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Banca de QUALIFICAÇÃO: PETERSON SOUZA DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PETERSON SOUZA DE OLIVEIRA
DATA: 29/06/2023
HORA: 18:30
LOCAL: ietu- remotamente
TÍTULO:

A MODERNIDADE QUE NÃO CHEGOU: O processo civilizatório empreendido pela Intendência de Antônio José de Lemos, na primeira década do século XX e suas consequências na população pobre de Belém


PALAVRAS-CHAVES:

Ensino de História; modernidade; modernismos; Belém; Belle Époque.


PÁGINAS: 64
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
SUBÁREA: História do Brasil
ESPECIALIDADE: História Regional do Brasil
RESUMO:

Sempre me chamou atenção a forma como era narrada a historia da intendência de Antônio Lemos. De um lado, percebe-se o enaltecimento de sua “figura”, como o “homem que modernizou a cidade de Belém”, que ousou pôr a capital paraense no cenário mundial de cidades modernas. Não é intenção desse trabalho negar tais fatos, pois, a cidade de Belém como se conhece hoje, tem muito das características urbanísticas que fazem parte dessas transformaçôes idealizadas pelo então político visionário que governava a urbes. Vale lembrar que, muitas dessas mudanças, so foram possíveis devido à crescente economia constituída por conta da exploração da seringueira, que permitia transformar sua seiva em borracha, em um dos momentos mais prospero para a regiao amazônica: a Belle Époque. A Belém que Lemos vislumbrou, era uma cópia das grandes capitais europeias -a exemplo de Londres e Paris-, que passara pelo mesmo processo modernizador, característico das sociedades pleno “desenvolvimento”. Seguindo o exemplo de Haussman, que liderou um extenso programa de renovação e modernização de Paris, no século XIX, com transportes públicos modernos, energia elétrica, praças publicas bem organizadas, teatros, tudo o que era modelo de modernização, perpetrou em Antônio Lemos esforços para que se realizasse em Belém, as melhorias alcançadas na Europa. A capital paraense, durante sua administração, tornou-se a “Paris tropical”. Por outro lado, vemos grupos de oposição tecendo intensas criticas sobre a forma como o intendente administra os recursos públicos. Os “lauristas”- como ficaram conhecidos, por conta de seu adversários politico, Lauro Sodré-, utilizavam de todos os recurso que possuíam para demonstrar os efeitos desastrosos, causados pelos gastos excessivos do intendente, o que de fato não deixava de ser verdade, pois Lemos não escondia a opulência com que levava sua vida, particular e publica. Os periódicos publicados nos jornais locais, foram utilizados pelos grupos pró e contra Antônio Lemos, de modo acentuar as intrigas existentes entre ambos, evidenciando o “embate que se travou entre as imagens produzidas e as manipuladas pelos diferentes grupos sociais da cidade de Belém.” (SARGES, 2002, p.21) Durante muito tempo, a modernização empreendida pelo intendente transitou entre esses dois polos de discussão, de um lado os que se beneficiaram e aclamaram, não apenas a figura do intendente, mas todas as suas melhorias feitas na cidade, e de outro, os que não cansavam de levantar críticas e ataques a todas as suas benfeitorias. Entretanto, o que me levava a inquirir sobre esse momento era, “e aquele grupo de pessoas, que foram empurras para as margens da cidade, e não aproveitaram tais melhorias advindas da modernização? Numa tentativa de entender como esse processo “civilizatório” efetuou-se no seio dessa classe marginalizada, esse trabalho tentará esmiuçar tais intempéries socias vividas pela população pobre de Belém, “[...] tentando buscar os conflitos e as contradições da cidade, a ambiguidade e a pluralidade de possíveis vivências[...]” (SARGES, 2002, p.16), possibilitando perceber os impactos do processo civilizatório na vida das pessoas, considerando as resistências, as estratégias de sobrevivência e as lutas e consuistas que surgiram nesse contexto “na qual os sujeitos silenciados se movimentam nessa trama tecida em nome da civilização”. (SARGES, 2002, p.17) Notoriamente a discussão sobre a história de quem sempre não teve voz, não é novo, a partir do século XIX, vemos uma profusão de trabalho em que “historiadores se dedicam a capturar as experiencias dos oprimidos” (SOUZA, 2019), pois até então, a história tradicional se concentrava demais nas elites, nas estruturas dominantes, negligenciando as experiencias dos “grupos marginalizados”. Entretanto, minha perspectiva ao intentar nesse trabalho, dar voz às pessoas comuns examinando suas atividades cotidianas, práticas sociais, para que se torne possível ter melhor compressão da dinâmica social que envolve as transformações que ocorrem na cidade de Belém. Desse modo, a interpretação críticas das fontes acessadas, permite-nos levar em consideração as perspectivas dos sujeitos históricos em suas próprias dimensões, na qual os sujeitos silenciados se movimentam nessa trama tecida em nome da civilização. (SARGES, 2002, p. 17). Porém, o que se pretende aqui é fazer esse tipo de discussão sobre um determinado momento histórico para a cidade de Belém, onde a figura central desse momento, não teve sua história narrada, contada e até de certa forma, percebida pela historiografia oficial sobre a capital paraense, mas que “personificava um pedaço da história da cidade.”. (SARGES, 2002)


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 3212229 - ANDRE CARLOS FURTADO
Interno - 1624422 - ANNA CAROLINA DE ABREU COELHO
Presidente - 2395806 - BRUNO DA SILVA
Notícia cadastrada em: 26/06/2023 09:48
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