Apresentação

O Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), recomendado pela CAPES em dezembro de 2011, iniciou suas atividades em 2012, quando fazíamos parte do campus universitário da Universidade Federal do Pará (UFPA), portanto, seu surgimento está ligado a esta instituição, de modo que é importante tomar-se como referência a UFPA, para, então, situar-se na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

A UFPA é uma instituição federal de ensino superior, organizada sob a forma de multicampi, com sede na Cidade Universitária José da Silveira Neto, em Belém, até 2013 com nove campi distribuídos no interior do Estado do Pará: Abaetetuba, Altamira, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Castanhal, Marabá, Soure e Tucuruí.

A história da Pós-graduação stricto sensu na UFPA pode ser dividida em três fases: i) a abertura dos primeiros cursos; si) a expansão do sistema de pós-graduação stricto sensu; e si) a consolidação e verticalização do sistema. A fase de abertura dos primeiros cursos estende-se por toda a década de 70 e 80 e é inicialmente marcada pela criação, em 1973, do curso pioneiro de mestrado do Núcleo de Ciências Geofísicas e Geológicas (NCGG), embrião do atual Instituto de Geociências, e, em 1977, do curso de mestrado do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA). Estes dois núcleos de integração tiveram o grande mérito de abrir novos caminhos para a instituição, no sentido de fortalecer a pesquisa e a formação de recursos humanos qualificados e especializados, em um contexto bastante desfavorável na época e em um meio tradicionalmente voltado para o ensino. Paralelamente, iniciou-se o esforço institucional para aprimorar a capacitação de seu corpo docente, por meio da formação de novos doutores em outras universidades do País e do exterior e pela atração e fixação de pesquisadores já titulados.

A partir da década de 1990, estendendo-se até 2000, a UFPA experimentou uma considerável expansão de seu sistema de Pós-graduação stricto sensu. O processo de expansão da Pós-graduação, no entanto, ainda experimentava limitações decorrentes do número relativamente pequeno de doutores na instituição. No ano de 2000, estes eram apenas cerca duzentos (200). Um aumento exponencial foi observado ao longo da primeira década do século XXI, fruto de políticas institucionais que tinham como foco a integração plena da UFPA ao ambiente de pesquisa e ao Sistema Nacional de Pós-graduação. Este seria o fermento para a vertiginosa expansão da Pós-graduação na UFPA ao longo da última década.

A partir do ano 2000, a UFPA iniciou a etapa decisiva de consolidação e verticalização de seus Programas, associada a um grande esforço com vistas à interiorização da Pós-graduação. A política nacional de fortalecimento das universidades públicas e da pesquisa e Pós-graduação, associada à firme decisão por parte da UFPA de direcionar o máximo de esforços para o crescimento e aperfeiçoamento do seu sistema de formação Pós-graduada, resultou em uma expansão acelerada da sua Pós-graduação entre 2001 e 2010. Isto só foi possível com o aumento acelerado do número de doutores no corpo docente da instituição, decorrente do retorno dos docentes afastados para doutoramento e de contratações de professores já titulados.

No período de 2001 a 2005, houve um notável crescimento dos programas de mestrado e doutorado, em número equivalente ao alcançado ao longo das três décadas anteriores. No período de 2006-2010 foram criados cursos novos, de modo a cobrir quase integralmente as áreas de conhecimento existentes nos cursos de graduação da UFPA. Também, foi iniciada a expansão da Pós-graduação para os campi do interior do Estado do Pará.

A partir de 2010, novas ações institucionais foram concebidas, visando à consolidação da Pós-graduação na UFPA, por meio da qualificação e internacionalização das atividades de seus grupos de pesquisa. Incluem-se aí programas de apoio para a publicação de artigos em revistas estrangeiras e para a cooperação interinstitucional (inclusive com grupos estrangeiros) e uma política de acompanhamento institucional dos Programas existentes, com o objetivo de promover a cultura do planejamento e a busca da excelência segundo os parâmetros de cada área de conhecimento. O foco principal, portanto, passa a ser a qualidade do sistema e a busca da excelência de cada Programa.

O PDTSA, se insere no desafio da UFPA em cumprir o papel de produzir conhecimento sobre a realidade regional e formar novos profissionais e pesquisadores para nesta região atuarem.

Em junho de 2013, o então Campus de Marabá da UFPA, se torna Unifesspa, com quatro campi distribuídos em municípios da região: Xinguara, Santana do Araguaia, São Felix do Xingu e Rondon do Pará. O PDTSA passa a compor esta nova universidade a partir de 2014, sendo o primeiro mestrado da Unifesspa, com o desafio de aprimorar e consolidar a formação em pós-graduação na nova universidade.

O Mestrado PDTSA é resultado dos esforços institucionais da UFPA em direção à meta estabelecida de interiorizar a Pós-graduação, em resposta a vários desafios exigidos para o desenvolvimento econômico e social das diversas mesorregiões do estado do Pará, dentre elas a região Sul e Sudeste do Pará, onde se localiza a Unifesspa.

 

O Programa propõe contribuir para o alcance de uma das metas estabelecidas pela recém-criada Unifesspa, que é a construção de um pensamento científico engajado nas problemáticas que compõem a dinâmica social da região Norte. Para isso, não obstante o pouco tempo de existência, a Unifesspa, através do PDTSA e de outros cursos de mestrado e doutorado recém-criados, vem demonstrando o propósito institucional de investir na formação de pesquisadores para que futuramente possam contribuir para a compreensão da região e do mundo a partir dos conhecimentos produzidos em diferentes campos do saber.

A proposta do PDTSA resulta do desenvolvimento de trabalhos conjuntos de professores pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, em atividades  demandadas tanto pelos cursos de graduação criados na década de 1990, quanto por cursos de Pós-graduação lato sensu, os quais  foram se configurando como  um campo de possibilidades de delineamento de uma proposta de um curso de Pós-graduação stricto sensu que pudesse avançar na produção do conhecimento para melhor compreensão e intervenção nas problemática da região em que hoje a Unifesspa se insere. Outrossim, estreitar o diálogo em direção à aproximação de estudos, entendendo que a compreensão e intervenção nos problemas regionais exigem uma atitude teórica e investigativa que supere ou minimize as barreiras disciplinares, avançando em direção à integração de conhecimentos e métodos que melhor compreendam a sua complexidade.

A região Sul e Sudeste do Pará é marcada de um fluxo migratório intenso, iniciado a partir de 1960 e acompanhado da implantação de grandes projetos econômicos que favorecem as formas de ocupação desordenada do território, e, consequentemente, elevado índice de problemas que atingem diretamente a organização política, econômica, social, cultural, educacional e ambiental desta região. Como consequência desta dinâmica, a região se apresenta marcada por contradições diversas, conflitos de diferentes ordens e a intensa luta de movimentos sociais por direitos e dignidade humana.

A Unifesspa tem assumido, através do PDTSA, uma perspectiva interdisciplinar que tem como estratégias metodológicas de pesquisa a construção de objetos investigados por métodos e técnicas interdisciplinares que proporcione a superação das reflexões específicas produzidas em áreas particulares do conhecimento.

O PDTSA adota esta perspectiva porque os pesquisadores a ele vinculados entendem que a complexidade dos problemas que se pretendem compreender e intervir exige a compreensão para além das especificidades de cada campo do conhecimento. Impõe-se, portanto, uma problemática transversal, não redutível às problemáticas disciplinares, envolvendo campos de conhecimentos distintos e a integração efetiva dos pesquisadores.

 

O PDTSA delineia como objeto de investigação a dinâmica das relações sociais nesta região, no contexto de expansão do capital, procurando compreender esta dinâmica através dos grandes projetos, das conformações do trabalho, das políticas públicas locais, da cultura, da educação, dos discursos que circulam nestas diferentes esferas de atuação da sociedade.

Coordenação do Programa

  • - ANDREA HENTZ DE MELLO

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  • - GABRIEL MORAES DE OUTEIRO

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