A FORMA VIVA DA CULTURA ESTÉTICA INDÍGENA: abordagem interdisciplinar acerca da arte corporal Parkatejê.
Amazônia. Cultura Estética. Forma Viva. Pintura Corporal Indigena.
A presente pesquisa envolve os conhecimentos entre os campos da Filosofia da Arte, da Nova História Cultural e do Pós-colonialismo. Implica uma investigação a procura do entendimento das vozes da cultura estética indígena acerca dos símbolos e intensidades sensíveis da arte corporal Parkatejê. Considera esta arte corporal simbólica de um povo da floresta e encenação histórica e é performática cotidiana, cíclica em rituais, envolvendo o deslocamento estético, tradicional, poética do grafismo corporal mediante a fronteira da cultura entre o urbano e a floresta. Busca-se então investigar a arte corporal Parkatejê e pensar sobre o desdobramento da ação performática da cultura estética indígena mediante a relação sociocultural e territorial que as fronteiras provocam transformações na tradição deste grupo. Tem-se, desse modo, o deslocamento do cultivo da forma viva mediante as relações intersubjetivas em constantes andamento e negociações envolvendo elementos sensíveis e crenças culturais da realidade do grupo a ser estudado. Sendo assim, procuram-se as dimensões que se entrelaçam às vozes desta cultura, não apenas como ponto de contraversão às grandes narrativas da História e da Cultura, mas também o significado que tem constituído mudanças para esse povo com e a partir das políticas do desenvolvimento da Amazônia Brasileira. Tendo em vista que o presente trabalho é da ordem interdisciplinar, este se apropria de métodos investigativos da História Oral, da Etnologia e da Arte Visual de maneira dialógica, na expectativa de desvendar a questão: em que consiste a resistência do grupo que vive tradicionalmente uma cultura estética corporal e por que meios ocorrem os deslocamentos que em vez de sustentar a tradição a coloca em um estado de fragilidade?