TEMPOS,ESPAÇOS E SABERES FORMATIVOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO/UNIFESSPA: UMA ANÁLISE DISCURSIVA
Licenciatura em Educação do Campo; Alternância pedagógica; discursos
Este estudo tem por objetivo analisar, em relatórios produzidos por duas turmas (2009 e 2011) de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará durante as atividades realizadas nos tempos-espaços pedagógicos do curso (Tempo-espaço-comunidade e Tempo-espaço-universidade), como diferentes vozes sociais (discursos) se inscrevem na produção dos estudantes e como elas indiciam a complexa relação que a formação ancorada em diferentes tempos-espaços pedagógicos pode propiciar uma posição crítica dos sujeitos implicados na própria formação, a reconfiguração do curso, a relação da proposta da LPEC com outras esferas sociais que possam potencializar ou desafiar a configuração teórica, metodológica e política do curso. Para o alcance deste objetivo geral, a pesquisa se ancorou nos pressupostos teóricos da Educação do Campo em diálogo com a Análise do Discurso sócio-histórica de Mikhail Bakhtin e seu Círculo. Como resultados analíticos, no ir e vir das leituras dos 19 relatórios analisados, chegamos a identificar a forte regularidade de discursos traduzidos como quatro vozes que produzem o jogo polifônico do processo formativo dos sujeitos da LPEC: a organização política dos movimentos sociais do campo; o embate dos sujeitos do campo como o Estado; saber docente centrado no "como fazer; tensões entre os saberes escolarizados e os saberes do vivido. No processo de análise dos enunciados reunidos em cada um desse temas/sentidos, concluímos provisoriamente que os discursos produzidos na alternância dos tempos-espaços do curso acenam para os desafios e as potencialidades de uma proposta educativa que se concretiza na equipolência de vozes. As vozes que adentram o processo formativo dos sujeitos favorecem tanto o adentrar da vida dos sujeitos na universidade, reclamando novos objetos de formação e a modificação desta esfera de ação humana, quanto a refração das experiência já vivenciadas pelos sujeitos em formação e agora confrontadas por outros saberes.