INFLUÊNCIA DO MANEJO NO PRÉ-ABATE DE BOVINOS NA QUALIDADE DO PRODUTO FINAL (CARCAÇA) – UMA VISÃO FORENSE NO ÂMBITO FRIGORÍFICO
Maus tratos animal, Dosagem de cortisol e glicose, Manejo no pré-abate de bovinos, Abate Humanitário.
Com o aumento da demanda de carne no âmbito global, o Brasil passa a ter protagonismo no cenário mundial, aliado a isto, a reformulação da legislação no que tange a maus tratos animal e ao bem-estar que rege o ramo frigorifico, passa a ser olhado com vistas ao uso de boas práticas no manejo do pré-abate, visando obter um produtos de melhor qualidade final e atender as legislações vigentes e aos anseios do mercado consumidor, para o atendimento da legislação do abate humanitário, ou seja, minimizando o sofrimento animal e conferindo uma eutanásia adequada ao animal. Neste cenário, este trabalho adentra os estabelecimentos frigoríficos localizados na cidade de Marabá/PA, que estão sob inspeção oficial, para coletar dados sobre o manejo no pré-abate de bovinos, buscando estabelecer uma relação entre o manejo em relação a qualidade final da carcaça e a prevalência de maus tratos animal. Para tanto estabelece critérios de alojamento dos animais nos currais de abate, tempo de jejum e dieta hídrica, forma de condução dos animais, utilização dos bastões eletrificados na condução dos animais, método de atordoamento e sua eficiência, tempo de sangria, prevalência de lesões na carcaça, prevalência de rigidez cadavérica, dosagem de cortisol e glicose (sorológico) e pôr fim a mensuração do pH das carcaça pós resfriamento, para fins de estabelecer um correlação entre o pré-abate, a maturação das carcaças e a prevalência de maus tratos no manejo, criando base para a elaboração de uma planilha sinalizadora de prevalência ou não de maus tratos animal em âmbito pericial. Evidenciou-se neste trabalho que as práticas de abate humanitário e bem-estar animal no pré-abate de bovinos, faz grande diferença na qualidade final do produto e que é possível determinar se há ou não a prevalência de maus tratos animal, apenas com as observações realizadas no momento do pré-abate, ou seja, alojamento, jejum e dieta hídrica e práticas de condução dos animais do curral até a sala de abate. Com base neste estudo a planilha de observações irá, ao final, emitir um parecer acerca da metodologia utilizada, confirmando ou afastando a prevalência de maus tratos animal, que consequentemente determinará a presença ou ausência de condições de qualidade superior nas carcaças processadas pelo estabelecimento de abate de bovinos, sendo ferramenta para o perito judicial, oficial ou ad hoc, na assertividade da avaliação, quando solicitado pelo juízo, sobre ausência ou presença de maus tratos animal em estabelecimentos de abate de bovinos.