ETNOMATEMÁTICA E A PINTURA CORPORAL DOS TEMBÉ-TENETEHARA DE MARACAXI EM UMA ESCOLA NÃO INDÍGENA
Etnomatemática. Pintura Corporal Indígena. Lei 11.645/08. Geometria plana. Tembé da T.I. Maracaxi.
Esta pesquisa versa sobre a problematização das pinturas corporais realizadas pelos Tembé-Tenetehara da Terra Indígena (T.I.) Maracaxi, traçando relações com a sua história e cultura e o ensino e a aprendizagem de Matemática na Educação Básica, em uma perspectiva Etnomatemática, com ênfase no ensino de Geometria Plana na escola não indígena. Objetiva-se relacionar a pintura corporal dos Tembé de Maracaxi e os conhecimentos geométricos, por um viés intercultural, no sentindo de promover a inserção da cultura indígena na escola não indígena. Para tanto problematizamos: em que termos os elementos geométricos presentes na pintura corporal dos Tembé-Tenetehara de Maracaxi podem contribuir para a inserção da cultura indígena na escola não indígena? Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, de caráter exploratório, com a utilização de diário de campo e realização de observação participante, as quais destacam Minayo, Deslandes e Gomes (2011). Para a produção dos dados, foram realizados diálogos com os indígenas e registros referentes à extração e fabricação da tinta do jenipapo, utilizado por eles para a realização da pintura corporal, além de realizar uma atividade pedagógica, na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Cajueiro, localizada na zona rural de Aurora do Pará. Tal ação, contou com o a presença de indígenas na referida escola, na qual foi realizada uma atividade de história e cultura indígena e a prática de pinturas corporais, no sentido de relacionar os conhecimentos de indígenas fazedores de pinturas corporais da TI Maracaxi e os conhecimentos de Geometria Plana na escola não indígena. Espera-se que esta pesquisa contribua para que a história e cultura indígena seja mais valorizada e estudada, para que os indígenas não sejam silenciados em regiões próximas a eles, especialmente, em um ambiente escolar. Que as escolas explorem mais o que há próximo a ela, não querendo distanciar a teoria da prática. Desta forma, consideramos que o ensino/aprendizagem de matemática deve ser intercultural, valorizando outras formas de ver o conteúdo escolar.