OS DESAFIOS DE UMA ABORDAGEM TERRITORIAL PARA O TRATAMENTO DA POBREZA MULTIDIMENSIONAL NA REGIÃO DO SUDESTE PARAENSE
Formação Territorial, Amazônia; IPM, Sudeste do Pará.
Um cenário em que o Estado subordinou-se a uma lógica capitalista geradora de contradições, pautado de um discurso desenvolvimentista, resultando no extermínio de culturas, massacre de povos tradicionais, e alteração de seus modos de vida. Cuja sobrevivência dava-se anteriormente através de coleta de produtos florestais e culturas de subsistência. Agora esses povos vivem sob uma nova lógica, o mercado das Commodities, do minério e do agronegócio. Considerando que, a constituição do Estado neocolonialista pautou-se em uma lógica capitalista desenvolvimentista de exploração de recursos naturais, atrelado a um paradigma construtivista de subordinação ao modelo de geração de divisas comerciais. Ao invés de mantenedor do bem-estar social, o Estado moderno de regiões periféricas tornou-se gerador de contradições. Nesse sentido, o presente trabalho busca refletir, sobre o processo de formação do território amazônico, e suas diversas frentes econômicas de ocupação e de povoamento. Para uma análise mesorregional, busca-se refletir sobre o atual cenário sócio econômico e populacional do Sudeste Paraense, discutindo sobre as diversas formas de apropriação e remodelação desse território, o qual foi marcado historicamente por desigualdades sociais e pobreza. Para uma análise teórica, aborda-se a Teoria da Capacitações de Amartya Sen, para o qual o conceito de desenvolvimento atrela-se ao bem-estar dos indivíduos, bem como, os fatores considerados fundamentais pelos mesmo, para ter e ser, e ainda o que estes consideram como sinônimo de uma vida boa. Esta concepção, considera a pobreza como um fenômeno de privações múltiplas, pois envolve diversos subsídios da vida do indivíduo e dos grupos humanos, desde os aspectos intrínsecos os quais estes têm razão para valorizar, até os propulsores de funcionamentos. Dessa forma, busca-se analisar o fenômeno da pobreza, relacionando-a às dinâmicas socioeconômicas e o processo de formação do território do Sudeste Paraense, bem como, os elementos impulsionadores do processo de ocupação desse território. O qual iniciou-se como um espaço de exploração dos recursos naturais, desde as drogas do sertão no século XVI, ao mercado das Commodities minerais e do agronegócio do século XXI. Para uma análise dos condicionantes sócio econômicos e as condições de vida dos indivíduos desse território, aborda-se o índice de pobreza multidimensional - (IPM) dos mesmos. O IPM será elaborado através da abordagem metodológica desenvolvida por ALKIRE e FOSTER (2009). Para uma análise empírica do IPM serão utilizados os dados extraídos no portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE nos censos 1991, 2000 e 2010 para os 39 municípios da mesorregião Sudeste do Pará.