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Banca de DEFESA: ANTONIETA SOUZA RAMOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANTONIETA SOUZA RAMOS
DATA: 29/08/2022
HORA: 15:00
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

DISCURSOS  SOBRE/DA LOUCURA EM MULHERES  COM SOFRIMENTO MENTAL


PALAVRAS-CHAVES:

Produção de verdade; Biopolítica; Análise de Discurso; Gênero, Sofrimento Mental.


PÁGINAS: 68
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Interdisciplinar
SUBÁREA: Sociais e Humanidades
RESUMO:

Este estudo tem por objetivo analisar, nas narrativas de mulheres com sofrimento mental atendidas pelo CAPS II Marabá, as relações entre a produção de verdade sobre loucura e gênero e a produção de uma biopolítica, organizando-se em torno da seguinte questão: como se relacionam nas narrativas de mulheres com sofrimento mental, os saberes produzidos sobre loucura e gênero e a produção de uma biopolítica?.  Compreendendo que a história da mulher na humanidade foi construída a partir de práticas segregadoras e desiguais, dentro de uma sociedade patriarcal que perdura até os dias atuais, o estudo debate a produção de verdade sobre gênero e loucura na sociedade patriarcal, contextualiza as políticas de saúde mental no Brasil e por fim analisa, nas narrativas de mulheres que passaram por atendimento à saúde mental, marcas da biopolítica em que tais verdades são mobilizadas. Para tanto, se ampara nos estudos foucaultianos, considerando a produção de verdades sobre loucura e gênero, conforme a relação de saber/poder predominante na sociedade, o poder disciplinar que se organiza nessa relação e a produção de uma biopolítica que organiza a vida das mulheres com sofrimento mental. O corpus foi constituído por enunciados extraídos das narrativas de seis mulheres em atendimento ou já atendidas pelo CAPS II, obtidas através de entrevistas não-estruturadas. O material analisado permitiu a organização de seis categorias empíricas: a) as contradições entre as situações reais vividas pelas mulheres no que se refere a pertencimento familiar e as expectativas sociais de família internalizadas por elas; b)as contradições entre as próprias experiências corporais e as expectativas de corpo idealizado; c) o questionamento da validade das próprias percepções do real; d) as injunções externas que garantem a disciplina relativas ao poder/saber; e) evidências de tutela associadas à negação dos direitos básicos; f) as estratégias de sobrevivência e retomada/produção da própria existência, entendidas como práticas de si . Conclui-se que  as noções de loucura e de gênero se produzem de modo complementar, sendo que  relação tutelar da medicina para com a pessoa em sofrimento mental  é potencializada pela relação tutelar a que se submetem com relação ao homem. A política em vigor no Brasil, concentrada na reabilitação e reinserção social, enfrenta as elaborações arcaicas acerca da loucura, evidenciadas pela rejeição da sociedade às mulheres marcadas com a pecha de “loucas”. No campo da ética, aceitar o lugar de gênero que está estabelecido pelo patriarcado pode ser a condição para recuperar um lugar no mundo, porque pelo menos é um lugar, comparado à morte parcial a que as condena a situação de sofrimento mental. No entanto, são narrados também passos curtos e cuidadosos na direção de ganhar o próprio sustento, recuperar a guarda dos filhos, retomar os estudos, afastar-se de circunstâncias que podem torná-las mais doentes; tais passos podem produzir uma ética de si que produzam saúde para além dos limites do controle pela medicação, na direção da fruição da cultura, do lazer, da educação, do direito de estar plenamente vivas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2182430 - HILDETE PEREIRA DOS ANJOS
Interno - 2152839 - NILSA BRITO RIBEIRO
Externo à Instituição - LUIZA HELENA OLIVEIRA DA SILVA
Notícia cadastrada em: 23/09/2022 16:28
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