A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO DO BAIRRO ARAGUAIA EM MARABÁ/PA: POSSIBILIDADES E LIMITES DO DIREITO À MORADIA E À CIDADE
Produção do Espaço urbano; Direito à cidade; Moradia; Bairro Araguaia.
Este trabalho tem como objetivo geral compreender como se deu o processo de produção do espaço urbano do bairro Araguaia em Marabá/PA, sobretudo entre os anos de 2008 e 2020, considerando a luta dos movimentos sociais por moradia como desencadeador desse processo. A hipótese aqui apresentada é a de que a produção do espaço urbano do bairro Araguaia em Marabá, em seu movimento desigual e contraditório, tanto nega quanto ilumina o direito à moradia e à cidade, tendo em vista que é uma urbanização precária e, ao mesmo tempo, espontânea, conduzindo ao estabelecimento de desigualdades socioespaciais. O problema da pesquisa está relacionado com a produção de um bairro na fronteira da Amazônia, que se imbrica com uma série de conflitos (situação de conflitos sociais, luta pela terra, migração, intervenção estatal), de ciclos econômicos vinculados à exploração de recursos naturais (riquezas extrativas vegetais e minerais), de processos de urbanização corporativa (atuação de incorporadoras imobiliárias regionais). O bairro Araguaia como ocupação urbana na fronteira da Amazônia tende a revelar a forte presença de conflitos fundiários entre as oligarquias locais e os movimentos sociais de luta pela terra. Com base na hipótese, no problema e nos objetivos da pesquisa, a metodologia adotada constitui-se de quatro momentos: pesquisa bibliográfica; pesquisa documental; trabalho de campo e construção de um banco de dados. Além disso, foi verificada a atual situação urbana do bairro Araguaia, a partir das intervenções feitas pela Prefeitura de Marabá, embora seja uma área sob litígio, com recursos próprios e com recursos da empresa Vale, com enfoque nas possibilidades e limites do direito à moradia e à cidade.