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Banca de DEFESA: MARIA REGINA CEO ANDRADE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA REGINA CEO ANDRADE
DATA: 20/08/2019
HORA: 08:30
LOCAL: Miniauditório
TÍTULO:

DO LUTO À LUTA: MEMÓRIA E SUBJETIVIDADE ANTE AS PRÁTICAS DE VIOLÊNCIA NO CAMPO NO SUL E SUDESTE DO PARÁ


PALAVRAS-CHAVES:

Amazônia. Luta pela Terra. Memória. Política de Afetos. Subjetividade.


PÁGINAS: 123
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Interdisciplinar
SUBÁREA: Sociais e Humanidades
RESUMO:

O sul e sudeste do Pará caracterizou-se historicamente como região de ocupação territorial conflituosa, marcada por processos migratórios intensos, disputas pela terra e pela ocorrência emblemática de práticas de violações contra a vida. Nesse contexto, este trabalho toma por objeto a memória de pessoas que perderam familiares assassinados em meio à luta pela terra no sul e sudeste do estado do Pará. Amparados por uma perspectiva teórica e metodológica interdisciplinar, através da pesquisa de campo antropológica, da psicanálise e dos estudos de memória, a pesquisa intenta problematizar como se desdobra a relação entre as emoções produzidas pelos assassinatos no campo e a reelaboração das ações de resistência. Particularmente, este estudo pretende analisar as narrativas dos familiares de pessoas assassinadas, com ênfase em suas experiências pessoais e junto às organizações sociais e políticas das quais elas participaram antes e após os assassinatos de seus familiares, buscando compreender suas trajetórias de vida e os efeitos das perdas sobre suas subjetividades, e, por conseguinte, no ambiente das lutas políticas. A análise das memórias nesse enredo se desloca para o campo da “política de afetos”, isto é, pelo investimento e transfiguração de emoções que perpassam à luta pela terra, pela justiça e melhores condições de vida, a despeito do luto. Estas, sob a mesma potência, não deixam de engendrar o aprofundamento do sofrimento psíquico, na medida em que faz o sofrimento da perda e da impunidade, não incluídos nas pautas das agendas políticas do movimento social, se confundirem com as vicissitudes dos enfrentamentos atuais. Por outro lado, a continuidade da vida política dos enlutados, o trabalho de remissão da memória dos mortos, segue atuando como uma outra justiça em horizontes existenciais que escapam à racionalidade política. A análise dos dados da pesquisa possibilitou conhecer que as emoções atravessam o trabalho da memória no ato de lembrar e esquecer, tocando a trajetória política dos sujeitos em análise e desvelando a composição das inúmeras facetas das práticas de resistência, para além da ordem econômica e político-partidária. Ainda nesse sentido, através da plástica tensão entre luto e luta, apreendemos as múltiplas percepções que homens e mulheres construíram no enlace entre memória e pertença da terra, bem como dos significados da presença/ausência do Estado em suas vidas. Finalmente, a absolvição do sofrimento dos sobreviventes ocorre a partir da transmissão da narração da experiência da violência, articulando um trabalho onde justiça e memória social se encontram. Assim, pode-se vislumbrar, pela redenção da memória dos mortos, a criação de faíscas que acendem a clareira dos sentidos para as lutas do presente nesta parte da Amazônia brasileira.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1017749 - JERONIMO DA SILVA E SILVA
Interno - 2110698 - HIRAN DE MOURA POSSAS
Externo à Instituição - FLAVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
Notícia cadastrada em: 12/08/2019 08:50
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