ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL DE USO E COBERTURA DO SOLO E SISTEMAS AGROFLORESTAIS NA AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ASSENTAMENTO GRANDE VITÓRIA-PA.
Ocupação Territorial. Desenvolvimento Rural. Sustentabilidade.
O processo de ocupação da Amazônia, que vem ocorrendo desde o século XX, desencadeou uma série de impactos socioambientais refletindo nas mais diversas formas de ameaças a resiliência dos recursos naturais nesse bioma. A agropecuária, a extração madeireira, a mineração e a urbanização são as principais causas da perda do equilíbrio ecológico na Amazônia, uma vez que esses fatores acarretam uma mudança no uso e na ocupação do solo, notadamente com a retirada da floresta para o desenvolvimento de outras atividades, culminando com um processo de degradação, muitas vezes irreversíveis. Nesse contexto de desmatamento na Amazônia, encontram-se os assentamentos de reforma agrária que tem como um dos objetivos promover o desenvolvimento sustentável da Agricultura Familiar. Como uma dessas formas de garantir o desenvolvimento rural sustentável, emerge na Amazônia formas de cultivos que integram árvores em paisagens rurais produtivas, os chamados sistemas agroflorestais familiares - SAFs que são sistemas de produção agrícola que consorciam espécies florestais, cultivos agrícolas e também animais, na mesma área e numa sequência temporal. Assim o objetivo deste trabalho consiste em realizar a análise temporal e espacial de uso e cobertura do solo e a ocorrência dos SAFs no Assentamento Grande Vitória, verificando a viabilidade socioeconômica e ambiental desses sistemas. Para tanto serão utilizadas geotecnologias, como o sensoriamento remoto para a observação do uso e cobertura do solo no assentamento dos anos de 1999, 2009 e 2017. Em seguida serão realizadas a caracterização socioeconômica, ambiental e produtiva por meio de entrevistas com os agricultores. Como resultados preliminares, relacionados com o uso e ocupação do solo no Assentamento Grande Vitória, percebe-se que grande parte da vegetação florestal foi convertida em locais para a prática de atividades agrícolas, sobretudo pastagens, para desenvolvimento da pecuária. Apesar das áreas de florestas ainda constituírem-se na maior classe de uso do assentamento, esta vem sendo desmatada ao longo do período estudado pela necessidade de produção imediata que tem os agricultores, corroborando assim com a hipótese deste trabalho, que aponta para a necessidade do uso de alternativas sustentáveis para a promoção da diversificação produtiva dos agricultores familiares do Assentamento Grande Vitória.