Políticas Curriculares para o Ensino Médio e as Novas Diretrizes (2019/2020) para Formação de Professores da Educação Básica: um enfoque sobre o currículo de matemática
Políticas Curriculares. Ensino Médio. Currículo de Matemática. Reforma do Ensino Médio. BNCC.
Esta dissertação se situa no campo das políticas públicas educacionais, com foco nas políticas curriculares. Toma como objeto de estudo o ensino de Matemática no Ensino Médio, com o objetivo de analisar as políticas curriculares para o Ensino Médio, realizadas no Brasil no período de 2010 a 2020, com enfoque no ensino de matemática e sua relação com as novas diretrizes para formação inicial e continuada de professores da Educação Básica. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, realizada por meio da pesquisa bibliográfica que possibilitou o desenvolvimento do estado da arte, se pautando na pesquisa e análise documental, devido a riqueza de informações extraídas e resgatadas dos documentos, para compreender e justificar as políticas curriculares analisadas. Tendo em vista a complexidade do tema, optouse por fazer uso, enquanto ferramenta de análise da abordagem teórico-metodológica do Ciclo de Políticas de Stephen Ball, por meio dos contextos de influência e de produção do texto político. O referencial teórico da pesquisa se embasou em Ball (1994), Mainardes (2007, 2018) por ser um dos principais interlocutores de Ball, nos autores Lopes (2004, 2016, 2019), Lopes e Macedo (2011), Ball e Mainardes (2011), Macedo (2014, 2018, 2019) e Dias (2020) que realizaram discussões e reflexões complexas sobre as políticas educacionais, políticas curriculares e as políticas de currículo nos últimos anos. Os resultados evidenciam concentração de produções sobre políticas curriculares para Educação Básica centradas no Ensino Fundamental, revelam a carência de produções que relacionam as políticas curriculares e o ensino de Matemática no Ensino Médio, o que significa dizer que essa escassez de produções precisa ser superada e assim a área de Educação Matemática poderá contribuir com investigações sobre questões mais abrangentes ao ensino de Matemática e possibilitar estudos que considerem também as políticas curriculares. O estudo corroborou para evidenciar que as reformas curriculares e as políticas para formação de professores no Brasil continuam à mercê das influências neoliberais de cunho internacional. Quanto a matemática, verificou-se que o documento da BNCCEM se propôs a pensar a escola sem ouvir suas demandas e reais necessidades e acaba não evidenciando uma concepção bem definida sobre como devem ser desenvolvidas as práticas escolares, que deveriam preparar os jovens para se tornarem protagonistas de uma sociedade capitalista. A pesquisa constatou que as novas diretrizes para formação inicial e continuada de professores da Educação Básica estão alinhadas à BNCC e seguem o mesmo propósito capitalista que visa interesses de setores privados.