Cooperativismo na região de Carajás: limites e possibilidades para o desenvolvimento agrário
Campesinato; Cooperativismo; Amazônia Brasileira.
As cooperativas de pequenos agricultores podem atuar como um importante instrumento para fomentar a promoção do desenvolvimento regional e viabilizar a permanência das pessoas nas suas propriedades com geração de renda e qualidade de vida. Contudo, essas práticas econômicas possuem alguns limites estruturais para alcançar os objetivos a que se propõem. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar a dinâmica organizacional e econômica do cooperativismo camponês na região de Carajás (PA), buscando identificar os principais obstáculos enfrentados pelas cooperativas que atuam nos projetos de assentamentos de reforma agrária na região. A metodologia utilizada na pesquisa foi um estudo exploratório em 12 cooperativas singulares e 01 central de cooperativas previamente selecionadas ativas, com uma abordagem quantitativa e qualitativa na análise e sistematização dos dados obtidos nas entrevistas, que foram realizadas mediante aplicação de questionários semiestruturados aos dirigentes das cooperativas. Os resultados encontrados permitem apontar alguns limites e possibilidades dessas experiências econômicas no território estudado, a partir de uma perspectiva de análise e comparação de alguns obstáculos, que resultam no bloqueio das teses da integração vertical, movimento nacional e cultura cooperativista defendidas por Chayanov. Os obstáculos identificados a partir da análise das experiências das cooperativas, na região de Carajás, apontam que há falta de capital e tecnologia, déficit de liderança, alto custo de mobilização social e ausência do apoio estatal nas cooperativas que atuam nos assentamentos de reforma agrária, tendo fragilizado a força de mobilização social e efetiva, levando parte das cooperativas ao fracasso no desenvolvimento de suas atividades. Considerando o potencial do cooperativismo como um modo de organização social para o campesinato, ações do Estado através de políticas públicas podem ajudar a fortalecer esta capacidade
organizacional para tornar mais efetiva a superação dos gargalos organizativos,
econômicos e tecnológicos que os agricultores organizados em cooperativas geralmente
enfrentam.