalmente Diferenciados. O Projeto de Assentamento Boqueirão fica localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia, área de amortecimento do Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas (PESAM). A problematização deste estudo relaciona-se a análise de fatores que afetam iniciativas de produção agroecológica e utilização consciente de elementos da floresta no Assentamento Boqueirão. A metodologia pautou-se em observações de campo, análise documental, promoção de oficinas de troca de saberes/aprendizados e aplicação de questionários semi-estruturados. A sistematização e análise dos dados, deu-se através da estatística descritiva e análise da oralidade e percepção das falas dos agricultores. Verificou-se que no PA Boqueirão, especialmente após a instituição do Conselho Gestor do PESAM pelo IDERFLOR-BIO e a disponibilização de Serviços de Assistência Técnica pelo INCRA, vem sendo desenvolvidas algumas ações de educação ambiental, implantação de Sistemas Agroflorestais, Recuperação de Áreas Alteradas e capacitações em sistemas produtivos de baixo impacto. O aproveitamento de produtos da biodiversidade local, para consumo pelos agricultores, ocorre desde o início da ocupação, com destaque para o açaí, coco babaçu, murici, bacuri e castanha-do-pará. No entanto, a principal atividade econômica desenvolvida no Projeto de Assentamento Boqueirão atualmente é a pecuária leiteira, sendo a produção de base ecológica e o agroextrativismo pouco representativos na composição da renda. Constatou-se, que dentre 9 os fatores que afetam o desenvolvimento destas práticas, destacam-se a dificuldade de acesso a linhas de crédito específicas, redução significativa da cobertura vegetal arbóreaarbustiva do PA, descontinuidade e dificuldade de aplicação das capacitações, falta de estrutura para beneficiamento/armazenamento/agregação de valor aos produtos, utilização de pacotes tecnológicos impactantes, características edafoclimáticas e disponibilidade de água nos lotes. 

  • FABRICIO ARAÚJO COSTA
  • Análise da configuração do sistema produtivo, no município de Jacundá-PA, a partir dos aspectos social, econômico e ambiental e sua implicação na agricultura familiar: O caso do PA Jacundá

  • Data: 21/08/2019
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  • Essa pesquisa tem como objetivo analisar os fatores socioeconômicos e ambientais que contribuíram para a configuração do assentamento PA-Jacundá, bem como compreender as mudanças provocadas na agricultura familiar a partir da prática desse “modelo”. Para a realização desta pesquisa utilizou-se, a abordagem sistêmica, pelo fato do enfoque sistêmico visar compreender o grau de complexidade que caracteriza o objeto da pesquisa, nesse caso, o assentamento PA Jacundá e sua caracterização produtiva, assim como compreender as inter-relações estabelecidas entre esses diferentes aspectos (social, ambiental e econômico), possibilitando neste caso uma pesquisa mais completa nos detalhes do processo pesquisado, principalmente quando considera-se que este método implica em conhecer quais as formas com que os diversos elementos constitutivos da pesquisa se inter-relacionam e se influenciam reciprocamente, possibilitando uma visão holística dos fatores presentes. Assim a pesquisa foi construída a partir de dados levantados em pesquisa de campo levando em consideração aspectos ambientais, econômicos e ambientais observando que a agricultura familiar no assentamento tem sua estrutura produtiva baseada na pecuária e cultivo de pastagens com associação destas com outros sistemas de criação e cultivo voltados ao auto sustento da família, garantindo nesse contexto a pluriatividade com considerável diversidade resultado da diversidade social que compõe o assentamento. Observou-se a necessidade de uma nova lógica de desenvolvimento que leve em consideração a diversidade existente na agricultura familiar se faz necessária, com programas de assistência técnica, melhoria na infraestrutura, treinamentos periódicos, ações integradas de investimento e pesquisa torna-se cada vez mais necessária no fortalecimento da agricultura familiar.

  • MARIA REGINA CEO ANDRADE
  • DO LUTO À LUTA: MEMÓRIA E SUBJETIVIDADE ANTE ÀS PRÁTICAS DE VIOLÊNCIA NO CAMPO NO SUL E SUDESTE DO PARÁ

  • Data: 20/08/2019
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  • O sul e sudeste do Pará caracterizou-se historicamente como região de ocupação territorial conflituosa, marcada por processos migratórios intensos, disputas pela terra e pela ocorrência emblemática de práticas de violações contra a vida. Nesse contexto, este trabalho toma por objeto a memória de pessoas que perderam familiares assassinados em meio à luta pela terra no sul e sudeste do estado do Pará. Amparados por uma perspectiva teórica e metodológica interdisciplinar, através da pesquisa de campo antropológica, da psicanálise e dos estudos de memória, a pesquisa intenta problematizar como se desdobra a relação entre as emoções produzidas pelos assassinatos no campo e a reelaboração das ações de resistência. Particularmente, este estudo pretende analisar as narrativas dos familiares de pessoas assassinadas, com ênfase em suas experiências pessoais e junto às organizações sociais e políticas das quais elas participaram antes e após os assassinatos de seus familiares, buscando compreender suas trajetórias de vida e os efeitos das perdas sobre suas subjetividades, e, por conseguinte, no ambiente das lutas políticas. A análise das memórias nesse enredo se desloca para o campo da “política de afetos”, isto é, pelo investimento e transfiguração de emoções que perpassam à luta pela terra, pela justiça e melhores condições de vida, a despeito do luto. Estas, sob a mesma potência, não deixam de engendrar o aprofundamento do sofrimento psíquico, na medida em que faz o sofrimento da perda e da impunidade, não incluídos nas pautas das agendas políticas do movimento social, se confundirem com as vicissitudes dos enfrentamentos atuais. Por outro lado, a continuidade da vida política dos enlutados, o trabalho de remissão da memória dos mortos, segue atuando como uma outra justiça em horizontes existenciais que escapam à racionalidade política. A análise dos dados da pesquisa possibilitou conhecer que as emoções atravessam o trabalho da memória no ato de lembrar e esquecer, tocando a trajetória política dos sujeitos em análise e desvelando a composição das inúmeras facetas das práticas de resistência, para além da ordem econômica e político-partidária. Ainda nesse sentido, através da plástica tensão entre luto e luta, apreendemos as múltiplas percepções que homens e mulheres construíram no enlace entre memória e pertença da terra, bem como dos significados da presença/ausência do Estado em suas vidas. Finalmente, a absolvição do sofrimento dos sobreviventes ocorre a partir da transmissão da narração da experiência da violência, articulando um trabalho onde justiça e memória social se encontram. Assim, pode-se vislumbrar, pela redenção da memória dos mortos, a criação de faíscas que acendem a clareira dos sentidos para as lutas do presente nesta parte da Amazônia brasileira.

  • AMARILDO JOSÉ MAZUTTI
  • ACUMULAÇÃO POR DESAPOSSAMENTO: O CASO DO POLÍGONO DOS CASTANHAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

  • Data: 19/08/2019
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  • A dissertação interpreta mudanças na organização social e espacial no Polígono dos Castanhais, durante o século XX, mediante a articulação dialética entre dinâmicas gerais, inerentes ao modo de produção capitalista, e dinâmicas particulares que ensejaram formas de incorporação desta área amazônica a dinâmicas mercantis para o que foi determinante a atuação do Estado e de seu aporte burocrático que, face as suas definições de legalidade, produziram diversos instrumentos legais que mediaram e viabilizaram um processo de acumulação por desapossamento materializado pela transferência de terras públicas para entes privados. Propõem-se, ainda, a demonstrar a fragilidade jurídica de tais transferências, demonstrando que os procedimentos adotados pelo Instituto de Terras do Pará (ITERPA) por meio dos quais ter-se-ia regularizado várias áreas de foreiros no Polígono, quando do resgate do aforamento, sem o atendimento das finalidades originais e cláusulas contratuais, permitiram essa apropriação e, por isso, passíveis de revisão, em tese, com as possíveis consequências jurídicas aplicáveis à espécie.

  • CLAUDIANA GOMES GUIDO
  • EDUCAÇÃO E COTIDIANO: UM ENFOQUE NA MATERIALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA ESCOLA PÚBLICA

  • Data: 12/08/2019
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  • O presente estudo objetiva analisar a educação e sua relação com a cultura e o território a partir do estudo das práticas educativas como reflexo das políticas para a educação básica implementadas pelo Estado. A análise dos dispositivos legais pelos quais a política neoliberal de educação é imposta na escola e a identificação dos seus mediadores possibilita a visualização dessas forças nas práticas da escola e a relação dessas práticas com o projeto hegemônico de cultura e de sociedade presentes nas políticas oficiais. Reflexões sobre ideologia, política e poder apontarão chaves de leitura para uma abordagem da educação como dispositivo do neoliberalismo para a construção de subjetividades necessárias para sua consolidação. Assim como a relação da cultura com a educação, materializada nas práticas da escola, compreendidas no fazer cotidiano e nas relações de saber e poder, contribuem para a compreensão da escola, como espaço fomentador de transformações nas dinâmicas territoriais através de práticas que envolvem ideologia, cultura, relações de poder, hegemonia e resistência. De postura dialético-materialista, a pesquisa será realizada a partir da relação e interação de teoria e pratica tomando como ilustrativo empírico a experiência da Escola de Ensino Médio Liberdade na execução do Programa Jovem de Futuro. Pesquisa bibliográfica, análise de conteúdo, observações das práticas da escola, entrevistas semiestruturadas e narrativas orais, são as estratégias de investigação que, apesar do processo inicial em que se encontra, aponta que as políticas oficiais, materializadas em programas como o Jovem de Futuro, envolvem financiamento e responsabilização de empresas privadas na educação pública e que as práticas educativas provocam transformações, possibilitam novos habitus e interferem na dinâmica local de inserção da escola.

  • ERIKA JOSELMA DA SILVA CURVINA
  • “DO ALAGADO, AO MENOS O CHAPÉU”: DESLOCAMENTOS COMPULSÓRIOS PROVOCADOS PELA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ EM JACUNDÁ (PA)

  • Data: 28/06/2019
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  • Essa dissertação tem por objetivo analisar os efeitos provocados pela construção da Usina
    Hidrelétrica de Tucuruí (UHT) na cidade de Jacundá (PA), no início dos anos de 1980. Revelase,
    assim, um processo de deslocamentos compulsórios ex situ da cidade de Jacundá e do
    deslocamento in situ da Vila Arraias, a partir das memórias individuais e coletivas dos
    expropriados à montante da Hidrelétrica de Tucurui. Como recurso teórico-metodológico
    recorremos às narrativas orais de moradores expropriados da Jacundá inundada e de moradores
    da Vila Arraias, por compreender que a memória revela a história do passado-presente que se
    inscreve no cotidiano daqueles sujeitos, no caso, as perdas e as dores vivenciadas. Um total de
    vinte narrativas foram coletadas em trabalhos de campo realizados em períodos intermitentes
    entre os anos de 2017 e 2018. Utilizamos também, referências bibliográficas sobre o tema e
    documentos como, cartas, jornais, atas, representações gráficas, e documentação de linguagem
    fotográfica. Nossa analise aponta que a Eletronorte e o Estado promoveram, de forma violenta,
    a expropriação e a violação de direitos sociais, a desterritorialização dos moradores de Jacundá
    e Arraias. Estabelecem conflitos e estranhamentos entre as duas populações deslocadas
    compulsoriamente ao se apropriarem de seus territórios. Contrários a essa forma impositiva de
    apropriação da vida e da natureza os expropriados lutam, até o momento, por direitos e
    reconhecimento, com a clareza de que muitas perdas ocorridas não poderão ser compensadas
    por constituírem valor não monetário. Destaca-se, ainda, que essa luta não é apenas dos
    expropriados da antiga Jacundá, ela deveria ser também dos deslocados in situ de Arraias, que,
    até hoje, não foram considerados e, nem se reconhecem como deslocados. O estudo demonstra
    que as duas localidades foram deslocadas e sofreram os efeitos da desterritorialização desde o
    início da implantação do empreendimento.

  • JESSICA ALEJANDRA SOLORZANO ORELLANA
  • AS PROMESSAS ALAGADAS DO DESENVOLVIMENTO: A VELHA JACUNDÁ E O PROJETO HIDRELÉTRICO TUCURUÍ

  • Data: 27/06/2019
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  • A presente dissertação é uma releitura crítica sobre o processo de deslocamento da população da cidade Velha Jacundá, a partir da memória de seus habitantes, pela implantação do Projeto Hidrelétrico Tucuruí. Se propõe um exercício analítico sobre a governamentalidade estatal no sentido que Michel Foucault atribui a ela, e as formas em que, as ações do regime militar reforçaram práticas coloniais de controle populacional e de aproveitamento dos recursos naturais da região Amazônica. Demostra-se que os avanços do discurso desenvolvimentista geraram muitas expectativas de progresso na população, porém não foram consideradas as condições nas quais seria implementado esse desenvolvimento pela expansão da economia de mercado. Isso aprofundou os impactos sociais e econômicos na vida e possibilidades de reprodução da população. A resposta a esse governamento estatal foi a emergência de um poder correspondente: o poder da resistência da população atingida pelo projeto hidrelétrico.

  • JOYARA MARIA SILVA DE OLIVEIRA
  • EDUCAR PARA LIBERTAR: A PEDAGOGIA LIBERTADORA NA EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA “ESCRAVO, NEM PENSAR”

  • Data: 13/06/2019
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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar o desenvolvimento do Programa “Escravo, nem pensar” na Escola Estadual de Ensino Médio Professor Paulo Freire na cidade de Marabá/PA, buscando dentro da proposta metodológica do programa elementos da teoria freiriana. O “Escravo, nem pensar” é um programa educacional desenvolvido pela ONG Repórter Brasil, foi criado em 2004, como forma de prevenção e combate ao trabalho escravo contemporâneo nas escolas municipais e estaduais da rede pública de ensino. A pesquisa foi desenvolvida a partir do método de estudo de caso, na realização de entrevistas semiestruturadas e roda de conversa com os alunos que participaram do projeto, além da análise do livro de apoio didático destinado para os professores participantes. Tem como produção as discussões a respeito do conceito de escravidão contemporâneo a partir de autores brasileiros e estrangeiros. As discussões sobre os princípios freirianos, uma breve construção do estado da arte, onde se apresenta na literatura algumas pesquisas realizadas sobre a teoria do conhecimento de Paulo Freire. O programa que tem na construção da sua metodologia os princípios da educação popular, busca-se a partir das análises apresentar como essa metodologia dialoga com a teoria freiriana. Dessa forma, apresenta-se, como trabalho analítico, a análise do livro de apoio didático e as entrevistas realizadas com a professora, alunos e coordenadores do programa em cuja construção é possível encontrar elementos da teoria freiriana, destacando a presença dos conceitos: tema gerador; pesquisa; educação como ato político; problematização; dialogo; rigorosidade metódica; liberdade.

  • EDNA CAROLINA MAYORGA SANCHEZ
  • DISCURSO CANIBAL, ENTRE TORNAR-SE O OUTRO OU INVENTÁ-LO: Processos de subjetivação do sujeito indígena no domínio da saúde mental

  • Data: 06/06/2019
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar discursos produzidos em esferas
    institucionais da área de Saúde no Sul e Sudeste do Estado do Pará – Brasil, com o
    propósito de compreender como se configuram os processos de subjetivação dos
    indígenas, no domínio de práticas discursivas da saúde mental. Para desenvolver
    nossas reflexões, mobilizamos o estudo da produção de subjetividades a partir de
    uma perspectiva interdisciplinar. Inicialmente tomamos os estudos póscoloniais/
    decoloniais, que nos propiciaram a análise crítica da alteridade, a partir das
    categorias de estereótipo, imaginário colonial, modernidade como invenção e
    colonialidade do poder; por outra parte, trazemos os conceitos da arqueogenealogia,
    biopolítica e biopoder, na perspectiva foucaultiana, para apreender como se
    apresentam no discurso as relações entre saber, poder e verdade. O corpus está
    conformado por entrevistas realizadas com quatro funcionários da área de saúde,
    complementadas com uma entrevista realizada com um indígena da etnia Xikrin.
    Nossas análises mostram como as práticas discursivas sobre os indígenas
    produzem efeitos de verdade, no domínio de uma biopolítica de controle dos corpos,
    traduzindo-se em processos colonizadores de imposição de discursos por meio de
    dispositivos coloniais. Finalizamos identificando as práticas de liberdade como
    processo de resistência do conhecimento próprio dos indígenas, desde uma leitura
    descontinua da história.

  • MILTON PEREIRA LIMA
  • O DISCURSO DOS MISSIONÁRIOS DOMINICANOS SOBRE OS INDÍGENAS DO ARAGUAIA NA REVISTA CAYAPÓS E CARAJÁS

  • Data: 27/03/2019
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  • A presente dissertação propõe analisar o discurso dos missionários dominicanos sobre os indígenas do Araguaia na primeira metade do século XX. Dedica-se ao estudo da fonte primária que é a Revista Cayapós e Carajás, um periódico produzido pelos dominicanos que atuavam na Catequese de Conceição do Araguaia entre 1922-1933. Além disso, recorre a outras produções dominicanas (ensaios, biografias, memórias) como fontes secundárias complementais, possuindo, ainda, como recurso de estudo, a literatura produzida por viajantes e exploradores. Neste trabalho objetiva-se analisar os sentidos constitutivos do discurso dos missionários dominicanos sobre os indígenas da margem do Araguaia. Outrossim, narrar o contexto histórico das relações entre missionários, indígenas e sertanejos em situação de fronteira, na primeira metade do século passado. Além de estudar a prática missionária religiosa e discursiva no momento da ação evangelizadora “educativa” dos dominicanos. A dissertação discorre em suas quatro seções sobre as relações interétnicas oriundas do jogo de interesse, portanto, evidencia o conflito e a alteridade, assim como as enunciações que demarcam classificação, rotulação e representação do “outro” como práticas divisoras de controle e de manutenção do poder. O estudo se fundamenta na teoria linguística e filosófica de Mikhail Bakhtin e de outros estudiosos da análise do discurso. Como este trabalho é de fundamento interdisciplinar, buscou-se apoio em estudos de linguística, antropologia e história.

  • RICHELLY DE NAZARÉ LIMA DA COSTA
  • BAKRUKRËN: a importância da soberania alimentar para os Xikrin do Cateté, aldeia Dju-djeko, no município de Parauapebas, Pará.

  • Data: 07/03/2019
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  • Os debates que contemplam temáticas indígenas chamam ao diálogo a interdisciplinaridade, integrando pesquisa e pesquisador a uma nova perspectiva de conhecimento. Nesse sentindo, alguns campos de discussão são focais para articular a diversidade da proposta de pesquisa. Objetivando debater a soberania alimentar do povo Xikrin do Cateté, da aldeia Dju-djeko, esta dissertação terá como intuito discutir dimensões “cultural”, “territorial” e “epistemologia da qualificação em saúde” numa perspectiva de compreensão do exercício da soberania alimentar desta população, no tocante ao “bem viver” desses povos originários.

2018
Descrição
  • FLÁVIA MADEIRA DA SILVA
  • A MERCANTILIZAÇÃO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: OS CURSOS DO SETOR PRIVADO DE QUALIFICAÇÃO EM MARABÁ

  • Data: 24/08/2018
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  • Este trabalho se justifica não pela inovação acerca dos estudos referentes ao impacto da implantação de grandes projetos de exploração na região onde localiza-se o município de Marabá; não se trata de um percurso inédito. Justifica-se em especial por trilhar um caminho investigativo que pretende delinear o processo de exploração da força de trabalho da região sob a égide das reestruturações produtivas do capital que se refletem na instalação destes projetos, alimentando a estrutura produtiva regional que reorganiza-se conforme as novas exigências de consolidação do capital. O contexto empresarial na dinâmica de proliferação das escolas privadas de formação profissional em Marabá aparentemente configura-se como uma estratégia capitalista, diante de uma eximia necessidade de reestruturar-se para se sobressair nas crises econômicas. Este é, portanto, nosso principal elemento de estudo no intuito de verificar se a medida em que o trabalhador  tenta inserir-se ou permanecer no mercado de trabalho local estas escolas encontram a sustentação para seu negócio por meio da uma ideologia que relaciona qualificação a conquista do emprego. 

  • FRANCISCO CHAGAS VITORINO DOS SANTOS FILHO
  • DERROCAMENTO DO PEDRAL DO LOURENÇÃO: A MERCANTILIZAÇÃO DA NOTÍCIA E A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO RIO TOCANTINS

  • Data: 24/08/2018
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  • Com abordagem na Teoria Crítica, este trabalho analisa o conteúdo dos jornais impressos “Opinião” e “Correio do Tocantins”, da cidade de Marabá (PA), sobre o empreendimento neodesenvolvimentista denominado derrocamento do “Pedral do Lourenção”, que é a dragagem de um conjunto de rochas em um trecho de 43 quilômetros do Rio Tocantins no município de Itupiranga (PA). Este derrocamento servirá para a consolidação da Hidrovia Tocantins-Araguaia, fazendo com que o rio se torne navegável o ano inteiro e atue como uma esteira para transporte de commodities, inserindo a Amazônia Oriental no contexto neodesenvolvimentista que vem pautando o governo brasileiro nos últimos 20 anos. O objetivo da pesquisa é analisar qual a relação da mercantilização da notícia jornalística com a instrumentalização do Rio Tocantins. Essa análise acontece por meio da utilização de conceitos como alienação, fetiche, reificação e Indústria Cultural. Para compreender esses conceitos, são mobilizados cerca de 40 autores, entre os quais estão Adorno, Horkheimer, Matos, Barbero, Pereira Jr., Costa, Lukács e Marx. A partir das notícias analisadas sobre o tema, depois de pesquisar aproximadamente 900 exemplares de jornal, a conclusão é de que a informação jornalística se converte em mercadoria porque, ao entregar aos seus leitores as notícias sobre o derrocamento do pedral, expõe o rio como instrumento utilizável pelo capital, ou seja: um produto que reflete um estilo de vida pautado na relevância das relações comerciais em detrimento de outros tipos de relação, como a afetiva e a social.

  • ANDRÉIA APARECIDA SILVÉRIO DOS SANTOS
  • MINERAÇÃO E CONFLITOS AGRÁRIOS EM CANAÃ DOS CARAJÁS

  • Data: 23/08/2018
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  • O objetivo desse trabalho é revelar por quais meios se dá o processo de apropriação de terras pela Vale em Canaã dos Carajás, mostrando como a mineração tem se tornado uma das principais causas dos conflitos por terra no sudeste paraense. Nesse território a maior empresa exploradora de minério de ferro do mundo, a mineradora Vale S.A, expande sua territorialização e garante a reprodução de seu capital, por meio de investimentos na aquisição de terras, inclusive públicas, ocasionando dentre outros impactos, a espoliação de trabalhadores/as rurais, os quais resistem ocupando essas áreas em contraofensiva ao poder demonstrado pela empresa. Essas ocupações visam a restituição das terras públicas apropriadas indevidamente e o assentamento dos trabalhadores/as rurais sem terras. Nesse contexto, a mineradora se utiliza do apoio estatal, mobilizando o campo ambiental através da criação de um espaço protegido, o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos de Carajás e o campo jurídico, através do Poder Judiciário em duas vertentes principais: através da propositura de ações de reintegração de posse, com objetivo de legitimar sua posse sobre as terras reivindicadas pelos trabalhadores/as rurais, e; com a propositura de queixa-crime contra as lideranças da região, com objetivo de criminalizar suas práticas. Dessa forma, mostra-se imprescindível a compreensão dos diversos atores sociais, suas posições e estratégias aplicadas na disputa pelo território.

  • MAURÍCIO MARTINS CABRAL
  • CULTURA E EDUCAÇÃO NA AMAZÔNIA ORIENTAL: práticas corporais na comunidade Parkatêjê

     

  • Data: 22/08/2018
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  • É um estudo sobre as práticas corporais na comunidade Parkatêjê, localizada na Amazônia
    Oriental, no sudeste paraense. Tem como objetivo refletir sobre a educação indígena a partir das atividades corporais desenvolvidas no contexto cultural desta comunidade, reafirmando a seguridade dos direitos da juventude indígena acerca da valorização de seus conhecimentos tradicionais. Para tanto, usa-se a metodologia qualitativa com enfoque na observação participante; traz ainda abordagem das narrativas orais através dos relatos dos mais velhos da comunidade
    Parkatêjê. É um estudo que tem como eixo de analise a cultura e a educação com base em práticas corporais experimentadas no cotidiano desta sociedade, sendo estas organizadas a partir das atividades educacionais desenvolvidas na Escola Indígena Estadual de Educação Infantil, Fundamental e Médio “Peptykre Parkatêjê” com os alunos indígenas. Com os fundamentos nas teorias de Mauss (2003) sobre as técnicas do corpo e a concepção de corpo em Merleau-Ponty (1999). Ressalta-se ainda alguns aspectos importantes acerca dessas prática, tais como: os sentidos e significados mediados pela
    cultura para o fortalecimento educacional da comunidade; as práticas corporais como poder de endoculturação significativa para o processo educacional tradicional indígena; os saberes intrínsecos relacionados a cada uma das práticas corporais em questão. Portanto, com destaque para os conhecimentos tradicionais, particulares e específicos, deste povo em relação às suas técnicas corporais alimentares, de saúde, de jogos e de brincadeiras



     

     

  • RAIMUNDA MARIA SANTOS DA SILVA
  • AGRICULTURA FAMILIAR E OS ANTIGOS CASTANHAIS: ESTRATÉGIAS DE MANEJO PRODUTIVO DAS FAMÍLIAS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO CASTANHAL ARARAS

  • Data: 03/08/2018
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  • A região sudeste do Pará teve dentro de seus ciclos econômicos um dos mais importantes que foi o da castanha, sendo que  nesse período foram constituídos os grandes latifúndios que mais tarde seriam palco de disputa, devido às desigualdades socioeconômicas que se agravavam na região. Essas desigualdades geradas pela irregular distribuição de terras e de renda acentuaram a organização da maioria expropriada aumentando a tensão social. A união desses fatores somados a exploração desenfreada da natureza com a transformação das florestas em pastagens, a ação da agroindústria e a produção familiar baseada na cultura de corte e queima, ampliam a degradação ambiental da região. A maioria dos  assentamentos da Reforma Agrária da  região do Sul e Sudeste do Pará são caracterizados pelo amplo desenvolvimento da pecuária extensiva e monocultivos, que  acompanham os ciclos econômicos e as políticas públicas de desenvolvimento  que favoreceram a expansão do capital nesta região.  A pecuária bovina foi introduzida nesta região na década de setenta, impulsionada pelas dinâmicas territoriais de ocupação e apoiadas por uma política de governo de estímulo a criação de gado para abastecimento de carne ao mercado local e posterior a esse período a pecuária tornou-se uma das principais atividades econômicas da região. Este estudo parte da pergunta: Diante da crise da pecuária extensiva e da mudança fundiária regional, como os agroecossistemas familiares do Projeto de Assentamento Castanhal Araras buscam novas estratégias de vida mais sustentáveis? Assim, a hipótese formulada para esta dissertação, é de que no Projeto de Assentamento Castanhal Araras, os agroecossistemas familiares inovadores têm contribuído para minimizar os impactos da degradação ambiental causada pela pecuária bovina e pelo monocultivo. Este  trabalho teve como objetivo analisar estratégias de manejo produtivo das famílias na busca de agroecossistemas mais sustentáveis. Vinte e cinco agricultores com diferentes sistemas  de produção foram divididos em cinco grupos e entrevistados, através de coleta de dados primários e secundários, sendo que cada etapa da pesquisa seguiu  uma metodologia especifica, levando em consideração a metodologia da pesquisa participativa. Foi observado, pouca tecnologia empregada e pouca diversificação dos sistemas ditos alternativos, como os Sistemas Agroflorestais e o emprego dos princípios agroecológico, percebendo-se que muitos agricultores realizam a atividade mas não as denominam como experiências inovadoras ou tecnológicas. A tipificação identificada foi 1) agricultores com  100% gado; 2)  agricultores extrativistas  de cupuaçu e açaí e 3) agricultores com sistemas agrícolas de cultivos temporários, refletindo a dificuldade de maior diversificação dos sistemas produtivos devido a baixa fertilidade dos solos, falta de assistência técnica e de políticas publicas de incentivo as tecnologias alternativas de produção. 

  • MAIRA ALVES BRITO
  • CARACTERIZAÇÃO TIPOLÓGICA DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO NO ASSENTAMENTO PIQUIÁ I


  • Data: 30/07/2018
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  • A agricultura familiar é praticada em todo território brasileiro, podendo ser considerada uma alternativa ao combate da evasão de famílias do campo para a cidade. Tendo como base a utilização de mão-de-obra familiar, essa forma de produzir é intensamente praticada na região Amazônica, exemplo disso é o sudeste Paraense, que se destaca pela grande quantidade de Projetos de Assentamentos, decorrentes dos processos e dinâmicas de ocupação territorial da década de setenta na região. Nessas localidades pode-se observar uma diversificação na produção em algumas áreas de assentamentos, que vai desde o plantio de cultivos alimentares, tanto para consumo familiar como venda da produção para complementar a renda da família, até a pecuária. Ao utilizarem as áreas de grandes florestas para a abertura de locais visando o desenvolvimento da agricultura ou da pecuária, muitos agricultores adotam práticas que acabam degradando os solos e o componente arbóreo de forma insustentável. Muitas vezes isso acontece pelo desconhecimento de técnicas por parte dos agricultores e devido à falta de políticas públicas eficazes. Essas técnicas além de permitirem o uso consciente das terras da propriedade, auxiliam para a recuperação de áreas degradadas. Diante dessa realidade encontrada em diversos projetos de assentamentos observou-se a necessidade de realizar uma caracterização tipológica bem como o estudo dos sistemas de produção presentes no PA Piquiá I identificando as diversas formas de produzir dos agricultores. Partiu-se da hipótese de que os solos do Assentamento Piquiá I são caracterizados como a maioria dos solos amazônicos de baixa fertilidade natural e alto grau de intemperização, causando limitação da produção nos diferentes sistemas e dificultando a sustentabilidade econômica das famílias que vivem no assentamento. Como objetivos específicos, o trabalho buscou: a) avaliar o potencial agrícola e socioeconômico e ambiental de acordo com a orientação de manejo e conservação dos solos para a Amazônia; b) analisar a evolução histórica do uso da terra pelos agricultores. Levando-se em consideração as características produtivas e tipológicas dos lotes estudados foi possível observar que existem diferentes tipos de sistemas produtivos no assentamento e assim a diversificação produtiva é marcante no PA Piquiá I, apesar de não ser observado altos índices produtivos.

  • NILZA LIMA MARINHO
  • MORADIA E DIREITO À CIDADE EM MARABÁ (PA): O caso do Jardim do Éden.

  • Data: 27/07/2018
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  • A moradia é um direito social que tem sido um dos grandes desafios a ser resolvidos pelo poder público, apesar de existirem leis que contemplem tal direito, o poder público não tem alcançado êxito na implementação de políticas públicas para a redução do déficit habitacional. Dentro deste contexto, observa-se que aumentou o número de moradias inadequadas, fato diretamente relacionado com a ineficiência do Estado em oferecer meios para que a população de baixa renda adquira uma moradia digna, resultando, na proliferação de ocupações ilegais e irregulares, deixando evidente, as limitações de políticas públicas habitacionais para população de baixo poder aquisitivo. As cidades brasileiras, vem sofrendo diversos processos de transformações, que resultaram em um rápido crescimento urbano sem infraestrutura adequada. Na região sudeste, mas especificamente em Marabá a expansão urbana intensificou-se com as dinâmicas territoriais de ocupação culminando com  os ciclos econômicos do caucho, castanha, ouro e minério vivenciados no sudeste paraense, fator que resultou no crescimento demográfico promovendo déficit habitacional, mesmo sabendo-se que a Constituição Federal contempla o direito à moradia, utilizando-se de instrumentos jurídicos com objetivo de garantir tal direito, associado aos direitos sociais. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar e analisar se o Conjunto Habitacional Jardim do Éden enquadra-se dentro dos critérios legais do Programa Minha Casa Minha Vida, e se atende às diretrizes do direito à moradia e o direito à cidade em Marabá-PA. No aspecto teórico metodológico a abordagem consistiu na avaliação qualitativa e quantitativa, partindo da revisão bibliográfica, análise documental, realização de  entrevistas semiestruturadas, observação in loco e entrevistas com os moradores, representantes da Secretaria de Planejamento, Secretaria de Assistência Social e Caixa Econômica Federal em Marabá. O estudo mostrou que o Programa Minha Casa Minha Vida não atende na sua totalidade o direito à moradia digna, de acordo ao dispostos no artigo 6°, artigo 23° inciso IX da Constituição Federal de 1988, e artigo 2°, incisos II da lei 10.257/81 e a leis 11.977/009, 12.424/011 e a lei municipal 17.213/006. Foi observado  que PMCMV atendeu os artigo 3°, incisos II, III, IV, V e § 6° inciso III da lei 12.424/011, quando no processo de seleção deu preferência aos beneficiários do sexo feminino, pessoas portadoras de deficiências, pessoas que habitavam em áreas de risco e a renda familiar. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos moradores com a carência de infraestrutura no bairro, a precariedade no transporte público, o alto índice de violência, a falta de comércio, escolas e creches, esses beneficiários do PMCMV afirmaram ser gratos pela casa própria e que se encontram realizados.

     

    Palavras-chaves: direito à moradia, direito à cidade, desigualdades socioespaciais, urbanização, políticas públicas.

     

  • ANTÔNIO HENRIQUE DA MATA CORRÊA
  • SELETIVIDADE HIERÁRQUICA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: UM ESTUDO SOBRE O DIREITO AO SANEAMENTO BÁSICO E SUA DISTRIBUIÇÃO INTRAURBANA EM MARABÁ, PARÁ

  • Data: 29/06/2018
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  • Saneamento básico é política pública necessária e instrumental para tornar efetivos diversos direitos e garantias fundamentais resguardados pela Constituição Federal de 1988, contexto no qual o presente trabalho avaliou a eficácia das normas jurídicas que preconizam garantia do direito ao saneamento básico. Para avaliar de tal eficácia realizou-se levantamento das normas legais que regulamentam o saneamento básico no Brasil estabelecendo a relação da efetivação destas normas com a implementação de políticas públicas; efetivou-se organização e tratamento estatístico de dados relativos ao saneamento e à renda de 37,3 e de 49,1 milhões de domicílios agregados, respectivamente, em 155,5 e 232,3 mil setores censitários referentes, respectivamente, aos censos demográficos de 2000 e 2010; elaborou-se índices de renda domiciliar per capita ajustada e de provisão de redes infraestruturais de saneamento calculados para todos setores censitários e correlacionados em termos do Brasil e da Amazônia; complementarmente, realizou-se estudo de caso, relativo à problemática, no município amazônico de Marabá, Pará. Esforço heurístico que permite concluir que as normas que preconizam o direito ao saneamento básico são ineficazes na medida em que são constrangidas pela existência de seletividade hierárquica das políticas públicas de saneamento do que resulta o atendimento privilegiado por sistemas de provisão de redes de infraestrutura de saneamento às áreas intraurbanas de maior renda domiciliar per capita em detrimento às de menor renda.

  • ANA LÉIA BISPO DE SOUZA
  • TÁTICAS PRODUZIDAS NA TRAJETÓRIA DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL DE GOIANÉSIA DO PARÁ-PA

  • Data: 25/05/2018
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    Este trabalho analisa a trajetória docente de professoras da educação especial, buscando pontuar suas táticas produzidas no cotidiano da ação educativa. Foram analisados cinco relatos de professoras da educação especial e, nestes, as marcas discursivas relativas a gênero. No aspecto teórico e metodológico, o trabalho mobiliza uma rede conceitual baseada nas categorias teóricas “trajetórias e táticas”, de Michel de Certeau, e “gênero”, com amparo em Perrot, Butler, Louro e Chamon. A singularidade da trajetória das professoras aparece nos detalhes, nas táticas do cotidiano docente: mobilização de parentes e amigos para ajudarem nas ações da escola, viagens para fora do município em busca de formação, confecção de material pedagógico, preocupações com o bem-estar dos alunos, banhos e trocas de roupa, evidenciando-se um lugar de gênero fortemente associado à maternidade. A singularidade da trajetória dessas professoras é analisada em duas categorias empíricas: “autoformação” e “cuidado e maternagem”. Na primeira, percebe-se que as docentes assumem a responsabilidade pelo próprio processo formativo, num tempo em que a inclusão ainda não era entendida como tarefa do Estado. Na segunda, as táticas de maternagem são mobilizadas através dos saberes do cuidar, próprias de um lugar tradicional de gênero. As táticas assumidas, tanto de autoformação quanto de cuidado e maternagem, ignoram a existência do estado e tomam para si suas obrigações, assumindo a educação especial em implementação como tarefa particular. Assim, o lugar de gênero assumido pelas professoras de aproxima muito mais das tarefas de cuidado do que das funções pedagógicas. Elas tendem a se tornar, no esforço de fazer a educação chegar aos alunos com deficiência, cuidadoras. Fortalece-se uma identidade de gênero tradicional, definindo-se um lugar de mulher associado a tarefas de suporte familiar e social, e uma identidade docente pouco associada às questões próprias da profissão.

  • RENATA RODRIGUES MIRANDA
  • A POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA: PROCESSOS DE INTERINCOMPREENSÃO CONSTITUTIVA

  • Data: 04/05/2018
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a interdiscursividade entre as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo no Sistema Municipal de Jacundá – PA, Resolução nº 04/2010 – CME de 19 de agosto de 2010 e as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002. As análises, com base nos conceitos de interincompreensão constitutiva e simulacro formulados por Maingueneau (1997, 2005) procuram aprender o processo de “tradução” de uma política nacional por uma política municipal e sua relação interdiscursiva com os discursos dos movimentos sociais, sujeitos demandantes das referidas políticas. Foi eleito como material desta inter-relação as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002, sob a compreensão de que, apesar de ser um documento governamental instituído em nível nacional, nele se inscreve uma história de luta e de expressão dos movimentos sociais no seu processo de construção, justamente pelo embate que se estabeleceu neste momento entre Estado e movimentos sociais, o que possibilita a apreensão de sentidos que remetem a vozes dos movimentos sociais, quanto a alguns princípio presentes nesta diretriz. Assim, tomando este documento como discurso institucional de base, foi colocado em diálogo com ele as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo no Sistema Municipal de Jacundá, PA, Resolução nº 04/2010 – CME de 19 de agosto de 2010. Nas análises da interdiscursividade entre diretrizes nacionais e diretrizes municipais, consideramos as posições ideológicas que fornecem as categorias discursivas para os dois documentos. Esta relação, foi analisada, tomando o conceito de interincompreensão como fundamental para compreendermos como se opera, numa perspectiva discursiva, o processo de “tradução” de uma política pública por outra; como nesse diálogo estas duas políticas se aproximam ou se afastam; como elas se modificam ou se contrapõem. Nesse movimento de análise, foi identificado que, na relação interdiscursiva dos dois documentos analisados ocorrem diferentes processos de simulacro identificados como processos de reconfiguração do dizer e processos de uma política do silêncio.

     

     

     

  • DEISE DA SILVA LOBO
  • AGROECOLOGIA E EDUCAÇÃO DO CAMPO: EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS DA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA (EFA), NO MUNICÍPIO DE MARABÁ.

  • Data: 19/04/2018
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  • Este estudo direcionou seu foco à agroecologia e educação do campo tendo a EFA Prof. “Jean Hèbette”, como campo pesquisado, especificamente suas experiências educativas. Com sede no município de Marabá, tem como principal objetivo o de proporcionar uma Educação de Jovens e Adultos (EJA) para o público preferencial filhos de assentados da reforma agrária e de agricultores familiares camponeses da região, de forma participativa e integrada entre Escola, Família e Comunidade fundamentada na Pedagogia da Alternância da Escola Família Agrícola (EFA) e nos princípios da Educação do Campo. O lema desta escola é: “É possível produzir conhecimentos e alimentos agroecológicos”. A análise do papel da EFA na consolidação de uma proposta de educação do campo, segundo princípios agroecológicos foi o objetivo principal deste estudo, uma vez que esta escola do campo possui a agroecologia como princípio norteador de suas práticas pedagógicas. Os resultados foram obtidos através de questionários, aplicação de entrevistas semiestruturadas, observação direta durante as visitas de campo, caderno de campo. Percebeu-se que esta escola do campo é pioneira em relação ao modelo de Escola Família Agrícola, carece de apoio institucional para se consolidar como forma de luta pela política pública de educação do campo. Outro desafio enfrentado é a necessária luta no campo do conhecimento agroecológico, pois precisa ser descolonizado de saberes que o reduzem a uma disciplina. Percebeu-se os princípios agroecológicos nas práticas educativas desenvolvidas na EFA Jean Hèbette como o diálogo de saberes, respeito à natureza, valorização dos saberes tradicionais, mesmo que não explícitos como agroecológicos, estes princípios estão presentes.

  • ELIZAMAR GOMES DA SILVA PUPIO
  • AÇAO LOCAL TERRITORIAL: UM ESTUDO EM CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA (PA)

  • Data: 14/04/2018
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  • Esta pesquisa busca refletir sobre os elementos que constituíram os processos de luta, resistência e conflito neste território amazônico, delimitado geograficamente pelo município de Conceição do Araguaia, no recorte temporal compreendido entre a década de 70 aos dias atuais, abrangendo três importantes e decisivos momentos históricos: a migração para o território de colonos e trabalhadores rurais em busca de terra, concomitante à instalação das grandes empresas agropecuárias pela frente expansionista, causando a expropriação e escravizando posseiros, trabalhadores rurais e colonos; a formação e resistência do movimento social à espoliação tendo como consequência a retomada das grandes fazendas agropecuárias e por fim, a reorganização do movimento social em torno das novas demandas coletivas e pela resistência a recentes empreendimentos e investidas do capital com a exploração minerária e a cooptação de pequenas propriedades familiares para o plantio de soja. Esses elementos evidenciaram a luta de classe, além da polarização existente entre os atores que movimentam as relações de poder no espaço territorial por interesses divergentes, principalmente quanto ao uso da terra, redimensionando a lógica de produção e o modo de vida da população. Visando compreender toda a dinâmica que movimenta este espaço de fronteira agrária, a pesquisa apoia-se teoricamente nas reflexões de Maria Gloria Gohn (1997) sobre o paradigma dos movimentos sociais, e Rosa Luxemburgo (1985), David Harvey (2004) e Violeta Loureiro (2010) sobre a mobilização de atores e o conflito social. Como metodologia, busca-se informações bibliográficas e de campo, entrevistando atores que participaram direta e indiretamente desse processo, reunindo elementos para melhor elucidar os fatos e as consequências das ações impostas pelos atores envolvidos: o grande capital, apoiado pelo Estado e a classe desfavorecida, representada por agricultores, posseiros e assentados da reforma agrária. Analisa-se ainda, as estratégias desses atores, enfatizando o movimento social de base e as articulações que o levou à quebra da hegemonia econômica e política com a retomada das terras cedidas ao capital e a retirada da oligarquia do poder público local. As estratégias extrapolaram a principal bandeira de luta, a terra, elevando ao protagonismo a categoria de mulheres trabalhadoras rurais. A pesquisa desenvolvida na perspectiva qualitativa traz como objeto de estudo a apreciação sobre a atuação dos atores ora citados, bem como suas estratégias de defesa pelos interesses individuais. Como resultados tem-se como principal fator da polarização, o sistema de dominação impregnado desde o início da exploração dos recursos naturais do território, permeado pela injustiça, fragilizando as relações socioeconômicas, políticas, ambientais e culturais dos atores que ali interagem. Aponta-se ainda a ascensão e força do movimento social de base apoiado pela Comissão pastoral da terra e pelo movimento eclesiástico de base e a multidimensionalidade de questões que se inter-relacionam no território.

  • MAURÍCIO MARTINS CABRAL
  • CULTURA E EDUCAÇÃO NA AMAZÔNIA ORIENTAL: práticas corporais na comunidade Parkatêjê

     

  • Data: 09/03/2018
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  • É um estudo sobre as práticas corporais na comunidade Parkatêjê, localizada na Amazônia Oriental, no sudeste paraense. Tem como objetivo refletir sobre a educação escolar indígena a partir das atividades corporais desenvolvidas no contexto cultural indígena desta comunidade reafirmando a seguridade dos direitos da juventude indígena acerca da valorização de seus conhecimentos tradicionais. Para tanto, usa-se a metodológica qualitativa com enfoque na observação participante, caracterizada pelo estudo Etnográfico; traz ainda abordagem das narrativas orais através dos relatos dos mais velhos da comunidade Parkatêjê. É uma pesquisa que tem um primeiro momento o estudo de treze práticas corporais, sendo estas organizadas a partir das atividades educacionais desenvolvidas na Escola Indígena Estadual de Educação Infantil, fundamental e Médio “Peptykre Parkatêjê” com os alunos indígenas. A pesquisa tem levantado dados importantíssimos a acerca dessas práticas – entendendo que elas levam consigo sentidos e significados muito importantes para o fortalecimento cultural dessa comunidade. As práticas corporais da comunidade em questão traz consigo um poder de endoculturaçãomuito significativo para o processo educacional tradicional indígena dessa comunidade, levando em consideração os saberes que se encontram intrínsecos em cada uma dessas práticas.



     

     

  • JEAN BEZERRA DA SILVA
  • CULTURA QUILOMBOLA: Comunidade e Assistência Social na Ilha São Vicente

  • Data: 08/03/2018
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  • Trata-se dos aspectos socioculturais e territoriais da Comunidade Quilombola Ilha São Vicente, procurando-se entender em que medida a Política Pública de Assistência Social remete-se a cultura Quilombola no âmbito da totalidade. Para tanto, tem-se como objetivo compreender as intenções ideológicas que subjazem na Política de Assistência Social para o atendimento das Comunidades Quilombolas, tendo por observação os aspectos socioculturais e territoriais da Comunidade Quilombola Ilha São Vicente. Na discussão sobre quilombo, identidade e territorialidade remetemo-nos aos escritos de Ilka Boaventura Leite; Alfredo Wagner Berno de Almeida e Rosa Elizabeth Acevedo Marin. Também, no que se refere a quilombo, pautamo-nos nos dados constantes no Laudo Antropológico da Comunidade Quilombola em estudo. Discutimos a concepção de Estado e ideologia e adotamos por referência básica os ensinamentos de Marx e Engels em A Ideologia Alemã. A discussão sobre vida cotidiana junto aos aspectos de realidade na comunidade quilombola partimos do entendimento de cotidiano com Agnes Heller. A pesquisa se pauta a partir de uma abordagem dialética que tem como ideário de que nada é central, nada é fixo e muito menos absoluto.  O movimento e transformação permanente de todos os fenômenos que se encontram dialeticamente num constante vir a ser, acarreta na não naturalização das coisas e, por conseguinte, um determinado fenômeno social pode adquirir outras variações conforme possibilidades desvela-lo de outras formas. 

2017
Descrição
  • IONY ALVES DOS SANTOS GUIMARÃES
  • HABITUS DE CLASSE NA CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE CULTURAL EM PORTO NACIONAL (TO): A PRODUÇÃO DISCURSIVA ATRAVÉS DO JORNAL NORTE DE GOYAZ (1905 a 1925)

  • Data: 01/09/2017
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  •   A dissertação de mestrado tem como objetivo analisar os discursos produzidos pela imprensa escrita através do Jornal “Norte de Goyaz” de 1905 a 1925, de propriedade da ‘Família Ayres’. O trabalho discute como essa produção discursiva (re) produz habitus de classe na construção de uma identidade cultural para a cidade de Porto Nacional (TO), nas primeiras décadas do século XX. As teorias de campo e habitus em Pierre Bourdieu (2005) e identidade cultural em Stuart Hall (2011) foram os conceitos principais do trabalho. Para a abordagem do corpus documental adotou-se a perspectiva da analise do discurso de Mikhail Bakhtin (1988) através dos conceitos de esfera social e dialogismo da linguagem. O material de pesquisa é o Jornal Norte de Goyaz, acervo particular pertencente a ‘Família Ayres’, Jornal de publicação quinzenal, possuidor de apenas quatro páginas em cada edição, divulgando as notícias da região norte de Goiás com predomínio de temas relacionados a alguns campos como: cultura, política e religião. As edições analisadas foram compreendidas entre 1905 a 1925.

  • INGRID FERNANDES GOMES PEREIRA BRANDÃO
  • PROJETO EDUCAR NA DIVERSIDADE: PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DOCENTE

     

  • Data: 31/08/2017
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  • A presente dissertação tem como objetivo analisar discursos produzidos no interior de uma política pública educacional nomeada inclusiva, materializada no documento de formação docente “Educar na Diversidade”, em que se verificam processos de objetivação e subjetivação legitimadores de verdades e de um saber sobre o professor, na relação com o poder. O referido documento é produto de uma rede colaborativa que se inicia como um projeto envolvendo os Ministérios da Educação dos países integrantes do MERCOSUL (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), coordenado pelo Brasil. Organizado e distribuído pelo Ministério da Educação brasileira (MEC), através da Secretaria de Educação Especial, no ano de 2006. Com este documento, o Estado brasileiro anuncia estar atendendo ao propósito de implantação de um instrumento voltado à formação de professores, com a perspectiva de construir sistemas educacionais inclusivos para atender à diversidade dos alunos, para combater, segundo a proposta, a exclusão educacional e social no âmbito do sistema de ensino. Sendo assim, nossas análises se voltam a apreender os modos como a subjetividade do professor é modelada e remodelada a partir de orientações centradas em modelos e práticas supostamente capazes de produzirem sujeitos para atuarem numa dada ordem política e pedagógica. Para a pesquisa, mobilizamos os conceitos foucaultianos de subjetivação, sob a ótica de uma “vontade de verdade’’ e da relação saber/poder, em que o funcionamento discursivo produz subjetividades de um professor para a diversidade, estabelecendo diálogos com teorias que se ocupam da temática da deficiência. Destacamos no documento “Educar na Diversidade” (2006), a regularidade de enunciados presentes nos módulos do documento que organizamos a partir dos seguintes temas: A Política universalizante no cuidado da população; Processos normalizadores de subjetivação; Regimes de refinamento da prática docente e Práticas de si. Nossas análises nos levam a concluir que os regimes de verdade presentes no documento se validam pela eficiência dos resultados, de forma que as práticas do professor surgem sob a ótica da eficácia e das habilidades, do como fazer, enfim, do utilitarismo tão presente nas políticas públicas de enfoque neoliberal.

     

  • WYNKLYNS CONCEIÇÃO DE LIMA
  • MEMÓRIAS DE MULHERES QUILOMBOLAS E IDENTIDADE TERRITORIAL DA COMUNIDADE NOVA JUTAÍ, BREU BRANCO-PA

  • Data: 31/08/2017
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  • A presente dissertação investigou as memórias de mulheres remanescentes de quilombo da comunidade de Nova Jutaí, Breu Branco - PA. Discutiu-se como as memórias das mulheres (re)criam a identidade territorial, ou ainda, como suas memórias são (re)criadas para se afirmar a identidade territorial da Comunidade. Trata-se de estudo com uma abordagem interdisciplinar do problema, especialmente referenciada em aportes conceituais da antropologia, da história e da geografia. Os conceitos principais são identidade territorial enquanto territorialidade, destacando as categorias analíticas de lugar, memória e identidade territorial.  O conceito de memória, com dois enfoques, o da memória coletiva, com destaque para o lastro coletivo da memória por meio dos quadros sociais evocados (paisagens, práticas, relações, etc., elementos do cotidiano e extracotidiano) bem como, as dinâmicas da memória individual e coletiva.  A história oral foi adotada como metodologia devido a sua pertinência na produção de fontes ao presente estudo. A técnica utilizada neste estudo foi entrevista temática semi-estruturada.  A pesquisa revelou que as mulheres, cujas memórias são objetos desse estudo, assumem papeis importantes na comunidade no que diz respeito a assuntos de cunho econômico, político, cultural. São elas as lideranças das associações de organização sociopolítica como, a Associação dos Povos Atingidos por Barragens (APOVO) e a Associação Afrodescendente de Jutaí (AFRIBAJU) e de práticas tradicionais da comunidade como a festa da Santíssima Trindade, o Samba de Cacete e o Mutirão.

                                                                                                           

  • DEBORA DOS REIS CORDEIRO
  • PRÁTICA CULTURAL DOCENTE: O HABITUS PROFESSORAL DOS EGRESSOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO/UNIFESSPA

  • Data: 30/08/2017
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o habitus docente do professor do campo que se formaram no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LPEC), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Estuda-se, assim, a prática desse novo docente não só a partir da influência de uma formação acadêmica, mas considerando toda a conjuntura social, econômica, de Estado neoliberal, dos movimentos sociais do campo, seus agentes, suas lutas e as políticas públicas para a Educação do Campo na região até chegar na prática do professor em sala de aula e seu entorno, suas relações interpessoais, a história de vida, os quais são condicionantes múltiplos de uma prática cultural que se desenvolve na experiência de cada um e na experiência coletiva.  Contam como bases teórico-metodológicas acerca da epistemologia da prática, Bourdieu trazendo a noção de habitus, Foucault, nas construções cerca das formas simbólicas de poder na construção do corpo docente nas instituições de ensino, além de dialogar com os estudos de Certeau, observando a pluralidade e a resistência e Paulo Freire, contribuindo para o entendimento de um currículo para a educação popular. O método escolhido baseou-se na sociologia praxiológica, a qual considera ser a realidade um objeto mutante, visto que é feita pelo ser relacional, reflexivo e histórico. Com um estudo de caso e pesquisa qualitativa, a análise feita a partir de dados coletados por entrevistas e observação em sala de aula, postulou que os egressos do curso de Licenciatura em Educação do Campo através de suas práticas contribuem para o projeto em construção de um novo espaço social da educação do campo, sendo influenciados teoricamente pelos estudos e pesquisas desenvolvidas na atuação acadêmica, contudo, também definidos por habitus dominantes que perpassam a prática desses, constituindo-se numa prática heterogênea. 

  • MARIA NEIDE SILVA MORAES
  • ENSINO MÉDIO E JUVENTUDE NEGRA: MEMÓRIAS E  (DES) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES AFRODESCENDENTES NA EDUCAÇÃO PÚBLICA EM MARABÁ

  • Data: 30/08/2017
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  • Esta pesquisa tem como objetivo analisar as memórias de estudantes negros (as) presentes no cotidiano escolar e extraescolar elaboradas no bojo da temática das Relações Étnico-Raciais na modalidade da Educação Básica para o Ensino Médio, Escola Estadual de Ensino Médio Liberdade, situada na cidade de Marabá, Sudeste do Pará. O estudo tem como principal aporte metodológico a História Oral, utilizando-se como estratégia a realização de entrevistas narrativas. No entanto, destaca-se ainda, para a análise empírica, outros instrumentais de natureza qualitativa como o grupo focal, aplicação de questionários e análise documental bem como de algumas estratégias quantitativas como de quadros e gráficos. A interpretação do universo estudado permitiu evidenciar que os estudos das Relações Étnico Raciais, demarcadas apenas no ambiente escolar expressam grandes limitações, pois exclui à abrangência que as vivências e experiências cotidianas dos sujeitos afrodescendentes em outros circuitos sociais provocam na formação de identidades de sujeitos negros (as). Ressaltamos como conclusão do presente estudo, que a presença da ação colonizadora nas memórias dos sujeitos afrodescendentes, são determinadas por um construto histórico, ideológico e cultural do poder hegemônico assim como demarcamos a presença desta ação colonizadora nas práticas pedagógicas veiculadas na Educação Básica para o Ensino Médio em Marabá. Enfatizamos a ação subversiva de sujeitos afrodescendentes frente a projetos colonialistas, portanto preconceituosos, bem como demarcamos a relevância de um projeto educativo para a decolonialidade de sujeitos afrodescendentes

  • ALINE PEREIRA DOS SANTOS AMARO CORREIA
  • O DIREITO À CIDADE E A ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: A TEORIA DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO DE HENRI LEFÈBVRE E ANÁLISE ACERCA DA APLICAÇÃO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE 2006, EM TUCURUÍ (PA).

  • Data: 22/08/2017
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  • O objetivo deste trabalho consiste em verificar em que medida a demanda por mobilidade e acessibilidade urbanas, apresentadas à época da construção do Plano Diretor de Tucuruí de 2006, foram incorporadas no respectivo documento, e, se mudanças significativas, acerca da acessibilidade, foram efetivadas  na cidade, entre 2007 a 2017. O interesse por esta temática se deve ao reconhecimento de que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzidas  necessitam fruir do direito à cidade na sua plenitude, bem como todos aqueles que habitam espaços urbanos e rurais. A metodologia deu-se por  um estudo bibliográfico para o entendimento do espaço social, destacando-se para tanto a obra de Henri Lefèbvre; documentos legislativos trouxeram o marco legal sobre  a acessibilidade no Brasil;   a jurisprudência ilustrou o modo como o Poder Judiciário tem decidido as questões que envolvem a acessibilidade para pessoas com deficiência; também, foram utilizados relatórios fotográficos e procedimentos administrativos e judiciais para se  atestar como a gestão pública posicionou-se, durante o recorte temporal pesquisado, na busca por melhorias das condições de acessibilidade em Tucuruí. Com os resultados apresentados na pesquisa, concluiu-se que, após dez anos de promulgação do Plano Diretor de Tucuruí, pouco se investiu para que as medidas de acessibilidade fossem implantadas na cidade, contrariando, desse modo, não só a legislação vigente, mas, principalmente, a expectativa  das pessoas com deficiência, que anseiam por melhores condições de acessibilidade em Tucuruí.

  • JORLAN LIMA OLIVEIRA
  • O PRONATEC E A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO CAMPO:

    A DISPUTA DE SENTIDOS NO INTERIOR UMA POLÍTICA DE FORMAÇÃO DO CAMPONÊS


  • Data: 20/06/2017
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  • A pesquisa propôs analisar o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Auxiliar Técnico em Agropecuária, curso de curta duração do PRONATEC na modalidade Campo, oferecido pelo Instituto Federal do Tocantins, tendo como o público alvo os agricultores familiares de assentamentos localizados em Araguatins, estado do Tocantins. Tomando o projeto pedagógico como corpus, este estudo se ampara na análise de discurso de matriz francesa, buscando analisar os efeitos de sentido (memórias discursivas e interdiscurso) que se produzem a partir da polissemia das principais noções utilizadas. O discurso no ponto de vista da AD é percebido como uma fonte geradora de sentidos, os quais criam efeitos que na maioria dos casos não estão diretamente ligados às intenções do locutor, ou seja, o locutor não é dono do seu discurso, não tem domínio sobre ele: o discurso é uma produção da sociedade em suas tensões. A dinâmica de desenvolvimento produzidas na Amazônia produz uma memória que atravessa os enunciados do PPC, fazendo com que uma formação discursiva tecnicista dialogue, na heterogeneidade discursiva, com as elaborações mais recentes da educação do campo, a qual denomina-se neste trabalho de formação discursiva da protagonismo.  A formação discursiva tecnicista é evocada nas marcas discursivas desenvolvimento, qualificação, educação profissional, população carente.  Disputando as noções de desenvolvimento e de formação e assumindo, na marca educando, a proposição freiriana, a formação discursiva do protagonismo retoma as críticas a uma educação bancária e propõe uma educação libertadora. As relações entre educação e trabalho, então disputam espaço no interior do discurso do PPC, às vezes aparecendo como imbricadas e destinadas à emancipação camponesa, às vezes cindidas e destinadas à formação do trabalhador flexível a serviço da dinâmica capitalista. 

  • TALITA SILVA MONTEIRO
  • A MUSICALIDADE DO CARIMBÓ EM MARABÁ (PA): ESTÉTICA, HIDRIDISMO E PRÁTICA COTIDIANA

  • Data: 07/06/2017
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  • Neste estudo examina-se a musicalidade como fenômeno na formação da cultura do gênero musical Carimbó, enquanto prática sociocultural existente na cidade de marabá (PA). A pesquisa trata da diversidade cultural híbrida manifesta sob a visão da filosofia estética em Maffesoli (1996) relativa ao cotidiano e a condição do Carimbó no processo de deslocamento sociocultural do povo paraense e de migrantes. Foca-se o estudo à prática cultural de dois grupos: O Mayrabá e o Grupo de Ação Cultural – GAP. Ambos grupos localizados nos bairros periféricos de Marabá no Cabelo Seco e do São Félix Pioneiro, respectivamente, cuja produção se vincula a identificação com a cultura amazônica e negra. Compreende-se, portanto, o Carimbó com pertencimento à prática cultural da periferia amazônica, em expansão pela região e expressão social de uma minoria, cujo status de patrimônio cultural imaterial da humanidade, traduz-se de forma singular em um fragmento da grande teia amazônica. Enfim, aponta-se o Carimbó praticado na cidade de Marabá em decorrência de um não lugar, instituído pelo jogo da política cultural que o faz um acontecimento em razão de aproveitar a ocasião para se manter na performance sociocultural, territorial e expressão autentica nessa amazonidade.

  • ELISVÂNIA NUNES BRAZ
  • TEMPOS,ESPAÇOS E SABERES FORMATIVOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO/UNIFESSPA: UMA ANÁLISE DISCURSIVA 

  • Data: 06/06/2017
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  • Este estudo tem por objetivo analisar, em relatórios produzidos por duas turmas (2009 e 2011) de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará durante as atividades realizadas nos tempos-espaços pedagógicos do curso (Tempo-espaço-comunidade e Tempo-espaço-universidade), como diferentes vozes sociais (discursos) se inscrevem na produção dos estudantes e como elas indiciam a complexa relação que a formação ancorada em diferentes tempos-espaços pedagógicos pode propiciar uma posição crítica dos sujeitos implicados na própria formação, a reconfiguração do curso, a relação da proposta da LPEC com outras esferas sociais que possam potencializar ou desafiar a configuração teórica, metodológica e política do curso. Para o alcance deste objetivo geral, a pesquisa se ancorou nos pressupostos teóricos da Educação do Campo em diálogo com a Análise do Discurso sócio-histórica de Mikhail Bakhtin e seu Círculo. Como resultados analíticos, no ir e vir das leituras dos 19 relatórios analisados, chegamos a identificar a forte regularidade de discursos traduzidos como quatro vozes que produzem o jogo polifônico do processo formativo dos sujeitos da LPEC: a organização política dos movimentos sociais do campo; o embate dos sujeitos do campo como o Estado; saber docente centrado no "como fazer; tensões entre os saberes escolarizados e os saberes do vivido. No processo de análise dos enunciados reunidos em cada um desse temas/sentidos, concluímos provisoriamente que os discursos produzidos na alternância dos tempos-espaços do curso acenam para os desafios e as potencialidades de uma proposta educativa que se concretiza na equipolência de vozes. As vozes que adentram o processo formativo dos sujeitos favorecem tanto o adentrar da vida dos sujeitos na universidade, reclamando novos objetos de formação e a modificação desta esfera de ação humana, quanto a refração das experiência já vivenciadas pelos sujeitos em formação e agora confrontadas por outros saberes.

     

  • CLEITON SODRÉ GUEDES
  • A PECUÁRIA E A FLORESTA AMAZÔNICA: CAUSAS APARENTES DO DESMATAMENTO.

  • Data: 02/06/2017
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  • As características espaciais do desmatamento na Amazônia têm sido amplamente estudadas pela comunidade científica na última década. Grande parte desses estudos tem buscado entender por que, quando e como o desmatamento ocorre. O uso de modelos que se baseiam em parâmetros econométricos e de modelagem espacial estão sendo utilizados com mais frequência. O avanço dos estudos nesse sentido é de vital importância para que se definam as regiões e os ecossistemas mais ameaçados pelo desmatamento e se identifiquem os seus principais vetores de pressão denominados neste trabalho como variáveis. Tais estudos são, portanto, ferramentas úteis para embasar ações políticas de planejamento e investimentos na ocupação da Amazônia. Portanto, busca-se a partir do método de análise multivariada compreender quais os fatores mais incisivos no que corresponde as variações nas taxas de desmatamento fornecidas pelo INPE/PRODES anualmente. Para tanto, trabalha-se com a taxa de desmatamento acumulada até o ano de 2000 e, posteriormente, com a variação desta no intervalo entre os anos de 2000 a 2014, considerando as taxas a nível municipal visto que só a partir deste ano é que são disponibilizados os percentuais desmatados anualmente em cada município. A partir de então será possível entender a distribuição espacial do desmatamento priorizando ações de combate a nível municipal propondo medidas de redução dessas taxas de forma mais focalizada. 

  • RONILDO GUILHERME SALES
  • AS FORMAS DE USO E APROPRIAÇÃO DA TERRA SOB A DINÂMICA DO CAPITAL EM COMUNIDADES CAMPONESAS ÀS MARGENS DO RIO TOCANTINS EM ITUPIRANGA, MARABÁ E SÃO JOÃO DO ARAGUAIA NO SUDESTE PARAENSE

  • Data: 12/05/2017
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  • Esta dissertação discute as formas pelas quais as categorias do campo (pequenos agricultores, ribeirinhos e pescadores) que vivem às margens do Rio Tocantins, nas comunidades pesqueiras de Vila Tauiri, Vila Apinajés e ainda, as famílias rurais do Projeto de Assentamento Grande Vitória, comunidades localizadas respectivamente nos municípios de Itupiranga, São João do Araguaia e Marabá-Pa, adquirem e manuseiam suas terras. Analiso a área estudada que didaticamente denomino Araguaia-Tocantins, procurando entender as contradições entre o
    modo de vida tradicional e o atual modelo de desenvolvimento capitalista vigente na Amazônia Oriental, que impõem à área em estudo, uma condição de submissão ao mercado. A relevância deste trabalho dá-se pela necessidade do entendimento da estrutura fundiária enquanto ente básico para os sistemas produtivos ao longo da história humana e na atual conjuntura, a interação do local com o global. O Araguaia-Tocantins fica localizado em uma região de expansão de capital, onde a posse e o uso da terra são, historicamente, mediados pelo poder
    político, em uma relação que contraria o entendimento, haja vista que o desenvolvimento capitalista impõe a apropriação da terra pelas grandes empresas, o que desencadeia um processo de destruição dos modos de vida dos sujeitos locais, consequentemente, a extinção do campesinato, fortalecendo o trabalho proletarizado. O capital consegue reter a renda da terra sem necessariamente possuí-la. A classe de trabalhadores rurais, mediante a algumas dificuldades e imposições, consegue manter a terra e sustentar seu modo de vida, mas a maioria recorre a formas de trabalho capitalistas. O trânsito sobre as duas comunidades pesqueiras revelou nuanças da vida dos pescadores, mostrando o paradoxo vivenciado por essa categoria social, como a pesca predatória e o desejo de “trabalhar de empregado”. Ao mesmo tempo exigem políticas que fortaleçam a forma de vida tradicional. Com seu próprio conflito socioambiental, as famílias rurais do projeto de assentamento Grande Vitória se veem no dilema de respeitar o meio ambiente ou produzir sem os recursos necessários, enquanto isso, assistem os empreendimentos capitalistas seguirem regularmente seu curso produtivo frente à discricionariedade do Estado que permite a operação de empreendimentos que gerem impostos a curto prazo.

  • GINNO ALEXANDER PÉREZ SALAS
  • A institucionalização do ACR Cordillera Escalera no Peru: a desterritorialização do povo Kichwa de San Martín.

  • Data: 10/05/2017
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  • A presente dissertação tem por objetivo compreender como a institucionalização da Área de Conservação Regional Cordillera Escalera (ACR-CE) afetou a forma de organização política, territorial, social, económica, jurídica e ambiental do povo indígena Kichwa.  O ACR Cordillera Escalera é analisado como um novo mecanismo colonial/moderno de desterritorialização, controle e dominação sobre os direitos territoriais indígenas no departamento de San Martín, no Peru. Desde uma perspectiva dialética, analisaremos como o território é construído na interação dos grupos hegemónicos e contra hegemônicos, com uma metodologia que é desenvolvida em três momentos interligados. O primeiro momento é uma revisão e analise bibliográfica sob o estado da arte no território, na legislação décimo nono, o multiculturalismo asimilacionista, a história da ocupação da Amazônia peruana e do povo Kichwa, assim como dos conceitos de criação das unidades de conservação. O segundo momento é o trabalho de campo para a coleta de dados sobre a criação da ACR Cordillera Escalera e os conflitos gerados com o povo Kichwa pela imposição de uma demarcação hegemônica sobre seu território ancestral. O último momento é o análisis dos dados coletados no trabalho de campo e compará-los com a informação bibliográfica analisada no primeiro momento da pesquisa, para assim alcançar o objetivo geral. A dissertação procura visibilizar as disputas hegemónicas e contra hegemônicas que se produz pelo uso, controle e dominação dos recursos de um território com a imposição de uma unidade de conservação; assim como, analisar como os direitos territoriais indígenas reconhecidos pelas normativas nacionais e internacionais são manipulados na região Amazônica do Peru, num processo de “colonialismo verde” das elites econômicas em escala regional e nacional.

  • LUIS ANDRES CALCINA ROMERO
  • CIDADANIA IMAGINADA: ORÇAMENTO PARTICIPATIVO E CIDADANIA NOS POVOS INDÍGENAS DA SELVA CENTRAL DO PERÚ.

  • Data: 09/05/2017
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  • Esta pesquisa reflete sobre a relação entre o orçamento participativo e o exercício da cidadania nos povos indígenas. O objetivo é analisar a configuração de uma cidadania imaginada no quadro do orçamento participativo de três distritos da Selva Central peruana. Através de um estudo exploratório é possível revelar que em contextos diferenciados, donde existe uma zona de contato, o orçamento participativo não é um cenário neutro, mas de luta pelo poder interpretativo, onde o peso das decisões recai nos grupos mestiços que exercem hegemonia local. Neste contexto a participação dos povos indígenas não é relevante, são sujeitos de discriminação e dificilmente são escutados, configurando-se desta maneira uma cidadania imaginada, porque não se invisibiliza o poder que se exercem, e eles se assumem incorporados, ouvidos e atendidos, sem perceber que se criam uma falsa percepção de inclusão. 

  • REINALDO COSTA DA SILVA
  • EXPLORAÇÃO DO TRABALHO NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL NO MUNICÍPIO DE GOIANÉSIA DO PARÁ (PA)

  • Data: 13/04/2017
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  • O objetivo desta dissertação é analisar a exploração do trabalho nas carvoarias, do município paraense Goianésia do Pará, bem como mostrar as relações e as formas de trabalho degradantes que permitiram, durante anos, a produção de riqueza para alguns em detrimento de uma maioria. Foram construídas duas hipóteses: I) A primeira considera que a produção de carvão vegetal, no município de Goianésia do Pará, está diretamente ligada à demanda de ferro-gusa, na produção de aço de grandes empresas nos países centrais e, portanto, sujeita às oscilações desse mercado, uma vez que se constitui como economia de enclave. II) a segunda hipótese considera que a dinâmica do desenvolvimento de Goianésia, durante um determinado período de sua história, esteve condicionada pela exploração intensiva, que constitui o trabalho precarizado no processo produtivo do carvão, o que acarretou um crescimento econômico efêmero e fugaz nesse território, com consequências, a curto e médio prazo desastrosas para a economia local. A estratégia metodológica para realização da pesquisa envolveu a utilização de um conjunto de técnicas, como: revisão bibliográfica; sistematização e compilação de alguns dados contidos em sites disponíveis na internet. Também realizamos entrevistas semiestruturadas com ex-trabalhadores(as) e ex-donos de carvoarias; representantes do poder público municipal; representante da classe empresarial dos produtores de Gusa de Marabá (SINDIFERPA) e um representante do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Marabá (SIMETAL). O estudo revelou que a exploração do trabalho no processo produtivo do carvão foi um dos fatores fundamentais para que se desenvolvesse e se mantivesse, por um determinado período, a produção de carvão em Goianésia propiciando, para os agentes capitalistas desse setor, grande rentabilidade econômica em detrimento da miséria e pobreza dos trabalhadores que durante anos foram explorados e aviltados. Mostrou também que a produção desse insumo no município foi produto de interesses econômicos extra regionais ligados ao setor minerometalúrgico e, portanto, sujeito a dinâmica desse mercado.

  • ANGEL MARQUES AMADOR
  • A FEIRA COMO ESPAÇO DE VALORIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O CASO DA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR, NO MUNICIPIO DE MARABÁ, SUDESTE DO ESTADO DO PARÁ.

  • Data: 15/03/2017
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  • O objetivo desse estudo, referiu-se em analisar o papel da feira da agricultura familiar de Marabá, no que diz respeito ao fortalecimento da agricultura familiar e na perspectiva agroecológica dessas lógicas produtivas. Para tanto, a própria feira da agricultura familiar no município de Marabá delimitou a empiria, bem como os sujeitos. Para o referido trabalho, alguns passos metodológicos foram priorizados, dentre eles: a revisão bibliográfica e documental, a elaboração e aplicação de questionário de entrevistas realizadas com produtores, consumidores e gestores do espaço, bem como no Projeto de Assentamento PA Alegria, pelo mesmo ser responsável pelo maior fornecimento de produtos oriundos da lógica produtivista familiar. Os resultados demonstraram de forma geral que a feira da agricultura familiar de Marabá contribuiu, consideravelmente para o fortalecimento das lógicas produtivas na região sudeste do Pará, apresentando-se como alternativa viável para as famílias de agricultores que residem especialmente no entorno da cidade Marabá. Contudo, mesmo desconsiderando algumas contradições (uso pontual de alguns produtos químicos), o papel que a feira da agricultura familiar desempenha para a economia local é estratégico, mas vai além da dimensão econômica. assim, a promoção do fortalecendo a agricultura familiar, rebate também em aspectos de autonomia na produção, consumo de alimentos saudáveis (no campo e na cidade), fortalecimento político, cultural e eleva a autoestima dos sujeitos do campo.

  • LUIZ REGASON BRESSAN
  • ESTADO, POLÍTICA PÚBLICA E AGRICULTURA FAMILIAR: o papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar no apoio às lógicas familiares de produção no município de Maraba

  • Data: 15/03/2017
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  • O município de Marabá, no sudeste do estado do Pará, é marcado profundamente pelos efeitos da presença do Estado e pelas políticas governamentais induzidas que aceleram a ocupação da região sudeste paraense como um todo. O fluxo migratório de diversas partes do país em direção à região foi quase contínuo, apresentando apenas intervalos curtos entre um evento motivador e outro. A abertura de estradas e construção de pontes e ferrovias, a descoberta de novas áreas de garimpo, a construção de hidrelétrica, o anúncio de instalação de indústrias, a abertura de fazendas e a política de incentivos fiscais e de crédito, funcionaram como elementos de atração para os indivíduos de diferentes regiões. A política que norteou o avanço da franteira econômica organizou-se de forma a permitir a integração do mercado nacional às estruturas produtivas. No entanto, para os grupos que migraram em direção à essa mesma fronteira, como colonos atraídos por uma política de integração, o apoio do estado foi reduzido. 

  • NILENE FERREIRA CARDOSO SOUZA
  • DINÂMICAS SOCIOAMBIENTAIS E A QUALIDADE DAS ÁGUAS NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO IGARAPÉ AÇAIZAL E GABRIEL EM SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA-PA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

  • Data: 20/02/2017
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  • O objetivo deste trabalho consistiu em compreender o processo de degradação socioambiental da microbacia hidrográfica dos Igarapés- Açaizal e Gabriel- em São Domingos do Araguaia no âmbito do processo de formação territorial e das políticas ambientais implementadas pelo Estado na região amazônica. O interesse por esta  temática se deve a necessidade de um maior entendimento acerca das dinâmicas socioambientais e a qualidade ambiental na microbacia hidrográfica dos referidos igarapés,  buscando  entender como se deu o processo de degradação, a partir da implantação das políticas ambientais disponibilizadas pelo Estado e o Plano Diretor Municipal que preconiza a garantia da sustentabilidade. A metodologia partiu de uma revisão bibliográfica, relatando as discussões sobre o arranjo socioespacial na Amazônia brasileira a partir do conceito de território e urbanização. Foi realizado um diagnóstico socioeconômico com 168 famílias através de questionários fechados e observação in loco, verificando assim o contexto econômico, social, cultural  e ambiental. Os resultados mostraram que a degradação da microbacia está acontecendo em virtude da expansão urbana desordenada e falta de conscientização ambiental  dos moradores das margens dos igarapés e ausência do poder público na aplicação e atendimento a legislação ambiental.  Conclui-se que o processo de expansão urbana é complexo e tem contribuído de forma bastante expressiva para a degradação da microbacia dos igarapés, pois a expansão urbana desordenada reflete o  processo de ocupação estabelecido pelas estratégias geopolíticas e econômicas sob o espaço amazônico ao longo dos anos, sem aplicação das leis, sobretudo do Plano Diretor que garantem a sustentabilidade dos recursos hídricos e da sociedade. Concluiu-se ainda  que não  há um programa de recuperação a curto prazo para estas áreas, mas que  ações educativas elaboradas pela gestão pública no sentido de conscientização e sensibilização devem ser fomentadas e aplicadas para que seja possível minimizar  o avanço da degradação socioambiental na microbacia hidrográfica dos igarapés Açaizal e Gabriel em São Domingos do Araguaia - PA.

     

     


2016
Descrição
  • LIVIA VALESKA SANTANA SOUZA
  • O GRUPO DE MULHERES DO ASSENTAMENTO CASTANHAL ARARAS: TRABALHO, PARTICIPAÇÃO E EXPERIÊNCIA DE VIDA COM E NA CAIXA AGRÍCOLA

  • Data: 30/09/2016
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  • Esta dissertação toma como objeto de analise a participação das mulheres camponesas, especialmente nos processos de trabalho no Grupo de Mulheres e no Caixa Agrícola do Araras. O assentamento Castanhal Araras, criado em 1987 está localizado no município de São João do Araguaia, no estado do Pará. Distante aproximadamente 32 Km da cidade de Marabá (principal núcleo urbano da região), tem como principal via de acesso, a rodovia Transamazônica, prevendo a criação de 92 unidades agrícolas familiares. Neste sentido, realizou-se um levantamento bibliográfico com vistas a elencar conceitos e categorias relacionadas.

    Busca-se analisar através da metodologia da historia oral como as mulheres elaboraram suas experiências das relações de gênero, participação e trabalho, especialmente como representam o gênero e fazem uso dele para compreender e significar essas experiências. 

  • WILSON GEORGE DE BRITO CORRÊA
  • A AÇÃO DO GETAT NA REGIÃO SUL E SUDESTE DO PARÁ 

  • Data: 29/09/2016
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  • Os governos Civis-Militares durante o período 1964 a 1985 incentivaram vários grupos sociais a se deslocarem em direção a Amazônia, dentre eles camponeses, empresários e fazendeiros. Para que esse processo pudesse ocorrer, o governo ditatorial elaborou políticas públicas e criou órgãos para executá-las. Alguns desses órgãos tiveram uma atuação extremamente importante, dentre eles o GETAT, que substituiu o INCRA em 1980, e passou a controlar grandes extensões de terras nos estados do Pará, Goiás e Maranhão.    Além de resolver os problemas de conflitos de terra, esse órgão estatal também era responsável em articular o domínio do território do sul e sudeste do Pará, pois em alguns momentos poderiam ocorre interesses em áreas ligadas ao estado e municípios. Neste sentido a pesquisa procurou compreender o sentido da atuação do GETAT na região sul e sudeste do Pará, considerando as atividades realizadas na região, as relações que ele estabeleceu com grupos sociais locais (posseiros, fazendeiros e empresários) e os efeitos que essa atuação produziu.  Para analisar a formação desse domínio territorial, a pesquisa utilizou como metodologia o estudo de caso, procurando realizar uma triangulação entre as fontes as bibliográficas, orais e documentais oficiais. As analises provindas com as inter-relações das fontes pôde proporcionar informações um maior aprofundamento sobre o assunto estudado. O que possibilitou concluir que o GETAT não utilizou apenas a forma autoritária para exercer o domínio do sul e sudeste do Pará, mas também a sua influência com o governo ditatorial para garantir benefícios para os municípios dessa região, além de garantir os privilégios dos grandes proprietários de terras.

  • ETIANE PATRICIA DOS REIS DA SILVA MACEDO
  • Tendências da produção rural na Amazônia brasileira: o caso da região de Marabá no período intercensitário (1996-2006)

  • Data: 29/09/2016
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  • O espaço agrário brasileiro passou por mudanças intensas a partir da metade do século passado. Dentre as mudanças mais significativas, destaca-se a modernização conservadora da Agricultura brasileira, no sentido de garantir a elevação da produtividade, o que não assegurou uma nova política de reforma agrária, gerando conflitos e intensificando os já existentes. Portanto, este trabalho analisa um exercício de demonstração da essência dos dados relativos ao intervalo de dois Censos Agropecuários (1996/2006), na perspectiva da dinâmica agropecuária considerada recente na Amazônia. A região de Marabá, onde se dá a materialidade da pesquisa, é marcada historicamente pela concentração da terra e também pela grande presença da população e produção camponesa. Demonstra-se que, diferentemente de outras regiões da Amazônia, especialmente das fronteiras mais antigas, a ocupação territorial e de reprodução camponesa na região de Marabá, possui uma forte tendência de pecuarização decorrente da forma como os camponeses internalizam condicionantes em níveis meso e macro, especialmente os assentados da reforma agrária como forma de acesso à terra e à oferta de crédito rural. Neste sentido, o trabalho aborda as estratégias, a partir do acesso às políticas públicas de desenvolvimento rural, as dinâmicas das tendências produtivas e suas condicionantes presentes na região de Marabá. Observou-se que mesmo diante das implicações históricas de concentração e uso da terra na região de Marabá, por grupos econômicos hegemônicos, o que se demonstra como clara perspectiva de Desenvolvimento Regional é a prática da Agricultura Familiar, que, embora marcada por complexidades apresenta-se como forma viável a garantir verdadeiramente a sustentabilidade com inclusão social.

  • FRANCILETE SOUZA DE ALMEIDA
  • ASSENTAMENTOS RURAIS NO SUDESTE PARAENSE: NOVOS TERRITÓRIOS RURAIS E A PLURIATIVIDADE COMO ESTRATÉGIA DE REPRODUÇÃO SOCIAL NO PA BELO VALE, MARABÁ- PA.

  • Data: 26/09/2016
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  • As mudanças sociais em curso no sudeste paraense, a partir de 1970 implicaram em políticas públicas de ocupação, implantação de projetos agropecuários, de infraestrutura e de exploração dos recursos naturais, minerais e florestais, com o propósito de desenvolvimento da região aos moldes do capital internacional, mas também, promoveu processos de violência intensos, resultando em conflitos sociais. Os assentamentos rurais enquanto espaço de reprodução social comporta a abordagem territorial não só a questão limítrofe da criação dos assentamentos rurais, com também as lutas e vivências dos atores sociais são transportadas e se reconstroem na coletividade, formando novos territórios, novas territorialidades. Este trabalho tem o propósito de analisar a reprodução social de camponeses em novos territórios rurais, sendo a pluriatividade relevante na construção de sentidos à vida, como no PA Belo Vale, em Marabá. Partimos dos conceitos de Território e Reprodução Social e de referenciais bibliográficas sobre a formação socioterritorial da Amazônia e assentamentos rurais para refletir sobre as dinâmicas territoriais na região. A discussão aqui apresentada adota uma abordagem qualitativa, através de indicadores mistos (quantitativos e qualitativos) analisados na perspectiva dos indicadores sociais, econômicos e territoriais, nos permitiram perceber a dinâmica da reprodução social no território. O trabalho de campo, com entrevistas semiestruturadas, foi desenvolvido com os camponeses do PA Belo Vale, com mais de 30% da amostra; entidades de representação e mediação e as instituições do Estado foram significativas para que compreensão das diversas estratégias de reprodução social do camponês. O uso de imagens de satélites do INPE e processadas através do Proamazônia permitiu detalhar a localização do PA, bem como a classificação do uso do solo, logística e questões socioambientais. O camponês do Belo Vale está inserido num universo rural que apresenta um modo de vida onde se recria as condições básicas e de ajuste social para a sobrevivência na diversificação da produção através de atividades agrícolas e não agrícolas que contribuem para as condições de reprodução social. O PA Belo Vale se mantem territorialmente, se reproduz, enfrenta dificuldades e adversidades, em contextos que lhe conferem especificidades como o tamanho dos lotes e a proximidade com o centro urbano de Marabá que interfere nas relações de trabalho e promovem novas relações no processo de constituição desse camponês. Nesse sentido a reprodução social ocorre na disputa por interesses dos diferentes atores, essa perspectiva desloca a reprodução social do lugar da produção das condições objetivas do campo para o âmbito das disputas políticas, pois o território e as territorialidades nele desenvolvidos resultam de relações de poder, no entanto, ainda sob práticas tradicionais clientelistas que fundamentaram a história do espaço agrário na região e, na atualidade, travestido de “parcerias” influenciam fortemente a dinâmica do PA.

  • FRANCILETE SOUZA DE ALMEIDA
  • ASSENTAMENTOS RURAIS NO SUDESTE PARAENSE: NOVOS TERRITÓRIOS
    RURAIS E A PLURIATIVIDADE COMO ESTRATÉGIA DE REPRODUÇÃO
    SOCIAL NO PA BELO VALE, MARABÁ- PA


  • Data: 26/09/2016
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  • As mudanças sociais em curso no sudeste paraense, a partir de 1970 implicaram em políticas públicas de ocupação, implantação de projetos agropecuários, de infraestrutura e de exploração dos recursos naturais, minerais e florestais, com o propósito de desenvolvimento da região aos moldes do capital internacional, mas também, promoveu processos de violência intensos, resultando em conflitos sociais. Os assentamentos rurais enquanto espaço de reprodução social comporta a abordagem territorial não só a questão limítrofe da criação dos assentamentos rurais, com também as lutas e vivências dos atores sociais são transportadas e se reconstroem na coletividade, formando novos territórios, novas territorialidades. Este trabalho tem o propósito de analisar a reprodução social de camponeses em novos territórios rurais, sendo a pluriatividade relevante na construção de sentidos à vida, como no PA Belo Vale, em Marabá. Partimos dos conceitos de Território e Reprodução Social e de referenciais bibliográficas sobre a formação socioterritorial da Amazônia e assentamentos rurais para refletir sobre as dinâmicas territoriais na região. A discussão aqui apresentada adota uma abordagem qualitativa, através de indicadores mistos (quantitativos e qualitativos) analisados na perspectiva dos indicadores sociais, econômicos e territoriais, nos permitiram perceber a dinâmica da reprodução social no território. O trabalho de campo, com entrevistas semiestruturadas, foi desenvolvido com os camponeses do PA Belo Vale, com mais de 30% da amostra; entidades de representação e mediação e as instituições do Estado foram significativas para que compreensão das diversas estratégias de reprodução social do camponês. O uso de imagens de satélites do INPE e processadas através do Proamazônia permitiu detalhar a localização do PA, bem como a classificação do uso do solo, logística e questões socioambientais. O camponês do Belo Vale está inserido num universo rural que apresenta um modo de vida onde se recria as condições básicas e de ajuste social para a sobrevivência na diversificação da produção através de atividades agrícolas e não agrícolas que contribuem para as condições de reprodução social. O PA Belo Vale se mantem territorialmente, se reproduz, enfrenta dificuldades e adversidades, em contextos que lhe conferem especificidades como o tamanho dos lotes e a proximidade com o centro urbano de Marabá que interfere nas relações de trabalho e promovem novas relações no processo de constituição desse camponês. Nesse sentido a reprodução social ocorre na disputa por interesses dos diferentes atores, essa perspectiva desloca a reprodução social do lugar da produção das condições objetivas do campo para o âmbito das disputas políticas, pois o território e as territorialidades nele desenvolvidos resultam de relações de poder, no entanto, ainda sob práticas tradicionais clientelistas que fundamentaram a história do espaço agrário na região e, na atualidade, travestido de “parcerias” influenciam fortemente a dinâmica do PA.

  • JOSÉ BATISTA GONÇALVES AFONSO
  • O massacre de Eldorado dos Carajás e a luta dos camponeses pela terra no sul e sudeste do Pará.

  • Data: 16/09/2016
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  • A pesquisa tem como principal objetivo analisar o massacre de Eldorado dos Carajás e sua influência no processo de luta e resistência na terra por parte dos trabalhadores e trabalhadoras rurais das regiões sul e sudeste do Pará. Para isso, foram analisadas as principais características dessa luta no período anterior e posterior ao Massacre, dando destaque para as transformações ocorridas: na expansão do capital através da implantação dos grandes projetos nessa região da Amazônia; na organização dos principais movimentos que atuam nessas regiões; no processos de ocupação de terras, criação de assentamentos e implementação de políticas públicas de reforma agrária e a reação violenta do latifúndio e do Estado contra os camponeses. Constatou-se que o processo de luta pela terra, promovido pelos  movimentos de representação dos trabalhadores , tem sido, o principal responsável pelos avanços das ações de reforma agrária nessas regiões. As informações principais utilizada para construir essa análise foram extraídas do banco de dados da CPT que, há 40 anos, apoia mantêm em seus arquivos, os registros das lutas camponesas travadas nessa região do Estado do Pará.

  • SABRINA PADILHA DE MENEZES
  •  CULTURA ESTÉTICA INDÍGENA HIBRIDA: Uma abordagem interdisciplinar acerca da pintura corporal Parkatejê.

  • Data: 16/09/2016
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  • A pesquisa envolve os conhecimentos da áreas da História, Antropologia, Filosofia e Arte. Implica uma investigação a procura do entendimento sobre a relação da pintura corpóral Parkatêjê com a educação e cultura dessa comunidade indígena, que tem a arte e a estética como mantenedoras das sabedorias que promovem a organização social do grupo. Busca-se então, investigar a pintura corporal Parkatêjê para pensar a relação que ela tem com a cultura e a educação desse povo que vive no interstício do tradicional com o moderno, entre o urbano e a floresta. A fim de apontar as dimensões das fronteiras culturais entre cultura indígena e cultura não-indígena, que se ntrelaçam na tradição da pintura corporal Parkatêjê, não apenas como ponto de contraversão às grandes narrativas que definiram por muito tempo e ainda continuam a influenciar a imagem esteriotipada dos indio do brasil; mas também, como reflexão sobre os significados do desenvolvimento que tem constituido mudanças drasticas, tanto para a diversidade cultural quanto para a biodoversidade da maior floresta húmida do mundo. Para tanto,  utilizamos uma metodologia interdisciplinar, que além de pensar o objeto de estudo acerca de diferentes áreas dos conhecimentos científicos, também fez uso da oralidade dos sujeotos que vivem na prática o fenômeno da pintura corporal parkatêjê, junto de observações de campo, realizadas acerca da fotoetinigrafia, onde expões o olhar do pesquisador sobre a realidade vivida na cultura e educação desse povo. Compreende-se que nos ultimos séculos, as tradições indígenas se deslocaram em grau e número, mas como a tradição é um instrumento da cultura, a qual não é imóvel, já que atua de acordo com o tempo, espaço, e pessoas nela inserida, a tradição continua a existir, embora seja diferente dos tempos passados. A pintura corporal faz parte de uma encenação estética, filosófica, social e histórica, à medida que envolve a cíclica de rituais, a transformação da poética, do grafismo e da estética corporal. Uma vez que essas conjunturas estão diretamente relacionadas com a cultura e educação dos Parkatêjê, pois a pintura corporal exercita, educa e constói os valores culturais que conduzem as identidades dos sujeitos que compoem essa forma de organização social, que se constrói com a estética e arte.

  • ALEXANDRE BUENO
  • A EVOLUÇÃO DO DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ-PA, E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL COMO MITIGADOR DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

  • Data: 13/09/2016
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  • O Sudeste Paraense teve, nos últimos 40 anos, uma dinâmica agrária marcada por elevado crescimento populacional, intensos conflitos sociais e graves impactos ambientais. A frente de expansão camponesa que participou desse processo chocou-se com o modelo de desenvolvimento priorizado nas décadas de 1960/70, baseado na agropecuária patronal extensiva, na concentração de terras e na simplificação do ecossistema regional. Dentre os grandes projetos financiados pela SUDAM, a atividade madeireira tomou corpo a partir dos anos de 1970, a construção de estradas que possibilitaram o acesso a florestas densas, o custo baixo da aquisição das madeiras,  a ausência de restrição ambiental e o esgotamento do estoque madeireiro do Sul do Brasil favoreceram o avanço do setor madeireiro no Pará. Esta dissertação buscou  analisar a evolução da exploração madeireira no município de Jacundá e a introdução do manejo florestal como forma mitigadora da degradação ambiental,  identificando os aspectos econômicos, sociais e ambientais que possam impactar na perenização desta atividade e na dinâmica sócio economia e ambiental  do município. Evidenciou-se que o manejo florestal é uma alternativa viável para reabilitação  das áreas degradadas, porém entraves como os longos processos para autorização das áreas de manejo e custo operacional do projeto foram frequentemente citado pelos empresários,  além do interesse de alguns em abandonar o ramo florestal e migrar par o cultivo de grãos.

  • OBERDAN DA SILVA MEDEIROS
  • EDUCAÇÃO QUILOMBOLA E ESCOLA: REFLEXOS DA LEI Nº10. 639/03 NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE UMARIZAL BEIRA/PARÁ  

  • Data: 19/08/2016
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  • O estudo enfoca a situação vivida por uma comunidade quilombola em sua vida cotidiana na inter-relação com a educação, que se desenvolve no estabelecimento formal de ensino, na percepção de suas lideranças no que tange a compreensão dos seus processos educacionais inseridos na escola dentro do quilombo, com base na implementação da Lei 10.639/03. O estudo foi do tipo qualitativo, de base histórica e com a realização de uma pesquisa de campo com as lideranças da comunidade que fazem parte da Associação Remanescente de Quilombo de Umarizal Beira, município de Baião-PA, a partir de entrevistas semiestruturadas desenvolvidas em junho de 2015. A pesquisa demonstra que as identidades étnico-raciais dos não são respeitadas no processo educativo formal, porque a ilusão de praticar o mito da democracia racial não se concretiza, inclusive na formação dos professores, fragmentada e incapaz de aguçar a capacidade de compreender e perceber no dia-a-dia a dinâmica das relações multirraciais e o que dela deriva. Em última instância, foi possível perceber que há profunda correlação entre a luta pelo reconhecimento das diferenças e os direitos atribuídos às comunidades quilombolas, requer políticas e ações multissetoriais que reconheçam seus territórios e suas bases sociais, culturais e políticas como carregado de práticas educativas, que podem assegurar a presença no campo escolar formal, em especial ao corpo docente, o desempenho de sua função social e pedagógica.

  • WALTER RODRIGUES DE ANDRADE
  • COOPERATIVISMO E SUSTENTABILIDADE NA GESTÃO DA UNIDADE PRODUTIVA FAMILIAR NO SUDESTE PARAENSE


  • Data: 04/07/2016
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  •  A Agricultura Familiar praticada no Sudeste Paraense encontra nos princípios cooperativistas uma alternativa sustentável para a gestão das Unidades Produtivas Familiares (UPF). Pretendeu-se analisar a capacidade de gestão multidimensional de agroecossistemas familiares cooperados na cadeia da fruticultura da Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar do Sul do Pará (FECAT), no Sudeste Paraense. Para tanto: i) analisou se os agroecossistemas que compõem a cadeia de fruticultura da FECAT no Sudeste Paraense corroboram com os sete princípios do cooperativismo conforme o International Co-operative Alliance (ICA); ii) Avaliou se os agroecossistemas que compõem a cadeia de fruticultura da FECAT no Sudeste Paraense promovem a sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e econômico e; iii) verificou a capacidade do cooperativismo agrícola familiar, no âmbito de atuação da cadeia de fruticultura da FECAT no Sudeste Paraense, promover a sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e econômico. Como embasamento teórico apresenta-se um contexto histórico da sustentabilidade, limitado às dimensões econômica, social e ambiental, a agricultura familiar praticada no Sudeste Paraense, e uma apresentação sobre o cooperativismo de modo a localizar o agricultor familiar cooperado na cadeia produtiva de fruticultura no Sudeste Paraense, no tempo e espaço. A investigação se dá baseada na visão sistêmica, mais especificamente na Teoria Geral de Sistemas (TGS) para evitar a simplificação de um sistema intrinsecamente complexo. Como instrumentos de pesquisa se utilizou de entrevistas semi-estruturadas, observações em campo, pesquisa bibliográfica e documental. Identificou-se que a criação e manutenção de canais de escoamento da produção das UPFs, e a atuação na formação e informação são fatores decisivos na promoção da sustentabilidade do sistema.

  • DEIZE ALMEIDA BOTELHO
  • CULTURA NO DESENVOLVIMENTO LOCAL: UMA ESTRATÉGIA DO MOVIMENTO ARTÍSTICO EM MARABÁ, PARÁ

  • Data: 24/06/2016
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar as práticas culturais do movimento artístico de Marabá (Pará) e seus desdobramentos no processo de construção de políticas culturais para o desenvolvimento local. Faz-se um recorte dos acontecimentos vivenciados no período de 1997 a 2011, por entender que as experiências contidas no período nos instigam reflexões críticas sobre a dinâmica social local e a dinâmica territorial imposta pelos projetos desenvolvimentistas implementados na Amazônia paraense, em função dos interesses do capital nacional e internacional. Busca-se uma leitura sobre o movimento artístico-cultural, desencadeado por iniciativas de indivíduos e organizações que atuam de forma isolada e/ou coletiva, em práticas culturais contínuas; como também, sobre a inter-relação deste campo cultural com os campos político, econômico, comunicacional e educacional. Identificamos como subcampo o movimento artístico, partindo da experiência do Galpão de Artes de Marabá (GAM), Ponto de Cultura, como principal agente desse subcampo, por entender que essas experiências possuem uma estreita relação com a prática cultural implementada na trajetória do movimento artístico-cultural local. Assim como a sua origem e dinamicidade está atrelada ao (re) encontro de diferentes agentes culturais que, por sua vez, lhes dão vida e dinamicidade. Este subcampo acumula uma diversidade de elementos capazes de explicitar as relações de força e poder, internas e externas ao campo de pesquisa, por ter exercido um papel agregador das diversas categorias artísticas e outros agentes locais, em suas representações de lutas individuais e\ ou coletivas. O maior desafio consistiu em implementar um método qualitativo e participativo capaz de romper fronteiras entre os agentes e suas diversidades de saberes, com técnicas diversificadas e flexibilizadas. Fundamentamos nossas análises com as teorias desenvolvidas por Certeau (1998; 2012), Bourdieu (2012; 2013) e Violeta Loureiro (2002; 2012), aguçando os sentidos que nos levam a perceber e compreender o fenômeno, considerando cada momento histórico, sua dinamicidade e complexidade das relações sociais, assim como as especificidades inerentes às ações, aos agentes culturais e espaços envolvidos. Apontamos os caminhos traçados que impulsionam suas práticas atuais com foco no desenvolvimento do capital cultural local.

  • ISELENE LABRES DE SOUSA
  • O DISCURSO DOCENTE FEMININO E A PRODUÇÃO DAS RELAÇÕES DOS ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO NA ESCOLA

  • Data: 08/06/2016
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  • Este estudo tem por objetivo compreender como o discurso docente feminino produz e reproduz os estereótipos de gênero na escola. Foram buscadas explicações para esta problemática no entrelaçamento dos discursos pedagógicos e de gênero, evocados a partir das marcas discursivas nas falas de professoras, que mobilizam representações acerca do lugar docente na produção da noção de gênero. Entende-se que os discursos produzidos e reproduzidos na sociedade e na escola são atravessados por modelos estereotipados dos papéis sociais do gênero feminino, consolidados através de práticas discursivas que interpelam os sujeitos dos discursos, estabelecendo verdades e naturalizando comportamentos e atitudes que definem histórica, social e ideologicamente o gênero feminino. Utilizou-se os pressupostos teóricos metodológicos da Análise do Discurso (AD) da matriz francesa, como orientação metodológica para analisar entrevistas com professoras da rede pública. O corpus é composto pela transcrição de entrevistas, realizadas com quatro professoras do ensino fundamental de uma escola pública de Marabá, Pará. Como resultados, considera-se que o discurso docente feminino reforça os estereótipos do gênero, favorecendo a construção da identidade sexual e de gênero permeada com valores sexistas e machistas do patriarcado. As práticas discursivas das professoras entrecruzam-se com as relações de gênero no contexto familiar e no espaço escolar, naturalizando aprendizagens estereotipadas do gênero feminino que contribuem para a produção e manutenção das relações de poder estruturante das desigualdades sociais. Como conclusões, são observadas uma formação discursiva da família tradicional, que é dominante, e uma formação discursiva da igualdade de gênero, mas ambas subordinadas a um interdiscurso baseado na formação ideológica religiosa.

  • MESSIAS FRANCISCO SILVA
  • FUNCIONAMENTO DE DISCURSOS DAS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASES (CEBS) NO SUDESTE DO PARÁ NO MOMENTO DE REDEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS

  • Data: 08/06/2016
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  • A presente pesquisa realiza um estudo que toma como base teórico-metodológica a teoria de Mikhail Bakhtin, sobretudo os conceitos de dialogismo e polifonia, com o objetivo de analisar o funcionamento dos discursos das Comunidades Eclesiais Bases (CEBs), na região Sudeste do Pará, sob a hipótese de que os discursos das CEBs, além de ter o objetivo de denunciar as injustiças sociais e violências produzidas no campo, traz em sua materialidade discursiva o movimento de diferentes vozes que compuseram o cenário de injustiças e dominação, por um lado, e de resistências, por outro. Tomamos como material linguístico-discursivo para as análises propostas, o informativo de circulação regional, denominado “O Grito da PA 150”, produzido pela equipe de pastoral da JPA 150, sob a coordenação da Diocese de Marabá, no período de 1980 a 1986. Para a constituição do corpus de análise, selecionamos 7(sete) edições do ano de 1980; 6 (seis) edições do ano de 1981; 5 (cinco) edições do ano de 1982; 3 (três) edições do ano de 1983 do informativo “O Grito da PA 150”. Das análises, destacamos que nos discursos das CEBs veiculados nos informativos, múltiplas vozes entram em equipolência, configurando o campo de disputas ideológicas instaurado num período de intensos conflitos na luta pela terra. 

     

     

     

  • ELIUDE DE SOUSA ROCHA
  • DO ACONTECIMENTO HISTÓRICO AO ACONTECIMENTO DISCURSIVO:

    O Massacre de Eldorado dos Carajás na Folha de S. Paulo

  • Data: 20/05/2016
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos em funcionamento no Jornal Folha de S. Paulo, em reportagens publicadas a partir do Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido na região sudeste do Pará, em 17 de abril de 1996. Com este objetivo, procuramos responder à seguinte questão orientadora de pesquisa: Como se configura, na Folha de S. Paulo, o trabalho de produção e gestão da memória discursiva do Massacre de Eldorado do Carajás?  Nosso corpus é formado por dez reportagens publicadas no referido jornal, no período de 1996 a 2006 e cobrem tanto o fato histórico, em si, como posteriores ações do MST, realizadas, em protesto ao ocorrido, sempre no mês de abril dos anos subsequentes ao do massacre. As análises se voltam para os procedimentos que o discurso dessa mídia coloca em funcionamento produzindo diferentes sentidos sobre o MST, dentre eles, o de criminalização das ações deste movimento social. As análises se desenvolveram à luz de pressupostos da Análise de Discurso (AD) de linha francesa, adotando como base os postulados de Pêcheux (1995; 1997a;1997b), Foucault (1971;2008) e Maingueneau (1990;1997; 2008). Para alcançar o objetivo aqui proposto, identificamos no espaço discursivo dessa mídia que, a partir do Massacre de Eldorado dos Carajás, ela coloca em cena uma discursividade sobre a questão agrária no país, centrada, inicialmente, na voz de FHC, como um governo que, supostamente, articularia forças políticas para resolver a problemática. No governo Lula, essa discursividade sofre um deslocamento da voz governamental para a voz dos movimentos sociais, mas, sempre orientando uma polêmica aberta entre MST e Lula. Apreendemos, por fim, três movimentos discursivos que adquirem formulação discursiva na Folha de S. Paulo, a partir do Massacre de Eldorado do Carajás, as quais nos serviram de orientação para a organização do corpus: i) A transformação do acontecimento histórico (a acontecimento discursivo), num momento em que a mídia mobiliza diferentes discursos sobre o massacre, produzindo uma discursividade sobre o fato; ii) A mobilização de discursos de diferentes segmentos da esfera política (governo federal, governo estadual, Câmara de Deputados, Senado Federal), sobre a questão agrária no país,  a partir das lutas dos movimentos sociais do campo; iii) A construção dos processos de criminalização das  ações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra: do governo FHC ao governo Lula. Em todos estes movimentos discursivos, a Folha de S. Paulo ancora-se no argumento do direito à propriedade e relega ao campo da criminalidade as ações de luta dos trabalhadores rurais semterra.

  • ELIUDE DE SOUSA ROCHA
  • DO ACONTECIMENTO HISTÓRICO AO ACONTECIMENTO DISCURSIVO:

    O Massacre de Eldorado dos Carajás na Folha de S. Paulo

  • Data: 20/05/2016
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos em funcionamento no Jornal Folha de S. Paulo, em reportagens publicadas a partir do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no sudeste do Pará em 17/04/1996. Este objetivo foi elaborado a partir da seguinte pergunta orientadora da pesquisa: Como se configura, discursivamente, na Folha de S. Paulo, o trabalho de produção de uma memória do Massacre de Eldorado dos Carajás?  Nosso corpus é formado por dez reportagens que se estendem de 1996 a 2006 e cobrem tanto o Massacre, em si, como as posteriores ações do MST realizadas no mês de abril em protesto a esse ocorrido. As análises se voltam para as estratégias discursivas que o discurso dessa mídia coloca em funcionamento produzindo diferentes sentidos sobre o MST, dentre eles, a criminalização das ações daquele movimento social. As análises se desenvolveram à luz de pressupostos da Análise de Discurso (AD), de linha francesa, adotando como base os postulados de Pêcheux (2010), Maingueneau (2008) e Foucault (1971;1975). Para alcançar o objetivo aqui proposto, identificamos no espaço discursivo dessa mídia que, a partir do massacre de Eldorado dos Carajás, ela coloca em cena uma discursividade sobre a questão agrária no país, centrada, inicialmente, na voz de FHC, como um governo que articula forças políticas para resolver a problemática. No governo Lula, essa discursividade se desloca para a voz dos movimentos sociais, mas produzindo um confronto entre MST e Lula, construindo, assim, a imagem de um governante que encontrou soluções para a reforma agrária, no país. Nas análises, apreendemos três movimentos discursivos que tomam espaço na Folha de S. Paulo, a partir do Massacre de Eldorado de Carajás, os quais nos serviram de orientação par a organização do corpus: i) A transformação do acontecimento histórico (a acontecimento discursivo), num momento em que a mídia mobiliza diferentes discursos sobre o massacre produzindo um discursividade sobre o fato; ii) A mobilização de esferas políticas (governo federal, governo estadual, Câmara de Deputados, Senado Federal) sobre a questão agrária no país,  a partir das lutas dos movimentos sociais do campo; iii) A construção dos processos de criminalização das  ações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra: do governo FHC ao governo Lula. Em todos estes movimentos discursivos, a Folha de S. Paulo ancora-se no argumento do direito à propriedade e relega ao campo da criminalidade as ações de luta dos trabalhadores rurais sem-terra.

  • RUBEILTON GUILHERME SALES
  • ANÁLISE DISCURSIVA DE UM PROCESSO JUDICIAL DE ATO INFRACIONAL

  • Data: 20/05/2016
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  • A pesquisa propôs investigar as práticas discursivas no processo de ato infracional, objetivando identificar as formações discursivas e suas relações na trama discursiva de um processo judicial de ato infracional ocorrido no ano de 2014, na cidade de Marabá. Metodologicamente, mobilizou as teorias e procedimentos da análise de discurso a partir dos conceitos foucaultianos de discurso, formação discursiva, regularidade discursiva e enunciado. A partir da análise dos enunciados identificados no processo, à luz da literatura acerca da adolescência, da criminologia, sociologia e história dos direitos e das políticas de atendimento à criança e ao adolescente no Brasil, identificamos formações discursivas do “adolescente em perigo” e do “adolescente perigoso” e os respectivos discursos que, em sua coexistência, dão conformação a tais formações discursivas.

  • ANDREZA ANGÉLICA FROTA GAMA
  • DESMATAMENTO NO ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO EM MARABÁ: EM BUSCA DE ALTERNATIVAS AGROECOLÓGICAS ALIADAS A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

  • Data: 23/03/2016
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  • Esta dissertação analisa a trajetória do desmatamento no Projeto de Assentamento 26 de Março, localizado no sudeste do Pará, buscando caracterizar a evolução do desmatamento no período de 1999 a 2014, afim de evidenciar suas causas, consequências e reflexos na dinâmica socioambiental dos agricultores e no seu território, além de identificar como a Agroecologia e a Educação Ambiental são entendidas pelos mesmos. Neste sentido, uma contextualização sobre o agrário na Amazônia e região Sudeste do Pará trouxe um panorama dos impactos do Capital Internacional e Nacional sobre os ecossistemas amazônicos e os movimentos de resistência no sudeste do Pará gerados por este processo, trazendo a relação do desmatamento com a criação dos assentamentos e as alternativas criadas a partir da agroecologia e educação ambiental para os mesmos. Os procedimentos metodológicos envolveram a utização de imagens de satélite baseadas no projeto Terraclass do Instituto  Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e coletas de dados em campo, onde foram realizadas entrevistas e observações com os agricultores. Evidenciou-se que o assentamento foi criado na área da antiga Fazenda Castanhal Cabaceiras e de acordo com as imagens de satélite de uso e cobertura da terra a maior parte do desmatamento na área aconteceu antes do processo de ocupação e instalação do assentamento, no entanto o desmatamento ainda permanece, mas agora não sob a lógica da produção em larga escala do agronegócio. As causas do desmatamento estão principalmente alicerçadas em frágeis práticas de manejo, assistência técnica e políticas de crédito tendenciosas, que tem como consequência o avanço do desmatamento, a degradação dos solos, a dificuldade de diversificação da produção e a perda de renda familiar, prejudicando o processo de (re)produção social, cultural e econômica dos agricultores. A Agroecologia e a Educação Ambiental são alternativas ainda pouco conhecidas e difundidas entre os agricultores no processo de redução dos passivos ambientais, mas que já encontram-se presentes nas práticas e nos saberes locais.

  • OBERDAN DA SILVA MEDEIROS
  • EDUCAÇÃO QUILOMBOLA E ESCOLA: Reflexos da Lei nº10639/03 na comunidade quilombola de Umarizal Beira/Pará

  • Data: 21/03/2016
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  • O objetivo do estudo foi enfocar a situação vivida em uma comunidade quilombola em sua vida cotidiana e sua inter-relação com a educação, que se desenvolve no estabelecimento formal de ensino, na percepção de suas lideranças no que tange a compreensão dos seus processos educacionais inseridos na escola dentro do quilombo, com base na implementação da lei 10.639/03. Nesta concepção tem-se que termo quilombo assumiu outros significados ao longo da história e adquiriu uma conotação específica no final do século XX, em consonância com as grandes transformações ocorridas no mundo após a segunda Guerra Mundial. Essas novas concepções nortearam a elaboração da Constituição Brasileira de 1988, que focou a questão da cidadania, reconheceu o caráter multiétnico do país e colocou em cena as “minorias” até então excluídas do cenário político e social brasileiro. O estudo foi do tipo qualitativo, de base histórica com uma pesquisa de campo junto as lideranças da comunidade da Associação Remanescente de Quilombo de Umarizal Beira, município de Baião-PA, a partir de entrevistas semiestruturadas desenvolvida em junho de 2015. Nesse sentido, a pesquisa demonstra que as identidades étnico-raciais não são respeitadas no processo educativo formal, porque a ilusão de praticar o mito da democracia racial não se concretiza desde a formação dos professores, para a compreensão e vivência das relações multirraciais, dos repertórios culturais e do currículo multicultural, reproduzindo a escola preconceitos e reforçando a dicotomia inferioridade/superioridade, em detrimento da interculturalidade, do diálogo e da troca de experiências. Conclui-se com a afirmação de que o processo de luta pelo reconhecimento das diferenças e pelo direito não se dá de maneira isolada, requerendo políticas e ações multissetoriais que assegurem à escola, em especial ao corpo docente, o desempenho de sua função social e pedagógica.

2015
Descrição
  • LUIZ RENATO TEIXEIRA SANTOS
  • MERCADO INSTITUCIONAL DA MERENDA ESCOLAR: A COMPRA DE ALIMENTOS PRODUZIDOS PELA AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICIPIO DE MARABÁ-PA.


  • Data: 25/09/2015
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  • A comercialização dos alimentos produzidos pela agricultura familiar nos agroecossistemas do município de Marabá-PA através do mercado institucional da merenda escolar foi investigada nesta dissertação através de um estudo de caso realizado nos anos de 2014 e 2015 através da análise do desenvolvimento do Programa Nacional Da Alimentação Escolar-PNAE que materializa sua demanda de alimentos através da chamada pública I/2015 que estabelece o volume de recursos aplicados na modalidade bem como a quantidade e qualidade de alimentos demandados no município. A pesquisa caracteriza o município de Marabá e define os conceitos de agricultura familiar, agroecossistema, produção de alimentos e mercados institucionais e apresenta diversos resultados que demonstram o numero de agricultores aptos a participar deste nicho de mercado, o numero efetivo de fornecedores, a análise dos projetos de venda de cada instituição participe da chamada pública e seus reflexos na composição da renda familiar e nos agroecossistemas contribuindo dessa forma com um panorama deste importante instrumento de fortalecimento e desenvolvimento local.


  • THIAGO MARTINS DA CRUZ
  • MINERAÇÃO E CAMPESINATO EM CANAÃ DOS CARAJAS: O AVANÇO CRUEL DO CAPITAL NO SUDESTE PARAENSE

  • Data: 06/07/2015
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  • Neste trabalho nos propomos a estudar o processo de intensificação do capitalismo na região sudeste paraense, sobretudo no município de Canaã dos Carajás, pelas ações, entre outras, da mineradora Vale S.A e as consequências desse processo manifesta pela desestruturação da produção camponesa, frente à expansão do capital nesse município entre o período que vai do ano de 2000 a 2012. O objeto proposto para análise contém uma gama de complexidade por está inserida num contexto de conflitos gerados pela velha e nova dinâmica de apropriação de territórios e expropriação das populações e lutas pela terra como forma de resistências. O processo de mudança social que está em curso no sudeste paraense tende a pressionar os territórios já constituídos por trabalhadores rurais, povos indígenas, quilombolas e populações tradicionais, bem como avolumar e precarizar os núcleos urbanos em formação. Esse processo poderá ser intensificado e acelerado nos próximos anos, o que propõe desafios para as Ciências Sociais e Humanas no sentido de compreender e apontar para as contradições que se dão no âmbito dessas mudanças.

  • PATRICK OLIVEIRA COSTA
  • Rock no Rio Tocantins: Reflexões estéticas sobre as bandas de rock marabaenses

  • Data: 15/06/2015
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  • O presente trabalho analisa a problemática das consequências socioculturais da inserção do grande capital na Amazônia. Tal processo é marcado pelo esfacelamento das culturas locais e sua substituição por formações culturais típicas do modo de produção capitalista, sobretudo na transformação dos objetos artísticos em bem de consumo, a exemplo do que ocorre com a música.  A música estandardizada e fetichizada, característica do mundo administrado, busca eliminar tanto o potencial crítico quanto criativo dos sujeitos, transformando o espectador em consumidor. Elimina-se a tensão entre a obra de arte e o todo social, mediante as mercadorias culturais, que, no caso da música, promovem nos indivíduos a regressão da audição. Elegemos como objeto de estudo a produção estética do rock da cidade de Marabá-PA, com o objetivo de examinar o seu processo de produção musical em suas relações de crítica à transformação dos produtos artísticos em elementos de entretenimento e consumo, a fim de identificar aspectos de resistência aos elementos culturais provenientes da presença do capitalismo no território amazônico, sobretudo na região sul e sudeste do estado do Pará.

  • KAROLINNY CARNEIRO GUERRA COSTA
  • ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NO DESENVOLVIMENTO DE AGRICULTURAS DE BASE ECOLÓGICAS COM ÊNFASE EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM MARABÁ-PA

  • Data: 15/06/2015
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  • Apresento nesta dissertação reflexões sobre o papel da Assistência Técnica e Extensão rural pública, no processo de adoção de tecnologias de base agroecológicas, como os Sistemas Agroflorestais, na agricultura familiar. Levanta-se a seguinte problemática de pesquisa: a ATES tem contribuído para o desenvolvimento de sistemas agroflorestais, em assentamento rural, localizado no município de Marabá? Para responder a esse questionamento, tomam-se como base as normativas nacionais do programa de ATER (PNATER e PRONATER), o novo código florestal no tange ao passivo ambientam em áreas de reforma agrária, as exigências da chamada pública do INCRA 001/2011, a proposta técnica elabora pela empresa para concorrer a chamada pública, bem como o Plano de Recuperação do Assentamento Palmeira Jussara, elaborado pela EMATER-PA. A hipótese central dessa investigação assentou-se em compreender porque a ATER tem sido ineficiente na implantação de Sistemas Agroflorestais em áreas de assentamentos rurais. Como objetivo geral, almejamos contribuir para o debate das questões socioambientais, procurando analisar o papel da ATER no desenvolvimento de tecnologias de base agroecológicas, como os Sistemas Agroflorestais, para o fortalecimento da agricultura familiar e consequentemente a melhoria da qualidade de vida da população rural no município de Marabá. E mais especificamente: a) entender o serviço de ATES na apropriação de conhecimentos sobre as inovações tecnológicas adaptadas ao meio rural, para o desenvolvimento de habilidades que potencializem o processo de transição produtiva para uma agricultura de base agroecológica, como os SAF´s; b) compreender os processos, a finalidade com a qual o serviço de ATES é executado às famílias beneficiárias da reforma agrária na promoção da diversificação dos sistemas de produção e na adoção de tecnologias de base agroecológicas como os sistemas Agroflorestais; c) analisar junto ao INCRA, órgão federal contratante de ATES, se há o acompanhamento e monitoramento dos contratos quanto a implementação efetiva de tecnologias sustentáveis, como os Sistemas Agroflorestais; d) verificar junto as instituições financeiros, as linhas de crédito de PRONAF disponíveis e as contratadas, pela agricultura familiar, para financiar atividades de base agroecológica como, os Sistemas Agroflorestais. Além da introdução, a dissertação explora no referencial teórico a perspectiva conceitual sobre o papel da assistência técnica na adoção de tecnologias de base agroecológicas, agricultura familiar e SAFs. Em seguida são apresentados os procedimentos metodológicos, a análise dos resultados e as considerações finais.

  • NELINHO CARVALHO DE SOUZA
  • DISCURSO, SABERES E IDENTIDADE DO PEDAGOGO: MEMÓRIAS DOS
    EGRESSOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA INTERIORIZAÇÃO DA UFPA/MARABÁ

  • Data: 06/06/2015
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  • O propósito desta pesquisa é problematizar, a partir de um olhar interdisciplinar, a constituição identitária de pedagogos/as egressos/as da Universidade Federal do Pará em Marabá, Pará, região amazônica do Brasil. Analisa-se a relação discursiva que os sujeitos mantêm com os saberes da sua prática, discutindo as contribuições do curso de Pedagogia (saberes acadêmicos) para a formação de sua identidade, através dos discursos docentes/pedagógicos/acadêmicos que subjetivam os/as oito pedagogos/as sujeitos da pesquisa. A pesquisa resulta de uma inquietação gerada pelo afastamento da universidade em relação à escola pública observada por Boaventura de Sousa Santos, segundo o qual os saberes pedagógicos são pauta fundamental da pesquisa em educação. Como condições de produção do discurso, é analisado, num movimento, o percurso histórico da universidade, seus vários modelos, suas relações com o capital; noutro movimento, o histórico do curso de Pedagogia no Brasil é estudado, destacando-se seus enfrentamentos com relação ao perfil e identidade do pedagogo. A partir desses conceitos discutem-se as relações universidade pública e educação básica, advogando-se a superação da dicotomia entre teoria e prática e assumindo-se a opção pelo conceito de práxis na interpretação dos saberes pedagógicos. O aporte teórico-metodológico mobilizado é a Análise de Discurso Francesa; com este aporte, são propostas aproximações teóricas com os conceitos de identidade e práxis, considerando que o discurso, por ser heterogêneo e ideológico, é constitutivo dos processos de produção de identidade, a qual, por sua vez também é ideológica, fragmentada, múltipla. O dispositivo de análise é organizado a partir dos conceitos de contradição, metáfora, paráfrase e esquecimento, demarcando-se a presença do discurso “outro” (heterogeneidade, interdiscurso), a textualização da ideologia e das relações de poder atravessando os enunciados dos sujeitos, produzindo efeitos de sentido. Tais efeitos de sentido são relacionados, buscando regularidades e remetendo-os a formações discursivas e ao interdiscurso. Dentre os resultados, destacam-se, no funcionamento dos discursos, indícios de um conceito de práxis docente a partir do afeto e realização através da docência; contradições e deslizamentos nas memórias sobre saberes acadêmicos, indícios de um conceito de extensão universitária que parte da escola, com foco no professor. Tais regularidades remetem a formações discursivas que assumem a formação em pedagogia como sólida fundamentação teórica, filosófica e política; elaboram a docência como ponto de passagem e pré-requisito para outras funções; representações de relações equívocas entre universidade e a escola e processos de resistência ou autodefesa político pedagógica, interpretadas como táticas em favor da minimização dos sofrimentos da profissão. A perspectiva identitária produzida discursivamente se assenta afetivamente na docência, no entanto, se anuncia mais competente para as funções de gestão e coordenação dos processos pedagógicos, ou para funções fora do trabalho propriamente escolar, tidos também como espaços de menor sofrimento.

  • LUCIANO LAURINDO DOS SANTOS
  • SUJEITOS ASSENTADOS E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO FORMAL NO CAMPO: UM ESTUDO DE CASO NO ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO EM MARABÁ.

  • Data: 27/04/2015
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  • Neste trabalho nos propomos a estudar as concepções de educação no Assentamento 26 de Março, em Marabá-PA, a partir das organizações (associações) que compõem este assentamento, a Associação dos Trabalhadores Rurais do PA 26 de Março (Aproterra) e a Associação dos Pequenos Produtores Rurais Familiares do PA 26 de Março (Asprupam), e suas relações com a educação formal a partir do Sistema de Organização Modular de Ensino- SOME. Objetivamos a partir das concepções destas duas associações, problematizar as discussões em relação à educação do campo, suas implicações com a educação escolar ofertada pelo Estado do Pará. A metodologia utilizada é de cunho bibliográfico, a partir de um estudo de caso com aporte da história oral temática como possibilidade de compreender os dilemas humanos nesta relação. Os resultados indicam que a educação do campo, tal como se apresenta atualmente é fruto de um intenso processo conflituoso entre as elites deste país e os movimentos sociais. Tais conflitos vêm ocorrendo desde os primeiros séculos onde o país era colônia e se prolongam até os dias atuais. Ao longo dos tempos os movimentos sociais foram percebendo que a educação é também um instrumento de poder, e que precisavam de uma educação do e para o campo, uma educação que lhes garantisse liberdade, autonomia, enfim, cidadania. A educação que o Estado lhes oferecia em raros momentos, era/é totalmente adversa a seus interesses. Apontamos haver uma contradição entre dois projetos de se pensar a educação na região de Marabá, dentro do Assentamento 26 de Março. Isto se reflete já na sua própria organização, considerando a existência de suas associações, portanto, de concepções políticas diferenciadas, e que refletem na compreensão da importância ou não de como se dá a relação com a educação formal, empreendida pelo programa SOME, neste sentido, consideramos que neste momento a educação formal se distancia da proposta educacional defendida pelo MST, tornando-se única e exclusivamente uma escola no campo.

     

  • MARCELO MELO DOS SANTOS
  • A CRISE NO SETOR SIDERÚRGICO DO DISTRITO INDUSTRIAL DE MARABÁ E AS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS

  • Data: 23/04/2015
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  • O objetivo dessa pesquisa foi analisar os principais fatores que contribuíram para a crise no setor siderúrgico do Distrito Industrial de Marabá (DIM), bem como identificar no campo da produção siderúrgica as estratégias individuais e coletivas adotadas pelos empresários para a retomada das atividades. Foram construídas três hipóteses: i) a primeira considera que a crise do DIM foi um efeito imediato da crise econômica mundial de 2008. ii) a segunda considera o alto preço, bem como a qualidade preço do minério de ferro, (fornecido pela Vale) um fator de restrição à manutenção da produção do ferro-gusa. iii) a terceira hipótese atribui à dificuldade de acesso ao insumo energético mais utilizado para produzir ferro gusa, o carvão vegetal. A estratégia metodológica para realização da pesquisa envolveu a utilização de um conjunto de técnicas como revisão bibliográfica; análise de documentos e matérias jornalísticas veiculadas na imprensa local e estadual; sistematização e compilação de dados contidos em sites disponíveis na internet; realização de entrevistas semiestruturadas com executivos das empresas, representantes de sindicatos e associação comercial e órgãos governamentais. O estudo revelou que a crise econômica mundial, que afetou o preço do ferro gusa, teve um reflexo negativo sobre o distrito industrial. Mostrou também que mudanças na legislação ambiental e a dependência do fornecimento de ferro pela Vale afetaram ainda mais a crise. Nesse cenário de crise, algumas empresas conseguiram desenvolver estratégias individuais e coletivas que as mantiveram em atividade.

  • CLAUDIONISIO DE SOUZA ARAUJO
  • AGRICULTURA FAMILIAR, AGROEXTRATIVISMO E SUSTENTABILIDADE: CONSEQUÊNCIAS DA CRIAÇÃO DO PROJETO AGROEXTRATIVISTA, NO MUNICÍPIO DE NOVA IPIXUNA – PA.

  • Data: 31/03/2015
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  • Esta dissertação toma como caminho maior a análise da sustentabilidade ambiental, econômica e social de agroecossistemas familiares, inseridos no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta Piranheira, no município de Nova Ipixuna, Sudeste do Pará. Utilizou-se a ferramenta de avaliação MESMIS - Marco de Avaliação de Sistema de Manejo de Recursos Naturais Incorporando Indicadores de Sustentabilidade, já adaptada e testada por outros pesquisadores para a região em estudo. O exercício consistiu também em uma caracterização geral do PAE de acordo com o marco legal, descrevendo os agroecossistemas familiares, de tal forma que pudesse avaliar com mais qualidade a sustentabilidade de cada agroecossistema pesquisado. Além de buscar visualizar limites e potencialidades do PAE e da ferramenta de avaliação. O resultado da análise feita mostra que as características do PAE demonstraram que, mesmo apresentando aspectos ambientais e organizativos interessantes para a consolidação de um PAE, não se efetivou devido os aspectos sociais e culturais das famílias que já habitavam a área, suas expectativas não eram para uma gestão coletiva, a trajetória não extrativista ou agroextrativista, pelo menos da maioria das famílias, tal qual propõe o Marco Legal de um PAE. Quanto aos aspecto das lógicas produtivas, notou-se a presença de famílias com perfil comprovadamente agroextrativista, quanto um grande contingente de famílias construindo agroecossistemas pouco valorizadores da biodiversidade natural, em especial, um investimento alto no monocultivo de pastagens implantadas. Em relação ao atual estado de sustentabilidades dos agroecossistemas notou-se a presença de agroecossistemas em situações muito críticas sobre os aspectos multidimensionais estudados (econômico, social e ambiental), chegando a mais da metade da amostra. Destaques para os casos das famílias de Manuel Ramanchim, Maria Rondon e Galbão. Mas também é preciso considerar as famílias que vem conseguindo construir sistemas mais diversificados e, portanto, mais sustentáveis, como os das famílias de Zé Rondon, Raimundo Carneiro, Josa e Antonio da Lidia, especialmente por optarem por projetos mais compatíveis com a biodiversidade natural e manterem um nível de organização mais consistente. A ferramenta utilizada (o MESMIS), quando minimamente adaptada a realidade, contribui significativamente para uma compreensão mais complexa da realidade, garantindo uma integração de resultados e evitando uma mera análise de aspecto produtivo ou econômico (unidimensional). O PAE Praialta Piranheira apresenta mais condições locais favoráveis do que desfavorável para que uma unidade familiar construa um agroecossistema mais sustentável. Contudo, as experiências mais interessantes observadas não derivam de ações diretas de Políticas específicas para o PAE, mas sim na sua maioria, ou de iniciativas próprias das famílias e organizações locais (formais e informais); ou através de apoio de órgãos de assessoria (ONGs) e/ou ações de parceria com Instituições de pesquisa e ensino, voltadas para apoiar essa categoria social.

  • LUIZ DE OLIVEIRA SILVA
  • ATORES NA CONSTRUÇÃO DE UM TERRITÓRIO: UMA ANÁLISE DOS PERFIS DOS ASSENTADOS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO (PA) PAULO FONTELES (CUXIÚ) EM SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA-PARÁ

  • Data: 25/03/2015
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  • A presente dissertação trata da construção do território e da definição dos perfis dos atores assentados do Projeto de Assentamento (PA) Paulo Fonteles (Cuxiú) em São Domingos do Araguaia-Pará, marcado por um contexto histórico que remete à implantação da política econômica de desenvolvimento do governo Federal para a Amazônia, em particular para esta região, que teve seu início nos fins dos anos de 1960 e início da década de 1970 com os grandes projetos: rodoviários, agropecuários, madeireiros, hidrelétricos, de colonização e minerais com destaque ao Programa Grande Carajás (PGC). Atraídos pelos fartos subsídios fiscais, penetraram nestas matas, empresários estrangeiros e do centro-sul do país que adquiriram vastas extensões de terras. Por outro lado, estimulados pela promessa de ganhar terra para plantar, se constituíram grandes fluxos de pequenos produtores rurais que se dirigiram para esta região, abrindo a floresta para suas roças, espontaneamente ou dentro do processo de colonização, e em outro momento através das ocupações de terras, sobretudo nos castanhais, resultando em intensos conflitos. Nos fins da década de 1980 começam as desapropriações das áreas ocupadas para a criação de assentamentos rurais. É neste cenário, que figura os grandes conflitos pela posse da terra, na região do sudeste paraense. Assim, o objetivo principal desse trabalho foi o de analisar os perfis dos assentados do Projeto de Assentamento Paulo Fonteles (Cuxiú), buscando avaliar os elementos que influenciaram/influenciam na definição desses perfis. As metodologias para alcançar esse objetivo passaram pela análise documental e pela história oral. A análise documental foi seguida de análises de documentos e uma releitura conceitual sobre as características do território do sudeste paraense e atores em um contexto amazônico. A história oral foi seguida de entrevistas semiestruturadas que permitiram conhecer as histórias de vida dos atores, além de permitir à observação da atividade produtiva dos assentados e a caracterização da área de estudo. Como resultado desse estudo, observou-se que os assentados pioneiros, apresentou o perfil correspondente ao da marginalização, fato comprovado pela quantidade de desistência dos lotes. Porém, aqueles que ainda permanecem apresentam laços fortes de amizades, solidariedade e aceitação na participação das atividades coletivas, além de uma sólida relação de pertencimento ao lugar, mesmo que entre eles uma pequena parcela possa se enquadrar no perfil dos pequenos fazendeiros. Os assentados novos que são a maioria do PA (Cuxiú) têm como objetivos principais a criação de gado bovino. Talvez, por não terem participado dos conflitos presentes nos períodos iniciais da ocupação e mais tarde assentamento, não desenvolveram aparentemente expressões de laços fortes de coletividade, solidariedade e de pertencimento ao local, havendo uma fragilidade na perspectiva de futuro, no que se refere à permanência no PA. Nesses assentados, pouquíssimos se assemelha ao perfil da marginalização. Entretanto, a maioria corresponde a um perfil dos pequenos fazendeiros. Porém, há casos de assentados que conseguiram concentrar mais de dez lotes cada, formando verdadeira fazenda, se comparado com o tamanho dos lotes do PA. Tal observação levou-me a imaginar mais um perfil, que vai além ao dos pequenos fazendeiros, o perfil dos grandes fazendeiros.

2014
Descrição
  • MARCUS FELIPE FROTA GAMA
  • IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS OCASIONADOS PELA EXTRAÇÃO INDUSTRIAL DE ARGILA REALIZADA NA CIDADE DE MARABÁ – PA

  • Data: 08/12/2014
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  • Como se da o processo de extração industrial de argila na região metropolitana da cidade de Marabá – PA, cujas atividades representam impactos para o meio ambiente devido a formação dos lagos artificiais, mudanças topográficas, desmatamentos, queimadas, mudanças na estrutura e na atividade biológica do solo, retirada da vegetação natural, processo de erosão, considerável quantidade de rejeitos, abandono das lavras, instabilidade física e química das cavas são pressionadas pelo governo, pela legislação e pela opinião pública a adotarem medidas concretas de preservação e controle ambiental. O presente trabalho tem por objetivos identificar os impactos ambientais em decorrência da ação da atividade industrial de mineração de argila, verificar como esta atividade afeta a percepção da realidade socioambiental da população ao entorno dos empreendimentos, bem como propor alternativa para uma maior interação da população impactada com os projetos de reabilitação. Através de revisão bibliográfica e entre os meses de junho e outubro de 2014, foi elaborado e aplicado um questionário semiestruturado para 500 pessoas com perguntas socioeconômicas e relativas à percepção socioambiental da atividade de mineração industrial de argila. Foram utilizadas, além de técnicas básicas de análise exploratória de dados como média, mediana, desvio padrão, frequência absoluta e relativa, outras três técnicas de análise estatística: a Análise Fatorial, o Alpha de Cronbach e a ANOVA e em seguida das comparações múltiplas de Tukey, foi observado que os fatores estatisticamente significativo da faixa etária (p-valor menor que 0,0001), da escolaridade (p-valor=0,0003) e da renda (p-valor menor que 0,0001) quando relacionados aos “Impactos na vida” os resultados, são que quanto mais velho for o indivíduo maior a percepção em relação aos “Impactos na vida”, assim como quanto maior a sua escolaridade.

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